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DEFESA DO MUNDO LIVRE É DEFESA COM ARMAS

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Uma coisa que eu não gosto são "cheerleaders ideológicas". Já li várias vezes por aí "que os EUA podem acabar facilmente com a Coreia do Norte". Podem sim, desde que estejam dispostos a ver a Coreia do Sul se transformar em um deserto frio, árido e sem vida. Topam? Cambadinha... Não tem solução fácil e não esperem muito da China, pois ela tem a vantagem de esperar ser adulada pelos EUA em qualquer crise envolvendo a península. Portanto parem com esta maniazinha de quem joga PlayStation vibrando após cada deslocamento de alguma frota naval americana. As coisas não são simples e o que há de viável, infelizmente, é o conjunto de sanções impostas ao regime totalitário de Pyongyang. O que, em termos práticos e de curto prazo significa claramente dificuldades no comércio e parcerias com o país, o que redundará em mais fome crônica e aguda para os norte-coreanos. Sinceramente, talvez esta disputa seja muito mais difícil do que foi com Fidel. Exceto, claro, se o ditador Kim Jong-un não morrer antes... Que foi? Ele não é suspeito de encomendar a morte de seu meio-irmão em Singapura? O que vocês propõem? Um acordo trilateral entre Coreia do Norte, China e EUA em que a Coreia do Sul e o Japão se estrepem?

Não são só governos que estão sob ameaça, se trata de dezenas de milhões de pessoas com o destino traçado por um gordinho louco de topetinho inovador que detesta ser criticado e ameaça até mesmo se uma comédia sobre ele for ao ar.

DEFESA DO MUNDO LIVRE é DEFESA COM ARMAS. É DEFESA COM PODER MILITAR.


Miriam Leitão e o Ódio de Classe

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A jornalista Miriam Leitão foi assediada por dirigentes petistas durante um voo inteiro de Brasília ao Rio de Janeiro. A questão é, o que faz com que uma trupe de pessoas, supostamente educadas tome este tipo de comportamento como legítimo? Achar depois que sua militância de baixo escalão não fará ainda pior, com os vários casos relatados e comprovados de violência física e moral é uma ingenuidade digna daqueles que sonham com um "mundo melhor" enquanto que semeiam a ditadura baseada na retórica do ódio e do medo. Enquanto que todos se preocupam com Miriam, o verdadeiro alvo dos fascistas é (e sempre foi), a Liberdade de Expressão representada pela imprensa.

V.D.

A teoria dos ódios de classe” e a massificação dos intelectuais brasileiros

Utilizando como fio condutor uma entrevista do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira tecemos breves considerações sobre as origens, os desdobramentos e a influência exercida pelo que chamamos “Teoria dos Ódios de Classe”. Inicialmente formulada por intelectuais como a filósofa Marilena Chauí (USP) tal ideologia permeou a mídia e o cotidiano, bem como a academia e os negócios

 Por José Roberto Bonifácio

A semana que se iniciou, assim como a anterior, assim o fez sob efeito de mais uma manifestação de intelectuais acadêmicos com respeito aos rumos da política nacional, o aprofundamento dos prospectos de crise econômica e recessão e de expectativas pessimistas de deperecimento institucional do país.

Desta vez, ao invés de se verificar que o protagonista dos eventos era um petista histórico o que se tem é justamente a mensagem de um ex-ministro do governo tucano que precedeu o do Partido dos Trabalhadores. A saber o economista Luiz Carlos Bresser Pereira.

Reproduzamos aqui parte de sua fala com seus argumentos no jornal Folha de S. Paulo( Aqui):

“Surgiu um fenômeno que eu nunca tinha visto no Brasil. De
repente, vi um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, contra um
partido e uma presidente. Não era preocupação ou medo. Era ódio”.

“Aí vem o Lula, que se propõe a formar novamente um pacto nacional-popular, com empresários industriais, trabalhadores, setores da burocracia pública e da classe média baixa. O governo terminou de forma quase triunfal, com crescimento de 7,4%, e prestígio internacional muito grande. Mas esse pacto desmoronou nos dois últimos anos do governo Dilma.”

“Por quê? (Pergunta da Folha)

“O motivo principal foi que o desenvolvimento não veio. De repente, voltamos a crescer 1%. Houve erros nos preços da Petrobras e na energia elétrica. E o mensalão. Aí os economistas liberais começaram a falar forte e bravos novamente, pregar abertura comercial absoluta, dizer que empresários brasileiros são todos incompetentes e altamente protegidos, quando eles têm uma desvantagem competitiva imensa.É o que explica o desparecimento de centenas de milhares de empresas. O pacto político nacional-popular… A burguesia voltou a se unificar.”

“Dilma está na direção certa? (Pergunta da Folha)

Claro. Mas não vai se resolver nada enquanto os brasileiros não se derem conta de que há um problema estrutural, a doença holandesa. Enquanto houver política de controle da inflação por meio de câmbio e política de crescimento com poupança externa e âncora cambial, não há santo que faça o país crescer. Juros altos só se justificam pelo poder dos rentistas e do sistema financeiro. Falar em taxa alta para controlar inflação não tem sentido.Qual pacto seria necessário?Um pacto desenvolvimentista que una trabalhadores, empresários do setor produtivo, burocracia pública e amplos setores da baixa classe média. Contra quem? Os capitalistas rentistas, os financistas que administram seus negócios, os 80% dos economistas pagos pelo setor financeiro e os estrangeiros.”

Bresser Pereira como se nota repisou a “teoria do ódio de classe” da filósofa uspiana Marilena Chaui e similares (sobre a qual falaremos a seguir neste artigo e em outros).

Nem parece se recordar do odio de que foi alvo quando passou pelo MARE, nos anos 1990, e aprovou a Emenda Constitucional n° 19/1998, levando adiante a reforma administrativa.

Talvez nem se recorde dos livros que escrevera nas décadas passadas prevendo a inaptidão do PT para um projeto de modernização política e institucional no Brasil (na época ele preferia o PMDB ulyssista).

É no minimo ironico como o Petismo se apoia cada vez mais em gente que ele espezinhava ou abominava (vide Delfin) e cada vez menos em seus próprios intelectuais — a cada “manifesto” ou carta são menos signatários. Porquê será?

Por fim, sobre o lead da entrevista, somente se pode dizer uma coisa sociologicamente: indivíduos tem sentimentos. Coletividades não. Qualquer assertiva que ultrapasse isto é falacia ecológica.

Em outras palavras, Bresser parece vivenciar um momento do tipo “esqueçam o que eu escrevi”. Comparemos com que o ex-ministro disse esta semana com o que ele dizia em 2005. (Aqui)

Passemos ao exame do que aqui chamamos de “Teoria dos Ódios de Classe” e à maneira como esta impregna o cotidiano político do país — segundo o descrevem alguns e à maneira como alguns fazem dela arma de combate ideológico contra seus oponentes (reais ou imaginários).

***

Um fantasma ronda a politica brasileira, o fantasma do “ódio de classe”.

Contra ele unem-se intelectuais de diversas perspectivas teóricas e de variados centros de formação cientifica. Contra ele veiculam-se noticias e postagens na blogosfera, redigem-se livros e manifestos, publicam-se opiniões nas seções de leitores dos jornais e revistas.Contra ele mobilizam-se militantes nas ruas, nas universidades, nos órgãos públicos e nas empresas.

A semana passada encerrou-se com as reações às declarações da filósofa Marilena Chauí (USP) afirmando “odiar a classe média” e a atual iniciou-se com os tumultos populares (especialmente nos estados nordestinos) em razão de boatos de que o programa Bolsa Família seriam suspensos. Ambas as ocorrências vão na contramão de declarações anteriores do próprio governo seja com vistas a transformar o Brasil num “país de classe média” (algo, a nível internacional, muito em voga nos chamados BRICS, especialmente na China), no primeiro caso, seja com vistas a reforçar os programas de transferencia de renda, agregando outros elementos à rede de proteção social preconizada na Constituição de 1988 e vastamente expandida nos últimos governos, no segundo caso.

O que dois fatos aparentemente desconectados e até dissociados no espaço e no tempo teriam a ver entre si? Em que aspectos o comportamento da intelectual se assemelharia ao dos populares enfurecidos ou preocupados nas portas dos bancos oficiais? Haveria alguma conexão de significado discernível nos dois casos?

O fenômeno é substancialmente interessante e digno de explicação, especialmente por aquilo que consideramos o seu mais relevante desdobramento: a diminuição da distancia entre a massa e os intelectuais (especialmente os ditos “engajados”).A contradição da manifestação da filosofa com a fala televisiva da Presidente é apenas aparente, dado que se trata de um discurso que focaliza os segmentos sociais mais refratários às campanhas eleitorais do Petismo, isto é, a chamada classe média tradicional. Marilena por certo não “odeia” a chamada “nova classe média”, este aglomerado de pessoas que recebem renda superior a R$ 700,00 (muitas delas beneficiadas pelas politicas públicas redistributivas deste governo e seus antecessores) a quem o atual governo atribui seu sucesso eleitoral.

A animosidade da intelectual é dirigida à chamada classe média reacionária, aquela a quem se atribui a ascensão do fascismo e dos regimes totalitários europeus dos anos 1930–40, mais especificamente na Itália, na Alemanha, na Espanha, em Portugal e outros países. Seria aquele segmento social, que muitos outros cientistas sociais (os de orientação neomarxista sobretudo) consideram responsável pelos golpes militares na América Latina, ao longo dos anos 1950,60 e 70.

Não discutiremos esta segunda tese e as pesquisas que ensejou, não neste momento, mas a primeira. Ora, qualquer cientista político ou sociólogo sério, ou seja, empiricamente orientado, sabe que o Authoritarian Personality — obra de TW Adorno e outros, que está por trás da histrionice intelectual da Sra. Chauí — já foi devidamente refutada mesmo. Todo mundo sabe disto… menos o publico brasileiro.

