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Como encher a linguiça do currículo com mais doutrinação marxista

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A educação é aquilo que permanece depois de esquecermos tudo o que nos foi ensinado Halifax.

 

Por Vista Direita

Quando se alerta para a visão ideologizada dos professores e nos respondem que todos nós temos ideologia, mesmo que inconfessa e de que a neutralidade é simplesmente impossível não se entende nossa crítica. Os professores de filosofia e sociologia não são incompetentes, o problema real é que eles são competentes de acordo com a educação superior que tiveram que, esta sim, é deficiente. A maioria desses cursos no país tem currículos declaradamente enviesados e pior, interpretações desatualizadas, como o caso da vulgarização marxista sobre todos os problemas sociais. É como se fosse uma linha de montagem de seres acéfalos. Consequentemente, os professores aí formados não se põem a criticar os seus fundamentos. O tal "pensamento crítico" que alegam ter não passa de uma crítica ao capitalismo, de modo simplista e sem autocrítica. É uma crítica totalmente unidirecional, só focalizando um dos agentes das relações de trabalho, o empreendedor. Culpando-o por tudo sem dar o devido mérito ao seu esforço e benefícios que gera muito além do emprego. Sinceramente, de que modo a introdução destas disciplinas no currículo escolar, filosofia e sociologia contribuíram para a melhoria de nossa educação ou da convivência social? Se houve algum resultado nisto tudo foi na piora do que já tínhamos com geografia e história: a formação de uma massa de manobra estudantil a serviço de partidos e organizações com interesses escusos como se viu com as nefandas, autoritárias e verdadeiramente fascistas ocupações de escolas no país afora.

Esta é uma de nossas chagas sociais, infelizmente, ainda muito pouco levada a sério.


Socialismo e Liberdade são Totalmente Opostos

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Mais uma excelente articulista para o nosso time. Este artigo inicia a série de contribuições de Renata Barreto, economista e jornalista do site InfoMoney. E nada melhor do que começar com um tema básico e clássico, fácil de compreender para alguns, nossos leitores inclusive, mas infelizmente ainda de difícil compreensão para uma boa parte da sociedade que durante décadas foi tratada e adestrada como mera massa de manobra.

Boa leitura,

V.D.

Socialismo e liberdade não cabem na mesma frase

Por Renata Barreto

É comum ouvirmos por aí as palavras socialismo e liberdade na mesma frase, até em slogan de certo partido de esquerda brasileiro, tal como fossem complementares e desejáveis por aqueles que gostariam de implementar um sistema socialista. Acontece, caros leitores, que é impossível associar as duas coisas.

Uma coisa que poderão notar em meus textos é serem pautados por uma chamada à realidade, de forma que possamos parar de nos enganar com armadilhas tão óbvias. Tal como muitos faziam quando a crise que vivemos hoje batia à porta ou tantos outros que acham que é possível viver de otimismo sem entender o que de fato é necessário. Muitos são os que tentam adequar a realidade ao modelo que enxergam como ideal, quando na verdade o oposto devia ser feito. Sabe aquela história da fábula da cama de Procusto, onde ele cortava as pernas de quem não cabia na cama de ferro de sua hospedaria? Basicamente é a mesma coisa que fazem na tentativa de encaixar o modelo do socialismo com liberdade. Como é impossível de um caber no outro, cortam suas pernas. Vamos por partes.

A primeira coisa que devemos entender aqui é o que de fato é o socialismo. Esse modelo prega que os meios de produção e propriedades sejam coletivizados, ou seja, na verdade ninguém seria dono de absolutamente nada, exceto o Estado, de forma que este pudesse definir para onde iria o investimento, como as coisas devem ser feitas e controlar todo o sistema. Os que defendem esse modelo alegam que assim haveria menos desigualdade e menos pobreza. Aí que está! Desigualdade não é um problema, desde que não haja pobreza. Além disso, colocar todo mundo sob o mesmo escopo elimina a essência individual de cada pessoa, retira dela seus dons naturais e a transfere para um mundo em que apenas o coletivo importa. E qual o problema disso? Chegaremos lá.

Um conceito muito importante de microeconomia que serve para tudo é o de utilidade marginal. Basicamente, este conceito diz que cada coisa, cada produto, cada serviço, tem uma utilidade diferente para cada pessoa diferente, fazendo com que essas pessoas atribuam um “preço” diferente para elas. Podemos colocar o trabalho sob esta análise também, já que sempre vai existir uma pessoa mais preguiçosa, para a qual o trabalho tem menos importância do que passar o dia inteiro dormindo e, sempre vai ter a pessoa que, ao contrário do primeiro, gosta de produzir e se sentir útil, tendo como motivação a recompensa, que geralmente é o dinheiro (o preço do trabalho) e também o de construir alguma coisa. A utilidade marginal do trabalho é totalmente diferente para o sujeito A e o sujeito B e, portanto, colocar ambos sob o mesmo regime e querer que tenham as mesmas recompensas, fatalmente dará errado. O socialismo anula o ser humano em suas potências e, ao ignorar nossa natureza, cria uma sociedade artificial e doente.

No capitalismo, justamente pela propriedade privada ser garantida, ou seja, o capital é de alguém e há liberdade de trocas, existe uma real formação de preços através da oferta e demanda, refletindo as preferências dos consumidores e esse capital empreendido será direcionado de acordo com essas preferências. Como no socialismo os preços não são definidos pelo mercado para bens e serviços, não dá para conhecer a fundo a situação real e ter uma estratégia razoável, criando uma realidade artificial. Possivelmente haverá problemas e dispêndios desnecessários que não serão corrigidos, o Estado inchado beneficia apenas os que estão dentro dele, além do grande problema de, pelo fato de as empresas serem de monopólio estatal e não terem lucro como objetivo, diminui muito a eficiência da produção. Num sistema capitalista, é de interesse particular que a empresa obtenha lucro, senão não há motivos para a existência da mesma e, com isso, sempre haverá melhorias em todos os âmbitos, procurando suprimir os gargalos e ineficiências, desenvolvendo novas tecnologias, criando soluções, entre outras coisas. A diferença crucial entre os dois sistemas está na produção do que a sociedade quer e não do que o Estado julga que a sociedade quer, sem de fato levar em consideração o desejo desta. Veja o caso de Cuba, com muitos médicos e problema de abastecimento de alimentos, por exemplo. Quem definiu essas prioridades?

Há problemas no capitalismo? Sim, é claro, mas apenas através de geração de riqueza poderemos diminuir a pobreza. E por que a desigualdade não é o problema principal? Basicamente porque algumas pessoas se destacarão e serão responsáveis por gerar empregos para outras medianas. Você acha que, por exemplo, Bill Gates deveria ganhar o mesmo salário que você? Ele se arriscou, pesquisou, inovou, teve ideias brilhantes. Não por acaso é um bilionário, que por sinal contribui muito com a sociedade através de sua fundação de caridade. Eu não tenho problema nenhum com pessoas mais bem-sucedidas e com mais dinheiro que eu. Em vez de invejá-las, as admiro, procuro saber suas histórias e quero fazer por mim algo construtivo que me gere, além de satisfação pessoal, renda suficiente para fazer o que gosto. É muito importante saber que todos nós somos diferentes em nossa essência individual e que o que serve para mim, não necessariamente serve para você ou qualquer outra pessoa. É por isso que colocar todo mundo num mesmo nível (de pensamento, ideias, produtividade e capacidade) anula a coisa mais preciosa do ser humano, a liberdade de escolha.

E por que então falo que socialismo e liberdade não podem coexistir? A resposta não está bem clara? Se o Estado é quem comanda tudo retirando a liberdade individual de cada um de empreender, expandir, criar e inovar, seremos todos robôs de um sistema pernicioso. E qual o efeito de tudo isso? Basta olhar nosso vizinho, a Venezuela. Não há comida suficiente, as empresas foram ou estão indo embora, há racionamento de alimentos, remédios e outras coisas, não há emprego, não há vida digna. 87% da população, em pesquisa recente, não tem renda suficiente nem para manter uma alimentação minimamente satisfatória e quase 30% vivem em pobreza extrema. Que beleza de igualdade, não é mesmo? Todo mundo miserável e sem acesso ao básico para se viver com dignidade. Enquanto isso, a classe política se esbalda com dinheiro público vivendo no luxo, enquanto na propaganda dizem se importar com os pobres. Soa familiar?

Além das questões mercadológicas que inviabilizam o socialismo e suprime a liberdade individual, ainda há o fato de que essas políticas não conseguem ser realizadas sem uso irrestrito da força e quebra da democracia. Não há democracia num local onde apenas exista uma opinião e isso é o exato oposto de liberdade. Liberdade é poder usar nossas características únicas em um sistema de trocas voluntárias. Liberdade é poder usar a cabeça para criar, empreender e inovar. Liberdade é poder escolher como queremos viver.

Liberdade! A palavra mais bonita do dicionário. Se o socialismo tira a essência do indivíduo, na verdade cria apenas uma prisão travestida por um sonho de igualdade. Tal como água e óleo, socialismo não se mistura com liberdade.

Eu só quero ser livre.

 


O mais irônico com o termo 'socialismo' é que, na prática, desde sua origem até a atualidade, os regimes que se pronunciaram como socialistas foram profundamente anti-sociais e favoráveis a uma casta de tecnocratas que sempre defendeu seus privilégios às expensas da maioria da população. E quando confrontados, como se viu na recente (tentativa de) paralisação nacional no dia 28 passado se mostram extremamente violentos. Ou seja, suas máscaras caíram e se revelaram como o que são: FASCISTAS. Mostre isto a todos defendendo seu ponto de vista AQUI.

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Liberalismo e Socialismo cometeram os mesmos erros? Há quem acredite que sim

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Em matéria para o Nexo Jornal assinada por Denis R. Burgierman,[1] ex-diretor de redação de revistas como Superinteressante e Vida Simples, se discute, equiparando em mesmo pé de igualdade e, de modo bem genérico, Direita e Esquerda. Já sei já sei... Dirão que este é o típico “isentão”, do qual muito se tem falado e criticado ultimamente. Mas acho pior do que isso, o texto em questão não tenta apenas ser neutro, ele confunde e de modo bastante simplista e tenta equiparar filosofias distintas como se as mesmas cometessem os mesmos erros pelas mesmas razões, o Liberalismo e o Socialismo.

O texto basicamente diz que por mais importante que sejam o liberalismo e o socialismo como “paradigmas teóricos fundamentais da história contemporânea” erraram por não abranger a complexidade de nosso mundo e tentar simplificar o comportamento humano tornando totalmente racional, no caso, como limitados a uma visão e ação econômicas. Mais do que isto, o autor afirma que tanto Karl Marx quanto Adam Smith erraram em suas previsões.

Em primeiro lugar, socialismo e liberalismo não são teorias, mas filosofias. Parece uma mera discussão conceitual, mas não é. A filosofia pode ser muito mais complexa que uma mera teoria, mas não tem, necessariamente, compromisso com uma realidade no sentido empírico da mesma ao buscar dados e fatos para se sustentar. O que, diga-se de passagem, não depõe contra uma filosofia, pois muitas teorias derivam de uma visão filosófica ou tem uma base filosófica como premissa. Quando um pensador sugere que o ser humano vive sendo explorado e que superada esta situação ele viverá melhor (note o tempo verbal) não está meramente explicando o que vê sobre algo, mas sugerindo como isto poderá ficar e, em sua opinião, como irá ficar no futuro. O socialismo na visão marxista contém estas características de pensamento. No caso do liberalismo, particularmente Adam Smith havia uma crítica pesada ao chamado mercantilismo, a associação entre capitalistas e poderes do estado, o que leva inevitavelmente a redução do livre mercado. Aí eu pergunto, o que isto tem a ver com liberalismo de fato? Se formos usar teorias que expliquem a realidade, no caso não há livre mercado como poderíamos entender o conceito, talvez no máximo algum grau dele e, na realidade a que Adam Smith se referia, um baixo grau de livre mercado. O que o jornalista do Nexo Jornal faz? Equipara, ou melhor iguala Smith à Marx dizendo quem ambas as previsões falharam. Mas qual previsão fez Adam Smith? O que ele fez foi uma análise do que existia e não do que iria ocorrer ou deveria ocorrer. Marx não só fez isto, como condicionou todo um devir histórico, sequência do que iria ocorrer como consequência lógica de uma situação de exploração, conflito que ele enxergava como motor da história.

Em certo trecho do artigo ele exprime a realidade dizendo que uma sociedade sem classes é o que gostaríamos de ter[2]. Que gostaríamos vírgula! Que você Denis gostaria... Nós do VD gostaríamos de um mundo pujante, empreendedor onde as diferenças sociais e econômicas fossem resultado de interações individuais sem opressão alguma, seja estatal, religiosa ou de classe. O problema não é, nem nunca foi a desigualdade, mas sim a ausência de pobreza é que é importante. E a realidade é que pobreza e miséria absolutas não independem da igualdade. No fundo, sociedades com maior número de pobres são sociedades mais igualitárias, com muito mais indivíduos com igualdade sim, mas igualdade na miséria. Se há desigualdade em sociedades com modo de produção capitalista, isto não depõe contra o capitalismo, mas contra o tipo de sociedade que com suas instituições jurídicas, com seu déficit publico crônico, com suas burocracias gigantescas, com sua corrupção e enorme carga tributária, desequilíbrio na previdência social etc. criam um grande número de pobres. Mas o que se prefere apontar: a propriedade privada que é a essência do capitalismo. Na boa, já não chegou a hora da Esquerda ter um mínimo de lógica quando argumenta? Nós não escrevemos para estas cobaias, nós escrevemos para você que não aceita subjugar seu raciocínio à clichês e palavras cujos conceitos são mal explicados.

