O mapa patriótico frequentemente exibido em discursos bolivarianos de Hugo Chávez e agora, Nicolás Maduro evidencia o que a ditadura venezuelana entende por “autodeterminação dos povos”: eles querem anexar mais da metade da vizinha Guiana. Agora imaginem quando tiverem maior poder bélico? Se pensou em Amazônia Brasileira pensou certo.
Por V.D.
Quem tem a cara-de-pau de defender a ditadura venezuelana? Até o PSOL, partido declaradamente socialista e que só dá bola-fora em matéria de economia (aliás, por isso que são socialistas, porque não entendem economia) chegou a apagar posts em que defendia o regime venezuelano. Nem os psolistas aguentaram a demonstração de autoritarismo adotada pelo Governo Maduro ao suprimir o poder legislativo daquele país. Então quem? O PT, ora! Sabe como é... O que é descer um pouco mais para quem já está no fundo do poço em termos morais? Só cavar um pouco mais e quem sabe ultrapassa a barreira do Inferno.
Mas analisemos o que o PT tem a dizer sobre a Venezuela:
- O ponto inicial (além da chorumela de que o Governo Temer é ilegítimo) é de que nossa política externa não respeita os princípios básicos da diplomacia ao ingerir sobre a “autodeterminação dos povos”.
Sim foi isto que você leu, um déspota como Maduro impedir os parlamentares eleitos, diga-se de passagem, pelo povo venezuelano de continuar seu trabalho, seja legislando ou criticando o curso dos acontecimentos no país é “autodeterminação”. Pode? Pode, na cabeça de Rui Falcão, presidente nacional do PT. Mas interessante mesmo é perceber a premissa oculta neste discurso... “Povo” para o povo petista não passa do seu estado. Uma vez que Maduro fez questão de se tornar oficialmente um ditador desqualificando e suprimindo o papel da Assembleia Nacional, isto se tornou “autodeterminação do povo”. Para quem? Para o presidente nacional do PT, ora! Alguém tem que dizer a este cérebro de ungulado que povo não existe exclusivamente para concordar com o chefe de estado, mas também para criticá-lo e, eventualmente, depô-lo.
- Acusa o Governo Temer de assumir uma “postura belicista, particularmente contra a República Bolivariana da Venezuela”.
Esta afirmação é que assume, particularmente, ar estúpido, pois se há um país que adotou postura nitidamente belicista desde fins dos anos 90 com a entrada de Hugo Chávez no poder foi a Venezuela. Poderíamos citar as constantes intrigas com a vizinha Colômbia, devido ao apoio de Caracas às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) contra o governo colombiano que combatia o narcotráfico e a guerrilha. Ou contra os EUA, inclusive executando operações de guerra no Lago Maracaíbo (área com maior concentração de jazidas de petróleo), só que, o detalhe: mirando a oeste onde, não por acaso fica o território colombiano.
E se observarmos o mapa venezuelano, muitas vezes figurando no púlpito em que Chávez e mais tarde, Maduro disseminavam a montanha de besteiras em seus discursos, a região de Essequibo, com mais da metade do território guiano se encontrava anexada. Com área equivalente à do Ceará, rica em ouro, diamantes, manganês, bauxita, ferro e outros minerais, Essequibo era alvo dos sonhos imperialistas dos bolivarianos, cuja crescente tensão regional levou a um acordo sobre cooperação em defesa entre Brasil e Guiana em 2009. Sim, isto mesmo, o governo bolivariano da “autodeterminação dos povos” pregava a invasão e submissão do povo guiano. Algum comentário de Rui Falcão sobre isto? Tic-tac, tic-tac... Espere até a próxima reencarnação.
Mas é isso pessoal, o que esperar do PT? Acho que os petistas finalmente estão sendo coerentes e mostrando o que realmente são: apoiadores de regimes ditatoriais, ao invés daquele infindável jogo de dissimulação a que formos submetidos por mais de dez anos na política brasileira.