Adorno e colegas delinearam em seus estudos empíricos achados segundo os quais a classe média seria o segmento mais propicio a desenvolver os atributos de uma “personalidade autoritária”. Não discutiremos aqui os pormenores, os fundamentos e os desdobramentos da famosa escala F (F-Scale) nem o que a obra representou para o desenvolvimento social, marcando a passagem da Teoria Critica à Ciencia Social Empírica, comportamentalista.

Em poucas palavras, os que experimentam a mobilidade social ascendente e estagnam em determinados momentos de sua biografia ou veem ameaçadas as suas chances de vida ou deteriorado seu status relativo na sociedade são os mais propensos a desenvolver atitudes, ideias, crenças e práticas contrárias à democracia. Chauí e os intelectuais orgânicos “blogosféricos” vão além dos frankfurtianos (e contra as advertências e ressalvas destes sobre o conteúdo dos achados da obra): não somente os membros da classe média, más ela própria enquanto coletividade social e histórica — esta distinção metodológica é crucial em qualquer esforço sociológico que se julgue digno do nome -, são adversários não apenas da democracia mas ferrenhos opositores daqueles que a defendem ou que supostamente a representam.

Mercê da tremenda reprodutibilidade técnica de mensagens propiciada pela blogosfera temos que esta tese adorniana é incrivelmente popular a despeito de seus propagadores não se darem conta disto. Via de regra não se dá atenção à lógica da inferência nestes textos “blogosféricos”, não se distingue a parte do todo, e qualquer que seja o assunto político tratado a explicação é sempre uma unica: “ódio de classe”.

Neste quesito ao deixar-se vulgarizar pelo senso comum os neomarxistas frankfurtianos brasileiros que se alinham com o discurso da Dra. Chauí muito se assemelham aos cientistas políticos que há quase uma década difundem a tese do “golpe branco” contra o governo de esquerda, a despeito de todas as evidencias (e da própria lógica) em contrário. Morta eu não a, Frankfurt School, se encontra entranhada no país. Diríamos que ela tem sérios problemas teóricos e práticos. A própria obra que fundamenta o discurso foi marcante em seu tempo mas se acha ultrapassada pelos desenvolvimentos científicos ulteriores. E só. O ponto substancial que eu gostaria de enfatizar é apenas este: que somente o publico acadêmico brasileiro não se deu conta disto.

A Escola de Frankfurt realmente agoniza no Brasil. Esta associação entre classe média e fascismo já foi refutada ao menos duas vezes no sec.XX: primeiro por sociólogos como Lazarsfeld e em seguida por Lipset. Somente o publico brasileiro não sabe disto a menos que algumas instituições digam a verdade.

Contudo podemos crer que a Escola de Frankfurt é ainda muito forte no Brasil. Ainda hoje não formamos engenheiros em escala suficiente e outro dia uma estatística revelou que foram as humanidades que mais formaram pós-graduados ao longo da ultima década. Há vultosos investimentos produtivos parados ou adiados por causa disto Muito pelo contrario.Observando os tumultos surgidos em meio aos boatos quanto à extinção do programa “bolsa família” não nos pode faltar evidencias que atestam esta massificação do intelectual brasileiro. Quando milhões de pessoas se acham à mercê da discricionariedade (benevolente e auto interessada) do chefe do Poder Executivo Federal temos um gravíssimo problema, que já afeta diversas áreas de legislação (vide a MP dos Portos ou a lei de licitações p.ex.), más no caso da politica redistributiva tem um componente particularmente explosivo.

Irracionalismo das massas? A tentação a assim qualificar a “mood” ensejada pelo falso alarme é grande, quase irresistível, para aqueles a quem a sabedoria convencional taxaria de conservadores empedernidos. Antes a movimentação toda vem a ser a reação racional de indivíduos auto interessados na manutenção de benefícios sociais (bem focalizados ou não). Ela não difere formalmente daquela reação (por vezes tida como “efeito manada”) de investidores no mercado financeiro que temem pelos seus ativos e ensaiam a retirada de seus capitais das bolsas de valores brasileiras ou de outros “mercados emergentes”. Mesmo os principais partidos de oposição (o PSDB de um Aécio Neves e o DEM de um ACM Neto e alguns governadores), a quem se atribui automaticamente a difusão dos boatos, rendem homenagens a esta lógica, de um modo simétrico ao que o PT, numa cartada politica magistral (e desafiadora contra todos os prognósticos e desconfianças), efetuou ao sinalizar aos mercados em sua histórica “Carta ao Povo Brasileiro” (esta mesma com um teor bastante palatável aos setores de classe média, afetada pelos anos recessivos da estabilização monetária e pela abertura econômica dos anos 1990), uma década atrás.

É como se houvesse uma intelectualização das massas, uma sabedoria coletiva ou difusa inerente à democracia majoritária, ao selecionar a proposta politica que lhe pareça mais substancialmente benéfica no curto e no médio prazos (ainda que não vislumbre as repercussões a longo prazos), em paralelo à massificação dos intelectuais (i.e. uma tendencia atávica a exibir variações semi-uniformes e duradouras de ponto de vista ao longo do espectro politico partidário). Em assim sendo não se sustenta a tese direitista de que a base eleitoral se manterá “tutelada” ad aeternum, atrelada ao governo, numa espécie de “clientelismo full time”. É de amplo conhecimento na Ciência Social que a erupção das expectativas crescentes não poupa nenhuma elite governante, em nenhuma democracia (e mesmo regime não democrático), haja vista a maioria de beneficiários de programas sociais de transferência de renda, que votou contrariamente aos social-democratas europeus desde os anos 1970 e contra o próprio governo Barack Hussein Obama em 2012.

Mas o principal ainda escapa aos olhos neste contraste entre os intelectuais organicos e as massas. Hoje em dia a capacidade de governança no Brasil é avaliada e até mensurada com respeito à capacidade do Executivo em distribuir presentes, em manejar o “saco de bondades” e não em impor sacrifícios, coordenar esforços no presente com vistas a assegurar o futuro. Vide os tremendos índices de popularidade presidencial sustentados em nível elevado por prolongados periodos de tempo. Ficou definitivamente para trás aquela maneira de exercitar a vocação para a politica segundo o lema “sangue, suor e lágrimas”. A não ser por uns raros formadores de opinião sofisticados (tanto à esquerda quanto à direita) o entendimento dominante é o de que qualquer decisão coletiva deve ser medida tão somente pelos benefícios líquidos de curto e curtíssimo prazos, sem custos visíveis; uma vez que acarrete sacrifícios coletivos é encarada como uma punição ou um açoite puro e simples, quase uma suposta “revanche” da Casa Grande contra a Senzala — para utilizar o jargão da blogosfera. “Elevar a taxa de juros não é engraçado!” diria um famoso economista americano que presidiu o Fed em inicio dos anos 1980 — o qual acarretou grave endividamento externo aos países subdesenvolvidos, especialmente latino-americanos, verdadeira “década perdida”.

Esta sabedoria simples não alcança o nosso entendimento e não acessa nossa consciência plasmada na mais estreita e maniqueísta maneira de ver as coisas. Por isto, para nós tanto uma decisão de elevar a taxa de juros quanto a de limitar o acesso a programas sociais é encarada como pura e cruel distribuição de maldades.

Tudo isto se acha distante de nossa realidade. Não é que este dictum tenha se tornado romântico ou irrealista, más é que nossa pauta de conduta é dominada pelo free expensive lunch. Ou antes — se esta terminologia parecer cafona ou “reacionária” demais — pelos 15 minutos (ou 4 anos?) de fama.

A “Teoria do Ódio de Classe” funciona assim e prediz que sempre que alguém invoque uma concepção mais ampla e profunda do interesse público (isto é aquela que considera não somente as necessidades e interesses momentâneos, mas as do longo prazo) visando criticar o presente estado de coisas será automática e instintivamente taxado como “conservador”, “fascista” ou “reacionário”. “No passarán!” costuma dizer a filósofa, em alusão à guerra civil espanhola e seu contexto ideológico semi-revolucionário. Marilena Chauí é um nome pivotal neste estilo de pensamento atualmente hegemônico no Brasil.

As premissas sobre as quais ela se sustenta, como dito acima, somente aludem a estados ou circunstancias macroagregadas e nada dizem sobre microfundamentos na esfera individuais. Ao mesmo tempo o background histórico que alude à atual conjuntura é estilizado e simplificado ao extremo, em um periodo hegemonico “antes” e um periodo hegemonico “depois” do Petismo. Ignora-se por completo p.ex. que a origem do proprio PT decorreu de manobras do regime autoritário entre fins dos anos 1970 e inicios dos 1980 no sentido de desmembrar a frente oposicionista aos militares. É como se toda a evolução da sociedade brasileira, com suas complexidades e diversidades, se reduzisse meramente à biografia dos governantes de turno e todo o jogo politico fosse parametrizado por sentimentos morais (negativos ou positivos), ditos “de classe”, a ele direcionados. Ora a ontogenese do lulismo e do petismo em meio a certas maiorias não se confunde e não reduz a si própria a filogenese da sociedade brasileira como um todo.O Petismo em sua origem foi decorrencia do “Novo Sindicalismo” e, mais ainda, “opção preferencial pelos pobres” por parte… da classe média!

O PT não é o Alfa e o ômega da democracia brasileira. Esta, bem como suas instituições, têm caracteres em seu DNA que são muito mais complexos, sofisticados e paradoxais, e, sobretudo, irredutíveis às peripécias de um mesmo e único partido. Ainda assim os intelectuais “blogosféricos” tem uma dificuldade maior em compreender isto do que as massas. Maiorias estas que, a seu turno, exprimirão preferencias coletivas em outra direção que mais lhe convém.

Contra manifestações tão primárias, e sua pretensão de verdade e convicção, somente resta ao autor deste texto parodiar:Odiadores de classe de todo o Brasil uní-vos!

(Originalmente publicado no Portal Administradores)


Winston Churchill dizia que você não chegará a lugar algum se parar a todo instante para brigar com os cães que latem, mas uma coisa é certa: você tem que aprender a desviar de seus ataques e deixá-los cada vez mais raivosos com sua VISÃO e VOZ.