Em vários artigos como esse, alguns erros já são evidentes logo de saída. Burgierman diz que liberais não se importam se as privatizações criam monopólios privados e coisas do tipo. Minha sugestão é sempre ler o inimigo, sobretudo quando este inimigo se reveste de certa “leveza” ou “bom-mocismo”, mas alguém que nós teremos que seduzir com lógica e fatos. Uma boa estratégia é indagarmos, colocando dúvidas bem simples como, no caso, "perfeito, então livre mercado é igual ao monopólio?" Trata-se de uma boa prática nos anteciparmos ao que virá, pois os piores golpes não serão dos raivosos, mas justamente daqueles com pele de cordeiro.

VD

 

[1] BURGIERMAN, Denis R. “Perdidos entre duas utopias”, Nexo Jornal. 24 fev. 17.

[2] “O socialismo está errado porque é uma utopia. Por mais que gostemos da ideia de um mundo sem classes (...).”

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Quais eram as reais diferenças entre Le Pen e Macron?

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No excelente texto abaixo, de autoria do empresário e descendente da família real brasileira, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, a confusão que se seguiu por ocasião das eleições francesas é devidamente esclarecida. Não houve, como se sugeriu por alguns analistas brasileiros, uma clara divergência entre conservadores e progressistas, ou “direita” e “esquerda” na França, mas sim um fractal de posições antagônicas em diferentes temáticas que tornavam possível apoiar um e outro concomitantemente dependendo do ponto de vista adotado. E creiam, é muito mais complexo do que aparenta ser. Realmente difícil saber quem era o melhor, Marine Le Pen ou Emmanuel Macron. Ou talvez, o “menos pior”...

Enfim, melhor do que esta explanação é a própria leitura deste excelente e didático texto.

V.D.

Por Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Renovação para alguns, continuação para outros: Para entender o que as eleições na França representam é necessário esclarecer algumas confusões. A primeira confusão é de associar Marine Le Pen como sendo "a renovação".

Do ponto de vista de política externa sim, isso procede. Marine Le Pen tem uma agenda anti-imigração que destoa do discurso político da União Europeia, dominada pelas políticas de porteiras abertas desde os anos 90. Nesse quesito Marine Le Pen seria uma renovação. Mas termina por aí. E é aí que começa a confusão.

Do ponto de vista de plano econômico, os planos de Marine Le Pen são mais para o agrado de socialistas e sindicalistas que para os liberais. Os planos de Le Pen tem viés dirigista, centralizadores e reguladores da economia. Uma faca no peito da livre iniciativa e pequenas e médias empresas e em linha com a atual política do socialista Hollande.

Do ponto de vista de carreira política, Le Pen também não simboliza a renovação. Ela é figura política com o mesmo discurso há mais década e tem alguns posicionamentos sobre a sociedade e moralidade mais em linha com a ala progressista.

O posicionamento de Macron também gera confusão. Por muitos é considerado a continuação da política externa do governo Hollande e da União Europeia. Macron não nega, mas declara que a União Europeia e a França têm de fazer mais contra a imigração desenfreada. Até aí nada de novo.

Portanto, sim, Macron pode ser considerado a continuação no quesito política externa. O que gera confusão sobre ele então? Do ponto de vista econômico, Macron é nitidamente liberal. Seu plano será uma renovação importante para a economia francesa que se encontra estagnada após décadas de políticas socialistas.

Do ponto de vista carreira política, Macron também é novidade. Apesar de ter trabalhado com o atual presidente socialista Hollande e de ser considerado um fruto do estamento burocrático francês, Macron é de fato novo no sistema eleitoral.

Seria Macron fruto do pânico da União Europeia em fazer surgir um candidato que somente simbolize "a renovação" sem que de fato a represente? Possível, mas isso foge do tema desse artigo.

Em resumo, sugiro a seguinte redução dos posicionamentos:
1- Le Pen segue um posicionamento nacionalista na política externa, socialista na economia e progressista na sociedade.
2- Macron segue um posicionamento globalista na política externa, liberal na economia e, arrisco a dizer que, também progressista em questões morais.

Como esses posicionamentos se comparam ao Trump dos EUA? Trump segue um posicionamento nacionalista na política externa, liberal na economia e conservador em questões morais. Essa combinação somente Francois Fillion, candidato excluído da corrida presidencial do partido conservador francês detinha.

Esclarecer esses posicionamentos se tornou contumaz hoje em dia quando a confusão e desinformação imperam. Por isso espero ter esclarecido e não causado mais confusão


Em um mundo ideologicamente caótico, sempre é bom ter certeza no que se acredita ASSIM.

A Indústria do Dano Moral

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Neste texto de 2005, Josino Moraes expõe claramente uma de nossas grandes chagas nacionais, "a indústria do dano moral". Assim como há outras, como "a indústria da justiça do trabalho" já tratadas pelo mesmo autor em outro momento, nosso Judiciário parece compelido a fazer políticas sociais com a elasticidade de suas interpretações jurídicas sem que, com isso venha a considerar os diversos e nocivos efeitos colaterais, as chamadas externalidades negativas que acarreta.

Para quem não conhece, Josino Moraes é formado em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie, em 1964. Mais detalhes sobre sua história profissional aqui.

V.D.

A Indústria do Dano Moral (2005)

Por Josino Moraes

As leis no Brasil, assim como os tumores cancerígenos no corpo, demoram um determinado tempo para desenvolverem todo seu potencial destrutivo. Refiro-me à Constituição de 1988. Amigos, pequenos empresários, me informam sobre um novo inferno para as pequenas e médias empresas: os processos por dano moral.

A origem do novo tumor está no famigerado artigo 5º Inciso X:”São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Como já insisti anteriormente, no sexto capítulo da 1ª edição de meu livro, esse artigo 5º, princípio universal de Direito Moderno, não deveria fazer parte de nossa constituição. Trata-se de uma verdadeira aberração, levando-se em conta a cruel realidade do País .

Traduzindo o “juridiquês” para nós, pobres mortais, dentro do cipoal de leis existentes no País, o maior do mundo segundo minhas pesquisas até o presente, trata-se essencialmente do seguinte: Se sua empresa possui um veículo, ainda que seja uma simples carroça, e seu funcionário mata ou machuca um terceiro, o funcionário estará sujeito a um processo criminal e sua empresa a um processo civil, na chamada justiça comum, a justiça estadual. O funcionário, num dos casos que me foi relatado, um assassino insano, mas sem patrimônio para ser extorquido, pode matar até oito pessoas e continuará livre e saltitante. As autoridades apenas lhe retiram sua carteira de motorista. No entanto, você, empresário, responderá no exemplo citado, no limite superior, a oito processos por “dano moral”. Se uma das vitimas não possui certidão de nascimento providencia-se uma, post mortem.

Se você possui uma carreta, com chapa de Rondônia, e seu motorista falha, raspando o pára-choque na porta de um carro estacionado no acostamento da rodovia próxima a Assis, SP, ferindo levemente o braço do motorista, você estará sujeito a um processo envolvendo três tipos de indenizações: a) os gastos referentes aos primeiros socorros; b) uma indenização, em uma única parcela – e que parcela! – pelo dano moral – a feiúra do machucado no cotovelo, suponho, e c) uma indenização mensal, vitalícia, devido à impossibilidade do motorista exercer plenamente a sua profissão.

O processo correrá na cidade de São Paulo, no caso real aqui citado. O motorista será responsável pelo processo criminal e será ouvido, teoricamente, por carta precatória. Se você é o unico dono ou então um acionista de um grande shopping, como no caso do Eldorado, na cidade de São Paulo, e uma cliente alega ter sido seqüestrada em seu estacionamento e, posteriormente, estuprada por um maníaco, você estará sujeito a uma condenação por dano moral (O Estado, 14-12-05, C6). A reportagem ainda dizia: “O motivo da condenação foi o fato de o Eldorado ter escondido dos clientes a açao do maníaco. Para o juiz ‘ o silêncio revela mesquinhez’ do shopping....”

O dano é corporal, na maioria das vezes: trata-se de cadáveres ou lesionados. Porém, aqui há um processo de metamorfose jurídica de dano físico em dano moral. Quais os foros competentes? Eles poderiam estar em Belém do Pará, Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Recife, Pernambuco, etc. Mas e o custo para defender-se em foros tão distantes? Nossos “ilustres” legisladores não pensaram nesse “detalhe”. Em primeiro lugar, sempre, o autor da ação, a “vitima”, no velho estilo fascista. Afinal, eles, os legisladores, vivem de impostos, e não sabem o quão duro é sobreviver hoje na empresa privada e pagar impostos. Como atinar, então, com esse “detalhe”?

O referido inciso abriu uma nova e vasta frente no mercado da justiça brasileira. Se seu funcionário sofreu um acidente de trabalho, antes de 2004, quando então a possível ação correria na justiça comum, e vivia às expensas do INSS, algum advogado, especializado neste segmento de mercado, poderia descobri-lo e gerar uma inesperada ação pelo chamado dano moral. Afinal, alguém sem uma mão ou braço, por exemplo, é facilmente identificado. A abordagem, em algum lugar publico, pelo advogado, torna-se bastante fácil.

A OAB dirá que isso é antiético. Citei 2004 porque, após a Emenda Constitucional nº 45, de dezembro de 2004, houve uma mudança a esse respeito. Depois de decisões contraditórias do Supremo Tribunal Federal em relação ao entendimento da referida emenda, a competência para dano moral proveniente de acidente de trabalho ficou com a justiça trabalhista. Afinal, seu mercado saturou-se em 1997 com aproximadamente quase 2 milhões de processos/ ano; logo, a nova medida veio para alentá-lo.

Em um dos casos que pesquisei, o acidentado procurou uma colega de trabalho para servir de testemunha. Sua certeza no ganho da causa era tamanha que foi até sua casa para oferecer-lhe uma parte do bolo. Ela se negou a ir à primeira audiência. Na segunda, ela foi judicialmente intimada a depor. O valor em questão era astronômico. Este pequeno empresário me relatou que nem vendendo todo seu patrimônio pessoal e de toda sua família seria suficiente para cobrir a conta. Por sorte desse homem, a tramóia foi desfeita durante a audiência.

Se seu caminhão atropela um sem-terra ou sem-teto em alguma rodovia, onde eles abundam, com absoluta certeza, você receberá rapidamente uma ação por dano moral. Cerca de 25% deles não possui sequer registro de nascimento, segundo o IBGE, mas isso não será problema, como já expliquei acima. Atualmente, existem os boletins de ocorrência e, na maioria dos casos, um bom informante nos distritos onde eles são registrados. Outra solução são os motoboys percorrendo os distritos policiais. Esses advogados são chamados, por alguns do ramo do Direito, como os papa-defuntos.

A OAB dirá que isso é antiético. Mas, afinal, quem é ela, cria primeira da ditadura varguista de 1930, diante da cruel realidade da vida econômica brasileira? Os valores indenizatórios para essas ações são astronômicos. A uma marcenaria, microempresa, é pedida uma indenização de R$ 3.500.000 (três milhões e meio de reais)! Só mesmo alguém muito mal informado – por sorte, eles são uma enormidade – para montar hoje uma nova empresa no País.

Graças aos editores do Correio Popular de Campinas, me foi possível, em 1999, praticamente após 70 anos do decreto nº 22.132, de 25 de novembro de 1932, que instituía, inspirado no fascismo italiano, as primeiras Juntas de Conciliação e Julgamento, levantar um debate substancial e único na historia do país sobre tão relevante questão para o desenvolvimento econômico nacional. Quem sabe agora, passados “apenas” 17 anos do desastre de 1988, me será permitido levantar essa outra questão correlata e de suma importância para o País.

Noticias de abril de 2006 trouxeram novidades escabrosas. O Estado, em sua edição de 01-04-06, B9, deu como manchete: Processo Pode Tirar Três Andares do Banco Real. Tratava-se de um cliente que alegava ter o nome incluído indevidamente no Serasa. Num pais onde a cultura da extorsão calou tão fundo, pode-se imaginar a evolução desses procedimentos. A outra manchete do mesmo jornal, edição de 06-04-06, B20, estampava: Empresas Tentam se Precaver de Processos por Assedio Moral. Aqui, surgiu uma nova categoria, o “assedio moral”. No corpo da noticia, vinha a explicação da novidade: “É cada vez mais freqüente nos tribunais casos de funcionários que processam empregadores por se sentirem humilhados ou serem submetidos a péssimas condições de trabalho por causa do comportamento opressor de um superior, o que é chamado de assedio moral.”

Perguntei a dois advogados amigos onde havia registro sobre isso nos códigos atuais e eles não souberam me responder. Um deles me disse que aparentemente sequer havia jurisprudência, parecia-lhe coisa dos tribunais. À primeira vista, parece-me um subproduto do dano moral ainda não sacramentado, ou seja, transformado em lei.Talvez..., a próxima constituição o faça!

