Por Jefferson Viana, publicado pelo Instituto Liberal
Nota do Instituto Liberal: O conteúdo do artigo reflete a opinião do nosso colaborador, mas não necessariamente é o posicionamento do IL. Reiteramos que nosso compromisso é com a defesa do liberalismo e por este motivo apoiamos ideias e as reformas que renovarão o Brasil.
Enfim, o governo Dilma Rousseff caiu. Não teremos mais os desprazeres de ouvir os seus discursos que ignoram a norma culta da língua portuguesa e, além disso, seremos privados, felizmente, dos desprazeres da política do populismo político e fiscal, por fim, não precisaremos conviver com alinhamentos ideológicos com países como Venezuela e Bolívia.
Mas a posse do presidente Michel Temer traz um grande dilema para os liberais: como se comportar diante do governo Temer? Digo isto, pois Michel vem propondo pautas liberais, como privatizações, aumento das concessões, parcerias público-privadas, redução da máquina pública e combate a inflação. Porém, Temer não é aquele liberal idealizado pela maioria, tampouco alguns dos ministros por ele escolhidos, como Leonardo Picciani (Esportes), José Serra (Relações Exteriores), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações) e Helder Barbalho (Integração Nacional). Não são nomes que animam muita gente.
A vida era bem mais fácil quando nós, do chamado espectro político da direita (liberais, conservadores, libertários e anarcocapitalistas) tínhamos como objetivo principal realizar oposição ao governo Dilma Rousseff e ao seu projeto de poder. Com os constantes erros de Dilma e de sua equipe de governo a crítica era bem mais fácil de realizar. Temer, mal ou bem, é uma mudança ideológica na vida política do país, que deixa de ser governado pela esquerda, em tese, após quase 14 anos. E coloca alguns de nós em dúvida: apoiar o governo Temer ou realizar oposição?
A situação política, econômica e moral do Brasil nos coloca na situação de ter que dar um voto de confiança a Temer, pois o atual presidente em seu discurso de posse provisória vem propondo o diálogo e acenando com reformas (mesmo que feitas por mera necessidade). Como liberais, devemos observar todas as ações feitas nessa nova gestão, elogiando e dando apoio a medidas que venham ser tomadas e que possam fazer com o que o nosso Brasil saia do ostracismo mundial e se torne um país competitivo tanto no âmbito interno, tanto no âmbito externo. Mas, se vierem aparecer casos de erros constantes da atual gestão tão como casos de corrupção envolvendo membros do governo, a mobilização das ruas deve voltar com toda força, fazendo valer a frase do artigo primeiro da constituição brasileira: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
É o momento de se unir forças em prol do país. Como Itamar Franco fez entre 1992 e 1994, Temer tem a missão dura de realizar um governo de salvação nacional, enfrentando toda uma máquina sindical mantida pelo Partido dos Trabalhadores e pelo Partido Comunista do Brasil, e ainda enfrentando velhos urubus da política nacional, como Marina Silva e sua REDE e Ciro Gomes com os brizolistas do PDT. Por mais que se tenha desavenças políticas e até ideológicas com o atual presidente da república, não é o momento de se brigar. E, sim, de propor soluções para que o nosso amado país recupere o tempo perdido após esses anos de governo PT.