Esclarecimentos sobre a desigualdade e pobreza

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Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Talvez a maior de todas as falácias ruminada pelos socialistas seja a que diz que desigualdade é um mal em si mesmo e está diretamente relacionada à pobreza.

Da revolução comunista até o final da década de 1970, a China foi um país extremamente igualitário. Tão igualitário quanto a atual Coreia do Norte. O governo protegia a população das “desgraças” do capitalismo, mas não da fome. Pesquisadores apontam algo entre 40 e 100 milhões de mortes por inanição naquele período. O cenário começou a mudar logo depois que o capetinha capitalista assoprou no ouvido dos líderes chineses, aconselhando abrir o mercado, reestabelecer o direito a propriedade privada e ao lucro. De lá pra cá, 800 milhões de chineses saíram da pobreza.

Pergunto: Devemos preferir a igualdade que vigorava antes da abertura de mercado na China ou a desigualdade que veio depois?

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Façamos, então, a clássica comparação entre os Estados Unidos e Cuba.

Os americanos vivem imersos na desigualdade. Os ricos moram em pequenos palácios, ostentam joias e carros de luxo, vestem roupas de grife, jantam em restaurantes chiques. Muitos ganham milhões de dólares por ano. Alguns acumulam bilhões em fortuna.

Trabalhando para eles está a grande parcela da população que é identificada como pobre, o que significa, de acordo com os critérios americanos, uma pessoa com renda anual abaixo de US$ 11 mil – lembrando que o Banco Mundial identifica como pobre quem ganha menos de US$ 400 por ano. Nos Estados Unidos, profissões pouco glamorosas como pedreiro, manicure e faxineira rendem de US$ 3 mil a US$ 4 mil dólares por mês e é considerada de classe média a pessoa com rendimentos anuais entre US$ 50 mil e US$ 500 mil, grupo que representa 37% da população.

Segundo a Heritage Fundation, 99% dos americanos residem em bairros com infraestrutura e saneamento completos, 95% têm televisão; 92% têm forno-microondas, 88% têm telefone; 71% têm automóvel, 70% têm ar condicionado/aquecedor, mais de 60% têm TV a cabo e 42% moram em residências próprias.

Na desigualdade americana, assim como na de qualquer país desenvolvido, o pobre só não tem condições de usufruir do luxo e das extravagâncias dos ricos. Um balconista não ganha o suficiente para ter um Porsche.

Vejamos o grande modelo de igualdade social na América Latina. Em Cuba, a maioria da população usufruiu de um mesmo padrão de vida. O governo oferece a todos os cidadãos péssimas moradias, péssima infraestrutura urbana, péssimas escolas, péssimos hospitais, péssima alimentação e o mesmo programa cultural moldado pela ditadura. Quase não há diferença salarial entre as profissões. Um médico ganha menos de US$ 50 por mês, o que não lhe dá condições de ter a grande maioria dos itens que compõem a vida de um favelado brasileiro. Um ventilador é artigo de luxo na ilha.

Estou enrolando. Eu poderia citar apenas o índice GINI, que mede a desigualdade no mundo. Nele, fica explícito que a desigualdade não representa necessariamente pobreza. No índice, o Timor Leste é tão desigual quanto o Canadá, o Iraque é tão desigual quanto a Coreia do Sul, a Guiné-Bissau é tão desigual quanto a Nova Zelândia e a Nicarágua é tão desigual quanto os Estados Unidos.

Precisamos compreender alguns pontos sobre a desigualdade:

1 – Diversidade cultural.

Nas profundezas do índice GINI vemos que das quinze cidades mais igualitárias do Brasil, doze são gaúchas e de origem alemã, com índices semelhantes aos da Dinamarca. Essa constatação repete-se ao compararmos os índices do interior do nordeste brasileiro com o do Japão. Isso indica que um povo moldado por uma mesma cultura tende à igualdade. Não por acaso, as cidades mais desiguais são aquelas que acolhem os maiores níveis de diversidade cultural e religiosa.

2 – Contrastes urbanos.

Ao contrário do que a mídia e a militância socialista tentam nos fazer crer, as imagens de favelas logo ao lado de condomínios de classe média-alta revelam que os pobres estão melhorando de vida. “As cidades não criam pobres. Elas atraem pobres, (…) justamente porque fornecem o que eles mais precisam — oportunidade econômica”, diz o Edward Glaeser, professor de Harvard, especialista em economia das cidades. O que o economista quer dizer é que o estilo de vida dos mais ricos sustenta a rede de empregos que possibilita que pessoas deixem os bolsões de extrema miséria do interior para viverem numa pobreza urbana que pode lhe alçar a uma condição de vida melhor na medida em que migram de um emprego para outro.

Eu, particularmente, conheço muitas pessoas que percorreram esse caminho, dentro e fora de minha família.

3 – O papel do estado.

Marcelo Medeiros e Pedro Souza, ambos do Ipea, publicaram em 2013 a pesquisa Gasto Público, Tributos e Desigualdade de Renda no Brasil, na qual analisaram todas as movimentações financeiras do governo e calcularam o impacto delas no coeficiente de Gini brasileiro. Concluíram que um terço da desigualdade é diretamente relacionada ao pagamento de benefícios do funcionalismo público. Como o maior peso dos impostos incide sobre a produção e o consumo, os mais pobres acabam sustentando os altos salários e as aposentadorias especiais de uma verdadeira classe de privilegiados.

A concessão de estabilidade de emprego e de patrocínios a projetos culturais também contribui com a desigualdade, pois oferece a determinados grupos uma renda sustentada por todo o resto da sociedade, a despeito de quaisquer circunstâncias econômicas.

4 – Incentivos econômicos.

Os empréstimos especiais que os governos destinam aos grandes empresários não apenas encarecem o empréstimo para os pequenos, mas alimentam a dependência de setores da economia. Essa foi a essência da política econômica do governo petista.

5 – Regulações de mercado.

Todos os carteis e monopólios são protegidos por leis que beneficiam os empresários já estabelecidos no mercado enquanto dificultam a inserção de outros. Ao sustentar o cartel dos taxistas, por exemplo, o governo dificulta que uma massa de pessoas se inclua no mercado.

O fato ignorado sistematicamente pela mídia é que a pobreza está sendo diminuída com cada vez mais velocidade e que não são governos, nem ações humanitárias, nem os discursos socialistas os responsáveis por isso. Quem está acabando com a pobreza é o mercado. Pessoas e empresas visando o lucro fazendo chegar produtos e tecnologias aos lugares mais distantes. Na África, como já escreveu a documentarista queniana June Arunga, enquanto os governos não exercem as funções que eles mesmos se dão, os “malditos” capitalistas fazem chegar aos africanos computadores, celulares, internet, geladeiras, aparelhos eletrônicos, geradores de energia, motores de barcos, máquinas, ferramentas, motocicletas, automóveis e materiais de construção que, em conjunto, é o que vem permitindo que milhões de africanos empreendam pequenos negócios e se afastem da miséria.

É sempre bom nos lembrar do resultado da pesquisa feita pela ONG Data Favela (e que já foi tema de outroartigo), na qual 96% dos moradores das 63 favelas pesquisadas afirmam que NÃO foi o governo o responsável pela melhoria da qualidade de vida. Para 14%, a família foi a causa, para 40% foi Deus o responsável e para 42% a melhoria de suas vidas foi obra tão somente de seus próprios esforços.

Aos que gostam de citar o pequeno grupo de pessoas que concentram a maior parte da riqueza mundial, lembro que apenas um terço delas herdou sua fortuna, a outra parte construiu por si mesma; e também que esta mesma lista mostra-se diferente de década em década, demonstrando mobilidade até entre os bilionários. Dez anos atrás, Eike Batista despontou com um dos homens mais ricos do mundo. Onde ele está agora?

A mensagem que o desenvolvimento humano deixa é muito clara: Quanto mais liberdade as pessoas tiverem para comercializar seu tempo, seu trabalho e seu talento, mais elas se distanciarão da pobreza.

COMO IDENTIFICAR O POLITICAMENTE CORRETO

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A maior utilidade de aprendermos a diferenciar os chavões politicamente corretos de verdadeiras reflexões é a de sanear nossas próprias opiniões e crenças. Depois — e só depois — é que podemos empreender o esforço de sanear as opiniões no entorno social. Isso porque naturalmente perceberemos que a maioria das nossas opiniões SÃO as do entorno social e não nossas, como pensamos.

A verdadeira reflexão parte da expressão e se dirige à compreensão do fenômeno real ao qual ela se refere. Os chavões se caracterizam por não fazer este caminho, mas permanecer no nível da expressão como se fossem a própria realidade. Palavras são tratadas como se expressassem perfeitamente o que se quer dizer, sem as dúvidas e ambiguidades que são inerentes a esta relação entre expressão e realidade.

 

Vazio gerado e vazio preenchido

A primeira característica do chavão é ser vazio de significado. Isso quer dizer que não é possível analisar o significado das palavras ou expressões para chegar a uma estrutura razoavelmente coerente. As palavras estão normalmente re-significadas e não correspondem mais ao seu uso tradicional, pois foram carregadas com emoções de adesão ou repulsa quase físicas. Gera-se assim uma caricatura de moralidade apelando apenas ao sentimento moral.

O vazio expressivo e de significado é preenchido, então, com os signos fornecidos pela cultura, o que é feito por meio de imagens, tanto visuais quanto retóricas, de propostas, soluções ou expectativas para o futuro. Quase todo mundo hoje em dia acredita que o futuro será melhor que o passado, por exemplo. Esta crença é facilmente utilizada para agregar valor a toda proposta que difira de algo que já existiu, favorecendo assim um círculo vicioso de mudança social.

A contradição

Outra característica é a contradição do enunciado com a situação de discurso. Por estar vazia de significado, as sentenças politicamente corretas têm somente o papel de estabelecer uma dualidade concorrente que coincida com o gosto do enunciador ou com a defesa do grupo ao qual pertence. Ambas podem ser representadas pela defesa de uma ideologia.