Roberto Campos dizia que a burrice nacional não associa a relação causa efeito. Eu vou um pouco mais longe: ela não atina sequer com a idéia do link. Ou o país se pergunta por que, nos últimos 20 ou 25 anos, ele cresce como rabo-de-cavalo, para baixo, e exporta milhares de pessoas à procura de trabalho – até Dna Mariza, a Galega, e filhos já se encontram devidamente municiados com passaportes italianos – ou, então, isso me faz lembrar um poema de Göethe que diz mais ou menos assim:

Quem, em três milênios,
Não está apto a perceber
A vida na ignorância, nas trevas,
À mercê dos dias, do tempo

 


Nem tudo que é legal é necessariamente moral. Quando há um evidente descompasso entre o que uma sociedade aceita e acata moralmente de sua Lei é porque algo está profundamente errado. O que é a questão. Portanto, se pergunte qual é a sua Base Moral, como Você vê o Mundo. Nós já temos a nossa Visão.

UMA RUÍNA MORAL

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Neste artigo, Percival Puggina analisa o depoimento de Lula ao Juiz Moro sob uma óptica tão óbvia quanto esquecida, a moral. Para novos leitores que ainda não o conhecem, Puggina é membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto e empresário. Seus artigos são instigantes e merecem estar entre os elencados pelo Vista Direita. Portanto, uma boa leitura.

V.D.

camisetas penduradas

UMA RUÍNA MORAL

Por Percival Puggina

 Quanto mais Lula se desdobra em artifícios retóricos, como quem trata de escapar, em ziguezague, da artilharia dos fatos, mais parecido fica com o que se empenha em afirmar que não é. Assistindo trechos de sua inquirição perante o juiz Sérgio Moro, lembrei-me de uma entrevista dele, em Portugal, à jornalista Cristina Esteves, da RTP, em abril de 2014. Nos últimos momentos da conversa, veio uma pergunta sobre o mensalão. A resposta de Lula tem tudo a ver com seu comportamento dia 10 em Curitiba. Transcrevo: "O tempo vai se encarregar de provar que o mensalão teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica. O que eu acho é que não houve mensalão. Também não vou ficar discutindo decisão da Suprema Corte. Mas esse processo foi um massacre que visava destruir o PT e não conseguiu". Em sequência, questionado sobre o fato de estarem detidas pessoas próximas a ele - como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoino - saltou fora. "Não se trata de gente da minha confiança. Tem companheiros do PT presos".

Esse "tchau queridos", proclamado em Lisboa, antecedeu o "tchau querida" do telefonema sobre a mensagem do Bessil; antecedeu o abandono dos parceiros encarcerados posteriormente, a quem e sobre quem nada tem a dizer; e antecedeu a tentativa de transformar a pacata Marisa Letícia em condutora de providências escandalosas que ele não tem como explicar e que com ela sepultou.

Eis o homem que governou o país sem ninguém de sua confiança por perto, cuja proximidade funcionava como um toque de Midas, gerando inesperadas fortunas, mesadas, pensões, negócios, a quem os amigos davam tudo e que nega lhes haver alcançado a menor vantagem. Eis o homem que se agita no partidor, disposto a concorrer à presidência. Sua anunciada campanha para desfazer as intrigas do mensalão e sua convicção sobre a natureza política do referido processo nunca passaram de peças de discurso.

Tudo isso porque a Lula não interessam os fatos. Os desarranjos políticos, econômicos e sociais a que dá causa se agravam e prolongam precisamente porque sua conduta contamina o juízo e o discernimento moral de dezenas de milhões de pessoas. A exemplo dos grandes ícones do populismo, ele trata o povo que o segue como massa da qual usa e abusa para objetivos pessoais, subtraindo do repertório mental dessas multidões valores sem os quais é impossível operar adequadamente uma democracia constitucional. Os recentes atos de violência contra o direito de ir e vir, a queima de pneus e de ônibus, o abandono de preceitos essenciais à vida civilizada e os anátemas lançados contra a Lava Jato são consequências do que acabei de descrever.

A patética inquirição levada a cabo em Curitiba pode ser parodiada com apenas uma frase: "Doutor, vou lhe confessar. Eu não sou eu. Eu sou um amigo meu, que, se conheço, não lembro".

 


NÃO esqueça teus valores, eles são a base de tuas AÇÕES.


Saiba por que a Esquerda acabou

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Neste texto, Kanitz traça uma perspectiva interessante sobre o que vem a ser a Esquerda. E se o curso dos acontecimentos continuar como ele prevê daqui a algum tempo não fará mais sentido nenhum falar em Esquerda... Enfim, o autor dispensa apresentações, mas para aqueles que ainda não o conhecem, Kanitz é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

Boa leitura,

V.D.

A Esquerda Acabou. Saiba Por Quê.

MATARAM A GALINHA DOS OVOS DE OURO.

Por Stephen Kanitz

A esquerda sempre precisou de dinheiro, de muito dinheiro para se sustentar.

A direita por sua vez, não.

Isso porque a direita é composta de adolescentes que estudaram quando estudantes, trabalharam quando jovens, pouparam quando adultos, e portanto se sustentar não é um grande problema.

A direita progride, enquanto a esquerda protesta nas Ongs e nos cafés filosóficos.

A esquerda sempre viveu do dinheiro dos outros.

Karl Marx é o seu maior exemplo, sempre viveu às custas de amigos, heranças e do companheiro Friedrich Engels.

Não conheço um esquerdista que não viva às custas do Estado, inclusive os empresários esquerdistas que votam no PT e PSDB e vivem às custas do BNDES.

Nos tempos áureos a esquerda tomou para si até países inteiros.

China, União Soviética, Cuba, por exemplo, onde a esquerda se locupletou anos a fio com Dachas e Caviar.

Essa esquerda gananciosa foi lentamente sugando a totalidade do Capital Inicial usurpado da sua direita, até virar pó.

Foi essa a verdadeira razão do fim do muro de Berlim.

A esquerda faliu os Governos que eles apoderaram.

No Brasil, a esquerda também aparelhou e tomou Estados e Municípios, e também conseguiu quebrá-los.

Socialistas Fabianos como Delfim Netto, FHC, Maria da Conceição Tavares ainda vivem às custas do Estado com duas ou mais aposentadorias totalmente imorais.

Só que o dinheiro grátis acabou.

Sem dinheiro, a esquerda brasileira começou a roubar, roubar e roubar com uma volúpia jamais vista numa democracia.

Mas graças à Sergio Moro, até esse canal se fechou para a esquerda brasileira.

Sem a Petrobras, as Estatais, o BNDES, o Ministério da Previdência, o Ministério da Educação, a esquerda brasileira não tem mais quem a sustente.

O problema da esquerda hoje é outro e muito mais sério.

Como esquerdistas irão se sustentar daqui para a frente?

Como artistas plásticos, professores de Filosofia e Estudos de Gênero da FFLCH, apadrinhados políticos, vão se sustentar sem saberem como produzir bens e produtos que a população queira comprar?

Que triste fim para todos vocês que se orgulhavam de pertencer à esquerda brasileira.

 


Houve um tempo em que você acreditava que ser contra o governo era bom porque este pertencia aos ricos e poderosos que viviam a custa dos pobres, mas hoje se percebe claramente que isto é um pouco mais complicado: os ricos do governo usam os pobres para culpar gente como você que trabalha arduamente e paga seus impostos. Quem eles pensam que são? Embusteiros, NÓS dizemos!

Quem realmente ganha com as delações premiadas no Brasil?

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Neste ótimo artigo escrito há mais de um ano atrás, o cientista político José Roberto Bonifácio analisa o jogo político já prevendo como a operação da polícia federal e ministério público, mais que favorecer este ou aquele grupo, esta ou aquela oposição propõe uma "repaginação" do sistema político brasileiro. Urge entender esta relação para que saiamos do casuísmo das acusações de "isto favorece a oposição". O fato de que, eventualmente, circunstancialmente um grupo seja favorecido, como é o PT se eleições diretas fossem convocadas (o que é inconstitucional), não quer dizer que o processo como um todo tenda para isto. Agora sim, o vazamento de delações de uma empresa específica, como foi o da JBS feito por um procurador, daí sim tem, como se dizia antigamente, "linguiça debaixo desse angu". Algo precisa ser explicado, enfim... Mas, o fato é que já era previsto que o chumbo grosso do processo judicial afetaria todos grandes jogadores políticos ora em curso. Deixo vocês com este lúcido artigo, então.

V.D.

Porquê o funcionamento das instituições não alavanca as oposições? Ou: porquê as derrotas do governo do PT não representam ameaça à democracia?

Por 

As recentes decisões do TCU, do TSE, do STF e do MPF estão redesenhando a politica brasileira estruturalmente. Os elementos conjunturais presentes nas decisões plenárias do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal de Contas da União, a par de seu aparente ineditismo e amplitude, tendem a imprimir caracteristicas duráveis e marcantes no sistema político, modificando a interação das forças políticas e seu modus operandi, bem como as expectativas do público e da sociedade.

Hoje as instituições politicas e juridicas estão muito mais conectadas e antenadas na sociedade brasileiras do que em 1964 ou qualquer outro periodo historico com que se pretenda tecer comparações. Dai não ser cabível o uso indiscriminado e irresponsável da terminologia do "golpe de Estado" e seus correlatos e sinônimos.

Tanto as investigações levadas a efeito pelo juiz Moro, quanto a repercussão de seus achados testemunhais, documentais e periciais em outras instancias judiciais (TSE e STF sobretudo) vem criando uma série de jurisprudencias, entendimentos e procedimentos que afetam a todos os grandes players politicos brasileiros.

Há um aprendizado institucional que afeta a distribuição de recursos entre as forças políticas (como foi o caso da interdição das doações empresariais aos candidatos nas eleições), bem como as posições destas diante da sociedade (a implementação com viés radical das recentes Leis da Ficha Limpa, da Transparencia e da Improbidade Administrativa). Tanto os da situação (que por ora são os mais visiveis e afetados, por razões obvias e ineludiveis) quanto os da oposição, o que inclui tambem o PSDB. Tanto os do Estado, do setor público, quanto os da sociedade, do setor privado.

Em termos práticos e simbolicos, o saneamento da classe politica tem que oferecer à sociedade e à opinião publica a cabeça de ao menos um dirigente dos grandes partidos numa bandeja. Por ora, as cúpulas do PT e do PMDB tem sido as mais alvejadas pela ofensiva judicial e policial.

Crescem as pressões e reivindicações de que lideres oposicionistas implicados na teia de escandalos das empresas estatais sejam indiciados e julgados. Contudo se é verdade que a impunidade é função crescente no tempo também o é a assertiva de que a adequação entre factividade e normatividade seja a mesma em todos os tempos e lugares - especialmente num país com Estado tão vasto, denso e poderoso e dotado de sistema jurídico-institucional tão complexo e intrincado.

No senso comum, pululam prognosticos, ou apostas, tanto, judiciais e eleitorais, quase sempre mistos. Algo como um "efeito dominó" judicial, com diferentes sequencias, roteiros e conclusões se desenham aqui e ali. Há sequências que são pessimistas para o situacionismo [ p.ex.: 1- Dilma; 2- Cunha; 3- Lula; 4- Agripino; 5- Aecio ou Serra (alguem do PSDB); ...] e outras que o são para a oposição [ p.ex.: 1- Cunha; 2- Agripino; 3- Aecio ou Serra (alguem do PSDB); ...]. Destarte o teor folclórico e pouco rigoroso de que se revestem tais especulações por vezes aventam cenários mistos a estes dois apresentados, com diferentes sinais valorativos de factibilidade ou verossimilhança. Há, em suma, "apostas" para todos os gostos ou orientações político-ideológicas. E qualquer que seja a sua fundamentação lógica ou empírica se prestam bem à função de manter os distintos públicos em estado de atenção e mobilização, virtual ou presencial.

Contudo, objetivamente o que se pode ter por certo é que os desdobramentos da "Lava Jato" e dos movimentos institucionais paralelos e afins à mesma não sugerem que o cenário político presente e futuro tenha características de jogo de soma zero, mas de jogo de soma variável. Os setores que hoje estão a acumular vitórias podem e terão seus ganhos anulados ou mesmo revertidos a médio prazo. Quem quer que seja o sucessor de Dilma a médio prazo, seja Temer (hipotese de vitória da tese impedimentista, apos a rejeição das contas no TCU), seja Cunha  (hipotese de vitória da tese impugnacionista, apos a rejeição das contas eleitorais no TSE), sejam Aécio ou Lula (hipotese de vitória das duas teses anteriores) uma Espada de Dâmocles penderá sobre a cabeça do ocupante da cadeira presidencial. Permanentemente.

O desdobramento mais provável, abrangente e durável das decisões das Cortes é que a sobrevivência dos políticos, de seus projetos, estratégias e reputações, se torna muito mais desafiadora e arriscada num ambiente politico onde as instituições se acham fora do controle das forças políticas e em que as expectativas e atenções da opinião pública se intensificam em torno das posições ou situações em que se colocam ou são colocadas aquelas forças.

Haverá certamente limites à capacidade ou pretensão demiúrgica dos magistrados e seria ocioso mencionar que muitas das melhores cabeças de nossa hierarquia juridica ignora o abismo entre o "país real" e o "país legal" tão celebrizada na obra de Francisco José de Oliveira Viana.

Mas se é líquido e certo que nenhum sistema institucional assim como nenhuma instituição isoladamente concernida pode se auto-reformar também o é aquela segundo a qual a implementação de normas e procedimentos por obra de atores exógenos ao jogo politico pode romper o proverbial impasse "ovo/galinha" na reforma do sistema politico, imprimindo-lhe transformações qualitativas.

