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A última ponte

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Artigo publicado na Gazeta do Povo de Curitiba, seção Opinião, coluna Flavio Quintela, em 5 de novembro de 2015.

Os atos recentes de vandalismo perpetrados por feministas radicais nas paredes da Catedral da Sé, em São Paulo, colocaram novamente o aborto em pauta – um tema tão imoral que nem sequer deveria admitir discussão. Por acaso se discute se negros devem ser escravos, se judeus devem ser exterminados ou se cristãos devem ser queimados vivos? Ou então se homossexuais devem ser castrados ou doentes mentais, sacrificados? Todas essas possibilidades soam tão fora do aceitável, nos dias de hoje, que sua mera menção num discurso público pode ocasionar a prisão e indiciamento de quem as sugerir. No entanto, os mesmos que vociferam pelas redes sociais e pela mídia quando leem um comentário que tacham de racista, sexista ou homofóbico são os que acham a coisa mais normal do mundo assassinar um bebê.

Nenhuma teoria racional consegue explicar a atração que essas pessoas têm pela morte de bebês inocentes. Historicamente, a humanidade evoluiu muito no respeito à vida. O comércio moderno de escravos, praticado em todo o continente americano, era a última fronteira bárbara que ainda nos impedia de dizer que entendemos realmente o que são os direitos básicos de um ser humano. O fim do século 19 assistiu à abolição da escravatura em todos os países americanos – o Brasil foi o último a fazê-lo – e alguém que estivesse a contemplar os registros históricos do homem poderia imaginar facilmente que o próximo século seria ímpar no respeito à vida, uma culminação evolutiva da nobreza humana. Infelizmente, o marxismo, o feminismo radical e a eugenia apareceram na face do planeta, e o século 20 ILUSTRA-Quintela-k9fD-U101983193110qVE-1024x1381@GP-Webtornou-se o mais sangrento e assassino de toda a história. Em nome de suas loucuras, esse triunvirato ceifou centenas de milhões de vidas.

Estamos em 2015, e há um consenso geral de que os extermínios ocorridos sob as mãos de loucos como Hitler, Mao e Stalin não podem se repetir, jamais – são uma mancha em nossa história. Mas os bebês continuam sendo assassinados diariamente, muitas vezes em clínicas tocadas com o dinheiro de impostos e a bênção do Estado. As feministas radicais lutam pelo direito de matá-los quando e como quiserem, enquanto a sociedade se sensibiliza com cachorrinhos maltratados e políticos se preocupam com o sofrimento dos gansos. Para defender seu direito sobre seu corpo, removem o componente divino da vida humana, rebaixando-a ao mesmo nível de outros animais e até mesmo vegetais; e assim são capazes de lamentar a morte de uma samambaia, mas não conseguem chorar por um feto esmagado ou intoxicado durante um aborto, que nada mais é do que uma sessão de tortura seguida de morte.

Escrevo este texto com um bebê ao meu lado. Continuo tentando traçar um caminho pelo qual meu pensamento consiga justificar a morte de um ser puro como esse. Vejo seu pequeno rosto, sua fragilidade, sua dependência, e vejo nele a maravilha de uma vida que acaba de começar. Tento de todas as formas pensar como um abortista, me colocar em seu lugar, mas simplesmente não consigo. Impedir uma vida de acontecer parece algo tão torpe, tão injusto e tão egoísta que sua mera sugestão me soa tão imoral quanto o Holocausto.

Em tempo, dezenas de voluntários, incluindo moradores de rua que ali costumam se abrigar, dedicaram seu tempo e esforços para limpar as pichações que as ativistas criminosas deixaram nas paredes externas da catedral. Com bastante trabalho conseguiram apagar as mensagens de ódio, não permitindo que aquele lugar se torne um símbolo duradouro da injustiça e do egoísmo. E, de quebra, ainda nos forneceram um quadro claro do que é a sociedade brasileira hoje: uma maioria de pessoas normais tentando limpar a sujeira de uma minoria de loucos.

O feminismo radical bloqueia o acesso à última ponte que separa a humanidade do respeito à vida. Precisamos atravessá-la e depois queimá-la, cientes de que o clamor desses milhões de vidas interrompidas ainda nos assombrará por muito tempo.


OPRESSÃO CONTRA ESQUERDISTAS. Até quando?

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Acostumamo-nos a ouvir esquerdistas dizendo que lutam contra a opressão, que buscam ter voz, fazer-se ouvir. Não há quem discorde da justiça dessa luta. Desde as séries iniciais, nossos mestres nos ensinam que o mundo oprime a esquerda de uma forma que nem os maiores mártires do início do cristianismo poderiam sonhar.

Pois, lendo sobre arquitetura no Brasil, deparei-me com Achillina Bo Bardi, nascida em 1914, na Itália, e aqui radicada após fugir do nazismo. Achillina era membro do Partido Comunista Italiano.

Aqui, integrou o grupo comuno-terrorista Aliança Libertadora Nacional (ALN). Nessa época, foi severamente oprimida com alguns bons dólares ao ser convidada para projetar as instalações do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.

Depois, foi perseguida duramente, sendo alvejada com mais dinheiro e holofotes: projetou a nova sede do MASP (aquele monstrengo elevado na Avenida Paulista) e o Sesc Pompéia -- este depois de "Lina" ser oprimida pelos poderosos políticos brasileiros, ao ser convidada pelo governador da Bahia, em 1958, a mudar-se para Salvador (ALL INCLUSIVE, é claro!) e dirigir o Museu de "Arte" Moderna.

Achillina Bo Bardi é apenas um exemplo, um testemunho da opressão histórica sofrida por esquerdistas no Brasil. Há décadas (antes, durante e depois do Regime Militar), artistas de esquerda são sufocados com incentivos governamentais, intelectuais de esquerda são obrigados a ocupar praticamente todos os postos nas cátedras universitárias e o mercado editorial insiste em constranger a esquerda publicando somente seus autores.

E quem financia tanta opressão? Quem paga por esses instrumentos de tortura? Obviamente, o conservador e retrógrado povo brasileiro, sobretudo sua classe média e seus empresários pagadores de impostos, esses monstros.
E ninguém fala nada! Até quando, meu Deus? Até quando!?

Na imagem, vemos um típico artista de esquerda sendo tipicamente oprimido em Paris.

A Confederação do pôquer e a morte do esporte

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O pôquer é um jogo em alta, possuindo grandes jogadores e vários famosos encabeçando os grandes patrocinadores, como o ex-jogador de futebol, Ronaldo. Em abril de 2010, a Federação Internacional dos Esportes da Mente (IMSA), acabou por reconhecer oficialmente o pôquer como um esporte mental. Isto significa dizer que ele se igualou, em questão de habilidade, a jogos como o xadrez, bridge e outros esportes que a IMSA reconhece.

Teríamos muitos motivos para comemorar este grande avanço, pois tal reconhecimento implicou em total licitude para se jogar e promover campeonatos de pôquer pelo Brasil. Já não seria um jogo de "azar", e sim de habilidade mental. Contudo, a Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) - Texas Hold'em é uma modalidade do pôquer -, naquele anseio de fazer as coisas aliadas ao governo e sonhando em vão que teria mais sucesso ao lado do Estado, lutou e conseguiu o "excelente" feito de convencer o Ministério do Esporte brasileiro a regulamentar o jogo por aqui, conforme noticiado pela Revista Exame. Sim, você leu certo: eles pediram por mais Estado.

Diz o texto da reportagem que "A regulamentação é briga antiga das confederações nacionais para que o círculo competitivo ganhe o mesmo apoio e credibilidade que qualquer esporte tem no país, gere confiança em investidores e atraia novos atletas para a formação de uma liga profissional. Desde 2011 há diálogos entre CBTH e governo para a criação de uma legislação". Um pensamento que dispensa maiores digressões, pois somente pessoas que não prezam pela liberdade, acreditam que quando um governo regula um exporte, ele será mais saudável e gerará maior riqueza - pode até gerar, mas será para o Estado.

É por estas e outras razões que Confederações, Sindicatos e outras tantas entidades, em vez de lutarem por maior autonomia, a fim de poderem gerir seus próprios negócios, preferem se aliar ao Estado e buscar guarida nele. Talvez façam isso por pressão ou medo, ou ainda porque não possuem o real entendimento do que significa ser guiado pelo Estado. Ou talvez, seja por maldade mesmo.

Ainda na reportagem citada, "o presidente da CBTH, Igor Trafane Federal, comemorou a decisão. 'O pôquer é uma atividade legal, mas precisa de um regulamento claro para crescer. Só assim poderemos atrair grandes empresas para investir', afirma. 'É algo que vai gerar receita para o governo, um plano de carreira ou regimento civil para os jogadores e dar suporte aos trabalhadores que ingressarem nesse segmento'".

E assim se nota que a liberdade, com tanta dificuldade conquistada, novamente se vai, prejudicando os amantes deste esporte, pois onde se lê que algo "vai gerar receita para o governo", pode se ter a certeza de que trará prejuízo ao participante.

As ideologias e a morte da razão na periferia

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“Tem mais racismo aqui, na Cuba comunista, do que nas piores partes do Mississipi”!

(Garland Grant, ex-membro dos Panteras Negras, preso em Cuba após sequestrar um avião, em 1971, nos EUA, e fugir para a Ilha do Dr. Castro).

Antes que a esquerda espalhasse suas narrativas vitimistas na periferia – por intermédio, sobretudo, das teorias europeias de Rousseau, Foucault, Bourdieuet caterva – e minasse completamente sua capacidade de autointerpretação e resistência, quem fornecia à juventude as lentes para a compreensão da realidade era basicamente o RAP. Para a minha geração (que nasceu na década de 1970), grupos como Racionais MC’s, Thaide e DJ Hum e DMN preenchiam aImaginação Moral dos garotos que, sem acesso aos Contos de Fadas, eram advertidos pelos insistentes apelos dos pais e das crônicas de Mano Brown, Ndee Naldinho etc. Era através do RAP que os jovens da periferia interpretavam sua própria realidade, e tal autointerpretação era quase sempre profética; quando não, divertida. E era isso que dava Sentido e Ordem a essa juventude. Meu contato com a realidade foi muito influenciado pela música e por todo um universo de valores que ela carregava. Tudo fazia sentido para mim quando eu ouvia que: “a mudança estará em nossa consciência, praticando nossos atos com coerência; e a consequência será o fim do próprio medo, pois quem gosta de nós, somos nós mesmos” (Brown).