Exemplo: A defesa da tolerância pela utopia de uma sociedade igualitária: ora, tolerar é suportar as diferenças, o que pressupõe que existam. Como pode haver um mundo com igualdade (sem diferenças) e tolerância ao mesmo tempo, se sem diferenças não há o que tolerar? Obviamente frases como esta dizem respeito a aspectos tão gerais que não se aplicam a absolutamente nada, servindo mais como uma solução retórica para a indiferença que reina hoje em relação a tudo o que não seja a satisfação de uma auto imagem.

Estas contradições são muito frequentes no meio católico, entre clérigos e leigos progressistas adeptos de práticas criativas e críticas mas que, paradoxalmente, ficam indignados quando a criatividade e a crítica levam a algum tipo de tradicionalismo. Estes mesmos progressistas, ao mirarem o fogo aos tradicionalistas, criticam a afeição demasiada de fiéis aos “elementos visuais da fé”, como gestos, paramentos litúrgicos, etc, afirmando a necessidade de ouvir ‘Deus por meio do coração”, em um contato mais interno e menos externo, etc. Os mesmos progressistas, porém, aparentemente não vêem nenhuma utilidade nos gestos externos que empreendem como as suas mudanças litúrgicas aparentes.

Dualismo e inimigos imaginários

Para o politicamente correto, o mundo se divide entre os certos e os errados. Esquecem a complexidade do mundo e a dificuldade inerente à classificação e à descoberta da verdade. Quase sempre é necessário desenhar um boneco para espancá-lo depois, como o empresário ambicioso que odeia o meio ambiente, o carrasco que sente prazer em maltratar animaizinhos, o intolerante que odeia tudo o que é diferente dele, o “racista homofóbico”, o individualista que odeia tudo e a todos, e uma infinidade de estereótipos que dificilmente são nomeados ou apontados mas tidos como pressuposto ou inimigos imaginários. Essa tipologia dualista é necessária para a construção da auto imagem do politicamente correto e do seu grupo ou categoria.

Evidentemente, no Brasil alguns direitistas (especialmente liberais) ficam atentos a estes estereótipos, não para diferenciarem-se deles, mas para representarem o papel criado pelo politicamente correto. Neste sentido é que tenho dito que no Brasil o preconceito costuma acertar na mosca.

politicamente correto

 

O Mundo melhora graças ao Capitalismo e tem que ser cego para negar

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camisetas de direita liberal conservadora

Por Anselmo Heidrich

Você já deve ter ouvido, lido muita coisa sobre capitalismo e qualidade de vida, sempre com uma correlação negativa, não? De que o capitalismo é o grande responsável por nossas mazelas sociais e ambientais etc. Mas e se eu lhes dissesse que é exatamente o contrário? Pois é... Cada dia mais estamos vendo a desmistificação dessa histórica repetida insistentemente nos bancos escolares.

O Mundo melhora a olhos vistos

O cientista cognitivo Steven Pinker, professor da universidade de Harvard, é um dos autores que mais forneceram dados em defesa dessa tese. Seu livro Os Anjos Bons da Nossa Natureza (Companhia das Letras) busca demonstrar que vivemos na época mais pacífica e próspera da história. “As pessoas, em todos os cantos do mundo, estão mais ricas, gozam de mais saúde, são mais livres, têm mais educação, estão mais pacíficas e desfrutam de uma maior igualdade do que nunca antes”, diz Pinker ao jornal EL PAÍS. “Todas as estatísticas indicam que melhoramos. Em geral, a humanidade se encontra melhor que nunca.”

Esta visão que o S. Pinker e outros citados têm, eu já pude ver em Børn Lomborg, autor de outra obra de referência, O Ambientalista Cético, na qual argumenta que o mundo não está tão mal quanto pintam os ativistas do meio ambiente. E é fato reconhecido nos meios liberais que defendem menor intervenção estatal, que as sociedades estão melhorando mesmo. Embora haja aqueles países ou regiões do globo em situação crítica, eles não representam a maioria, nem abaixam a média do desenvolvimento mundial.

A Desigualdade como Falsa Questão

Pinker também está certíssimo sobre a desigualdade não ser o principal problema da humanidade, como insistem as esquerdas políticas. Um exemplo: se falta água na África do Sahel (região que margeia o Deserto do Saara ao sul), se há baixa ingestão de calorias no Subcontinente Indiano, isto não se dá porque suas elites bebem ou comem mais, mesmo porque se forçássemos uma redistribuição destes recursos, provavelmente ainda faltaria o suficiente para a maioria. A questão é outra bem diferente de haver uma minoria com muito e uma base da sociedade com pouco, a própria produção absoluta de bens é insuficiente. Se a renda e os recursos se concentram não é porque uma minoria sugou recursos da maioria e sim porque apenas uma minoria está verdadeiramente integrada ao sistema de trocas chamado mercado de modo eficiente. Ou seja, quando um esquerdista acusa “o sistema de provocar exclusão social”, na verdade o problema é que a exclusão é por não estar inserido no sistema, pois todos querem se integrar ao mesmo. O problema não é o mercado excluir, pois o mercado é resultado de um sistema, que daí sim, graças ao intervencionismo estatal e bloqueios jurídicos exclui indivíduos de atuarem livremente criando mercado.

Não é o Capitalismo que exclui, mas o tipo de sociedade criada pelo excesso de intervenção estatal

Trata-se do tipo de sistema capitalista que foi desenvolvido, mais livre para empreender ou menos, com altas doses de intervenção estatal e corrupção ou como se diz, se criam dificuldades para vender facilidades. Isto vai além da comparação entre Capitalismo com Socialismo e outras dicotomias simplistas, mesmo porque há tantas sociedades diferentes, até díspares que entram no bojo do que chamamos “capitalismo” que soa inócuo discutirmos a posse dos meios de produção como causa última do desenvolvimento. Poderíamos enumerar uma série de condições para o sucesso de uma determinada sociedade, tais como:

  • O grau de livre-comércio dessas sociedades;
  • Sua segurança jurídica;
  • O acesso à propriedade privada;
  • O grau de burocratização;
  • A criminalidade;
  • A transparência pública;
  • A liberdade de expressão etc.

Quantas sociedades chamadas de capitalistas têm estes detalhes em muito baixa conta? Várias. Portanto, se faz necessária uma discussão mais técnica e detalhada que aponte as falhas e ultrapasse a mera dicotomia entre Capitalismo VS Socialismo. O problema atual está no tipo de capitalismo que temos, se é mais ou menos liberal e se suas sociedades primam pela manutenção de seus valores básicos ou não.

Como manter um discurso puramente ideológico anticapitalista com dados como esses?

Gráficos sobre a melhoria da qualidade de vida Como negar a importância do capitalismo para a evolução desses índices?
Gráficos de renda e pobreza mundiais Fala sério, um esquerdista só pode ter raiva destas imagens. Elas contradizem todas as asneiras que eles insistem em dizer.

(Imagem: El País).

O Paradoxo de Tocqueville

Alexis de Tocqueville já observara que o capitalismo contém um paradoxo, o paradoxo da riqueza, pois só em sociedades afluentes vamos encontrar pedintes nas ruas. Alguém por acaso já viu mendigos pedindo esmola no sertão paraibano? Claro que não, eles estão acumulados justamente onde a riqueza aflui, nos grandes e prósperos centros urbanos. Então, é absolutamente natural que a pobreza persista, mas de qual “pobreza” realmente falamos? A questão não é, no entanto, se ela existe ou não, pois ser pobre, em termos relativos, talvez a maioria de nós aqui possa ser enquadrada nesta categoria. A questão de verdade é quanto desta pobreza pode ser considerada absoluta, isto é, que não atinge as condições satisfatórias de sobrevivência. E aí, cada dia mais, seu número diminui proporcionalmente. Proporcionalmente, sempre é bom observar, pois em termos absolutos podemos ter mais pobres do que em 1950, o que seria absolutamente normal, uma vez que temos uma população absoluta maior do que em 1950. Mas reitero, a fatia desses considerados pobres cresceu? E a resposta para a situação mundial é taxativa: a pobreza (absoluta) mundial diminuiu.

A Pobreza Absoluta ainda persiste, mas é cada vez mais rara

O ocaso das ideologias explica algo assim? Para mim ele reflete sua irrelevância em termos práticos. Uma vez configurado o fracasso total de qualquer ideologia de esquerda ter tido sucesso no século XX, antigos apologistas como Daniel Bell vaticinaram “o fim das ideologias”, mas eu me pergunto, só ele que não viu isto antes? Basta ver a baixa qualidade de um veículo produzido na era soviética em comparação com qualquer outro da antiga Alemanha Ocidental ou na força de trabalho chinesa puxando arados no lugar de bois durante o período comunista para sabermos que aquilo foi uma farsa do início ao fim. E dentro do capitalismo, quem insiste em não mudar, física e condicionalmente tende a padecer na miséria.

Por que devemos ficar alertas com a propaganda ideológica socialista

Recentemente doei muitas roupas a uma família da serra catarinense com quem minha mulher mantém contato. E lhe perguntei o que acharam, ela me surpreendeu dizendo que a mãe dos garotos usava meias diferentes, ambas com furos nos dedões, mas feliz da vida por manter os pés aquecidos durante o inverno. Agora pergunto, onde isto acontece em uma favela brasileira? Nas “comunidades” em que jovens usam celulares e os poucos sem acesso à internet em suas casas ainda frequentam lan houses. A realidade mudou muito e estes pobres desconhecidos das periferias brasileiras e essa realidade é flagrantemente ignorada pela maioria de nossos (pseudo-)cientistas sociais que deveriam estar mapeando-os, classificando e quantificando suas condições e hábitos. Muito pouco disto é feito, é uma vergonha manter uma casta de inúteis professores de humanas nas universidades que contribuem com mera produção ideológica ultrapassada. Puro lixo teórico.