Se estas mudanças sobrevem incrementalmente, como tem sido nos ultimos anos, é bem possível que não tenhamos percebido a diferença abissal hoje  constatavel entre os estados anteriores e os atuais do sistema p lítico brasileiro. Se a aderência dos magistrados aos procedimentos que os auto-legitimam na aplicação de normas é o que tem assegurado a aplicação destas reformas politicas a "manu militari" (ou melhor "manu atrium", mão dos tribunais) como tem sido, por outro vem sendo a supervisão e o monitoramento estritos e habeis dos tribunais superiores (como é o caso do que o STF faz diuturnamente em relação ao MPF e ao TSE, bem como fará relativamente ao TCU) o que tem preservado o funcionamento das instituições como um sistema autorregulado e subtraído ao jogo de interesses e visões estreitas entre as forças políticas. O que tem impedido a degeneração do momento político em atentados institucionais com base no simples cálculo utilitário dos agentes politicos afetados.
Rio de Janeiro/RJ, 07-X-2015.

 


Seguir valores e se manter ético dentro de um lodaçal pode ser difícil, quando não inviável para alguns, mas não para aqueles que têm seu Norte acima e mantém sua visão, ou melhor, sua VISTA DIREITA erguida e aguçada.

POLÍTICA, CORRUPÇÃO E REFORMAS

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Por Fernando Raphael Ferro

Noticiário recente inflamou os petistas por revelar aquilo que todos já suspeitavam: Aécio Neves e Michel Temer também recebiam propinas e mesadas de empreiteiros para manter abertos os canais de favores dentro do governo. O já insensível povo brasileiro tratou de proliferar memes na internet, espalhar falsas notícias e especular o futuro do Brasil: se Temer cair, quem assumirá Marcela?

O fato inegável é que, apesar dos pesares, avançamos mais com Temer em um ano do que em 6 com Dilma. Foram encaminhadas as reformas trabalhista e previdenciárias, que apesar das concessões realizadas aos grupos de pressões, inevitáveis para se conseguir algo, iam avançando passo a passo. A inflação caiu, a taxa de juros também e a economia mostra sinais de recuperação. Temer fazia o possível para superar a crise deixada pelo governo do qual ele fazia parte.

Isso mostra que um governo ruim ainda é melhor que um péssimo e que Dilma realmente não tinha nem condições nem vocação para governar. Mas o futuro nunca deixou de ser tenebroso. Agora parece pior. As delações da JBS fragilizam a posição de Michel Temer e parecem empurrar o país em direção a possibilidade de eleição indireta pelo congresso nacional. Neste caso, os partidos indicariam seus candidatos e o congresso mais sem noção da história votaria o futuro presidente, que governaria até 2018.

Mas as delações, tanto da Odebrecht quanto da JBS, além das demais que virão, mostram que nós liberais sempre estivemos certos quanto a uma coisa: estatais, regulamentações restritivas e protecionismo são o grande problema do Estado. Isso porque as delações apontam que as empresas mantinham esses “canais” abertos junto aos políticos para poder ter acesso a financiamentos milionários do BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil, facilidades proporcionadas na criação, regulação e abolição de Leis sobre seus setores de atividade, e para ter informações privilegiadas ou participar com privilégios de licitações e compras de grandes estatais como os já citados bancos e também a Petrobrás.

Ou seja, as diversas estatais e instituições do Estado são uma fonte inesgotável de poder e corrupção, e as empresas que desejarem prosperar devem ter acesso a estas empresas. Mas o acesso a elas passa pelo pedágio de controlar seus cargos, diretores e intermediários, por meio dos deputados, senadores e executivos eleitos majoritariamente. E a eleição desses, via voto direto, é tão mais certa quanto mais dinheiro é gasto em suas milionárias campanhas.

O grande interesse em controlar o aparelho estatal é garantir que os negócios com as empresas fluam. E esta “fluência” depende das pessoas certas nos lugares certos. As mesadas servem para azeitar esse funcionamento. Oras, é fácil deduzir que quanto menor o Estado, menor a necessidade de óleo nestas engrenagens. Não existisse a Petrobrás, não seriam necessários tantos dos indiciados no Petrolão; a JBS não precisaria desembolsar R$ 500 mil reais semanais se o BNDES não oferecesse juros tão camaradas aos campeões nacionais, mas se todas as empresas do país tivessem que buscar seu crédito nos bancos privados em igualdade de condições.

Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Valec, Furnas, EPL, e quaisquer uma das centenas de estatais existentes no Brasil, mais do que cabides de emprego, são fontes de vantagens e favorecimentos para empresas dispostas a pagar por estas vantagens e favorecimentos. Muitas das Estatais, no fundo, até fazem um bom trabalho, são relativamente competitivas e atendem a bons parâmetros de eficiências. Sejamos justos nesta avaliação. Mas isso não impede seu uso político, que muitas vezes depende destas relações escusas que hoje as delações revelam.

Igualmente as legislações restritivas: toda lei que restringe a entrada de competidores, que desestimula a competição, que afasta a concorrência, seja interna ou externa, depende do poder do Estado para existir. E toda legislação deste gênero é uma forte tentação para as empresas estabelecidas, para os monopolistas e oligopolistas. E estas empresas farão de tudo ao seu alcance para conseguir convencer os políticos e eleitores que defendem empregos, mesmo que para tanto tenham que financiar campanhas com mesadas semanais

As grandes empreiteiras nacionais atuam num mercado só delas. E eu não acredito que nossas leis sejam tão restritivas em relação a estrangeiros na construção civil, com tantos padrões jabuticabas (a começar pelo exemplo mais comum das tomadas), só porque estamos na vanguarda tecnológica. Proteger o mercado nacional é uma forma de garantir vantagens. E estas empresas, sabemos agora, pagam por isso há décadas.

O que este autor pede, portanto, em linhas gerais, é fazer um apelo geral e irrestrito a todos os brasileiros: bradem pelas bandeiras corretas. No Brasil precisamos reduzir o poder dos políticos, para que não seja necessário compra-los. Pra isso medidas simples são necessárias: Abertura comercial geral e irrestrita; Privatização, sem exceção, de todas as Estatais; Descentralização do Estado, entregando aos Estados o poder para decidir coisas como saúde, educação, previdência, reforma política, tributária e infraestrutura, acabando de vez com essa mentalidade grosseira que ora oscila entre o centralismo na União, ora no municipalismo grosseiro.

Essas três medidas permitirão que o Brasil lide com suas complexidades regionais e supere aos poucos, gradativamente o atraso histórico que vivemos em relação as demais nações do mundo. Temos que entender que nosso atraso reside em depositar sucessivamente nossas esperanças em Brasília.

 


Estado grande é propenso a uma disputa que vai além da arena política e se dissemina para a sua burocracia. Reduzir o estado é condição essencial para defender a LIBERDADE.

10 autores para entender o conservadorismo

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Um guia nada básico para conhecer os principais nomes do pensamento conservador mundial

Por Murilo Basso

raymond aron O francês Raymond Aron: combate ao marxismo Reprodução

 

A polarização do debate político no Brasil trouxe consigo a desqualificação quase sistemática de valores conservadores — a ponto de hoje ser quase uma ofensa alguém se identificar com alguns elementos dessa corrente ideológica.

De qualquer forma, ainda que se discorde das ideias propostas, não se pode negar que elas trazem à tona debates fundamentais para a sociedade contemporânea — sobretudo sobre o papel do Estado, seja no plano teórico ou mesmo em questões práticas.

Pensando nisso, a Gazeta do Povo lista dez autores para compreender melhor o conservadorismo. Confira:

1. Edmund Burke (1729-1797)

Irlandês de nascimento, mas tendo passado a maior parte da vida em Londres como um membro da Câmara dos Comuns, Edmund Burke teve sua obra profundamente marcada pela oposição à Revolução Francesa. Embora tivesse apoiado a Independência dos Estados Unidos e a liberdade religiosa dos católicos no Reino Unido (após séculos de perseguição por parte dos anglicanos), Burke entendia que a violência revolucionária na França estava destruindo os valores da sociedade civilizada.

A obra de Burke, particularmente suas Reflections on the Revolution in France (Reflexões sobre a Revolução na França), de 1790, é considerada por muitos a fundadora do pensamento conservador moderno, e teria enorme influência nos séculos seguintes.

Inúmeros autores fariam referência aos trabalhos de Burke para criticar os movimentos sedentos por mudanças em seus próprios tempos, e as críticas inicialmente feitas aos revolucionários franceses ganhariam, mais tarde, novos significados, sendo utilizadas para criticar modelos revolucionários socialistas.

Principal obra:Reflexões sobre a Revolução na França (Vide Editorial, R$ 69,90)

Burke é o pai do que o conservadorismo tem de mais elegante. Em uma época em que revolucionários se iludiam com a ideia de eliminar tradições e criar uma sociedade baseada puramente na razão, Burke mostrou que é bom dar algum valor à tradição. Se as pessoas se organizam de um modo, talvez seja por um motivo que ainda não conhecemos: enquanto intelectuais se iludiam com mundos perfeitos e a salvação pela política, Burke disse que a prudência é a melhor virtude de um político. Não vale a pena desperdiçar a ordem que já conquistamos em nome de mudanças bruscas; a busca por um mundo perfeito pode resultar em devastação e terror - como ele previu corretamente sobre a Revolução Francesa” – Leandro Narloch, mestre em Filosofia pela Universidade de Londres e colunista da Gazeta do Povo.

2. G. K. Chesterton (1874-1936)

britânico Gilbert Keith Chesterton não era exatamente o que poderia ser chamado de conservador — pelo menos, não dentro da definição teórica. De fato, sua crítica era tanto à esquerda quanto à direita, algo que fica claro em um de seus famosos aforismos: “O mundo moderno se dividiu em conservadores e progressistas. O negócio dos progressistas é cometer erros. O trabalho dos conservadores é impedir que os erros sejam corrigidos”.

Católico em um país de maioria protestante, Chesterton teve seu trabalho marcado por uma defesa do cristianismo em um momento que grande parte dos intelectuais defendia um afastamento da religião, pendendo para o ateísmo. Escrevendo em uma época em que as ideias de Nietzsche, Freud e Charles Darwin estavam em alta e questionavam os velhos valores, Chesterton dedicou seus principais romances a ironizar o pensamento moderno. Em The Everlasting Man (O Homem Eterno), de 1925, narra com sarcasmo a história do mundo através da ação de Deus, e afirma “o ateísmo é anormalidade”.

Principal obra:O Homem Eterno (Editora Ecclesiae, R$ 69,90)

Era um inovador, insurgindo-se contra a sociedade materialista que estava se consolidando no Ocidente. Suas reflexões fundamentadas nos princípios cristãos procuraram contestar as filosofias e doutrinas difundidas em sua época. Foi um crítico do materialismo, defensor da propriedade privada, contudo se opunha ao liberalismo econômico, ao ceticismo e o relativismo tão em voga em sua época” - Renato Mocellin, professor de História do Curso Positivo e Mestre em Educação pela UFPR

3. Whittaker Chambers (1901-1961)

A curiosa história de Whittaker Chambers começa como um improvável militante do Partido Comunista dos Estados Unidos e é concluída com ele se tornando um dos primeiros editores da National Review, uma das principais revistas conservadoras do país.

Após trabalhar como espião para a União Soviética, Chambers mudou de lado e se tornou uma voz proeminente no anticomunismo americano. Ganhou fama ao testemunhar contra Alger Hiss, um alto funcionário do Departamento de Estado, a quem acusou de também espionar para os russos — Hiss, que negou qualquer envolvimento, acabaria condenado por perjúrio, mas não por espionagem, pois o crime já havia prescrito no momento do julgamento.

Witness (Testemunha), a principal obra de Chambers, é uma crítica ao comunismo desde dentro, e influenciou uma geração de conservadores no mundo inteiro — em 1984, Ronald Reagan concedeu postumamente a Medalha da Liberdade (a mais alta honraria civil dos EUA) a Chambers, creditando o livro por ter ajudado a mudar sua visão de mundo.

Principal obra:Witness (publicado originalmente em 1952, sem edição brasileira).

O conservadorismo de Whittaker Chambers não pode ser considerado como uma simples opção política. Ela é fruto da própria natureza colonialista presente nas sociedades americanas. Chambers chama atenção, com menor importância na atualidade, muito mais por ser um desertor do movimento comunista (que se espalhava pelo mundo durante as décadas de 1920 e 1930) do que um “conservador” de atitudes conservadoras. Ela era produto do meio em que foi formado, e sua ideologia sofreu mudanças ao longo de sua vida”, Tarsis Prado, historiador e especialista em educação.

4. Ayn Rand (1905-1982)

Nascida na Rússia, Ayn Rand se mudou para os Estados Unidos em 1926, com a intenção de se tornar dramaturga. Acabaria se tornando uma das escritoras preferidas tanto de conservadores quanto de libertários norte-americanos, alcançando sucesso através de seus romances. Seu trabalho firmou as bases de uma filosofia conhecida como “objetivismo”: a ideia de que o propósito moral da vida é ir em busca da própria felicidade, e que o único sistema social capaz de permitir isso seria o capitalista, pela sua ênfase na liberdade individual.