O filósofo Eric Voegelin estava certo:

“Quem quer que tente interpretar de uma maneira noética e crítica a ordem do homem, da sociedade e da história verifica que, ao tempo desta tentativa, o campo já está ocupado por outras interpretações. Pois cada sociedade é constituída por uma autointerpretação de sua ordem, e é por isso que cada sociedade conhecida na história produz símbolos – míticos, revelatórios, apocalípticos, gnósticos, teológicos, ideológicos, e assim por diante – pelos quais expressa sua experiênciavoegelin_photode ordem. Chamo esses atos de autointerpretação encontrados na realidade política de ‘interpretações não noéticas’” […] “As interpretações não noéticas não apenas precedem as interpretações noéticas no tempo; mesmo depois do aparecimento destas últimas, elas permanecem a forma da autointerpretação da sociedade, que a tentativa noética sempre encontra, confrontando-a. Sociedades cuja autocompreensão constitutiva é noética não existem. A peculiaridade desse relacionamento sugere que as interpretações noéticas, por razões que serão examinadas posteriormente, podem funcionar como um corretivo ou suplemento para as interpretações não noéticas, mas não podem substituí-las”[1].

Ou seja, antes das interpretações acadêmicas (noéticas) fornecidas por pesquisadores militantes e suas ONG’s, a periferia já possuía um modo de autointerpretação (não-noética), e era necessário que essas interpretações noéticas fossem mediadas pela autointerpretação que lá estava anteriormente. Era essa autointerpretação que advertia o jovem da periferia a prestar atenção à sua condição e buscar melhorá-la apesar dos reveses: a polícia, o tráfico, o desemprego, a violência, o crime.

Fiz coro com os Racionais MC’s, advertindo os próprios negros:

“[…] Você não me escuta

Ou não entende o que eu falo

Procuro te dar um toque

E sou chamado de preto otário,

Atrasado, revoltadoracionais-holo

Pode crer

Estamos jogando com um baralho marcado

Não quero ser o mais certo

E sim um mano esperto

Não sei se você me entende, mas eu distingo o errado do certo.

(e mano se vai continuar com essas idéias aí? Tá me tirando? Dá licença)

A verdade é que enquanto eu reparo meus erros

Você sequer admite os seus.

Limitado é seu pensamento, você mesmo quer

Falar sobre mulher,

Seu principal passatempo,

O Dom Juan das vagabundas, eu lamento,

Vive contando vantagem se dizendo o tal

Mas simplesmente falta postura, QI suficiente.

Me diga alguma coisa que ainda não sei.

Malandros como você muitos finados contei.

Não sabe sequer dizer,

Veja só você!, o número de cor do seu próprio RG.

Então, Príncipe dos Burros, limitado!

Nesse exato momento foi coroado,

Diga qual a sua origem, quem é você?

Você não sabe responder.

Negro Limitado”.

Ou avaliando o efeito das drogas e do álcool na periferia:

“[…] Mas aí, se quiser se destruir está no lugar certo

Tem bebida e cocaína sempre por perto,

A cada esquina, 100, 200 metros:

Nem sempre é bom ser esperto.

Schmidt, Taurus, Rossi, Dreyer ou Campari,

Pronúncia agradável,

estrago inevitável,

Nomes estrangeiros que estão no nosso morro pra

matar (M. E. R. D. A.)

Como se fosse hoje ainda me lembro,

7 horas, sábado, 4 de Dezembro

Uma bala, uma moto, com 2 imbecis

Mataram nosso mano que fazia o morro mais feliz,

E indiretamente ainda faz,

mano Rogério esteja em paz

Vigiando lá de cima

A molecada do Parque Regina

[…]

Tô cansado dessa porra,

de toda essa bobagem,

Alcolismo, vingança, treta, malandragem.

Mãe angustiada, filho problemático

Famílias destruídas,

fins de semana trágicos.

O sistema quer isso

a molecada tem que aprender

Fim de semana no Parque Ipê”.

Ou ainda – quem diria?! – um sábio conselho de Netinho de Paula, hoje um político socialista cassado (em 2015) por infidelidade partidária:

“Pode crer, Racionais Mc’s e Negritude Junior juntos. Vamos investir em nósistoecombr_netinhomesmos, mantendo distância das drogas e do álcool. Aí rapaziada do Parque Ipê, Jd. São Luiz, Jd. Ingá, Parque Arariba, Váz de Lima, Morro do Piolho, Vale das Virtudes e Pirajussara. É isso aí mano Brown!”.

 

Isso, para um jovem pobre, era a crônica da periferia. Entre uma e outra palavra de ordem, um conselho, uma admoestação, um vaticínio.

Qual garoto negro da minha geração não se lembra da excelente “Mova-se”, do grupo DMN?

“[…] A moeda da sorte subiu e não desceu,

E a esperança que tinha diminuiu não cresceu,

O apogeu do nada,

Metralhadora sem bala,

Um boneco que fala após ter dado corda.

Não renasce mais a esperança,

São muitas portas fechadasDMN Cada Vez Mais Preto

Somente uma aberta,

Muito discreta dizendo quem vai, quem fica.

Hei! Eu não estou na lista!

Acredite nisso é uma prisão sem muro,

Onde o pão ainda é duro e nada é seguro

Se apoiar em quem se estamos sozinhos?

Eu não guardo segredo,

Eu vou mais além

Mova-se!”

Por fim, a advertência de LF (DMN) e Edy Rock (Racionais) na pesadíssima H. Aço:

“[…] Famílias inteiras estão caindo na vala,

perdendo a resistência

e o pesadelo não pára;

ser Homem de Aço é resistir,

não posso dar as costas se o problema mora aqui;

eu não vou fugir

nem fingir que não vi,

nem me distrair,

nenhum playboy paga pau vai rir de mim.

Tenho uma meta a seguir,

sou fruto daqui,

se for pra somar:

ei, mano, chega aí!

pra ser mais um braço,

um guerreiro arregaço,

contra o poder ser a pedra no sapato

sem marra, mentira, incerteza, sem falha,

um centroavante nessa grande batalha,

e no limite a humildade faça o seu espaço

pra ser também um H. Aço.”

Não se trata de gostar ou não de RAP, da letra ou da música; se é poesia ou não, se tem qualidade literária ou não. A questão aqui é perceber acd-athaliba-e-a-firma-13906-MLB164052830_5652-Oautointerpretação, o senso comum da periferia e sua capacidade de compreender qual era a sua responsabilidade e o que cabia ao Governo – ou até à elite. Não nos esqueçamos da excepcional Política (aqui), sucesso do grupo Athalyba e a Firma, altamente intelectualizada e mais que apropriada para o momento brasileiro atual.

Quando essa autointerpretação foi substituída sumariamente por teses que não nasceram na periferia, mas em gabinetes confortáveis de Universidades renomadas, por gente que só conhece a pobreza de ouvir falar, lugares-comuns com “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, ou que todo sistema de educação é político e repressivo, ou, ainda, que existe um racismo da inteligência perpetrado pela classe dominante a fim de subjugar os pretos-e-pobres, a capacidade de compreensão da periferia é destruída e substituída por ideologias[1]. Some-se a isso o ocaso da Educação, a explosão do analfabetismo funcional, e duas gerações de jovens completamente incapazes de compreender as complexidades da vida [falo como professor], e temos a fórmula mágica para a formação de uma militância cega, pronta para obedecer fielmente ao primeiro que ousar escravizar suas mentes.

 

roufoubour

Lembrando que: ser livre é, antes de tudo, resistir ao desejo de obedecer alguém somente para não ser responsável pelos próprios atos. A liberdade é, antes de tudo, liberdade de consciência.

E o fato do RAP também ter mudado ao longo dos anos é um sinal claro da4ee366171926bddc5fa83b8b1fef084d.500x553x1influência ideológica que sofreu (RAP sobre Marighella?!). Não que não tivesse, desde o começo, um apelo, digamos, socialista, mas penso que era algo um tanto insipiente. Hoje é comum vermos rappers enaltecendo Che Guevara, que desprezava os negros, e cujo regime que ajudou a construir já teve (se é que ainda não tem) 85% de negros entre seus presos políticos. O etnólogo cubano Carlos Moore que nos diga.

Como diz o economista americano Thomas Sowell, o socialismo não resiste a três perguntas básicas – e por isso mesmo é incapaz de ajudar os pretos-e-pobres:sowell

  1. Comparar com o quê?
  2. A que custo?
  3. Que prova concreta tens?

Enquanto a periferia não voltar a ser dona de seu próprio destino – pois o Poder Público só finge ajudar para angariar seus votos na base da demagogia –, os negros, os pobres, os ricos, enfim, os brasileiros serão cada vez mais divididos em classes manipuláveis e cada vez menos terão condições de resistir e buscar soluções para seus próprios problemas.

Se há um pedido que a periferia deve fazer ao Estado e aos Movimentos Sociais a ele ligados, esse é: devolvam-nos a tão sonhada LIBERDADE!

Paulo Cruz

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[1] O termo ideologia foi cunhado na época de Napoleão Bonaparte (1769-1821). Antoine-Louis-Claude Destutt de Tracy  (1754-1836) , o autor de Les Elements D’Ideologie [Os Elementos da Ideologia], era um “metafísico abstrato” do tipo que, desde então, se tornou comum na margem esquerda do Sena, um ponto de encontro para ideólogos incipientes, entre os quais, em décadas recentes, o famoso libertador  Kampuchea Democrático, Pol Pot (1928-1998). […] Napoleão desprezou os ideólogos ao observar que o mundo não é governado por ideias abstratas, mas pela imaginação. […] A ideologia torna impossível o compromisso político […]. Quando o fanatismo ideológico rejeita qualquer solução conciliatória, os fracos vão para o paredão. As atrocidades ideológicas do “Terceiro Mundo”, nas últimas décadas, ilustram o ponto: os massacres políticos no Congo, Timor Guiné Equatorial, Chade, Camboja, Uganda, Iêmen, El Salvador, Afeganistão e Somália. […] As ideologias são acometidas de um feroz facciosismo, na base do princípio da fraternidade – ou morte. As revoluções devoram os seus filhos. Por outro lado, o políticos prudentes, rejeitando a ilusão de uma verdade política absoluta, diante da qual todo cidadão deve se curvar, entendem que as estruturas políticas e econômicas não são meros produtos de uma teoria, a serem erigidos num dia e demolidos no outro; pelo contrário, instituições sociais se desenvolvem ao longo dos séculos, como se fossem orgânicas. O reformador radical, proclamando-se onisciente, derruba todos os rivais para chegar mais rapidamente ao Paraíso Terreno. (KIRK, Russell. A Política da Prudência. É Realizações, 2013, pp. 92-93;98. Tradução: Márcia Xavier de Brito).