Se não sabemos, detalhadamente, como é a população brasileira por falta de pesquisas qualitativas, pois os dados recolhidos por institutos de pesquisas como o IBGE estão aí, como poderemos julgar, ainda mais moralmente, um sistema econômico que é o capitalismo? Não esqueçamos que quando dizemos sistema se trata do resultado entre as interações econômicas de cidadãos, consumidores e produtores. Cuidado, portanto, com mensagens alarmistas, falsas, catastrofistas que são meras peças de jogos político-ideológicos para manipular, sobretudo, jovens por interesses escusos de militantes a serviço de causas perdidas, cujos políticos usam os recursos públicos a fundo perdido. Nós podemos estar longe do ideal enquanto civilização, mas estamos muito melhor do que alegam os mentirosos profissionais da esquerda que vivem pintando um apocalipse. Não se deixe enganar, eles lucram com o medo e desespero de vocês.

...

ALGUNS dizem que é preciso ter fé para acreditar e outros só acreditam vendo. Bem... No caso do Capitalismo é mais simples, ele não é um “sistema” alheio aos indivíduos, ele é resultado das ações destes indivíduos, de todo seu poder criador e é por isso que defendê-lo significa ter e VER. Quando dizemos que acreditamos “nele” estamos, na verdade, demonstrando fé em nós mesmos.

O Mundo melhora graças ao Capitalismo e tem que ser cego para negar

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camisetas de direita liberal conservadora

Por Anselmo Heidrich

Você já deve ter ouvido, lido muita coisa sobre capitalismo e qualidade de vida, sempre com uma correlação negativa, não? De que o capitalismo é o grande responsável por nossas mazelas sociais e ambientais etc. Mas e se eu lhes dissesse que é exatamente o contrário? Pois é... Cada dia mais estamos vendo a desmistificação dessa histórica repetida insistentemente nos bancos escolares.

O Mundo melhora a olhos vistos

O cientista cognitivo Steven Pinker, professor da universidade de Harvard, é um dos autores que mais forneceram dados em defesa dessa tese. Seu livro Os Anjos Bons da Nossa Natureza (Companhia das Letras) busca demonstrar que vivemos na época mais pacífica e próspera da história. “As pessoas, em todos os cantos do mundo, estão mais ricas, gozam de mais saúde, são mais livres, têm mais educação, estão mais pacíficas e desfrutam de uma maior igualdade do que nunca antes”, diz Pinker ao jornal EL PAÍS. “Todas as estatísticas indicam que melhoramos. Em geral, a humanidade se encontra melhor que nunca.”

Esta visão que o S. Pinker e outros citados têm, eu já pude ver em Børn Lomborg, autor de outra obra de referência, O Ambientalista Cético, na qual argumenta que o mundo não está tão mal quanto pintam os ativistas do meio ambiente. E é fato reconhecido nos meios liberais que defendem menor intervenção estatal, que as sociedades estão melhorando mesmo. Embora haja aqueles países ou regiões do globo em situação crítica, eles não representam a maioria, nem abaixam a média do desenvolvimento mundial.

A Desigualdade como Falsa Questão

Pinker também está certíssimo sobre a desigualdade não ser o principal problema da humanidade, como insistem as esquerdas políticas. Um exemplo: se falta água na África do Sahel (região que margeia o Deserto do Saara ao sul), se há baixa ingestão de calorias no Subcontinente Indiano, isto não se dá porque suas elites bebem ou comem mais, mesmo porque se forçássemos uma redistribuição destes recursos, provavelmente ainda faltaria o suficiente para a maioria. A questão é outra bem diferente de haver uma minoria com muito e uma base da sociedade com pouco, a própria produção absoluta de bens é insuficiente. Se a renda e os recursos se concentram não é porque uma minoria sugou recursos da maioria e sim porque apenas uma minoria está verdadeiramente integrada ao sistema de trocas chamado mercado de modo eficiente. Ou seja, quando um esquerdista acusa “o sistema de provocar exclusão social”, na verdade o problema é que a exclusão é por não estar inserido no sistema, pois todos querem se integrar ao mesmo. O problema não é o mercado excluir, pois o mercado é resultado de um sistema, que daí sim, graças ao intervencionismo estatal e bloqueios jurídicos exclui indivíduos de atuarem livremente criando mercado.

Não é o Capitalismo que exclui, mas o tipo de sociedade criada pelo excesso de intervenção estatal

Trata-se do tipo de sistema capitalista que foi desenvolvido, mais livre para empreender ou menos, com altas doses de intervenção estatal e corrupção ou como se diz, se criam dificuldades para vender facilidades. Isto vai além da comparação entre Capitalismo com Socialismo e outras dicotomias simplistas, mesmo porque há tantas sociedades diferentes, até díspares que entram no bojo do que chamamos “capitalismo” que soa inócuo discutirmos a posse dos meios de produção como causa última do desenvolvimento. Poderíamos enumerar uma série de condições para o sucesso de uma determinada sociedade, tais como:

  • O grau de livre-comércio dessas sociedades;
  • Sua segurança jurídica;
  • O acesso à propriedade privada;
  • O grau de burocratização;
  • A criminalidade;
  • A transparência pública;
  • A liberdade de expressão etc.

Quantas sociedades chamadas de capitalistas têm estes detalhes em muito baixa conta? Várias. Portanto, se faz necessária uma discussão mais técnica e detalhada que aponte as falhas e ultrapasse a mera dicotomia entre Capitalismo VS Socialismo. O problema atual está no tipo de capitalismo que temos, se é mais ou menos liberal e se suas sociedades primam pela manutenção de seus valores básicos ou não.

Como manter um discurso puramente ideológico anticapitalista com dados como esses?

Gráficos sobre a melhoria da qualidade de vida Como negar a importância do capitalismo para a evolução desses índices?
Gráficos de renda e pobreza mundiais Fala sério, um esquerdista só pode ter raiva destas imagens. Elas contradizem todas as asneiras que eles insistem em dizer.

(Imagem: El País).

O Paradoxo de Tocqueville

Alexis de Tocqueville já observara que o capitalismo contém um paradoxo, o paradoxo da riqueza, pois só em sociedades afluentes vamos encontrar pedintes nas ruas. Alguém por acaso já viu mendigos pedindo esmola no sertão paraibano? Claro que não, eles estão acumulados justamente onde a riqueza aflui, nos grandes e prósperos centros urbanos. Então, é absolutamente natural que a pobreza persista, mas de qual “pobreza” realmente falamos? A questão não é, no entanto, se ela existe ou não, pois ser pobre, em termos relativos, talvez a maioria de nós aqui possa ser enquadrada nesta categoria. A questão de verdade é quanto desta pobreza pode ser considerada absoluta, isto é, que não atinge as condições satisfatórias de sobrevivência. E aí, cada dia mais, seu número diminui proporcionalmente. Proporcionalmente, sempre é bom observar, pois em termos absolutos podemos ter mais pobres do que em 1950, o que seria absolutamente normal, uma vez que temos uma população absoluta maior do que em 1950. Mas reitero, a fatia desses considerados pobres cresceu? E a resposta para a situação mundial é taxativa: a pobreza (absoluta) mundial diminuiu.

A Pobreza Absoluta ainda persiste, mas é cada vez mais rara

O ocaso das ideologias explica algo assim? Para mim ele reflete sua irrelevância em termos práticos. Uma vez configurado o fracasso total de qualquer ideologia de esquerda ter tido sucesso no século XX, antigos apologistas como Daniel Bell vaticinaram “o fim das ideologias”, mas eu me pergunto, só ele que não viu isto antes? Basta ver a baixa qualidade de um veículo produzido na era soviética em comparação com qualquer outro da antiga Alemanha Ocidental ou na força de trabalho chinesa puxando arados no lugar de bois durante o período comunista para sabermos que aquilo foi uma farsa do início ao fim. E dentro do capitalismo, quem insiste em não mudar, física e condicionalmente tende a padecer na miséria.

Por que devemos ficar alertas com a propaganda ideológica socialista

Recentemente doei muitas roupas a uma família da serra catarinense com quem minha mulher mantém contato. E lhe perguntei o que acharam, ela me surpreendeu dizendo que a mãe dos garotos usava meias diferentes, ambas com furos nos dedões, mas feliz da vida por manter os pés aquecidos durante o inverno. Agora pergunto, onde isto acontece em uma favela brasileira? Nas “comunidades” em que jovens usam celulares e os poucos sem acesso à internet em suas casas ainda frequentam lan houses. A realidade mudou muito e estes pobres desconhecidos das periferias brasileiras e essa realidade é flagrantemente ignorada pela maioria de nossos (pseudo-)cientistas sociais que deveriam estar mapeando-os, classificando e quantificando suas condições e hábitos. Muito pouco disto é feito, é uma vergonha manter uma casta de inúteis professores de humanas nas universidades que contribuem com mera produção ideológica ultrapassada. Puro lixo teórico.

Se não sabemos, detalhadamente, como é a população brasileira por falta de pesquisas qualitativas, pois os dados recolhidos por institutos de pesquisas como o IBGE estão aí, como poderemos julgar, ainda mais moralmente, um sistema econômico que é o capitalismo? Não esqueçamos que quando dizemos sistema se trata do resultado entre as interações econômicas de cidadãos, consumidores e produtores. Cuidado, portanto, com mensagens alarmistas, falsas, catastrofistas que são meras peças de jogos político-ideológicos para manipular, sobretudo, jovens por interesses escusos de militantes a serviço de causas perdidas, cujos políticos usam os recursos públicos a fundo perdido. Nós podemos estar longe do ideal enquanto civilização, mas estamos muito melhor do que alegam os mentirosos profissionais da esquerda que vivem pintando um apocalipse. Não se deixe enganar, eles lucram com o medo e desespero de vocês.

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ALGUNS dizem que é preciso ter fé para acreditar e outros só acreditam vendo. Bem... No caso do Capitalismo é mais simples, ele não é um “sistema” alheio aos indivíduos, ele é resultado das ações destes indivíduos, de todo seu poder criador e é por isso que defendê-lo significa ter e VER. Quando dizemos que acreditamos “nele” estamos, na verdade, demonstrando fé em nós mesmos.