Em Atlas Shrugged (publicado no Brasil como Quem é John Galt? e, mais recentemente, sob o título A Revolta de Atlas), de 1957, Rand descreve um futuro distópico em que o governo dos EUA impõe crescentes regulações que levam ao colapso da indústria e da economia do país. O campeão de seu pensamento, na obra, é o personagem John Galt, que defende a iniciativa individual contra o coletivismo e a mediocridade impostas pela burocracia estatal.

Principal obra:A Revolta de Atlas (Editora Arqueiro, R$ 89,90).

Rand alcançou fama internacional a partir da publicação de suas duas principais obras: "A Nascente" (1943) e "A Revolta de Atlas" (1957). Nestes romances, a escritora delineou as bases do Objetivismo, escola filosófica baseada na crença de que o capitalismo de livre mercado é o único sistema sócio-econômico capaz de permitir a busca racional (e virtuosamente egoísta) pela felicidade humana. O uso da razão e a crença inabalável na capacidade do indivíduo empreendedor são traços marcantes dos mais icônicos personagens de sua obra. Após o sucesso mundial de "A Revolta de Atlas", Ayn Rand passou a se dedicar mais aos escritos de não-ficção, enfocando seus esforços intelectuais na difusão do Objetivismo” - Fabio Ostermann, um dos fundadores do MBL, é mestre em Ciências Sociais e presidente do Livres (RS)

5. Raymond Aron (1905-1983)

Se Marx dizia que a religião era o “ópio do povo”, o francês Raymond Aron argumentava que o próprio marxismo havia se tornado o “ópio dos intelectuais” – expressão que dá título à sua obra mais famosa, de 1955, publicada originalmente no Brasil como Mitos e Homens e relançada em 2016, após mais de trinta anos esgotada, com o título original.

Ópio dos Intelectuais é uma crítica à difusão do pensamento marxista no Ocidente, e na insistência dos intelectuais em seguir almejando um sistema comunista quando as evidências de prosperidade apontavam em outra direção.

Aron argumentava que a União Soviética havia apenas substituído uma cultura despótica por outra — o czarismo pela alta burocracia estatal —, e que o marxismo havia simplesmente trocado o culto religioso por uma fé cega na caminhada histórica prevista por Marx, que deveria levar à Revolução Socialista. Para ele, o comunismo sacrificava as mais diferentes liberdades humanas e os valores cristãos que as garantiriam.

Principal obra:O Ópio dos Intelectuais (Editora Três Estrelas – R$ 79,90)

Sua análise do marxismo como o ópio dos intelectuais foi magistral e até hoje é atual e essencial para se compreender como o esquerdismo virou uma religião laica, uma seita ideológica existente para dar alento às almas românticas e utópicas” – Rodrigo Constantino, economista e colunista da Gazeta do Povo.

6. Barry Goldwater (1909-1998)

Seis vezes senador republicano pelo estado do Arizona, Barry Goldwater foi um dos mais influentes pensadores conservadores da década de 60. Sua obra The Conscience of a Conservative (A Consciência de um Conservador) é considerada a grande responsável por uma espécie de renascimento conservador nos EUA, permanecendo influente mesmo mais de meio século após sua publicação.

O livro discutia uma ampla gama de questões políticas e econômicas, abordando sindicatos, direitos civis, subsídios agrícolas, programas de bem-estar social e taxação, e advogando contra o coletivismo e o Estado grande.

Crítico do “New Deal” de Franklin Roosevelt, Goldwater chegou a concorrer à presidência dos EUA em 1964, mas acabou derrotado por Lyndon Johnson. No entanto, grande parte de suas ideias influenciaria, na década de 80, as políticas do governo Reagan.

Principal obra:The Conscience of a Conservative (publicado originalmente em 1960, sem edição brasileira).

A América seria outra se ele tivesse levado as eleições presidenciais em 1964. Uma muito melhor. Foi um liberal-conservador consistente, que ajudou no resgate desses valores, levando inclusive à vitória de Ronald Reagan depois” – Rodrigo Constantino, economista e colunista da Gazeta do Povo.

7. Richard Weaver (1910-1963)

Professor na Universidade de Chicago e um dos filósofos políticos mais influentes da metade do século XX, Richard Weaver alcançou grande notoriedade pela sua obra Ideas Have Consequences (As Ideias Têm Consequências), publicada originalmente em 1948.

Em seu texto, Weaver criticava o sistema de pensamento de sua época, enfatizando a tradição, os valores e defendendo a manutenção da propriedade privada — que considerava “o último direito metafísico” do indivíduo — como maneiras de salvar o Ocidente do declínio que julgava estar testemunhando. Sua obra inspirou os conservadores que vieram depois e serviu de base teórica para muitos trabalhos que criticariam os movimentos reformistas que ganhariam força, sobretudo, a partir dos anos 60.

Principal obra:As Ideias Têm Consequências (Editora É Realizações, R$ 49,90).

Seu livro As Ideias Têm Consequências é um importante alerta contra excessos materialistas da era moderna, apesar de eu não compactuar dessa espécie de saudosismo a um passado idealizado no campo” - – Rodrigo Constantino, economista e colunista da Gazeta do Povo.

8. Russell Kirk (1918-1994)

Em sua obra-prima de 1953, The Conservative Mind (A Mente Conservadora), Kirk traçou uma genealogia do pensamento conservador desde Edmund Burke, a quem considerava o pai-fundador da doutrina. Originalmente elaborado como uma tese de doutorado, a obra é considerada seminal para o pensamento conservador no pós-Segunda Guerra Mundial, e também ajudou a renovar o interesse na obra de Burke.

Para Kirk, o conservadorismo não podia ser resumido como uma ideologia: era um modo de vida e uma visão de mundo. Seu trabalho também faz uma análise das diferenças entre os conservadores e os libertários.

Principal obra: The Conservative Mind (publicado originalmente em 1953, sem edição brasileira).

“Um grande conservador burkeano, que teve um papel importantíssimo no movimento conservador americano, um peregrino em busca da beleza. Diante de um mundo cada vez mais barulhento e tolo, a reclusão e o esmero com a estética e a ética de Kirk se fazem necessários, como antídoto à sociedade do espetáculo” – Rodrigo Constantino, economista e colunista da Gazeta do Povo.

9. Thomas Sowell (1930-)

Membro sênior da Hoover Institution, na Universidade de Stanford, o economista negro Thomas Sowell é conhecido não apenas por suas análises de mercado, mas também pelos comentários em temas sobre raça, grupos étnicos e educação. Crítico de ações afirmativas, dizendo que levam a mais fracassos do que exemplos bem-sucedidos, Sowell defende uma mínima intervenção do Estado em temas como controle de armas e auxílio às minorias, entendendo que ele apenas aprofunda as dificuldades dessas comunidades. Também advoga em prol do livre-mercado e da extinção do Federal Reserve (o Banco Central americano), que considera incapaz de corrigir o rumo da economia do país e evitar crises.

Em A Conflict of Visions (Conflito de Visões), Sowell defende que os mesmos grupos se opõem sucessivamente nas mais variadas questões sociais, políticas e econômicas em função de suas “visões”, que podem oscilar entre a crença de que a natureza humana é essencialmente boa e uma solução ideal é sempre possível e entre o entendimento de que o homem sempre age em interesse próprio — e, portanto, não é possível esperar soluções ideais, sendo preciso apelar para meios-termos, tradição e leis.

Principal obra: Conflito de Visões (Editora É Realizações, R$ 69,90)

Um dos mais influentes autores liberais vivos. De infância pobre no bairro do Harlem, em Nova York, é reconhecido como um dos maiores intelectuais negros da atualidade, todavia, posiciona-se contra as políticas de cotas raciais e o Estado de Bem-Estar Social, como expôs em sua obra “Ação Afirmativa ao Redor do Mundo – Um estudo empírico sobre cotas e grupos preferenciais”. Além deste, se destacam em sua extensa obra os livros "Conflito de Visões" (1987), "Fatos e Falácias da Economia" (2007) e "Os Intelectuais e a Sociedade" (2010)” - Fabio Ostermann, um dos fundadores do MBL, é mestre em Ciências Sociais e presidente do Livres (RS).

10. Roger Scruton (1944-)

Aos 73 anos, o filósofo britânico Roger Scruton é, hoje, um dos grandes intelectuais dedicados a difundir as visões do conservadorismo tradicional. Seguidor dos preceitos de Edmund Burke, Scruton apropria-se das reflexões daquele sobre a Revolução Francesa para fazer uma crítica às visões socialistas, argumentando que a tentativa de organizar a sociedade de uma maneira totalizante (como os regimes marxistas buscaram) é impossível sem um inimigo real ou imaginário — só funcionando em tempos de crise e guerra, gerando a eterna necessidade da literatura socialista em estabelecer inimigos externos para manter a população coesa.

Para Scruton, a maneira de manter a sociedade unida é através das leis e da obediência — a verdadeira liberdade não estaria oposta a esta obediência: as duas seriam faces da mesma moeda. Seus trabalhos atuam como guias elaborados para defender o pensamento conservador em tempos de clamores por mudanças, oferecendo argumentos para conter investidas em prol de ideias reformistas desse sistema legal, como nas campanhas por eutanásia e aborto.

Principais obras: O que é Conservadorismo (Editora É Realizações, R$ 59,90) e Como ser um Conservador (Editora Record, R$ 49,90)

Para ele, é 'invulgar' ser um intelectual conservador, embora seja muito simples explicar essa posição: ser conservador é ter a consciência de que herdamos muitas coisas boas - ordem social, tradição jurídica, cultura, serviços públicos, etc. E que essas instituições foram construídas com muito sacrifício. Ora, como sabemos, é muito mais fácil destruir coisas do que criá-las. Logo, se gostamos dos direitos e serviços que usufruímos - o que não implica querer sempre aperfeiçoá-los - é natural querermos conservá-los. Ao contrário do que os chamados "esquerdistas" afirmam, são os conservadores os que dispõem de melhor memória e conhecimento histórico. Afinal, quando sabemos o que era viver sem as instituições que hoje dispomos é que aumenta nossa determinação em mantê-las” – Daniel Medeiros, Doutor em Educação Histórica pela UFPR.


 

Muito se tem dito sobre o Conservadorismo, como sendo a "nova contracultura", p.ex., mas o fato é que conservar significa reagir contra o que não presta, mantendo nossa essência perdida contra o desenvolvimento do relativismo moral. REAJA TAMBÉM!

Ataques terroristas em Manchester: Veja o que a mídia inglesa está fazendo

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Manchester, Inglaterra

O que diz The Rebel no vídeo acima pode ser visto na imagem abaixo retirada da conta de twitter de uma jornalista britânica, na qual afirma que "tudo que você precisa é amor". É assustador como nossa mídia não percebe o caos se formando, sendo incapaz de ver a raiz e origem dos problemas. Jornalistas patéticos...

*Agradecemos pela tradução dos Tradutores da Liberdade.

 

calçada ataque terrorista manchester make love

 

camisetas penduradas

Entenda a guerra da Síria

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Por Anselmo Heidrich

Situação Física e Pontos Estratégicos

A Síria é um país situado em uma das mais instáveis regiões do globo, o Oriente Médio. Sua concentração populacional está a oeste, uma franja de terra mais úmida do país e o interior é um enorme deserto que se estende ao sul, na Península Arábica.

Mas não é qualquer deserto... Ele margeia o Golfo Pérsico que concentra 1/3 das reservas de hidrocarbonetos (petróleo e gás) mundial. Mas para enviar esta riqueza aos principais centros consumidores (Europa e América) tem que se circundar a península, passar por um estreito – Ormuz – que é estratégico e vigiado de perto por inimigos (Irã), costear o sul com vizinhos em pé de guerra (Iêmen), atravessar outro estreito – Bab-el-Mandeb – sujeito à pirataria somali e adentrar no Mar Vermelho para depois atravessar o Canal de Suez e só daí então conseguir entrar no Mar Mediterrâneo no sul do continente europeu onde estão alguns dos principais consumidores.

Claro que tudo isto custa. A distância, a passagem pelo canal e os riscos embutidos nesta hercúlea tarefa sem considerarmos os “custos políticos”, i.e., manter governos aliados que tenham interesse na estabilidade regional e manutenção da integração comercial. Só que há um jeito mais fácil.

A Ideologia Baaz e a Velha Razão de Estado

Seria um mamãozinho com açúcar se pudessem enviar a produção de hidrocarbonetos diretamente pelo deserto em dutos passando pela Síria até chegar ao Mediterrâneo Oriental. Mas se tudo fosse uma mera questão de logística e pagar a quem tem poder de cobrar seria bem menos confuso. Quando falamos em Oriente Médio não nos referimos apenas à vastidão desértica e seu subsolo. Há muito mais tipos de paisagens sobre a superfície, só que culturais... Descendo os rios Tigre e Eufrates (que nascem na Turquia) até sua desembocadura encontramos uma grande e fértil planície, a Mesopotâmia que foi berço de civilizações, como a Assíria. Formando um arco até o Rio Nilo dentro do Egito temos o Crescente Fértil que são dois grandes ecúmenos (regiões favoráveis ao povoamento) na região. Três grandes regiões monoteístas surgiram aí, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo que mais tarde, por diferentes razões entrariam em conflitos. Também civilizações tiveram a região em seu bojo, os persas, os gregos e os romanos. O Império Romano se dividiu em dois e o Império Romano do Oriente sobrevive resistindo ao Império Islâmico, que se formaria mais tarde. Mas os católicos tentam recuperar esta área de onde teria surgido a sua religião. Mais tarde, provenientes da Ásia Central chegam os turcos otomanos e seu império domina o mundo árabe, norte da África e os Bálcãs no sudeste da Europa por 600 anos até a I Guerra Mundial. Quando esta finda, surgem países onde havia uma coesão dada pela força turca.

mapa império otomano Muito maior no passado, o Império Turco-Otomano ainda era um problema para expansão das forças europeias durante a I Guerra Mundial.