[1] VOEGELIN, Eric. “Anamnese – Da teoria da História e da Política”. É Realizações, 2009, p. 427. Tradução: Elpídio Fonseca.

A REAÇÃO: VENEZUELA IMPÕE GRANDE DERROTA AOS COMUNISTAS

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A oposição venezuelana conquistou a maioria dos lugares da Assembleia Nacional nas eleições legislativas deste domingo. O resultado representa uma grande derrota para o partido socialista, que comanda o país há quase 17 anos, desde a chegada de Hugo Chávez à liderança do governo nacional. Os opositores vão ocupar pelo menos 99 das 167 cadeiras do parlamento, segundo anunciou a presidente do Conselho Eleitoral Nacional, Tibisay Lucena. Os socialistas ficaram com 46 assentos, enquanto os demais permanecem em apuração.

Essa é a primeira vez em que a coalizão opositora consegue uma maioria no Parlamento desde que este foi criado, com a nova Constituição de 1999. A vitória da oposição permite à coligação designar a junta diretiva da Câmara, que tomará posse em 5 de janeiro de 2016, e da qual nunca fez parte.

Entre outras coisas, coligação têm a possibilidade de aprovar uma lei de anistia que extinga a responsabilidade penal que pesa sobre vários opositores presos, entre eles o líder da oposição, Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão.

Primeiro, a vitória de Mauricio Macri na Argentina, derrotando o candidato de Kirchner e levando o país de volta ao centro, após mais de uma década de intervencionismo esquerdista, que destruiu a economia e inúmeras liberdades. Agora, a Venezuela, que muitos já consideravam um caso perdido, consegue impor grande e importante derrota aos chavistas, a despeito de toda a truculência, intimidação e abuso da máquina estatal por parte de Maduro.

Há esperança! Os latino-americanos vão mostrando que estão esgotados de tanta corrupção e incompetência, de tanto autoritarismo e populismo, e reagem, apesar de todos os obstáculos. Enquanto isso, há quem seja totalmente insensível ao desespero da população e se alinhe aos tiranetes comunistas. É o caso do PT, e também do PSOL, que emitiu uma nota oficial de apoio a Maduro.

Mas a esquerda totalitária não passará! A força do povo é maior. Queremos liberdade! Queremos prosperidade! E, por isso, rejeitamos o bolivarianismo, o “socialismo do século XXI”, o comunismo sob o manto que for. Que essa gentalha vá para a Cuba que lhe pariu!

Não a deixaremos ir embora! Nem mesmo na Venezuela, onde a luta será bem mais árdua para recuperá-la. A liberdade é nosso maior valor, e a esquerda não vai usurpá-la de nós. Não mais!

No Brasil, a luta começa agora, pelo impeachment de Dilma, que só irá ocorrer se houver muita pressão nas ruas.

Rodrigo Constantino

A MEGALOMANIA DOS SOCIALISTAS

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Socialistas adoram coisas grandes. Sempre vangloriaram a quantidade em detrimento da qualidade. Comemoram a inclusão de pessoas em programas sociais ressaltando os milhões que aderem em detrimento daqueles que, por mérito próprio, deixaram as bolsas do governo de lado. A foto da presidente Dilma com os “mais de 30 juristas” contrários ao processo de impeachment demonstra exatamente isso. Não fosse o fato de que foram necessários trinta entendedores de Direito para refutar os argumentos de dois, seria cômico.

As hipérboles socialistas também aparecem nas narrativas e nos títulos de seus programas de governo: UNIÃO das repúblicas socialistas soviéticas, pátria GRANDE, NUNCA ANTES NA HISTÓRIA desse país, o MAIOR programa de habitação do mundo e por aí vai.

Mas por que isso é comum no discurso socialista? Porque eles adoram a maioria, as massas cegas, a boiada, a alienação e a “zumbização” do povo. Acreditam que os recursos são infinitos, que sempre vão agradar a maioria e, por isso, são invencíveis.

Ocorre que a realidade é bem diferente da lupa marxista. No dia 1º de novembro de 2014, cerca de mil pessoas se reuniram no vão do MASP para protestar contra o governo petista. A ousadia tomou conta de outras cidades e ao longo dos próximos meses a insatisfação com a presidente crescia cada vez mais. No dia 15 de março de 2015, o país vivenciou, aí sim, a MAIOR manifestação popular de sua história.

Grupos civis organizados pelo Brasil conseguiram pautar o debate político em Brasília. O dinheiro do governo federal, arrecadado por extorsões tributárias, chegou ao fim. O impeachment deixou de ser uma ideia radical e “golpista” para se tornar uma ideia popular e constitucional. O bolivarianismo começa a desmoronar na América Latina. E o neo-socialismo sul-americano, que era para ser algo grande e poderoso, começa a ser percebido como algo elitista e corrupto.

Tal como a fábula dos filisteus, os pequenos vão vencer os grandes. Pessoas organizadas, sem o poderio econômico do PT, seus sindicatos e linhas auxiliares, armadas apenas com boas idéias e argumentos lógicos, estão derrotando o gigante Leviatã. Que assim seja.

No parlamentarismo, governos que não governam acabam caindo

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A insatisfação de todo o Brasil com o Governo é visível e indiscutível. A esquerda que hoje ainda tenta defender o Governo Dilma do impeachment, através do frame político “impeachment é golpe”, não está interessado em outra coisa senão em cargos, comissões e negócios. Dentro da visão esquerdista pragmática, mas ética, o PT também não os representa, afinal, não faz gestão participativa, cria corporocracia, faz negócios obscuros e se interessa pouco por gestão microeconômica (nesse caso, graças a Deus). Em suma, ninguém sério, seja de que espectro político for, defende essa gangue.

No entanto, cada vez mais os principais apaniguados do Governo continuam reverberando com certo sucesso o frame político supra citado. Primeiro porque a classe artística e esportiva brasileira é abastecida por recursos da população, e depois porque o PT realmente possui uma militância muito aguerrida.

Não creio que esse discurso vai colar, mas a resistência à queda do Governo petista está realmente atrasando o trabalho de recuperação do país. Essa resistência é economicamente irracional.

O plano de governo do Vice-Presidente, apresentado pela Fundação Ulisses Guimarães, chamado “Ponte para o Futuro”, de cunho liberal, já é um sucesso entre o empresariado nacional. Cada vez que qualquer movimentação pró-impeachment é bem sucedida, a bolsa sobe, o dólar desce e os mercados se estabilizam. Não há mais freio para a gastança pública, com projeção de déficit nominal, apenas em 2015, de meio trilhão de reais. Inflação em dois dígitos. Aumentos da carga tributária para além de 40% do PIB. Exportações estagnadas mesmo com desvalorização cambial extrema. Economia deixando o patamar da recessão e entrando em depressão. Se fôssemos listar os problemas econômicos, faltaria espaço no blog.

Sobre a ótica jurídica, a Operação Lava-Jato já enviou ao TSE provas de que dinheiro público sustentou a campanha presidencial da Dilma em 2014. O TCU já declarou que a presidente, com as pedaladas fiscais, cometeu crime de responsabilidade.

Do ponto de vista político, resta claro que não existe mais sustentação no Congresso. O Governo perde votações simples, e o Dep. Ricardo Berzoini, quando da questão da votação das chapas que conduziriam o processo de impeachment, declarou que se o Governo não conseguisse aprovar a sua chapa, era sinal de que, mesmo que não ocorresse o impeachment, não haveria mais clima institucional de continuação do Governo.

Então por que a demora para se resolver, de uma vez por todas, essa questão que tem implicações políticas, econômicas e jurídicas que lastreiam uma decisão pró-impeachment?

Porque as instituições políticas brasileiras tem uma lógica burocrática, fruto da escolha do presidencialismo como sistema de governo.

O presidencialismo é um sistema de governo onde o Presidente exerce o poder executivo e o parlamento o poder legislativo, de maneira separada (o grau de separação depende do país). Nesse tipo de sistema, um Presidente possui, em regra, um grande poder administrativo, e há uma clara escolha pela estabilidade dos processos políticos, só havendo a possibilidade de destituição do Presidente em casos extremos.

No parlamentarismo, o poder executivo também é exercido pelo parlamento, através de um gabinete liderado pelo Primeiro-Ministro. Como ele é intrinsecamente ligado à sua base política, caso o gabinete já não seja mais apto a exercer a liderança nacional, vota-se uma moção de desconfiança simples, e o gabinete é afastado. Convoca-se novas eleições e o povo escolhe novos representantes. O processo político é mais instável, no entanto, os maus governos podem ser destituídos com maior rapidez e eficiência, quando já não mais traduzem a vontade popular.

Ironia das ironias, em um país como o Brasil, onde quase 90% da população já deixou claro em pesquisa que não quer mais ver Dilma Presidente do Brasil, continuamos aturando a nossa estocadora de ventos particular, fazendo com que o presidencialismo, que é um sistema que supostamente traz mais estabilidade política, se torne o causador direto da manutenção dessa intolerável instabilidade.

Precisamos, após essa tempestade e a queda do PT, refletir se o sistema presidencialista de coalizão do Brasil, sustentado por mensalões, petrolões e jetons, deve ser mantido, ou se poderemos finalmente mudar para o sistema político que efetivamente funciona em mais de 90% do mundo civilizado. E que não venham falar que, nesse modelo, Cunha seria o chefe da nação, pois é justamente em presidencialismos de coalizão, que figuras que negociam com cargos e influência chegam a esse nível de poder.

Por que tudo é mais caro e mais lento no Brasil?

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Quer saber por que tudo no Brasil é mais caro e mais lento?

Então você deve assistir este vídeo de Roberto Motta.

 


Confissões de um ex-esquerdista

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Artigo publicado na Gazeta do Povo , seção Opinião, coluna Paulo Briquet, em 18 de dezembro de 2015.

 

Confesso que acreditava na revolução socialista como futuro da humanidade. Todos os meios estavam relacionados a esse fim.

