O que um país como a Suíça tem de tão diferente, tão especial em relação à educação quando comparamos com o Brasil? Ao invés de nos determos em uma perspectiva macroscópica, que tal atentarmos para alguns detalhes?
Por Anselmo Heidrich
Poderíamos nos estender em longas explicações, enumeração de vários fatores, como o grau de investimento, a cultura, a história, mas toda macro-perspectiva não diz muito quando se perde o detalhe, isto é, a perspectiva próxima a nós, cotidiana, a da micro-escala. E peço que leiam este trecho da matéria abaixo linkada:
“Assim, enquanto o governo investe fortemente no ensino superior, abrangendo educação e pesquisa, a alta conectividade também sugere que o sistema de ensino superior ‘devolve’ esse investimento à sociedade”, disse Rassenfosse para swissinfo.ch.
Segundo o professor da EPFL, à medida que os orçamentos governamentais em todo o mundo sofrem pressão, é tentador reduzir o financiamento da educação e da pesquisa porque os efeitos de curto prazo são indolores – a maior parte do prejuízo virá no longo prazo.
“Assim, as universidades precisam constantemente demonstrar que são úteis à sociedade. O ranking U21 deixa claro que o sistema suíço de ensino superior se sai melhor do que qualquer outro sistema no mundo, pelo menos nesse quesito”, disse.via Por que os suíços se saíram bem na Universitas 21 – SWI swissinfo.ch
Se não ficou claro suficiente, o ensino superior tem que prestar contas à sociedade. Não tem essa de “público, gratuito e de qualidade”, mas quando chega na hora de se fazer uma avaliação externa, os sindicatos de professores fazem uma gritaria dizendo que isto é “tática neoliberal”, que “só estão fazendo isso porque querem privatizar a universidade” etc.
Se não tem qualidade minimamente necessária para os fins a que se propõe, melhor que mude de administração mesmo porque não é mais possível manter centros de estudos cuja principal função se tornou um cabideiro de empregos para uma casta que se suja intocável e não passível de críticas.
Chegou a hora de passarmos um pente fino nas nossas universidades.