Pela primeira vez temos a Síria no mapa, assim como a Jordânia, o Iraque, a Arábia Saudita criados no em 1916, quando ingleses e franceses partilharam o território do Império Turco-Otomano. Como não podiam vencer os turcos sozinhos articularam uma aliança como os árabes que eram subjugados pelo império. A promessa, na verdade uma moeda de troca era a criação de um país para os árabes, a Grande Arábia. Mas o que ocorreu, de fato foi a partilha em vários países. Inicialmente o Iraque, a Jordânia e a Palestina pelos britânicos, a Síria pela França.

Vamos definir os fatores envolvidos, como toda grande população não há uma homogeneidade que faça uma maior união entre os árabes que sua própria língua. Isto pode ser básico, mas não é suficiente. Lembremos que a religião é um fator essencial na região e não há somente uma, mas três grandes religiões monoteístas, cada qual com sua visão de mundo, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Embora vários países fossem criados, eles permaneceram divididos internamente entre grupos religiosos e suas subdivisões internas, as seitas, como foram os sunitas e xiitas dentro do Islã. Para melhor controle da situação e aliança com grupos locais, algumas dessas elites locais privilegiaram seus grupos étnicos. P.ex., xiitas na Síria e sunitas no Iraque.

Como sabemos, a região é riquíssima em petróleo, mas este não é o caso da Síria que, por sua vez tem um ótimo acesso ao Mar Mediterrâneo. Os grandes produtores voltados para leste, contrariamente vivem sob tensão entre rivais (Irã, Iraque, entre outros) com saída apenas pelo Golfo Pérsico e uma estreita passagem, o Estreito de Ormuz. Com a II Guerra Mundial, o ciclo do chamado imperialismo finda e as nações europeias enfraquecidas abandonam a região, mas plantando um problema, a criação de um estado polêmico, Israel. Quando abandonada pelos britânicos, Israel é atacada pelos estados árabes vizinhos. Próxima à Israel, Síria tem constantes golpes de estado e assim como a região se torna uma bomba-relógio. Justamente nesta época surge na Síria uma ideologia o Baaz que resgata o antigo sonho de união do mundo árabe, o panarabismo com ideias socialistas, mas com algo que a distingue de muito do que vemos hoje, a divisão entre estado e religião, isto é, a laicidade. Seguindo esta visão, Síria e Egito formam uma aliança e enquanto este nacionaliza (estatiza) o petróleo no país, Al Assad, pai do atual Bashar al-Assad se torna o chefe do estado baaz no país. Ao lado, no vizinho Iraque, Saddam Hussein, aquele mesmo que foi enforcado cresce em poderio, mas mantém suas diferenças e divergências com o país vizinho. Isto leva os demais países árabes a se dividirem em Baaz pró-Síria ou Baaz pró-Iraque. Em cena, que na verdade nunca tinha saído do ato, a velha Razão de Estado dá as caras, novamente. Em suma, não se trata de uma gritante diferença étnica, religiosa que inviabiliza a convivência entre os povos na região, assim como as diferenças religiosas, pois mesmo quando situadas distantes há o aproveitamento dessas para manutenção e expansão do poder dos organismos estatais. E mesmo no caso de uma ideologia laica criada na região, o Baaz, a Razão de Estado prevalece. Por essas e outras é que não é a teologia ou ideologia qualquer que explica isto tudo, a não ser como um elemento a mais. Mas sim a Geopolítica. Ela é que é o estudo adequado para entender a realidade em sua complexidade, como uma eterna luta pela conquista e administração do poder territorial como algo inerente aos humanos e suas agremiações políticas e sociais.

Guerra Fria, Seitas e a Colcha de Retalhos da Guerrilha

Agora estamos na Guerra Fria e a divisão geopolítica do globo fica clara, ou somos pró-EUA ou pró-URSS. Esta oposição se reflete em conflitos regionais, como entre árabes e israelenses com ataques no sul do Líbano, área estratégica entre Síria e Israel. Mas nesta luta não há apenas dois lados ou duas ideologias claramente antagônicas como muitas vezes aprendemos nos bancos de escola. Surge dentro da Síria um movimento de oposição ao regime, a Irmandade Muçulmana que manterá até 1963, quando ocorre um golpe do Partido Baaz. A oposição com força religiosa cresceu durante os anos 70 até que milhares fossem massacrados no levante de Hama, em 1982. Temporariamente apagada, as sementes dessa resistência iriam germinar mais tarde...

Agora lembremos a composição religiosa da região. A maioria dos árabes era (e continua sendo) muçulmana e esta se subdivide em dois ramos fundamentais, sunitas e xiitas, cujas diferenças remontam a época da morte de seu profeta, Maomé.[1] No caso da Síria, apesar de ser um estado laico, os governantes eram xiitas que representavam menos de 13% da população e quase 70% da população, sunita. Um fato curioso é que os cristãos perfazem 10% da população do país. Enfim, os xiitas controlam a população através da administração e o exército.

mapa religiões na síria Além das etnias, a guerra na Síria há diversos grupos guerrilheiros com suas diferentes razões, mesmo que sejam nuances ideológicas. Os alauitas, aos quais pertence o clã Assad são um ramo derivado dos xiitas, mais moderados que, inclusive, misturam datas e feriados religiosos e cristãos.

No ano 2000, Assad, o pai morre e o filho assume com muitas promessas modernizadoras na área social, econômica, tecnológica etc. que se seguiu a um período de intenso debate político. Agora lembre-se, que em momentos de abertura política de regimes autoritários (vide URSS no período Gorbatchov), a oposição que jaz adormecida mantém sua crítica e revolta contra o regime, latentes. Na menor chance de manifestação ressurgem com força e, geralmente, de forma caótica que leva a uma violência de um governo que vê na repressão pura e simples, uma instituição já consagrada. Como vimos, a repressão com milhares de mortos já era corriqueiro desde os anos 70. Por que agora em um “mundo globalizado” não iria ocorrer da mesma forma só por que celulares se tornaram mais acessíveis? É uma grande ingenuidade achar que o simples acesso a mercados internacionais torna a política mais civilizada e a cultura como um todo, automaticamente, mais compreensiva entre suas diferenças em qualquer lugar do mundo. O desenvolvimento nunca é homogêneo para todos e sem a percepção e administração que leve a cultura e geografia locais, não há sociedade que se estabilize.

No plano externo, o então presidente americano George W. Bush declara a Síria pertencente ao “Eixo do Mal” (juntamente com Iraque, Líbia, Cuba, Coreia do Norte e Irã). Isto leva ao isolamento do país e as negociações emperram. Novamente, Razões de Estado operam... A divergência entre estes grupos de países, o Ocidente e o chamado “Eixo do Mal” não é só pelo financiamento ao terrorismo. Sauditas, cujo país é um grande aliado americano também são acusados de ajudarem grupos terroristas e financiamento de mesquitas com mensagens claramente antiocidentais mundo afora e nem por isso sofreram qualquer tipo de boicote e nem poderiam, pois são os maiores exportadores mundiais de petróleo. A questão que leva a outro nível de complexidade regional é quem se opõe ao controle que vise facilitar a distribuição dos recursos energéticos que facilitam o consumo de seus principais importadores. Lembre-se que a Síria estava no caminho e agora, como herdeira das relações com a antiga URSS, uma aliada da Federação Russa.

Agora entram em cena outros agentes, não menos importantes, responsáveis pela inclinação do pêndulo geopolítico ora para as forças ocidentais (EUA, Europa Ocidental, Japão, Arábia Saudita etc.), ora para as orientais (Rússia, Irã e China): os curdos. Os curdos considerados o maior povo apátrida do mundo, que se distribuem entre Síria, Iraque, Turquia e Irã também começam a se manifestar no cenário político sírio, o que leva à repressão e mortes. Em 2011, como já devem saber começa a chamada Primavera Árabe, uma série de protestos que vai se estendendo por todos os países árabes em nome da democracia. O que tem que ficar claro é que democracia não é um ideal per se quando se trata de um regime político, mas um meio para se atingir certos ideais. A questão agora é saber quais seriam estes em países árabes? Uma coisa que chama atenção ao lermos editoriais politicamente corretos em defesa da democracia, que estão certos quanto ao método político é que não se perguntam qual o objetivo de muitos desses movimentos no uso da democracia: é por um estado de direito aos moldes ocidentais ou a instalação de teocracias que destituam regimes laicos e autoritários do poder na borda subdesenvolvida do mundo?

Duas categorias de países se formam na região, os que viabilizam processos de mudança através do regime democrático e os que sofrem repressão de seus governos, o caso da Síria. Esta se generaliza dando origem a uma guerra civil entre diversas facções. Quais são elas? Lembremos que uma minoria, xiita, laica e governista se opõe a uma maioria religiosa sunita, em que pese o fato de haver uma minoria laica na oposição, a grossa maioria tem fundamentação religiosa, como se pode averiguar no quadro abaixo:

Quase concluindo: os Relativismos de Análise e Moral

Obviamente que em meio a uma crise como esta surgem oportunistas, dos quais o ISIS é apenas mais um, que se alimenta do ressentimento da opressão aos sunitas, da visão do ocidente invasor, a identidade árabe e a mitologia de antigos árabes. O objetivo do ISIS impacta muitos. Pretendem construir um Estado Islâmico em todo o Norte da África e Oriente Médio, mas seus oponentes não se restringem a Assad ou o Ocidente. Lembre-se dos curdos, que têm organizações políticas, como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (Parti Karkerani Kurdistan, PKK) perseguidas em muitos países, mas com ao tirar proveito da crise passaram a controlar o norte da Síria e eles têm recebido financiamento para lutar contra os insurgentes. Perseguidos por aliados ocidentais como a Turquia, os curdos também são inimigos de “inimigos maiores” dos ocidentais. Na confusa geopolítica do Oriente Médio, a máxima de que “o inimigo de meu inimigo é meu amigo” não funciona, pois o inimigo de meu inimigo pode ser meu inimigo também.

Aqui já podemos tirar algumas conclusões. Enquanto os impérios europeus existiram durante, a Síria como conhecemos há pouco mais de 70 anos. Claro que como toda ex-colônia não foi ela quem formatou suas fronteiras, mas isto também não deve servir de desculpa e causa única para todas as mazelas posteriores. Fosse assim, nós aqui na América Latina também deveríamos estar em ebulição civil porque houve imposição de linhas demarcatórias.

Para muitos analistas, a anatomia da crise política, social, econômica nas ex-colônias se resume ao seguinte quadro esquemático:

Se este artigo serviu para algo espero que seja a resposta à pergunta “quem tem razão na guerra na Síria?” ao que direi depende. Agora, claro está que este relativismo analítico não deve servir como relativismo moral, pois se há algum valor que sirva como baliza absoluta aí está e é nele que devemos nos pautar quando dizemos que algo está errado, independente de qual lado, ideologicamente mais simpático venha a agressão. Evidentemente que numa guerra ocorrerão mortes, mas daí resta saber quem agrediu primeiro e de que forma nos levando a uma análise um tanto quanto tecnicista, mas necessária para podermos ter alguma posição (nem que seja a da neutralidade) neste bravo novo mundo tribal globalizado.A retórica ideológica embutida no esquema politicamente correto acima diz que todo povo deve controlar seu próprio destino, mas o que vemos é que “povo” é uma categoria vaga, melhor substituída por população que encerra um conceito meramente quantitativo ou sociedade, que compreende um conceito qualitativo não harmônico, isto é, que tem o conflito e divisão de interesses como premissas. Quando percebemos que durante estas décadas, a ideologia agregadora daquelas pessoas foi a laica, nacionalista e socialista Baaz, que só se manteve no poder graças a repressão nos perguntamos qual a densidade teórica do ideal de historiadores? Portanto, o relato histórico tem que ser descritivo mesmo ou não entenderemos mais nada. Quando substituída por premissas valorativas que nada mais são que juízos de valor pautados por frágeis ideais, só ficamos mais e mais confusos sem entender o que realmente acontece. Este é o caso da Síria, quando a retórica nacionalista é usada para apontar soluções esquecendo-se que foi justamente ela que levou à ruína da pouca estabilidade que existia.

camisetas penduradas

[1] Quando este morreu não deixou nenhum sucessor e seu primo e genro, Ali reivindicou a posse de profeta da religião e os califas, chefes-de-estados – os shiat Ali – “partidários de Ali”, mais conhecidos como xiitas assumiram que qualquer liderança religiosa só poderia vir da linhagem de Maomé. Seus opositores, os sunitas, seguem um documento que narra as experiências de Maomé, a Sunna e admitem como lideranças sucessores de outros califas além de Ali. Como se deduz, é uma luta por poder sucessório que vai além de qualquer teologia.