Confesso que não via o roubo necessariamente como um mal. Se o dinheiro fosse desviado em nome da causa, tudo bem. Roubar dos ricos (patrões) para dar aos pobres (esquerdistas) era aceitável. Nunca roubei nada, por não levar o mínimo jeito para a coisa, mas pensava assim.

Confesso que não acreditava em Deus e, se Deus não existia, tudo era permitido, desde que contribuísse para a emancipação da humanidade.

Confesso que não acreditava em fidelidade conjugal. Todas as regras morais eram mecanismos de controle impostos pela sociedade burguesa. Se tinha a chance de ser feliz com várias mulheres, por que não?

Confesso que não gostava de empresários. Não aceitava a ideia de que uma empresa fosse criada para ser rentável. O lucro me parecia algo essencialmente imoral.

Confesso que participei de vários linchamentos morais, um deles contra um amigo.

Confesso que, se fosse necessário para o bem da revolução, trairia qualquer amigo.

Participei de vários linchamentos morais, um deles contra um amigo

Confesso que não acreditava em verdades absolutas. Portanto, a mentira inúmeras vezes era um dever.

Confesso que morria de medo de ser desmascarado e humilhado em público. No fundo, eu me considerava uma farsa. E era.

Confesso que odiava o povo. Afinal, se a revolução traria tantos benefícios, por que os pobres continuavam votando em candidatos “da direita”?

Confesso que odiava especialmente os bem-sucedidos e gostaria de vê-los despojados de todos os confortos, luxos e facilidades. A inveja era meu oxigênio.

Confesso que via todos os assassinos e marginais como vítimas da sociedade. Os verdadeiros heróis eram os bandidos.

Confesso que vivia mergulhado em depressão, vício e rancor. O medo era meu principal companheiro.

Confesso que a minhas únicas consolações eram a música e a literatura. Mas não conseguia encontrar a alegria nem mesmo nas obras-primas de Bach e Tolstoi.

Confesso que a conquista do poder e o suposto “bem da coletividade” eram muito mais importantes do que o destino dos indivíduos. Minha vida era uma convenção coletiva sem fim.

Confesso que não afastava a hipótese de eliminar fisicamente aqueles que se pusessem no caminho da revolução.

Confesso que tinha medo de morrer, mas principalmente de sofrer.

Então, um dia, aos 30 anos de idade descobri que (continuar lendo)

9 MOTIVOS PARA A GASOLINA SER TÃO CARA NO BRASIL

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Com o preço médio da gasolina acima de R$ 3,50 na maior parte do país, e chegando a R$ 4,51 em algumas localidades(dependendo do tipo da gasolina escolhida) — e tudo isso justamente em um momentoem que o preço da gasolina está em queda no resto do mundo —, a conclusão é que há muito governo em cada litro da gasolina brasileira.

No entanto, tudo isso é ainda muito pior do que parece.

Embora as principais intervenções diretas do governo sejam claras e visíveis a todos — o retorno da CIDE e a decisão da Petrobras de aumentar o preço para refazer seu caixa, esfacelado pela corrupção —, há também outras intervenções que o cidadão comum não consegue visualizar, mas que são ainda mais deletérias do que essas duas intervenções explícitas do governo.

A seguir, uma lista das 9 principais contribuições do governo brasileiro para o preço e para a qualidade da nossa gasolina:

1) O mercado de combustíveis no Brasil está longe de ser um genuíno mercado.  Há uma vasta e complexa rede de subsídios, obrigações e proibições.

O setor energético é certamente um dos mais regulados da economia brasileira.  Começa pelo fato de a Petrobras deter um monopólio prático da extração de petróleo.  Após mais de 40 anos de monopólio jurídico (quebrado apenas em 1997), a Petrobras já se apossou das melhores jazidas do país.  Nem tem como alguém concorrer.  É como você chegar atrasado ao cinema: os melhores assentos já foram tomados, e você terá de se contentar com os piores.

Depois da Petrobras, vem a ANP (Agência Nacional de Petróleo), cuja função autoproclamada é a de fiscalizar todo o setor petrolífero brasileiro, inclusive os setores de comercialização de petróleo e seus derivados, e o de abastecimento.

A ANP é uma burocracia enorme que possui, além de sua diretoria, uma secretaria executiva, 15 superintendências, 5 coordenadorias, 3 núcleos (Segurança Operacional, Fiscalização da Produção de Petróleo e Gás Natural, e Núcleo de Informática) e 3 centros (Relações com o Consumidor, Centro de Documentação e Informação, e Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas).

Além da Petrobras e da ANP, que regula tudo que diz respeito ao setor, há toda uma cornucópia de regulamentações ambientais, trabalhistas e de segurança que fazem com que abrir um posto de combustíveis seja uma atividade quase que restrita aos ricos — ou a pessoas que possuem contatos junto ao governo.  Livre concorrência nesta área nunca existiu.

2) Há toda a carga tributária.  Como anualmente demonstrado pelo IMB no Dia da Liberdade de Impostos, caso todos os impostos sobre a gasolina (PIS, Cofins, CIDE e ICMS) fossem abolidos, o preço do litro, hoje, cairia 53%, que é exatamente a carga tributária desses impostos que incidem sobre a gasolina.

Uma carga tributária tão voraz como esta incidindo sobre os preços estimula a criação de todos os tipos de métodos burlescos que possibilitem a obtenção de um máximo de receitas através do menor volume possível de vendas do produto real — daí os recorrentes casos de gasolina batizada, por exemplo.

3) Uma fatia do caríssimo preço da gasolina é utilizada pelo governo para subsidiar o preço do diesel.  O argumento é que o diesel é um "combustível social" por ser utilizado no transporte público e no transporte de cargas.

Os empresários donos de concessões de ônibus e de transportadoras agradecem.

4) Por conta desse subsídio ao óleo diesel, é proibida a circulação de carros de passeio movidos a diesel no Brasil.  Quem já foi à Europa sabe que veículos de passeio a diesel não apenas são muito comuns por lá, como já estão se tornando a maioria.

No Brasil, os únicos automóveis que podem utilizar o diesel são aqueles vistosos utilitários, de propriedade apenas dos mais ricos.  Justamente por serem considerados "veículos utilitários", e não veículos de passeio, eles têm esse privilégio.

Os fazendeiros e os ricaços, que podem andar com combustível subsidiado pelo povo, agradecem o suado esforço da boiada.

5) A gasolina no Brasil vinha com 25% de álcool.  Agora, por determinação do governo, esse percentual foielevado para 27%.  O que isso significa?

5.1) Em primeiro lugar, maior consumo.  Quanto maior o volume de álcool na gasolina, maior é o consumo, pois o álcool possui menos poder calorífico em relação à gasolina. Isso faz com que seja necessária uma maior quantidade de combustível para que o motor realize o mesmo trabalho.  Ou seja, seu carro consumirá mais e você terá de reabastecer com mais frequência.  Prepare seu bolso.

5.2) O álcool é péssimo para o motor, pois é corrosivo. Isso afeta tanto a bomba de combustível do carro quanto a vida útil dos componentes do sistema de injeção.  Mais álcool, mais estrago.

5.3) Os motores a gasolina não foram calibrados para tamanho teor de álcool, e nenhuma pesquisa de campo concluiu que os microprocessadores da injeção eletrônica têm a capacidade de processar uma mistura contendo mais de 25% de álcool para chegar a uma mistura ar-combustível ideal.  Consequentemente, haverá a tendência de a mistura ar-combustível ficar mais pobre, gerando redução de potência e hesitações sob aceleração.  Haverá mais emoção a cada ultrapassagem.

5.4) Se você quiser continuar comprando gasolina com "apenas" 25% de álcool, você terá de desembolsar mais para comprar a gasolina Premium, que não foi agraciada com essa resolução do governo.  Seu litro custa bem acima de R$ 4 na maioria das cidades brasileiras.

5.5) Utilizar essa nova gasolina com 27% de álcool em motores anteriores a 2003 será um risco, pois as peças desses motores não foram fabricadas para suportar esse ataque químico.  Lindamente, a ANFAVEA apenas pede que os proprietários desses carros paguem mais de R$4 pelo litro da gasolina Premium.

5.6)  Moramos em um país no qual, se um dono de posto resolver vender gasolina pura, ele será preso por falsificação de combustíveis.

6) Como consequência disso tudo, no Brasil, todo proprietário de veículo de passeio, de um simples Corsa até o Fusion, é obrigado a colocar álcool no seu carro. Trata-se de um dos maiores mercados cativos para um produto do mundo.

Lembrem-se disso sempre que virem reportagens sobre usineiros reclamando que as coisas não vão bem e que precisam de mais dinheiro do BNDES.

7) Uma lei aprovada em janeiro do ano 2000 (Lei nº 9.956/2000) proíbe o funcionamento de bombas automáticas em postos de gasolina.  Uma bela forma de iniciar o terceiro milênio, não? Tanto na Europa quanto nos EUA não existem frentistas.  No Brasil, o governo tornou essa profissão obrigatória (assim como trocador de ônibus), o que só encarece os custos de se ter um posto de combustível.

Mas pensemos pelo lado positivo: ainda bem que esses gênios não legislavam nos anos 1950.  Eles teriam proibido as colheitadeiras em nome da preservação do emprego.

8) A tudo isso acrescente toda a legislação trabalhista, urbanística e ambiental, que impede o surgimento de novos postos de gasolina para aumentar a concorrência, e encarece as operações daqueles já existentes.

9) Nos EUA, cujo setor petrolífero é dominado por empresas privadas "malvadas e gananciosas", o preço da gasolina caiu e voltou ao mesmo valor nominal de dez anos atrás.  Hoje, um litro de gasolina nos EUA está custando, em média, R$ 1,90.  Já no Brasil, cujo setor petrolífero é controlado por uma estatal que ama os pobres, o preço da gasolina está hoje no maior valor da história do real, chegando a R$ 4 em algumas localidades.

Sinceramente, qualquer que seja o preço do combustível, trata-se de uma gigantesca fraude.  E vamos continuar aceitando.

bh-vista-direita-corrupcao

Conselhos para Dilma

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Artigo publicado na Gazeta do Povo de Curitiba, seção Opinião, coluna Flavio Quintela, em 31 de dezembro de 2015.

Pensei muito sobre o que escrever na última coluna de 2015. Pensei em ignorar o tema óbvio de fim de ano e introduzir um assunto completamente diverso das retrospectivas e análises tão comuns desta época. Não consegui – parece que a proximidade com o fim de um ciclo traz consigo a necessidade de relembrar o que aconteceu, reforçar o que deu certo e aprender com o que deu errado.