A Pobreza Intelectual do Brasil

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A pobreza intelectual do Brasil e toda a hipocrisia de uma classe são expostas num texto curto e direto de Stephen Kanitz. Confira:

 

Famosos intelectuais e artistas brasileiros assinam um manifesto pro Dilma. Ele é curto e a frase mais contundente é essa.

"retomar fórmulas econômicas que protegem os privilegiados de sempre seria um enorme retrocesso, para novamente beneficiar os especuladores e os gananciosos".

Notem a pobreza intelectual, e a hipocrisia. Dividem o mundo em gananciosos e altruístas. Ponto final. E assinam embaixo.

O fato de Chico Buarque ganhar R$ 200.000,00 por um show de 2 horas não é Ganância, mas um Empreendedor ganhar R$ 200.000,00 de lucro vendendo 2.000.000 de sorvetes, lucrando 0,10 centavos em cada sorvete, é.

A economista Maria Conceição Tavares ganhar 3 aposentadorias, da PUC, Unicamp e BNDES não é ganância, e Antonio Ermírio de Moraes ganhar uma aposentadoria de R$ 3.000,00 é.

A filósofa Marilena Chaui ganhar R$ 40.000,00 por mês de trabalho, para ensinar 20 alunos por ano, dos quais metade não completa o curso, não é ganância.

Um escritor como Luis Fernando Veríssimo ganhar direitos autorais de seu pai, Érico Veríssimo 60 anos depois da morte dele, não é favorecimento ganancioso do trabalho intelectual, mas uma patente de remédio por 10 anos, é.

Aos filhos destes intelectuais, quero deixar bem claro, pessoas de bem, altruístas e sérias, não respeitam seus pais, nem os sobrenomes que vocês carregam.

Vocês tem uma dívida com este país, espero que vocês lutem para compensar o mal que seus pais, que só usam o intelecto, fizeram.

"O texto é assinado, entre outros, por
Luis Fernando Veríssimo,
Fernando Morais e
Silvano Santiago, os atores
Osmar Prado,
Paulo Betti,
Matheus Nachtergale,
Chico Diaz,
Sergio Mamberti,
Silvia Buarque,
Tonico Pereira,
Ângela Vieira, os cantores
Chico Buarque,
Chico César,
Noca da Portela,
Alcione,
Beth Carvalho e Leci Brandão,
além do teólogo Leonardo Boff,
da economista Maria da Conceição Tavares,
da filósofa Marilena Chauí e
de Vera Niemeyer, viúva do arquiteto Oscar Niemeyer."

politicamente correto

Educação x Doutrinação

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Por Nelson Lehmann da Silva

A Constituição Cidadã de 1988 dá direito de voto ao jovem de 16 anos. O que sabe ele de política?

Como “Cara Pintada” sai ele pelas ruas em demonstrações típicas de oposição. Repete slogans colhidos na mídia, insultando alguma autoridade, quase sempre manipulado por militantes partidários profissionais. A escola e seus professores “fizeram sua cabeça”, incutindo-lhes certas doutrinas carregadas de imprecisas emoções. A escola pública brasileira, mas também as caras escolas particulares da elite, são usinas onde se formam mentes simplórias e confusas, mas agudamente hostis ao Capitalismo e aos Estados Unidos da América.

Sabidamente, todos os sistemas totalitários dedicam especial atenção à formação da juventude. E doutrinam, sob pretexto de ensinar. Impõem uma “verdade” coerente com o poder vigente ou a ser implantado.

No Brasil, hoje, as noções transmitidas de política e cidadania estão flagrantemente contaminadas de conceitos marxistas, particularmente no ensino de nível médio. O que se ensina nas aulas de História, Sociologia, Geografia, e mesmo em Literatura ou Filosofia, não passa de doutrinação.

Na maioria dos Estados, a rede pública de ensino está sob controle de docentes sindicalistas, militantes partidários. Os textos escolares, quase sem exceção, empregam o vocabulário marxista, mesmo o mais ortodoxo, como “consciência de classe”, “luta de classes”, “modos de produção”, “exploração internacional”, “imperialismo americano” e a rotineira demonização do Capitalismo.

O aluno que chega à Universidade vem viciado nos esquemas mentais apreendidos de seus mal-formados mestres de Ciências Humanas.

No nível superior vão deparar-se igualmente com professores assumida ou sutilmente tendenciosos à esquerda. Ali já teriam critérios próprios que os poderiam imunizar, na melhor das hipóteses. O mal, porém já está feito, desde a adolescência, desde a formação de suas opiniões.

Hoje, o “politicamente correto” proíbe a menor menção vexatória a religiões, culturas, raças, opções sexuais. Mas não se observa o menor escrúpulo em ridicularizar lideranças políticas e autores que não rezem segundo a cartilha esquerdizante. Os métodos de constrangimento vão do sorriso condescendente à perda de pontos por resposta ideologicamente discordante da do respectivo professor. No discurso se propaga a intenção de “formar o cidadão crítico”; na verdade a crítica já é dada pronta, pré-fabricada.

politicamente correto

Concursos e admissão de professores dependem de critérios inquestionavelmente políticos. Exemplos mais flagrantes disso foram observados no Estado do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde a máquina burocrática tem sido dominada há décadas por partidos de esquerda. Os textos escolares comprovam o implícito ou explícito marxismo. Diferentes dos tradicionais manuais de História, de autores conhecidamente eruditos, os atuais textos didáticos são produzidos em autoria coletiva, portando mínima ou nenhuma titulação. A indústria do livro escolar seja dito de passagem, de consumo obrigatório e em grande escala, será um dos melhores negócios nas atuais circunstâncias.

Parcialidades e Distorções

A ideologia marxista é hoje tão difusa, tão generalizada e consensual em nosso meio educacional, que passa despercebida como sendo apenas uma determinada interpretação da realidade. Tornou-se “A” ciência. Os próprios vocábulos empregados já vêm impregnados de sentido ideológico, começando com a palavra CAPITALISMO, com sua conotação imediatamente negativa. Algumas das teses mais correntes e tidas como inquestionáveis poderão ser assim exemplificadas:

  • - IGREJA: a imagem projetada da Igreja é predominantemente a de uma instituição implicada com o poder, retrógrada e manipuladora de consciências.
  • - COLONIZAÇÃO: a colonização europeia da América, África e Ásia é retratada exclusivamente em termos negativos, como imposição cultural e exploração econômica.
  • - ESTADOS UNIDOS: o extraordinário fenômeno do surgimento desta potência hegemônica fica sem maiores explicações, a não ser em termos predominantemente condenatórios.
  • - CUBA: uma revolução enfocada com simpatia e louvor sem qualquer ressalva.
  • - COMUNISMO: o fracasso da experiência comunista e o desmoronamento do Império Soviético vêm obrigatoriamente descritos, mas sem uma análise crítica de suas causas.
  • - CAPITALISMO: sinônimo de perversão e obstáculo a uma civilização harmônica e pacífica.

As teses acima podem ser facilmente encontradas na grande maioria dos textos escolares hoje adotados, tanto na rede pública quanto na rede privada. Assim também nos Vestibulares – provas de admissão ao nível universitário – que apresentam questões em que tais ensinamentos são pressupostos.

Não se trata, de nossa parte, de negar aspectos negativos daquelas instituições e episódios. Mas sim apontar a parcialidade e tendenciosidade dos enfoques. Não se levantam os prós e contras de situações históricas, praticando-se meramente denúncias a bodes expiatórios já de antemão escolhidos. Não se apresentam problemas como problemas, o que seria a finalidade da verdadeira educação.

A coloração marxista de nosso ensino hoje está infiltrada em todas as disciplinas. Em recente prova de matemática, de escola religiosa particular em Brasília, a tarefa envolvia o cálculo de crianças mortas de inanição, por hora, no mundo. Nas entrelinhas uma condenação ao sistema capitalista. Mas as matérias diretamente propícias à doutrinação têm sido tradicionalmente as chamadas Humanas: História e eventualmente Sociologia. Mas a chamada Nova Geografia e a recentemente introduzida Filosofia, revelam-se surpreendentemente apropriadas aos propagadores do socialismo.

Sob influencia do professor Milton Santos, o papa da nova geografia, esta ciência extravasou para o terreno de uma pretensa economia, onde se discute ainda em termos de “economias periféricas dependentes” e os lucros do capital às custas da destruição do meio ambiente . O fenômeno da Globalização será tratado como óbvio ardil do capital multinacional.

Já uma iniciação à Filosofia poderia ser saudada como valiosa para a formação do jovem estudante. A questão é definir qual Filosofia? Ou o que entendem por filosofia? E a ser monitorada por quem? Trata-se de uma poderosa arma, para o bem ou para o mal, da mais alta responsabilidade. E assim sendo, melhor nenhuma do que uma tendenciosa ideologia travestida de Filosofia.

Que a visão marxista seja ensinada, sim, mas como visão marxista, e não como “A” Filosofia. Os manuais disponíveis nesta área são nitidamente calcados no vocabulário e no método marxista, destacando-se os da conhecida militante marxista Marilena Chauí.

Uma leitura direta de Aristóteles, acessível mesmo a não iniciados, poderia ser a melhor solução, enquanto não se encontre um texto isento.

Diretrizes Governamentais

O Ministério da Educação – órgão federal que centraliza o sistema educacional brasileiro – tem voltado sua atenção para o problema do livro didático nestes últimos anos.

Diante da profusão de manuais escolares que a cada ano é lançada no mercado, denotando uma indústria que não conhece crise, o MEC arrogou a si a tarefa de avaliar seus métodos e conteúdos. Nomeou para isso comissões de professores, sem que se saiba sob quais critérios. Tais comissões produzem – já em segunda edição – GUIAS DE LIVROS DIDÁTICOS, com o fim de orientar mestres e escolas nas diferentes disciplinas. Classificam assim os textos como recomendáveis, recomendáveis com ressalvas e não recomendáveis.

Critérios foram previamente estabelecidos para guiar tais avaliações. Além dos critérios gerais, cada comissão define os específicos para sua área. Todos enfatizam o objetivo de “formar cidadãos críticos e responsáveis”, e expressam condenação a preconceitos ou juízos de valor quanto a culturas, religiões, raças, costumes, etc.