Explicando a Ação na Cracolândia

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Vejam este contundente relato de Gisleine Caron, sobre as recentes ações da prefeitura de São Paula na área conhecida como “Cracolândia” onde traficantes e usuários de drogas, principalmente o crack dominam. A autora é coordenadora de comunicação e assessora de imprensa na Secretaria da Habitação do Governo do Estado de São Paulo.

V.D.

 

Explicando a ação na Cracolândia

Por Gisleine Caron

Eu trabalhei lá, juntamente com o Amauri Pastorello, que era subprefeito da Sé na época e, eu, assessora de imprensa da Habitação, a pedido do prefeito Kassab, escrevendo e estabelecendo protocolos com o Dr. Luiz Alberto C. Oliveira - dr. Laco, em todas as frentes (o Prefeito Dória seguiu esses protocolos) para atuar com os dependentes químicos, traficantes, moradores/comércio.

Esses protocolos foram discutidos com várias frentes: judiciário, MP, secretarias municipais diversas como saúde, assistência social, trabalho, habitação, educação e até finanças, secretaria de governo e, inclusive, secretarias estaduais e especialistas de cada área: saúde, psiquiátrica, assistência social, locais de atendimento e encaminhamento dos dependentes etc, etc. E também de atendimento para seus familiares porque a droga destrói também a família do dependente em todos os níveis possíveis e, ainda, na reinserção social do dependente com a criação de repúblicas onde ele poderia morar depois do tratamento de desintoxicação que levava de 4 a 6 meses. Tudo pago pela prefeitura (valor mensal de cada leito - com tratamento completo, alimentação, psiquiatra, psicólogo etc - na época: 4 mil reais).

Traficantes: a PM, a Civil e a GCM fizeram um trabalho monumental de inteligência para identificar os traficantes e prende-los no flagrante sem direito a fiança. Não se enganem. Aquela ação lá na Cracolândia foi a conclusão de um imenso trabalho das forças policiais.

Locais demolidos: desde aquela época (2007/08 e 09) a Secretaria de Habitação identificou e fez desapropriações de imóveis que eram usados para o aluguel de tráfico e consumo de drogas. A situação precária daqueles imóveis só permite sua demolição e mais nada. A demolição é necessária porque você tem de eliminar o local do tráfico e onde o dependente se abriga para exercer sua dependência.

O tráfico e o consumo de drogas estão diretamente relacionados com o local/território onde são feitos. Para eliminá-los é preciso acabar com seu território.

A recuperação da região: foi estabelecido na época que no centro antigo, Luz e adjacências seria investido em criação de escolas de música, dança, artes em geral - como um Lincon Center -, universidades e repúblicas para estudantes, além de se concentrar toda a prefeitura ali no centro. Projeto lindo demais! Não prosperou. Só as drogas e o tráfico.

A atuação da polícia é essa mesmo: quando a PM entra num território, os bandidos correm - e os usuários de drogas também, claro -, tem bomba de gás lacrimogêneo etc. Ali, a Saúde e SMADS entraram antes, cadastraram os usuários etc. Aliás, atuam ali sempre. Correr da polícia não significa desrespeito com o dependente.

A mulher que apareceu chorando dizendo que "tiraram o negócio dela" (jura querida? Devia ir presa f**) era invasora de prédio já desocupado anteriormente e alugava os quartos para usuários e traficantes.

A parede demolida e que caiu em cima de três pessoas havia sido construída irregularmente para criar um local escondido para que o estacionamento (de onde partiu a demolição) permitisse o consumo de drogas. O responsável pelo local foi perguntado várias vezes se havia pessoas ali e respondeu que não. Apenas quando começou a demolição ele falou que tinha pessoas ali porque ficou com medo, já que estava sendo filmado e era o próprio secretário de obras que estava acompanhando a ação. Ou seja, uma ação cercada de todos os cuidados e atenção porque muito tensa e perigosa mesmo.

Esse tipo de ação não se comunica antes ao traficante que você vai fazer, né? Me parece óbvio.

Novas Cracolândias: quem as crias são os traficantes, não a polícia nem a ação da Prefeitura. O bandido identifica outros locais onde não há a atuação do Poder Público e muda para lá fornecendo droga para os dependentes, criando novo círculo de crimes e vícios. Essas mini-cracolândias (como estão chamando) favorecem a atuação da polícia e das assistências sociais.

O ruim e inaceitável disso tudo é tratar um problema tão sério e complexo com um viés político e ideológico que não existe.

Essa é uma ação do Poder Público, não importa sua cor política. E eu rechaço com todas as minhas forças quem critica (seja de esquerda ou de direita) porque eu trabalhei lá naquela época. Acompanhei a abordagem de SMADS, conheci a fundo a realidade daquilo ali. Aquilo é um horror! A degradação mais completa e absoluta que se pode haver do ser humano. Se existe um inferno nesse plano de vida ou em outro é aquilo ali.

Até os profissionais de saúde e assistência social que trabalham lá passam por tratamento psicológico depois para "desintoxicar" daquela situação. Eu mesma fiquei profundamente traumatizada com aquilo.


 

Drogar-se e viver em uma realidade paralela significa alienar-se da pior maneira: ter medo de enfrentar a realidade, seus problemas e lutar. Jamais abandone sua consciência, jamais deixe de ENXERGAR.


O MELHOR PROGRAMA SOCIAL É O TRABALHO

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Cresci em um mundo que o que se chamava Ensino Público incluía pagar pelo próprio uniforme. As escolas não eram exatamente o padrão das escolas militares de hoje em dia, onde até a continência é obrigatória, mas havia um conjunto mínimo de regras e isto é o que me chama atenção. Já, hoje em dia, há um grande número de regramentos, de procedimentos necessários, de normas a serem seguidas, mas não há um conjunto mínimo de regras de conduta necessário para se conviver minimamente bem com os demais colegas, professores e consigo próprio.

Isto não é diferente do mundo do trabalho, no qual jovens sequer podem começar porque lhes impõem a pecha de serem ‘explorados’. Daí a alternativa é criar um programa – como o do Menor Aprendiz – que não passa de uma adaptação, já que há um bloqueio ao caminho formal dos menores de idade ao mercado de trabalho sob a desculpa de que não podem ser ‘explorados’. Ou seja, nossa lei hipocritamente subentende que trabalhar é “ser explorado”.

Aqueles com menos de 18 anos são protegidos por uma Constituição Federal que, na verdade, os mima. A proliferação de direitos em detrimento de deveres fez o que a nossa sociedade? Criou uma falsa impressão de que podemos prescindir da economia, que esta não tem leis reais e não lida com recursos escassos. É como se a demonização do capitalismo fosse uma demonização da ambição humana. E nisto tudo perdemos a noção de civilidade, pois já não mais sabemos o que é ser civil.

Não é a toa que as escolas militares crescem no país, pois elas propõem um caminho, um método educacional, ao passo que nós ficamos presos e cegos em uma névoa de direitos em que não há lugar para deveres, obrigações, produção e emprego.

O Brasil mudou muito rápido, há décadas atrás havia assistência aos mais pobres, mas como as relações eram diretas entre instituições de caridade, igrejas, pessoa-pessoa não era fácil enganar e ficar na eterna dependência que hoje vemos. Uma sociedade que vê em bolsas de auxílio como o Bolsa-Família programas permanentes, quase um modelo de vida não há salvação individual porque a própria noção de indivíduo que luta, que produz e que evolui se tornou um contrassenso. Nesta visão estatista da esquerda, a sociedade é dividida em grandes grupos – que alguns resumem em classes sociais – nos quais uns devem aos primeiros por uma espécie de divida histórica e social esquecendo-se que esta história deve ser continuamente refeita e que a sociedade evolui. Na verdade, a noção deles é que somos estagnados e assim permaneceremos graças à transferência compulsória de recursos.

Trabalhar é se inserir no mercado e este é o pecado capital para as esquerdas, estar no mercado. Se fosse outro trabalho sem remuneração, ou com ganhos decididos por uma comissão, alguma ONG, renda definida por votação, como se faz em câmaras de deputados etc. não seria algo maldito para as esquerdas, por quê? Porque não é meritocrático. Entenda que atribuir renda por mérito significa valorizar o que todo pensamento de esquerda, essencialmente coletivista tenta negar: o indivíduo. Este é o ponto. Por isto, o melhor programa social é o trabalho que prova que o social, a sociedade não existiria sem o esforço próprio, o esforço e luta de indivíduos. É nele, neste rei que reside a fonte de toda criação humana porque só os indivíduos, só nós temos uma coisa que nunca nos será tirada: a vontade.

 

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CARTA ABERTA A VITOR RODRIGUES FERRULIA (O cara que perdeu a mão com um rojão, e a moral com uma atitude bizarra)

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Por Marcelo Rates Quaranta

Prezado Vitor

Eu deveria começar esta carta aberta te perguntando se está tudo bem com você, mas não vou porque eu sei que não está. Perder uma das mãos com um rojão não tem nada de bom e nem deixa alguém bem, não é?

Eu tenho visto pelas redes sociais que os esquerdistas estão tentando transformá-lo numa espécie de “herói” daquilo que vocês chamaram de “manifestação, mas que infelizmente não passou de um ato terrorista. Não acredite neles. Você não é um herói. A única forma de encarar você é como um coitado que se transformou numa vítima da própria ignorância. De gente como você, infelizmente não consigo ter pena. Dos seus pais sim.

Também já fui jovem como você. A diferença entre nós dois é que eu nunca lutei por bandidos e nem servi como instrumento de oportunistas e falsos idealistas. Sempre lutei pelo meu país e não para tirar um governante, com o objetivo de livrar a cara de quadrilheiros. Sempre lutei do lado certo da força, se é que você me entende.

Mas como eu ia dizendo, você não é um herói, porque heróis não investem contra a polícia. Sabe aquele policial no qual você mirou o seu rojão? Aquele policial é um brasileiro, trabalhador, pai de família, tem três filhos e estava ali no cumprimento do dever, pois essa é a função dele. Ele é um militar e obrigado a cumprir ordens. É possível dizer que pessoalmente ele não tinha nada contra você e apenas estava no lado oposto por dever da função. E você tentou matá-lo, da mesma forma como mataram um cinegrafista no Rio de Janeiro.

Ele é aquele cara que quando não está escalado para conter distúrbios, está arriscando a vida para tentar tirar de circulação os traficantes que fornecem a maconha que você fuma. É aquele que luta diariamente para manter as ruas limpas de bandidos que atentam contra a vida e contra o patrimônio alheio, tal qual você e seus comparsas fizeram ao depredar ministérios. Repito, e você tentou matá-lo, da mesma forma como mataram um cinegrafista no Rio de Janeiro.

Quando o fato ocorreu, a mídia vermelha se arvorou em dizer que "um ESTUDANTE havia perdido a mão durante a manifestação'. Foi então que li que o tal estudante é aluno de física de uma universidade Federal no Sul.

Mas espera... Se você é aluno no sul, o que estava fazendo em Brasília em pleno ano letivo? Não querido, se você já não era herói, agora você não pode ser chamado de estudante também. Se fosse, estaria dentro de uma sala de aula, e não a mais de mil quilômetros da universidade, colocando fogo em Ministérios e tentando matar um policial.

O máximo que podemos classificá-lo é como um vândalo que ocupa uma vaga numa universidade Federal, paga com os nossos impostos, inclusive com os impostos daquele policial que você tentou matar. E o pior, ainda tira o lugar de alguém que realmente quer e precisa estudar.

Vi a foto do seu rosto sorridente no hospital. Seus amigos da esquerda podem estar te venerando agora e você estupidamente se sentindo o máximo. Contudo, filho, será apenas uma questão de dias pra que você caia no esquecimento até dos teus comparsas. Teus 15 minutos de fama ficarão perdidos no tempo, tal aquele aquele dedo no gramado. E o que vai acontecer? A tua mão não voltará, os teus parceiros não vão te ajudar em nada e você ficará sequelado pelo resto da vida. Valeu a pena? Mais tarde verá que não, e que foi o maior ato de burrice da tua vida.

Já sabemos que você não é herói, não é estudante e agora se tornou incapaz de uma série de atividades e pequenas tarefas. O que te restou foi ser parcialmente inválido. E olha, amigo, será parcialmente somente se agora você tomar consciência de que atos de terrorismo defendendo quadrilhas não valem a pena. Se continuar com a mesma mentalidade, poderá se considerar completamente inválido, exatamente como era antes de perder a mão. Ah... não era inválido. Era inútil.

Você só vai entender o seu ato quando sentir o gosto do anonimato, a saudade da mão e a indiferença daqueles que te levaram para Brasília. Aí vai cair a ficha do quanto te custou acreditar nessa gente. Talvez essa tenha sido a pior forma de aprendizado.

Mas... como diriam, vão-se os anéis, ficam os dedos.

Ou melhor... não ficam. Que triste.


Escravizar-se por uma ideologia é ser escravo de si mesmo, já que foi você mesmo quem optou por um caminho de insanidade. Para aqueles que agora lamentam quem perdeu os dedos, se lembrem de não perderem a CABEÇA antes de tudo...

Ataque Terrorista em Londres

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“Isto é para minha família, isto é para Alá” dizia o terrorista enquanto esfaqueava 10 ou 15 vezes uma menina em Londres, dois dias atrás. A rotina de terror brutal faz parte da capital britânica, que já foi um farol do mundo livre e hoje se vê em pleno ataque aleatório, três em três meses. Mas o que mais me deixa atônito não é a brutalidade e insanidade de quem perpetra tais ataques, mas sim a apatia de quem os recebe.