Sendo assim, preparei uma lista de sugestões para a presidente da República, já que os erros dela são os que afetam mais gente ao mesmo tempo.

Para Dilma Rousseff:

dilma-óculosNão confie mais no Lula – eu sei que foi ele que a colocou aí na Presidência, e que sem ele você não seria nada além de uma empresária mal sucedida do 1,99. Mas o fato é que ele não gosta de você de verdade. Se ainda não percebeu, ele passou a jogar contra você. Na verdade, ele nunca jogou a favor – Lula é o tipo de pessoa que só faz as coisas por interesse próprio, um grande egoísta. Faça como os brasileiros de caráter e evite esse tipo de amizade. Não faz bem andar por aí na companhia de gente desse tipo.

Não escolha novos ministros do STF – suas escolhas são muito ruins. Sei que lhe parecem boas, mas você tem de entender que o que é bom para você geralmente é ruim para os brasileiros. Evite escolher novos ministros no futuro. Quando chegar a hora de escolher algum, invente alguma história, diga que está com dor de barriga ou que sua avó morreu. Faça o que for preciso para não cometer esse erro de novo.

Não escolha ministros de governo – quem não sabe escolher para o STF também não sabe escolher para o governo. É hora de se conformar com isso e deixar esse tipo de decisão para pessoas competentes. Tudo bem, sei que vai dizer que não tem ninguém competente em seu governo para tomar essas decisões. Mesmo assim, é melhor não decidir nada do que decidir errado.

Não fale mais em público – você não tem capacidade para discursar, muito menos de improviso. Evite entrevistas, aparições em eventos, palanques, púlpitos, microfones, câmeras de televisão e situações similares. Quando sentir aquela necessidade incontrolável de falar sobre coisas sem sentido como a importância da mandioca e os cachorros ocultos, tampe os dois ouvidos com os dedos e repita, baixinho, “mandioca, cachorro, mandioca, cachorro, mandioca, cachorro” até passar a vontade.

Não se comunique – toda vez que você usa telefone, e-mail, correio, WhatsApp, bilhetinho, Skype ou sinais de fumaça, alguma coisa ruim acontece. Evite se comunicar. Pense na possibilidade de uma temporada monástica no Himalaia, uma experiência única em que você poderia aprender a comunicar-se consigo mesma e a crescer interiormente. Lembre-se de que esse tipo de experiência não costuma funcionar a menos que dure quatro ou cinco anos. É importante ter perseverança nessas horas e não desistir. Na dúvida, rasgue o passaporte.

Não assine mais nada – tudo o que você assinou prejudicou os brasileiros e piorou suas vidas. Evite canetas, lápis, carimbos, teclados, mouses e outros dispositivos que possam transformar o que lhe vem à mente em ações concretas. Se colocarem algo em sua frente para assinar, finja que não viu, derrame café em cima da folha ou faça aviõezinhos e jogue-os pela janela. Só não assine nada.

Não presida mais nada – sua experiência presidindo as coisas só causou… (clique aqui para acessar o restante do artigo na página do jornal).

Flavio Quintela é escritor, jornalista e tradutor. É autor dos livros “Mentiram (e muito) para mim” e Mentiram para mim sobre o desarmamento”.

Liberdade ou bala

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Artigo publicado na Gazeta do Povo de Curitiba, seção Opinião, coluna Flavio Quintela, em 17 de dezembro de 2015.

constitution_gun“Uma milícia bem regulada, sendo necessária à segurança de um Estado livre, o direito das pessoas de possuir e carregar armas não deve ser infringido”, diz a Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos. Os primeiros legisladores americanos tinham uma noção bem clara de quanto pode ser perigoso dar poder ao Estado. Embora a maioria das pessoas tenha a ideia de que o direito de possuir e portar armas serve unicamente para a defesa própria, a grande contribuição desse direito para a liberdade de uma nação consiste justamente em deixar nas mãos do povo a capacidade de resposta armada em caso de um governo despótico. A história já deu muitas provas de que o maior temor dos ditadores são os cidadãos armados. Hitler, Stalin, Fidel, Chávez – todos fizeram exatamente a mesma coisa: conduziram programas extensivos de desarmamento da população, seguidos do domínio autoritário sem resistência.

A Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos tem sido a grande trincheira de defesa da liberdade disponível ao povo americano. Barack Obama é o mais antiamericano de todos os presidentes, e exibe sua agenda desarmamentista em público cada vez que um incidente com armas ocupa a mídia. Qualquer tiroteio é a deixa para que Obama desfie seu discurso liberticida e tente empurrar medidas de restrição e proibição relativas ao armamento de civis. Mas, em se tratando do povo americano, a reação costuma ser bastante diversa do que se vê no Brasil. Deixarei mais claro com dois exemplos.

Os últimos três presidentes brasileiros empenharam-se em passar leis de controle sobre armas, as quais jogaram dezenas de milhares de proprietários de armas na ilegalidade – ao mudar critérios e condições para a obtenção e manutenção de uma licença, as novas leis transformaram de imediato esses cidadãos de bem em “criminosos”. A solução escolhida pela maioria dos brasileiros foi entregar suas armas de fogo nas incontáveis campanhas promovidas em todas as esferas do governo e assistir, inermes, aos rolos compressores passando por cima de revólveres, pistolas, fuzis, espingardas e, por que não dizer, de sua liberdade.

Trago o leitor agora para a realidade americana. O ano é 2015, o mês é novembro. Depois dos atentados de Paris e de San Bernardino, Barack Obama fala em público diversas vezes sobre o controle de armas, deixando clara sua intenção de desarmar o povo americano – um povo que tem em suas mãos algo próximo a 350 milhões de armas de fogo. Com o feriado de Ação de Graças se aproximando, todo o comércio se prepara para a grande liquidação do ano, a Black Friday. O americano típico, aquele que desconfia do Estado e prefere se prevenir do que lamentar, ao ver que o presidente da república pretende lhe tirar a liberdade, vai até a loja mais próxima, aproveita os descontos e arma-se mais ainda. A mensagem é bem clara: você pode tentar me tirar esse direito, mas eu terei como lutar por ele; você pode tentar me tirar a liberdade, mas terá de ser por cima de meu cadáver armado até os dentes.

Não afirmo isso sem dados. Em conversa com um executivo de uma das maiores redes de lojas de armamento dos Estados Unidos, recebo a informação de que a última Black Friday foi recorde: suas 152 lojas venderam mais de… (clique aqui para acessar o restante do artigo na página do jornal).

FIFA APAGA JESUS EM NOME DA “TOLERÂNCIA”

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Por Rodrigo Constantino - http://rodrigoconstantino.com/artigos/fifa-apaga-jesus-em-nome-da-tolerancia/

FIFA, sem qualquer pudor, simplesmente retirou a frase “100% Jesus” da faixa na cabeça do Neymar. O motivo foi nobre: tiraram por respeito. A grande questão é saber se a FIFA respeita os cristãos, se respeita a fé do Neymar.

Sabemos que o problema de fundo é a islamização do Europa. Então, se a frase fosse Allahu Akbar, a FIFA manteria, por delicado respeito aos muçulmanos. A FIFA abraçou a causa do secularismo Iluminista e do “rabinho entre as pernas” para o mundo árabe. No entanto, a FIFA teve de ficar calada quando Wendell Lira, no discurso da entrega do prêmio por seu belíssimo gol, citou a Bíblia.

Embora a experiência de fé seja de natureza profundamente privada, o direito de manifestá-la em público deve ser inalienável. Não tem essa de que sua fé deve ser assunto de foro íntimo e, por conta disso, não poder ser expressa publicamente.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=054PZ1T6uew
Mais informações: http://www.acidigital.com/noticias/video-fifa-censura-jesus-na-entrega-da-bola-de-ouro-11208/

O caso, absurdo, nos remete ao duplo padrão dos “progressistas”, que se mostram os mais tolerantes possíveis com todas as “minorias”, enquanto destilam sua intolerância aos “homens brancos cristãos ou judeus”. É a intolerância dos “tolerantes”, que foi tema de um ótimo livro do teólogo canadense D.A. Carson, que resenhei para minha coluna do GLOBO. Um livro fundamental para compreender os riscos atuais dessa “tolerância” toda de fachada.

É um caso muito sério! Expõe o duplo padrão da turma. Atacar judeus e cristãos pode, mas ai de quem falar qualquer coisa de alguma “minoria”… Se fosse “100% Maomé”, a faixa do jogador não seria apagada na imagem, pois isso seria visto como intolerância aos muçulmanos e “islamofobia” até. Mas Jesus pode ser apagado sem problema, afinal, está do lado “opressor”. Essa “marcha dos oprimidos” é simplesmente o tema mais relevante da era moderna, em minha opinião. A FIFA deveria focar mais em seus escândalos de corrupção e deixar Jesus em paz, mas a pressão “progressista” é forte e organizada demais para ser ignorada.

É por aí que vão acabar conseguindo destruir a civilização ocidental, se não houver uma reação mais firme logo. E reação firme está difícil com essas “almas sensíveis” no próprio Ocidente, achando que o ápice da liberdade é o direito de eliminar fetos humanos, se drogar, enfiar um crucifixo no ânus em praça pública na frente de senhoras e crianças ou transformar bacanal em família. Os “progressistas” perderam mesmo a noção do perigo, e essa ditadura do politicamente correto é o grande inimigo a ser derrotado, antes do combate aos demais inimigos. São os bárbaros dentro do portão que facilitam a entrada dos bárbaros de fora.

PAREM COM O PRECONCEITO CONTRA LEONARDO DICAPRIO

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Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal

A bola da vez na instrumentalização política do conceito de raças pela esquerda está sendo a cerimônia do Oscar, que teve nomeados para 2016 predominantemente brancos.

A Academia do Cinema é presidida por uma mulher negra de esquerda, e Hollywood é conhecido como um centro de irradiação de cultura integracional.

De fato, a figura icônica de Sidney Poitier é uma referência na luta contra o racismo. A Academia se antecipou em alguns anos ao debate sobre direitos civis ao conceder o Oscar para o grande ator negro da sua geração, ainda no ano de 1964. Não custa lembrar, o movimento de direitos civis para negros se intensifica e chega ao clímax nos EUA em 1968, e Hollywood foi fundamental como instrumento de debates.