Curiosamente, entre tais preconceitos, não se menciona o político-ideológico. É vedada toda discriminação cultural, racial e de gênero, mas nunca se explicita a discriminação partidária. No GUIA DO LIVRO DIDÁTICO para a 6a. 7a. e 8a. séries de 2000-2001, à página 460, encontramos a absurdidade que abaixo reproduzimos:

 Nenhum livro poderá ser considerado bom ou ruim por sua declarada ou implícita opção, por exemplo, pelo idealismo, pelo marxismo, pelo tradicionalismo socialou por qualquer outra perspectiva ou forma de encarar a vida ou a sociedade. O que caracteriza, de fato, um bom livro de História é sua coerência e adequação metodológica.”

Teríamos assim aprovados bons livros nazistas, maoístas, anarquistas, etc., desde que coerentes consigo mesmos. Critério talvez aceitável para um nível superior, nunca para adolescentes de nível médio. Na verdade, o que aqui se insinua, não passa de total permissão à ideologia marxista.

A publicação do MEC elogia, por exemplo, o manual “Brasil, uma História em Construção”, de José R. Macedo e Mariley Oliveira, com a seguinte observação:

É excelente, p. ex., o texto que se encontra à página 9, onde se afirma que ‘não existe apenas uma verdade única na História... toda verdade no fundo é relativa,... Nem sempre o que é verdade para nós será o mesmo para pessoa diferente de nós.’”

Temos aqui exemplificado um explicito relativismo, ou negação da ciência e da ética, num manual de história para adolescentes 1.

Educar para a Cidadania

Educar para a cidadania é também função da escola. Todas as nações de alguma maneira o fazem. Nos Estados Unidos esta instrução se dá em nível predominantemente técnico; o funcionamento da máquina burocrática, governo, partidos, eleições, constituição, administrações regionais, etc. A disciplina da História transmitirá sentimentos patrióticos, sem etnocentrismos ou xenofobias.

Na atual Alemanha estruturou-se um sistema digno de estudo, para eventual aproveitamento nosso. O Poder Legislativo, coordenando todos os Partidos, mantém e financia escritórios em todas as principais cidades, para informação e formação política de todos os cidadãos, particularmente dos estudantes. É a Central para Formação Política, (Bundeszentrale fuer Politischen Bildung). Esta instituição pluripartidária publica livros, filmes e CDs, mapas e estatísticas, e mais um boletim mensal. Além disso, oferece cursos e palestras a classes de alunos ou outra categoria, sempre gratuitamente. Questões de fundo são discutidas por diferentes autores. Uma admirável instituição democrática. No Brasil estamos longe disso.

A tônica do que se ensina hoje em nossas escolas consiste em explícitas ou veladas críticas e denúncias. É o fácil maniqueísmo, em que se procura um culpado para nossas deficiências. Quando se repete exaustivamente a fórmula vencedores/vencidos, exploradores/explorados, dominadores/dominados, se está reproduzindo o difuso mito do conflito entre os bons e os maus. Fórmula fácil e confortável, pois nos exime de responsabilidades. Acoplado a isso temos a implícita superstição de que uma instância superior, chamada Estado, ou Governo, suprirá nossas necessidades, nos protegerá e fará justiça. E será o culpado por tudo que não for conforme nossas ilusões. Cacoetes culturais.

O que uma honesta formação para a cidadania deveria propor, deveria ser muito mais positivo. Valorizar a responsabilidade individual, estimular o espírito empreendedor, a inventividade, a inovação, o assumir riscos, ter objetivos autônomos, providenciar o próprio futuro. Saber confiar em si mesmo para assim construir uma sociedade de confiança.

O jovem brasileiro recebe uma carga cultural que menospreza a livre iniciativa. Persiste o ideal de ser um funcionário do grande pai Estado, providencial e magnânimo. Aqui reside o obstáculo que nos impede de finalmente decolar e nos tornarmos uma nação digna de suas potencialidades.

Ao atacar a problemática pontual do ensino de nível médio sei que a dificuldade é mais abrangente, implicada em todo um ambiente cultural. Há uma histórica influência da Igreja Católica, hostil ao individualismo empreendedor. Já os professores são formados em Universidades onde a opinião reinante sempre privilegiou o socialismo. Em grande parte desconhecem teorias alternativas, que de antemão são descartadas. Mas tal ignorância não justifica a intencional militância partidário-política, que faz da escola um favorito campo de doutrinação, aproveitando-se do status de autoridade do mestre diante do jovem sem opinião formada.

O que deveria ser feito

Ao apontar os vícios de nossa educação para a política, nós, democratas liberais deveríamos também reconhecer nossa omissão. Até o momento não temos algo alternativo a oferecer, pelo menos no que concerne a textos escolares. Valeria a pena constituir uma comissão de expertos para elaborar um manual básico que esclarecesse conceitos e valores universais de política, de uma maneira pluralista, sem incorrer também em dogmas doutrinários.

Nesse sentido, utilizando abordagens e conceitos chaves elaborados pela moderna Teoria Política, e sempre partindo de situações experimentais concretas, teríamos tentativamente o seguinte modelo:

  • Conceitos chaves: Grupos, Organizações, Jogos e Ideais.
  • Conceitos destes derivados: Interesses, Lideranças e Normas, Cooperação e Conflito, Mercado e Democracia.
  • Exemplos ilustrativos seriam tirados da família, do futebol, da banda, do clube, da paróquia, até chegar à ONU, passando pela comunidade local e nacional. Estaria assim superado o sistemático enfoque maniqueísta e puramente denunciatório ora vigente.

Uma síntese das noções a serem propostas seria assim formulável: “Para melhor satisfação de suas necessidades e obtenção de uma existência melhor, os homens se reúnem em grupos com comuns interesses, estruturando-se em maior ou menor grau de organização. Tais grupos se relacionam de maneira cooperativa, ou conflitiva, objetivando atingir seus fins e modo mais ou menos racional. Objetivos ou ideais constantes na história humana têm sido alcançar maior bem-estar, em condições de maior liberdade para todos, estabelecendo-se assim uma ordem harmônica, que permita a prosperidade, ou felicidade coletiva. A essa atividade humana da se o nome de Política.” 2

 

Notas

[1] A maneira mais objetiva de se avaliar o conteúdo do ensino é analisar os textos escolares em seus manuais mais frequentemente adotados. Entre as centenas disponíveis, comentaremos brevemente alguns dos mais representativos. Os pressupostos mais encontradiços são sempre a “Luta de Classes”, a “Exploração Internacional”, a condenação do “Neoliberalismo” e da “Globalização”.

HISTÓRIA (3 vols.), Editora Lê. Dos bacharéis Ricardo / Ademar e Flavio (sic.) O vocabulário trai o típico pensamento marxista. “Burguesia” e “Proletariado” encarnam o Bem e o Mal. A ruína do sistema soviético é atribuída a falhas administrativas. Brasil como eterna vítima da ganância financeira internacional.

NOVA HISTÓRIA CRÍTICA, Ed. Nova Geração. Autor : Mario Schmidt. Adotado em inúmeras escolas públicas. Marxismo ortodoxo e militante de ponta a ponta. Na capa vem representada uma ampulheta, onde do dinheiro escorre sangue.

O TESOURO NA RUA, Ed. Rosa dos Ventos. Cristóvão Buarque. Leitura complementar adotada em escolas de Brasília. Um protesto maniqueísta em forma de conto juvenil. Somos vítimas dos capitalistas Yankees. Reclama por “mudanças” sem concretizar quais sejam.

CAPITALISMO PARA PRINCIPIANTES. Editora Ática. Carlos Eduardo Novaes, Leitura complementar adotada em curso de História de escolas particulares. Truculenta caricatura do Mercado Livre. Empresário como sinônimo de bandido.

O QUE É FOLCLORE. Coleção Primeiros Passos, Ed.Brasiliense. Carlos Rodrigues Brandão. Adotado pela Escola de Música de Brasília. Explícitas referências ao autor marxista Antonio Gramsci, do qual segue o pensamento.

INICIAÇÃO À SOCIOLOGIA, Editora Atual Nelson Dacio Tomazi (org.) Catecismo marxista ortodoxo.

FILOSOFANDO, Editora Moderna. Ma. Lucia de Arruda e Ma. Helena Pires Martins. Pela bibliografia recomendada já se percebe a tônica marxista. As teses gramscianas são explícitas.

Acrescente-se aqui a recente série SOCIEDADE E HISTÓRIA DO BRASIL, em 12 volumes, publicada pelo Instituto Teotônio Vilela do Partido Social Democrático – do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –, interpretando a história nacional em termos claramente socialistas.

[2] Encontra-se disponível uma publicação de minha autoria, “Iniciação à Política”, a ser melhor elaborada, onde tais conceitos são esquematizados.

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A estratégia é uma dominação cultural, isto está evidente, mas como resistir e reagir contra um violento círculo de informação que envolve mídia, escolas, movimentos sociais e dinheiro, muito dinheiro destinado a essas organizações? Exatamente como eles fizeram, com CONTRAINFORMAÇÃO e táticas de guerrilha cultural, isto é, batendo sempre de modo rápido e ágil na mentira até o ponto que toda ação deles for cara o suficiente que não será o bastante, que nunca será o bastante para nos doutrina. Por pior e mais opressiva que seja a doutrinação, ela nunca poderá apagar a CHAMA DA LIBERDADE.


GOVERNO, OPOSIÇÃO E A BALA DE PRATA

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Por Percival Puggina

Há muitos anos, em um dos shows que periodicamente apresentava na linha do "Eu sou o espetáculo", o comediante José Vasconcellos parodiava o ator Gary Cooper subitamente cercado de índios inamistosos. Eram dez mil índios à frente, dez mil à retaguarda, outros dez mil de cada lado. "O que farei?" perguntava, em inglês, simulando o astro hollywoodiano em diálogo consigo mesmo. "O melhor é tornar-me índio também!", concluía.