SADIQ KHAN, prefeito de Londres, na noite da tragédia disse que ainda não se tem muitos detalhes para informar (ah tá...), mas vou facilitar: atentado em Londres, na área da London Bridge com sete vítimas fatais confirmadas até então e outras tantas feridas. Alguma dúvida sobre a autoria? Então vamos por nossa imaginação para funcionar:

"Terroristas de origem .................................... conduziam uma van em alta velocidade e deliberadamente atropelaram infiéis, ops! Digo, pedestres na Ponte de Londres e ao chegarem no lado sul saem correndo aos bares de uma quente noite de verão para atacar os frequentadores dos bares e pubs da região esfaqueando-os."

Mudar para Europa? Esqueça. Não mais. Prefiro morar em um país politicamente insano como o nosso, mas que não sou condenado por apontar o dedo para o bandido do que conviver com cidadãos apáticos que nutrem simpatia por seus algozes. Como já me disse um brasileiro que emigrou para a Suécia sobre os estupros cometidos por imigrantes de uma certa religião, "para nós aqui isso é um problema menor". Então tá, só espero que esse "problema menor" nunca atinja um inocente próximo a ti que pagará por tua ignorância.

Christine Arquibald, uma das tantas vítimas na cidade de Londres, mortas atropeladas ou brutalmente esfaqueadas em nome de Alá. Christine Arquibald, uma das tantas vítimas na cidade de Londres, mortas atropeladas ou brutalmente esfaqueadas em nome de Alá.

A partir do momento em que se admite que o Mal, assim como o Caos são uma constante no Universo contra a Liberdade de crer e ser, a defesa contra ataques começa por nossa Visão de Mundo.

O que podemos fazer? Nos dividir em religiões? Não, mas podemos sim exigir que os templos de todas as religiões sejam condenados quando permitirem o incentivo a qualquer tipo de menção de “luta contra os infiéis” ou “luta pela religião”. O que tem que ficar claro, claríssimo é que o mundo secular resolve suas disputas na política e a democracia é o único modo de exercê-lo. Se não está de acordo, se não se sente apto, retorne para de onde veio e se nasceu na terra em que cometeu tais atentados, vá embora! Vá em busca de seu paraíso, mas bem longe de nós.

 

LABORATÓRIOS DE UTOPIAS ASSASSINAS

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Janer Cristaldo

Desde que comecei a escrever - e já lá vão mais de 40 anos - tenho denunciado a praga que infestou o século passado, o marxismo. Toneladas de estudos "científicos" inspirados em Marx e seguidores contaminaram as universidades do mundo todo e geraram outras toneladas de pensamento rumo ao inútil, quando não ao totalitarismo. Durante décadas, tese da área humanística que não citasse Marx ou profetas menores sequer chegava a uma banca. Marxismo virou gênero literário e partiu-se em subgêneros, soviético, chinês, cubano, albanês, com direito inclusive a estandes exclusivos nas livrarias.

O Estadão e a Folha de São Paulo publicaram hoje editoriais indignados a partir da denúncia feita por Ali Kamel no jornal O Globo. Em artigo intitulado "A Lata de lixo da História", diz a Folha:

"A coleção de disparates vai de uma condenação ao capitalismo por objetivar lucro a um elogio da Revolução Cultural chinesa. À vulgaridade pensativa, o livro agrega falsidade histórica, omitindo os assassinatos - eles sim incontáveis - cometidos em nome da dita revolução. Apesar disso, o governo federal adquiriu de 2005 a 2007 quase 1 milhão de exemplares da obra, campeã de distribuição gratuita. Só em 2007 gastou com ela R$ 944 mil".

Em outro artigo, "O MEC acorda tarde", escreve o Estadão:

"Diante de tanta desonestidade intelectual, custa crer que o MEC só tenha se manifestado sobre o problema após a publicação de artigo do jornalista Ali Kamel".

A denúncia é grave, mas nada tem de novo. Em 1992, o professor Gladstone Chaves de Mello denunciava que cem por cento - nada menos que isso - dos livros de História distribuídos pelo Ministério da Educação no Brasil eram ostensivamente e estruturalmente marxistas. Isto três anos após a queda do Muro de Berlim, um ano após o esfacelamento da União Soviética e em meio ao descrédito internacional em relação a qualquer regime de conotação comunista. Hoje, há um escândalo generalizado na imprensa com o livro de Mário Schmidt. As denúncias do professor Chaves de Mello, feitas há quinze anos - bem mais graves porque não falavam de um livro, mas de cem por cento dos livros de História - passou em brancas nuvens.

Este gênero literário, a literatura marxista, gerou grandes lucros e generosas mordomias em Moscou, Pequim, Berlim Oriental, Havana. A partir dos anos 90, as editoras especializadas no ramo já não tinham mais espaço físico para estocar os livros devolvidos pelos distribuidores. "Foi cair o muro de Berlim e minha editora começou a afundar", declarou um deles. Este editor, na época, só conseguia vender parte de seu encalhe para a Amazônia, o que não deixa de ser significativo: missionários e antropólogos precisam de suporte teórico para seus projetos teocráticos na América Latina. Mais ou menos desacreditada no mercado livre, esta literatura mudou-se com armas e bagagens para o mercado do livro obrigatório. Em 93, por exemplo, o Ministério da Educação distribuiu 80 milhões de livros. Pode-se então ter uma idéia do desalento dos editores que parasitaram os cofres públicos vendendo ideologias assassinas oriundas do século XIX.

O Brasil não é pioneiro nesta indústria da mistificação. Em 1928, em Siete Ensayos de Interpretación de la Realidad Peruana, o escritor peruano José Carlos Mariátegui via a universidade como uma máquina de demolição da sociedade burguesa, uma instituição destinada a formar ativistas e militantes. Os princípios expressos neste panfleto, com mais de quase um século de idade, ainda constituem uma espécie de carta de princípios dos sedizentes cursos de Ciências Humanas da universidade brasileira, que funcionam como laboratórios de utopias assassinas.

Não tenho em mãos o livro de Mário Schmidt. Pelos trechos citados por Ali Kamel, em momento algum o autor fala em ideologia marxista. Aposto que não desenvolve nada sobre o marxismo no livro todo. É uma forma eficaz de difundir marxismo. Como a doutrina foi desmoralizada pelo século e a filosofia está gasta, melhor expor seus princípios sem dizer a que doutrina pertencem. É por estas razões que vemos gerações inteiras pensando como pensam os marxistas sem jamais terem lido Marx ou qualquer estudo sobre o marxismo.

Todos os cursos da área humanística estão contaminados de marxismo e praticamente todos os professores oriundos destes cursos são apóstolos da nova religião. Letras, Ciências Sociais, Pedagogia, Literatura, Comunicações e até mesmo Teologia. Quanto ao curso de História, é a pedra de toque dos comunistas. Em 1984 - obra que considero a mais importante e desmitificadora do século passado - George Orwell atribuía ao Partido um lema:

Quem controla o passado, controla o futuro.
Quem controla o presente, controla o passado.

Todo marxista sabe disso. Controlando os cursos de História e suas bibliografias, podem reescrever a História a seu bel prazer. Podem fazer de Marx um visionário, de Lênin um sábio, de Stalin um benfeitor, de Mao um santo. Mas não creio que esse tipo de embuste seja muito eficaz. Como professor, sei que aquilo que os alunos ouvem em aula ou lêem em livros entra por um ouvido e sai pelo outro. Seja como for, esta atitude dos professores serve para ocultar a realidade dos fatos.

A denúncia de Kamel mostra apenas a ponta do iceberg. A denúncia do professor Chaves de Mello mostrou o iceberg todo. Isso há uns bons quinze anos. Enfim, cá no Brasil há pessoas - e até mesmo jornalistas - que se espantam quando encontram um deputado ou senador corrupto. Puxa-se o fio da meada e se descobre que a corrupção é generalizada. Leio cartas de leitores espantados com o fato de que mais de 50 mil professores escolheram o livro de Schimdt. Mas se escolhessem outro daria no mesmo.

O espantoso é que só agora um pai tenha denunciado a endoutrinação à imprensa, depois de uma década de utilização do livro. Pelo jeito, os pais não estão em nada preocupados com o que é ensinado aos filhos nas escolas. Mais um pouco de pesquisa e os jornalistas descobrirão espantados que não só o livro em questão é marxista, mas todos os demais livros didáticos da área.


Nosso sistema de ensino hoje parece uma linha de montagem com a produção de autômatos que não ouvem, não leem, mas que se espera que mantras revolucionários justifiquem sua frustração ou sentimento de invalidez, o que deve ser sumamente REJEITADO. E essa rejeição necessita de força obtida no CONHECIMENTO.

O que se perdeu na Educação?

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Acabo de assistir um vídeo que me foi enviado de um orador chamado Prince EA, sobre educação (aqui). Vou chamar este ator de uma espécie de “rapper do bem”, pois tenta passar mensagens positivas, construtivas através de uma linguagem sincopada, quase musical entre o discurso e o RAP. Essencialmente, ele argumenta que a educação tem que ser aprimorada, o que não é nenhuma inverdade, mas este upgrade como chama parece simples de fazer e com a maior falta de cerimônia ele acusa as provas e a competição como constituintes de um sistema injusto, no qual trata desiguais com igualdade fazendo-os competirem sem evidenciarem suas qualidades, “peixes escalando árvores” é a figura de linguagem que usa para mostrar como as coisas estão erradas. Pois bem...

Sabe o que eu mais detesto? Simplismos. Quanto tempo este ator levou para ensaiar estas palavras? Vocês acham que houve um 'upgrade' da forma de atuar até a atual? Ora, o problema de nossa educação não é um problema de "falta de upgrades", mas justamente porque não "return to basics". Ele alega que estimulamos a competição, mas eu me pergunto qual escola incentiva e qual prefeitura leva os conceitos a sério. Só temos um conversa de "não excluir", de "não discriminar", de "não estimular a competição", como se antes estivéssemos preocupados com isto e não em monitorar a classe, justamente para melhor atender aqueles casos em que os baixos conceitos revelam um problema, seja cognitivo, seja social etc. Eu adoraria que estes românticos passassem um mês em sala de aula comigo, em turmas do fundamental, do médio, do superior e cursos preparatórios para verem como é que se faz. E se faz... Diferente de uma oratória que lembra uma canção de RAP! Sinceramente, alguém aí acredita que o estímulo ao trabalho pesado, aos temas de casa e às provas são algo ruim? Alguém aí tem certeza que a evolução do telefone ou dos veículos não deve nada à escola tradicional e que esta nova escola, da qual se pode tudo, da qual só se ensinam direitos em detrimento de deveres será capaz de por uma civilização nos eixos? Acho que já tivemos amostras mais do que suficientes com este lixo que se tornou a educação brasileira com seus falsos ídolos pedagógicos. Ou não? Vocês vivem de metáforas, de mensagens românticas, de poesias e quando se trata de considerar o peso do 'social' sempre são classes, a economia e tudo mais, MENOS, a família. Vocês tem ideia de como é a cultura em um país como a Finlândia para atribuir o sucesso da escola só à escola? Vocês por acaso já ouviram falar que na Suécia é totalmente antiético dar presentes aos professores, sim, eu estou falando daquela simples e tradicional maçã porque isto é um mau sinal que estimula a corrupção. Pois a corrupção começa justamente assim, com ações entre amigos, com camaradagem. Pergunte a um corrupto que foi ajudado por outro corrupto se eles não se enxergam como boa pessoas. É claro que sim e o ponto é justamente este: a interpretação de mensagens assim mostra quão equivocada é a leitura dos sentimentalistas que não percebem a necessidade de enforcement legal, de trabalho duro. Uma coisa é uma película cinematográfica, cujo ponto alto em filmes de advocacia é o discurso, a oratória. Agora pense em fazer isto todos os dias, rotineiramente, de modo árduo, com alguns alunos que não te deixam falar e agridem os demais e tu não pode fazer nada porque alguns idiotas que se auto-definem como pedagogos disseram que não se pode reprimir, isto é, suspender e expulsar o aluno quando necessário.

Sabe aquela clássica cena do filme The Wall do Pink Floyd com professores tradicionais britânicos se preparando para reprimir e açoitar seus alunos com gosto? Pois é... Sinto desapontá-los, mas esta imagem-espantalho não existe mais (ainda bem!), pois hoje é, justamente, o contrário que ocorre, diariamente, cotidianamente sem que ninguém, sem que nenhuma autoridade se condoa com o fato. Sem que vocês apontem isto! Sim, vocês que sublimam com esta peça de semi-RAP falando de um trabalho que nunca quiseram encarar. E para piorar colocaram o problema salarial como um fator dizendo que professores deveriam ganhar tanto quanto cirurgiões... Isto é ridículo! Não se discute nestes termos, pois da mesma forma, se formos aplicar o que é justo em termos sociais à valores de mercado, então também não é justo que cirurgiões ganhem muito menos que um Neymar. Ora! Se for ranquear ganhos em termos de importância social, um jogador ou uma modelo deveriam ser pobres e não é assim que a vontade das pessoas determina os preços. Então esqueçam este tipo de argumento porque ele é mais pobre do que os salários de quem vocês julgam defender.

Querem melhor educação? Voltem seus olhos para o passado. Ou alguém aqui acha que peixes não nadam como seus antepassados há milhões de anos atrás?

 

VD

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