Tanto é que, logo após a vitória, Poitier fez vários filmes, e de muito sucesso, exatamente sobre a temática do racismo nos EUA.

Podemos citar, dentre os ganhadores do Oscar, vários atores e atrizes negros: o próprio Poitier, Denzel Washington, Jamie Foxx, Forest Whitaker, Louis Gossett Jr, Cuba Gooding Jr, Halle Berry, Whoopi Goldberg, Jennifer Hudson, Mo’nique, Octavia Spencer, e Lupita Nyong’o.

São muitos indivíduos que fizeram por merecer seus prêmios sem apelar para estereótipos e vitimizações. Talvez indivíduos de etnia oriental poderiam reclamar de preconceito, mas mesmo esses povos já tiveram representantes dentre os ganhadores, como Ben Kingsley e Haing Ngor.

Criar uma suposta conspiração branca racista dentro de uma atividade cultural que sempre apoiou a integração de negros e brancos nos EUA apenas expõe os interesses escusos dessa agenda esquerdista verdadeiramente segregatória de dividir as pessoas de acordo com a cor da sua pele.

Talvez esteja na hora mesmo de acabarem com o preconceito com Leonardo DiCaprio, um dos maiores atores dos últimos 20 anos, e que nunca ganhou uma estatueta. Ele não sabe nada de aquecimento global, mas sabe tudo de artes cênicas. Como diz a piada-meme de internet: dêem um Oscar para esse mito.

SOCIALISTA HADDAD DESCOBRE QUE LIBERAL MILTON FRIEDMAN ESTAVA CERTO: NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS!

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Socialistas são aqueles que gostam de alardear compaixão e posar de abnegado, sempre com o dinheiro dos outros. Fugiram da aula básica de economia, sobre recursos escassos. Roberto Campos resumiu bem: “Os comunistas sempre souberam chacoalhar as árvores para apanhar no chão os frutos. O que não sabem é plantá-las…”

A retórica de esquerda, portanto, serve para chegar ao poder, principalmente num país com muita ignorância e inveja. Mas quandoestão no poder, aí a coisa complica. A turma organizada vai cobrar as benesses prometidas, como se dinheiro caísse do céu ou brotasse da terra, e pasmem!, falta verba para tanto populismo.

O prefeito paulista Fernando Haddad teve de descobrir isso the hard way, como podemos ver nessa notícia:

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse na tarde desta quinta-feira (21) que apenas um “mágico” seria capaz de resolver o problema da isenção da tarifa do transporte público para todo a população de São Paulo. Essa é a reivindicação dos manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) que vêm realizando protestos semanalmente na cidade.

“Agora quer passe livre para todo mundo. Então é melhor eleger um mágico em outubro, porque prefeito não vai dar conta disso”, afirmou Haddad durante uma visita ao bairro de Santo Amaro, na Zona Sul.

O prefeito também criticou o posicionamento da imprensa que o questiona sobre essa possibilidade. “’Você não vai dar passe livre pra todo mundo? (questiona a imprensa)’. Dá vontade de perguntar como você tem a coragem de me fazer uma pergunta dessa. Passe livre pra todo mundo custa todo o IPTU da cidade. Eu precisaria pegar todo o IPTU da cidade, tirar da Educação, tirar da saúde, tirar da cultura”, argumentou.

Haddad disse ainda que não irá gastar dinheiro público na veiculação de propagandas. “Vem me cobrar de comunicação. Não tem comunicação que dê conta disso, eu vou botar o que na televisão, vou gastar dinheiro público para falar o quê?”, questiona ele.

[…]

O prefeito ironizou a possibilidade o pedido do passe livre para todos. “Tem tanta coisa que podia vir na frente, podia ser almoço grátis, jantar grátis, ida pra Disney grátis. Começa a ficar uma conversa que você não sabe aonde vai dar”, disse.

Parabéns, prefeito! Mas demorou a compreender algo tão banal, não é mesmo? Se ao menos tivesse lido algum livro de Milton Friedman… Eagora precisa enfrentar os playboyzinhos burgueses do MPL, aqueles que vão “salvar o mundo” antes de arrumar a própria cama. Recursos escassos: eis o conceito número um da economia, e ignorado por candidatos esquerdistas e por jovens riquinhos, que buscam tesão em suas vidas medíocres colocando máscaras e atacando policiais. Tudo em nome dos pobres, claro…

Rodrigo Constantino


Ó as ideia, ó as ideia!

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Perdoem-me os leitores por escolher um título tão ao gosto dos paulofreirianos. Sim, eu sei que não é elegante estropiar o verbo e muito menos utilizar um substantivo no singular depois do artigo definido “as”. Acontece que não consigo fazer outro comentário diante da ideologia esquerdista predominante nas universidades, na mídia nacional e, lamento dizer, em amplos setores da própria Igreja Católica. Tudo que eu consigo fazer, tantas vezes, é pôr as mãos no rosto e dizer baixinho: “Ó as ideia”.

Dos mais velhos eu já desisti, mas devo confessar que ainda acompanho com apreensão o percurso de alguns jovens seduzidos pela militância esquerdista, incapazes de ver o estrago que a ideologia poderá fazer em suas vidas pessoais e na vida do país como um todo. Nesta semana, por exemplo, li o comentário de um destes jovens face ao desemprego causado pela política econômica do Partido dos Trabalhadores. O referido jovem milita em um partido nanico à esquerda de qualquer vestígio de lucidez, mas eu ainda alimentava alguma esperança quanto a ele. Esperança desfeita quando ele afirmou, ao comentar a demissão de colegas: “Os burgueses são descartáveis, nós não”.

Os burgueses são descartáveis; nós não. Quer dizer: se você pertence à classe proprietária dos meios de produção, mesmo que esse meio de produção seja uma banquinha de sanduíches no centro da cidade, você pode perder sua renda, sua família, sua liberdade e até sua vida – que esse jovem e os companheiros de seu partido não darão a mínima. É assim que o Brasil está indo para o abismo enquanto eles gritam para redobrar os esforços que o levaram até lá. Não vê que o empresário é a solução, não o problema, criatura?

Existe um momento em que o esquerdista deixa de ser um bocó para se tornar um canalha. Com o coração nas mãos, tenho visto muitos jovens cruzando esse limiar nos últimos anos. O totalitarismo faz sempre o mesmo com seus entusiastas: depois que você cruzou determinado ponto, perde a categoria de idiota útil para ganhar a de cúmplice. É o preço cobrado por uma ideologia cuja essência é a mentira e a corrupção. Foi basicamente isso que permitiu a morte de 100 milhões de pessoas ao longo do último século. Foi basicamente isso que permitiu ao PT destruir a economia brasileira.

Costumo dizer, parafraseando Churchill, que há militantes esquerdistas honestos e inteligentes: o problema é que os honestos não são inteligentes e os inteligentes não são honestos. Chega um tempo em que a mínima dose de honestidade intelectual para manter uma pessoa viva sobre duas pernas faz o bobo se transformar em pulha. Se existe algum líder da organização criminosa que alguma vez esteve ao lado dos bocós, já cruzou essa fronteira há muitos anos. Pessoalmente acredito que os graúdos sempre souberam o que faziam.

Tempos atrás, muitos amigos ficaram assustados com as citações sanguinárias de um poema de Bertolt Brecht por um professor esquerdista e ex-candidato presidencial de um desses partidos nanicos. Eu não me assustei e não me surpreendi nem um pouco. Brecht, um pulha talentoso, vivia pregando a morte de seus adversários. Minha citação preferida de Brecht é uma fala da peça didática A medida punitiva: “Quem luta pelo comunismo tem de poder lutar e não lutar; dizer a verdade e não dizer a verdade; prestar serviços e negar serviços; manter a palavra e não cumprir a palavra; enfrentar o perigo e evitar o perigo; identificar-se e não se identificar. Quem luta pelo comunismo tem, de todas as virtudes, apenas uma: a de lutar pelo comunismo”.

Como é possível construir uma sociedade justa a partir desse relativismo demoníaco? A perversidade, disse o crítico marxista Georg Lukács, não passa de uma “concepção burguesa”. Se é burguesa – como lembrou aquele jovem –, é descartável. “A ética comunista toma como seu dever maior a aceitação da necessidade de agir perversamente”, diz o mesmo Lukács, citado por Roger Scruton no excelente livro Pensadores da nova esquerda. Afinal, como o mesmo Lukács já havia afirmado em seu clássico História e consciência de classe, “não é possível ser humano na sociedade burguesa”. Esses descartáveis burgueses, segundo o autor húngaro, possuem somente a aparência da existência humana. São sombras – e qual o problema em fuzilar uma sombra?

Nada disso seria revelante se personagens como Marx, Lênin, Trotsky, Mao, Brecht, Lukács, Gramsci, Prestes, Che Guevara, Marighella e outros não fossem considerados exemplos de retidão moral e honestidade intelectual em nossos meios acadêmicos e midiáticos. Mas, na atual situação, é necessário dizer com Roger Scruton: “A teoria é espantosa, os pressupostos são falsos e o resultado é abominável”. Ou, em português claro: “Ó as ideia, ó as ideia!”

Autor: Paulo Briguet

O escritor que não é de esquerda

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Um homem teve a infância marcada por doenças e dores lancinantes. Não se achava que ele sobreviveria; no entanto, conseguiu chegar à idade adulta e se tornar um importante neurocirurgião. Na infância, quando lhe perguntavam o que desejava ser quando crescesse, ele sempre respondia: “Quero ser médico”. “E por quê?” “Para que as outras crianças não sofram como eu.”

Para que os outros não sofram: eis a principal razão que me levou a ser escritor. Desconfio que é impossível exercer com dignidade o ofício das letras sem uma forte base de compaixão. Por isso, a minha maior alegria na vida de escritor é encontrar alguém que me diga: “Você conseguiu dizer aquilo que estou sentindo!”

O maior escritor brasileiro em atividade, Olavo de Carvalho, costuma dizer que o seu principal objetivo é mostrar às pessoas o que elas próprias estão pensando e sentindo. Quando o escritor consegue traduzir, em algumas linhas, o sentimento ou o pensamento dos indivíduos, pode-se dizer que teve um bom dia de trabalho.

Todo escritor, na essência, é um conservador, tendo em vista que protege e fortalece os valores essenciais da vida humana e da civilização. Um dos deveres do autor literário é resgatar o sentido da linguagem. Quando disseram a Guimarães Rosa que ele era um revolucionário das palavras, o autor deSagarana respondeu que, pelo contrário, era um reacionário das palavras, no sentido de que lhes devolvia o sentido original. O mesmo poderia ser dito sobre outro grande escritor brasileiro, Euclides da Cunha. Ambos, Rosa e Euclides, resgataram o sentido da palavra “Sertão” para a eternidade. Os escritores contemporâneos precisam fazer o mesmo com palavras como Justiça, Ética, Amor, Cidadania, Democracia, Povo e Deus.

Ser conservador é lutar contra o relativismo. Ser conservador é amar e proteger a verdade

Entre os meus principais modelos de escritor estão T.S. Eliot, Manuel Bandeira, Gustavo Corção e Nelson Rodrigues. Não por acaso, autores conservadores. Em diferentes momentos da vida, todos eles foram atacados pelo simples motivo de que não eram autores de esquerda e não comungavam com a ideologia revolucionária. Igual repulsa despertam hoje autores como o já citado Olavo de Carvalho, Rodrigo Gurgel, Alexandre Borges, Percival Puggina, Bruno Garschagen, Flávio Morgenstern, Martim Vasques da Cunha, Karleno Bocarro, Érico Nogueira, Yuri Vieira e o saudoso Bruno Tolentino. São odiados porque não se ajoelham no altar da esquerda. Não receberão prêmios literários, não ganharão coberturas nos grandes jornais de São Paulo e Rio, não serão convidados a participar de badaladas feiras literárias. Melhor para nós: aproveitarão o tempo escrevendo.

Há alguns anos, Mario Vargas Llosa falou sobre a perseguição sofrida pelos escritores que não são de esquerda. Segundo o ganhador do Nobel, muitos escritores afirmam ser esquerdistas simplesmente para serem deixados em paz. A situação é ainda pior nas universidades, sobretudo nos cursos de humanas. Roger Scruton descreve à perfeição o que ocorre nos centros de estudos literários e humanísticos: “O espírito do livre exame está, agora, desaparecendo das escolas e universidades no Ocidente. Livros são inseridos ou retirados do currículo com base no politicamente correto; códigos de fala e serviços públicos de aconselhamento policiam a linguagem e a conduta de estudantes e professores. (...) Um tema único perpassa as Humanidades do modo como são, com frequência, ensinadas nas universidades: a ilegitimidade da civilização ocidental”.

Para ser vítima dessa ditadura cultural, volto a dizer, o escritor não precisa necessariamente ser conservador ou direitista: basta que ele não aceite os clichês da esquerda, do multiculturalismo ou dos movimentos sociais. Um exemplo é Michel Houellebecq, autor do excelente romance Submissão, em que se imagina a França governada por um partido islâmico. Houellebecq foi atacado por um chefão socialista numa recente entrevista, antes dos atentados em Paris: “Ele é um idiota político e tem problemas com o álcool”. A coisa é daí para baixo.

O romancista F. Scott Fitzgerald já havia descoberto esse modus operandi nos anos 30, a ponto de declarar: “O importante é que não se discuta com os militantes. Não importa o que você diz, eles possuem mil maneiras de distorcer suas palavras e rebaixá-lo a alguma categoria inferior de ser humano: ‘fascista’, ‘liberal’, ‘trotskista’, desqualificando-o tanto intelectualmente quanto pessoalmente no processo”.

O escritor deve ter um fundamental compromisso com a verdade. Portanto, um de seus maiores inimigos é apontado por outro grande autor de nosso tempo, o papa emérito Bento XVI. Trata-se do relativismo. É a ideia de que não há a verdade, apenas “verdades”, sempre de acordo com o ponto de vista e a conveniência política.

Ser conservador é lutar contra o relativismo. Ser conservador é amar e proteger a verdade. Ser conservador não implica nenhum tipo de compromisso com o erro ou com as injustiças. Todos nós queremos mudanças na sociedade. Se você quer mudanças reais, comece por prestar atenção ao conservadorismo – na política, na cultura, na religião. Você verá, pelos exemplos históricos, que só os conservadores são capazes de promover as transformações necessárias, e até mesmo revolucionárias, sem comprometer os nossos valores mais importantes. A própria evolução científica e tecnológica só é possível por meio da mentalidade conservadora, que ama e protege o bom, o justo, o belo, o comprovado pelo teste do tempo e das gerações. Em outras palavras, só o conservadorismo não joga fora o bebê junto com a água da bacia.

Tal superioridade do conservadorismo explica por que o escritor não esquerdista é tão odiado. Ele só escapará ao rancor dos militantes se tiver passado desta para melhor. Só os mortos têm o direito de não ser de esquerda. Diante de um texto conservador, por melhor que seja, o esquerdista padrão diz sentir saudades de José Guilherme Merquior, Paulo Francis, Gilberto Freyre ou Nelson Rodrigues. “Esses, sim, eram reaças inteligentes!”, bradam. Chato é que lembrar o que os mesmos esquerdistas falavam quando Merquior, Francis, Freyre e Nelson eram vivos.

Hoje o escritor brasileiro não esquerdista vive uma espécie de exílio interno, refugiado em ilhas de liberdade como esta Gazeta do Povo e alguns outros raros jornais e sites. Contudo, é um exílio estranho, pois estamos na companhia de 90% da população brasileira, que tem princípios conservadores e cristãos, além de odiar o PT e tudo que ele representa. Tem alguma dúvida? Grite “Viva Lula!” ou “Viva Dilma!” em algum local bem movimentado e veja o que acontece.

Autor: PAULO BRIGUET

TRUMP, BUFÃO OU LÍDER CONSERVADOR EM POTENCIAL? – COLUNA DE HOJE DA GAZETA DO POVO

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A postura de Donald Trump inspira pouca confiança nos conservadores, não só porque demonstra fraca consistência, como pelo seu lado histriônico, egocêntrico e populista. Ted Cruz é um nome mais palatável para aqueles que desejam resgatar os valores dos “pais fundadores”, que fizeram da América essa potência atual.

Dito isso, achei melhor deixar o excêntrico showman de lado e procurar saber o que o empreendedor de sucesso pensa de fato. Li Time to get tough, escrito em 2011, quando ele apenas pensava numa eventual candidatura, mas já desejava uma mudança nos rumos do país, após o primeiro mandato do “progressista” Obama. O Trump por trás daquelas páginas parece bem mais razoável que o pré-candidato que joga para a plateia. Sim, está ali também seu jeitão ególatra e a persona do macho man, que faz e acontece, que vai resolver todos os problemas batendo na mesa, o que desperta inclusive receio nos que acreditam em meios mais diplomáticos para solucionar conflitos geopolíticos.

Quando os EUA se mostram fracos perante o mundo, os inimigos da liberdade ficam mais ousados

Mas há outro lado que merece destaque, um verdadeiro patriota cansado de ver a esquerda detonar os principais valores americanos. Obama queria transformar “fundamentalmente” a América, e isso não é coisa de quem ama seu país. Já Trump quer preservar a América que sempre foi admirada, por ser a líder do mundo livre, por ser a terra dos bravos e da liberdade.

Apesar de algum ranço mercantilista, o Trump do livro é um liberal clássico, defensor de uma economia livre e do capitalismo sem tanta intervenção estatal. Defende com afinco o mercado, condenando a visão igualitária do Partido Democrata, que tem intensificado os ataques aos lucros e aos empreendedores que criam riqueza, falando apenas em dividi-la melhor. O modelo de Estado de bem-estar social é duramente condenado também, por criar dependência e por não estimular a dignidade do trabalho. Trump acredita que Obama utiliza tais benesses estatais para comprar votos dos mais pobres, o que julga indecente (soa familiar?). Aliás, o presidente americano é alvo dos mais duros ataques, tratado como um estúpido que nada entende de negócios e de como se cria empregos.

Em contrapartida, sobram elogios ao ex-presidente Ronald Reagan, um dos maiores líderes conservadores que a América já teve. Trump acha que o país precisa, com urgência, resgatar o respeito de que já desfrutou outrora como líder do Ocidente, algo que a postura pusilânime de Obama impede. Com os inimigos em potencial, seria o caso de falar muito mais grosso e negociar com bem mais firmeza. Por outro lado, nações amigas, como Israel, mereceriam maior apoio. Quando os EUA se mostram fracos perante o mundo, os inimigos da liberdade ficam mais ousados. Trump acerta no diagnóstico, mas não é trivial julgar se seus métodos surtiriam o efeito desejado. Fato é que Obama fracassou na política externa. A mensagem de Trump, nesse sentido, é alvissareira, pois ao menos reconhece a importância de uma liderança forte.

Por fim, sobre sua bandeira mais polêmica, a imigração, Trump parece menos radical no livro que nos discursos, quando lança mão de frases de efeito. O que ele defende não parece tão absurdo. Inspira-se no modelo canadense. Quer impedir a imigração ilegal e quer fomentar a ida dos melhores para a América, dentro da lei. Viver nos Estados Unidos é o desejo de muitos e deveria ser visto como um prêmio. Abrir as fronteiras para quem quer apenas carona grátis no sistema seria um equívoco. Nada tão radical quanto parece, quando deixamos de lado o fator eleitoreiro da campanha.

Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.
 

A corrente do mal

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Tempos atrás compareci a uma sessão da câmara municipal da cidade onde moro, na Flórida. Num determinado momento foi dada a palavra à dona de um restaurante local, e ela pôde falar a todos os representantes de distrito e aos cidadãos presentes sobre uma ação beneficente que estava para acontecer em seu estabelecimento. O objetivo: reverter toda a renda de dois dias de operação para ajudar a pagar o tratamento de câncer de uma jovem policial da cidade. A dona do restaurante conhece pessoalmente a policial e, compadecida com sua situação, resolveu agir para ajudá-la. Recebeu naquela noite o apoio de toda a comunidade.

Uma sociedade que não preza pelo altruísmo e não o pratica cairá, necessariamente, nas mãos do assistencialismo governamental


Não longe desse restaurante, talvez a uns 5 minutos de carro, funciona uma clínica médica para pessoas carentes. São cerca de 20 médicos que trabalham gratuitamente, cada um deles doando duas horas semanais de trabalho para atender quem não pode pagar uma clínica particular ou não tem plano de saúde. A triagem é feita no próprio local, e a prioridade são os pacientes da região. A clínica não tem nenhum subsídio ou ajuda governamental, e todas as suas despesas administrativas são pagas com as doações dos médicos e de filantropos locais.

O que eu acabei de descrever são exemplos de altruísmo aplicado localmente. Ajudar quem está necessitado é muito mais fácil e eficaz quando essa pessoa faz parte da sua vida de alguma maneira. Quando a comunidade se mobiliza para ajudar um dos seus, a própria comunidade se fortalece, e o auxílio chega ao necessitado sem agentes intermediadores. Além disso, quem doa pode acompanhar os resultados de sua ação, pois o beneficiário está por perto. Este, por sua vez, tem a quem agradecer, e sente-se amparado em seu momento de dificuldade; dificilmente se negará a ajudar alguém no futuro, quando estiver em condições para isso. É o conhecido efeito “corrente do bem”.

Uma sociedade que não preza pelo altruísmo e não o pratica cairá, necessariamente, nas mãos do assistencialismo governamental. Como disse o próprio Jesus Cristo, “os pobres, sempre os tereis convosco”. Sempre haverá pessoas necessitadas, gente que num determinado momento da vida se deparou com condições e circunstâncias pesadas demais para suas forças; o braço amigo pode vir do vizinho ou do governo. A diferença é que o vizinho o fará por compaixão; o governo, por votos.

Eu adoraria incluir um exemplo de altruísmo exercido localmente no Brasil. Na verdade, eu encontrei um belo exemplo para citar: o médico veterinário Ricardo Fehr Camargo, de São Carlos (SP), atendia gratuitamente até 30 animais por sábado, todos de pessoas que não podiam arcar com o pagamento. Ricardo e sua esposa faziam a triagem dos casos durante a semana, selecionando os mais críticos para atendimento prioritário. A recompensa de Ricardo: ser processado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária por atividade ilegal, com a possibilidade de perder seu registro profissional. A justificativa do CRMV: Ricardo não tem uma ONG e não estava realizando um serviço de utilidade pública, de acordo com o regulamento da classe.

O CRMV de São Paulo mostra, com isso, que está bem alinhado à postura tacanha de nossos governantes: o altruísmo não só deve ser substituído pelo assistencialismo interesseiro do governo, mas também deve ser punido e erradicado, até que não reste nem um cidadão sequer disposto a dar um prato de comida a uma pessoa faminta. É a corrente do mal. Com menos gente fazendo caridade localmente, o Estado assume cada vez mais o papel de cuidador, aumentando os impostos para financiar sua intermediação, que vem sempre acompanhada de um enorme custo adicional – burocracia, propinas, superfaturamentos etc.; e quanto mais as pessoas pagam impostos, menos lhes sobra para doar.

Ganha o Leviatã, perdemos todos.

Há muito governo na nossa gasolina

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Com o preço médio da gasolina acima de R$ 3,50 na maior parte do país, e chegando a R$ 4,51 em algumas localidades(dependendo do tipo da gasolina escolhida) — e tudo isso justamente em um momentoem que o preço da gasolina está em queda no resto do mundo —, a conclusão é que há muito governo em cada litro da gasolina brasileira.

No entanto, tudo isso é ainda muito pior do que parece.

Embora as principais intervenções diretas do governo sejam claras e visíveis a todos — o retorno da CIDE e a decisão da Petrobras de aumentar o preço para refazer seu caixa, esfacelado pela corrupção —, há também outras intervenções que o cidadão comum não consegue visualizar, mas que são ainda mais deletérias do que essas duas intervenções explícitas do governo.

A seguir, uma lista das 9 principais contribuições do governo brasileiro para o preço e para a qualidade da nossa gasolina:

1) O mercado de combustíveis no Brasil está longe de ser um genuíno mercado.  Há uma vasta e complexa rede de subsídios, obrigações e proibições.

O setor energético é certamente um dos mais regulados da economia brasileira.  Começa pelo fato de a Petrobras deter um monopólio prático da extração de petróleo.  Após mais de 40 anos de monopólio jurídico (quebrado apenas em 1997), a Petrobras já se apossou das melhores jazidas do país.  Nem tem como alguém concorrer.  É como você chegar atrasado ao cinema: os melhores assentos já foram tomados, e você terá de se contentar com os piores. 

Depois da Petrobras, vem a ANP (Agência Nacional de Petróleo), cuja função autoproclamada é a de fiscalizar todo o setor petrolífero brasileiro, inclusive os setores de comercialização de petróleo e seus derivados, e o de abastecimento.

A ANP é uma burocracia enorme que possui, além de sua diretoria, uma secretaria executiva, 15 superintendências, 5 coordenadorias, 3 núcleos (Segurança Operacional, Fiscalização da Produção de Petróleo e Gás Natural, e Núcleo de Informática) e 3 centros (Relações com o Consumidor, Centro de Documentação e Informação, e Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas).

Além da Petrobras e da ANP, que regula tudo que diz respeito ao setor, há toda uma cornucópia de regulamentações ambientais, trabalhistas e de segurança que fazem com que abrir um posto de combustíveis seja uma atividade quase que restrita aos ricos — ou a pessoas que possuem contatos junto ao governo.  Livre concorrência nesta área nunca existiu.

2) Há toda a carga tributária.  Como anualmente demonstrado pelo IMB no Dia da Liberdade de Impostos, caso todos os impostos sobre a gasolina (PIS, Cofins, CIDE e ICMS) fossem abolidos, o preço do litro, hoje, cairia 53%, que é exatamente a carga tributária desses impostos que incidem sobre a gasolina. 

Uma carga tributária tão voraz como esta incidindo sobre os preços estimula a criação de todos os tipos de métodos burlescos que possibilitem a obtenção de um máximo de receitas através do menor volume possível de vendas do produto real — daí os recorrentes casos de gasolina batizada, por exemplo. 

3) Uma fatia do caríssimo preço da gasolina é utilizada pelo governo para subsidiar o preço do diesel.  O argumento é que o diesel é um "combustível social" por ser utilizado no transporte público e no transporte de cargas.

Os empresários donos de concessões de ônibus e de transportadoras agradecem.

4) Por conta desse subsídio ao óleo diesel, é proibida a circulação de carros de passeio movidos a diesel no Brasil.  Quem já foi à Europa sabe que veículos de passeio a diesel não apenas são muito comuns por lá, como já estão se tornando a maioria.

No Brasil, os únicos automóveis que podem utilizar o diesel são aqueles vistosos utilitários, de propriedade apenas dos mais ricos.  Justamente por serem considerados "veículos utilitários", e não veículos de passeio, eles têm esse privilégio.

Os fazendeiros e os ricaços, que podem andar com combustível subsidiado pelo povo, agradecem o suado esforço da boiada.

5) A gasolina no Brasil vinha com 25% de álcool.  Agora, por determinação do governo, esse percentual foielevado para 27%.  O que isso significa?

5.1) Em primeiro lugar, maior consumo.  Quanto maior o volume de álcool na gasolina, maior é o consumo, pois o álcool possui menos poder calorífico em relação à gasolina. Isso faz com que seja necessária uma maior quantidade de combustível para que o motor realize o mesmo trabalho.  Ou seja, seu carro consumirá mais e você terá de reabastecer com mais frequência.  Prepare seu bolso.

5.2) O álcool é péssimo para o motor, pois é corrosivo. Isso afeta tanto a bomba de combustível do carro quanto a vida útil dos componentes do sistema de injeção.  Mais álcool, mais estrago.

5.3) Os motores a gasolina não foram calibrados para tamanho teor de álcool, e nenhuma pesquisa de campo concluiu que os microprocessadores da injeção eletrônica têm a capacidade de processar uma mistura contendo mais de 25% de álcool para chegar a uma mistura ar-combustível ideal.  Consequentemente, haverá a tendência de a mistura ar-combustível ficar mais pobre, gerando redução de potência e hesitações sob aceleração.  Haverá mais emoção a cada ultrapassagem.

5.4) Se você quiser continuar comprando gasolina com "apenas" 25% de álcool, você terá de desembolsar mais para comprar a gasolina Premium, que não foi agraciada com essa resolução do governo.  Seu litro custa bem acima de R$ 4 na maioria das cidades brasileiras.

5.5) Utilizar essa nova gasolina com 27% de álcool em motores anteriores a 2003 será um risco, pois as peças desses motores não foram fabricadas para suportar esse ataque químico.  Lindamente, a ANFAVEA apenas pede que os proprietários desses carros paguem mais de R$4 pelo litro da gasolina Premium.

5.6)  Moramos em um país no qual, se um dono de posto resolver vender gasolina pura, ele será preso por falsificação de combustíveis.

6) Como consequência disso tudo, no Brasil, todo proprietário de veículo de passeio, de um simples Corsa até o Fusion, é obrigado a colocar álcool no seu carro. Trata-se de um dos maiores mercados cativos para um produto do mundo.

Lembrem-se disso sempre que virem reportagens sobre usineiros reclamando que as coisas não vão bem e que precisam de mais dinheiro do BNDES.

7) Uma lei aprovada em janeiro do ano 2000 (Lei nº 9.956/2000) proíbe o funcionamento de bombas automáticas em postos de gasolina.  Uma bela forma de iniciar o terceiro milênio, não? Tanto na Europa quanto nos EUA não existem frentistas.  No Brasil, o governo tornou essa profissão obrigatória (assim como trocador de ônibus), o que só encarece os custos de se ter um posto de combustível.

Mas pensemos pelo lado positivo: ainda bem que esses gênios não legislavam nos anos 1950.  Eles teriam proibido as colheitadeiras em nome da preservação do emprego.

8) A tudo isso acrescente toda a legislação trabalhista, urbanística e ambiental, que impede o surgimento de novos postos de gasolina para aumentar a concorrência, e encarece as operações daqueles já existentes. 

9) Nos EUA, cujo setor petrolífero é dominado por empresas privadas "malvadas e gananciosas", o preço da gasolina caiu e voltou ao mesmo valor nominal de dez anos atrás.  Hoje, um litro de gasolina nos EUA está custando, em média, R$ 1,90.  Já no Brasil, cujo setor petrolífero é controlado por uma estatal que ama os pobres, o preço da gasolina está hoje no maior valor da história do real, chegando a R$ 4 em algumas localidades.

Sinceramente, qualquer que seja o preço do combustível, trata-se de uma gigantesca fraude.  E vamos continuar aceitando.

Daniel Marchi com contribuição de Leandro Roque.

http://mises.org.br/Article.aspx?id=2032

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