Lembrei-me do saudoso comediante e do impasse de Gary Cooper ao ponderar nossa situação como cidadãos no quadro político em que nos emolduraram. Nunca vivi cena assim. Ela está bem expressa na imagem que me chegou pelas redes sociais solicitando marcar com "x" a instituição em que mais se poderia confiar. Apresentava, para isso, quatro alternativas: governo, parlamento, judiciário e ... jogo do bicho. Impossível negar que estamos literalmente cercados!

Se buscarmos saídas pelo padrão universal, ou seja, dentro do binômio governo/oposição, salta aos olhos a ausência de alternativas. O que acontece no Brasil é inusitado! Sabe-se, agora, fora de qualquer dúvida, que havia uma organização criminosa dentro do governo e outra na oposição. Com o impeachment, uma parte da que estava no governo juntou-se aos quadrilheiros à espreita nas cavernas da oposição e formou o novo governo. Havia gente boa no anterior? Sim, claro; pouca, mas havia. Há gente boa no novo governo? Sim, claro, pouca, mais há. O problema é que os interesses se polarizam em torno da disputa pelo poder, fazendo com que deixe de existir uma alternativa política respeitável, na qual a nação possa confiar.

Com a cisão da organização criminosa que governava o país foi como se uma cápsula de guerra bacteriológica se rompesse. A peste se alastrou. E o fez com intensidade, atingindo os tribunais superiores, que confundem dignidade com indignação ante qualquer dedo virado para seu lado. Não, cavalheiros, arrogância nunca foi sinônimo de virtude e não é o pedestal que faz o santo.

No curto prazo, nosso rumo está traçado pelo GPS da Constituição. Seremos governados por uma quadrilha, pelo menos até 31 de dezembro de 2018. A situação também não se altera mudando-se a Constituição, como quer o PT com suas joint ventures para eleger Lula. Oportuna e felizmente, logo ali, em outubro do ano que vem, ou seja, dentro de 16 meses, o poder volta às mãos do povo viabilizando a higiênica faxina eleitoral que poderá encurtar, para muitos, a distância entre a Praça dos Três Poderes e a porta da cadeia. E saneando o quadriênio vindouro. No presidencialismo, dia de eleição é a bala de prata quadrienal. Errou, se ferrou.

Enquanto não forem melhorados, assim são os passos da democracia e do Estado de Direito dos quais este colunista não arreda pé. Quem quiser alternativa diferente vá beber noutra caneca.

Somos como Gary Cooper parodiado por José Vasconcellos. Estamos entre dois bandos que se enfrentam. Graças a Deus não precisamos aderir a um deles. Aliás, se me recuso a apontar qualquer um como merecedor de adesão, não hesito em identificar o pior. Muito resumidamente, porque a lista seria imensa, refiro-me ao bando formado por aqueles que:

  • apreciam, reverenciam e apoiam financeiramente os regimes cubano e venezuelano;
  • sonham com um "marco regulatório" da imprensa, com um "marco civil" da Internet e com um Conselho Federal de Jornalismo para cercear quem os incomode;
  • promovem a luta de classes, conflitos raciais, conflitos de gênero, invasões de terra, violência sindical;
  • são contra privatizações e responsabilidade fiscal;
  • se puderem, criarão os sonhados "Conselhos populares" (sovietes) para esterilizar a representação parlamentar;
  • dão refúgio a terroristas, fundaram e comandam o Foro de São Paulo;
  • apoiam quaisquer políticos ou filósofos adversários da cultura e da civilização ocidental;
  • chamam bandidos de "heróis do povo brasileiro", dão nomes de ruas e constroem memoriais a líderes comunistas;
  • têm fobia a órgãos de segurança pública;
  • dedicam preferencial atenção aos direitos humanos dos bandidos;
  • promovem a ideologização da educação e defendem o direito de fazê-lo;
  • são contra a redução da maioridade penal e a favor do desarmamento;
  • apoiam a agenda de gênero nas escolas, criaram o kit gay, defendem a liberação do aborto, financiam a marcha da maconha;
  • criaram, compreendem e utilizam movimentos sociais como milícias a serviço de suas causas políticas.

Cadeia para todos os corruptos, independentemente das letrinhas partidárias em que estejam acantonados! Toda a atenção para o esclarecimento dos eleitores com vistas ao pleito do ano que vem! Todo empenho por uma reforma institucional com parlamentarismo, voto distrital e cláusula de barreira! O poder não pode voltar às piores mãos! Estamos cercados, mas lutando o bom combate!

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

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É como se estivéssemos tentando encontrar a saída em um quarto escuro cheio de gatos pardos sem tentar esbarrar neles. Mas a porta é o que importa e um desses felinos é o mais gordo que, não por acaso está na passagem. Não esqueça de quem nos conduziu à pior crise econômica que se tem notícia neste país.

Por que o modelo de ensino superior na Suíça é tão bom?  

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O que um país como a Suíça tem de tão diferente, tão especial em relação à educação quando comparamos com o Brasil? Ao invés de nos determos em uma perspectiva macroscópica, que tal atentarmos para alguns detalhes?

Por Anselmo Heidrich

Poderíamos nos estender em longas explicações, enumeração de vários fatores, como o grau de investimento, a cultura, a história, mas toda macro-perspectiva não diz muito quando se perde o detalhe, isto é, a perspectiva próxima a nós, cotidiana, a da micro-escala. E peço que leiam este trecho da matéria abaixo linkada:

“Assim, enquanto o governo investe fortemente no ensino superior, abrangendo educação e pesquisa, a alta conectividade também sugere que o sistema de ensino superior ‘devolve’ esse investimento à sociedade”, disse Rassenfosse para swissinfo.ch.
Segundo o professor da EPFL, à medida que os orçamentos governamentais em todo o mundo sofrem pressão, é tentador reduzir o financiamento da educação e da pesquisa porque os efeitos de curto prazo são indolores – a maior parte do prejuízo virá no longo prazo.
Assim, as universidades precisam constantemente demonstrar que são úteis à sociedade. O ranking U21 deixa claro que o sistema suíço de ensino superior se sai melhor do que qualquer outro sistema no mundo, pelo menos nesse quesito”, disse. 

via Por que os suíços se saíram bem na Universitas 21 – SWI swissinfo.ch

Se não ficou claro suficiente, o ensino superior tem que prestar contas à sociedade. Não tem essa de “público, gratuito e de qualidade”, mas quando chega na hora de se fazer uma avaliação externa, os sindicatos de professores fazem uma gritaria dizendo que isto é “tática neoliberal”, que “só estão fazendo isso porque querem privatizar a universidade” etc.

Se não tem qualidade minimamente necessária para os fins a que se propõe, melhor que mude de administração mesmo porque não é mais possível manter centros de estudos cuja principal função se tornou um cabideiro de empregos para uma casta que se suja intocável e não passível de críticas.

Chegou a hora de passarmos um pente fino nas nossas universidades.

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A Desigualdade nunca o tornou Marxista

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Sua garantia: se quebrar, paga quantia fixa ao dono da terra sem ônus para o mesmo. Seu contrato? Seu nome.

Por Anselmo Heidrich

Eu tive um amigo muito pobre, seus pais tiveram 12 filhos em Gravataí, cidade na região metropolitana de Porto Alegre. À época meio rural, meio urbana (anos 60-70). O sujeito estudou em colégio agrícola na vizinha Cachoeirinha, onde morei por quase uma década. Quando me mudei para lá, com 15 anos, meus amigos riram, pois morar naquela cidadezinha, que conseguia ser pior que Gravataí era um óbvio sinônimo de decadência.

Voltando ao sujeito, ele estudou neste colégio por um motivo muito simples: tinha verba estadual e dava quarto e comida pros alunos que lá ficavam em turno integral. Ao se formar no ensino médio, quando todos ou quase todos nossos camaradas iam para a faculdade, o sujeito não teve outra alternativa senão encarar o batente como representante de venda de químicos para a agricultura, aquilo que vulgarmente se chama de "agrotóxicos". Além, é claro de adubos e outros utensílios. Isto lá pelos idos dos anos 80.

Eu me formei, entrei na pós em São Paulo, a qual não conclui e me lancei no mercado de escolas particulares e cursinhos em São Paulo tendo voltado muito tempo depois. Acabei perdendo seu contato por um tempo... Lá pelos 90, voltei a encontra-lo, o que era um pouco difícil quando eu passava rapidamente por Cachoeirinha e, seu horário era das 7 às 21, 22h. Ele e a mulher compraram aparelho de som e TV numa casinha de madeira caindo aos pedaços onde moravam. Daquelas, cuja porta deve ter servido de inspiração aos filmes de ação hollywoodianos que com um chute qualquer se abria. Tudo a prestação, claro, pois não tinham fundos para pagar nada a vista. Certa noite ao voltarem para casa, na sala só tinha sobrado um sofá velho, cujas costuras se desfaziam. Levaram tudo.

Cachoeirinha tem uma ponte que atravessa o Rio Gravataí, tão poluído que a água que sai da torneira parece leite de tanto cloro que é adicionado e meus olhos ardiam após um bom banho. Hoje, aqui em Florianópolis não tenho mais este tipo de problema, mas quem vive por lá, ainda fica com os olhos vermelhos.

Uma vez por ano, no entanto, os olhos do sujeito não ardiam porque da perna pra baixo ele toma banho com a água da inundação do Gravataí (muito antes de se falar em "aquecimento global"), pois ele morava na várzea junto ao rio. Ele mudou a representação de produtos que vendia, foi fazer cursos rápidos em São Paulo para conhecer o produto e conseguir abrir uma loja, mas não deixou de visitar seus clientes a dezenas de quilômetros de sua casa. Juntou uma grana e construiu um sobrado no fundo do terreno. Tão logo ficou pronto, nem aproveitou e já vendeu, se capitalizando.

Conversávamos muito e eu era um defensor da reforma agrária e o sujeito ria e ria de mim. Eu falava com autoridade "conheço o MST, já visitei a Fazenda Annoni, sei como eles vivem...", primeiro acampamento dos sem terra a mais de 320 km de Porto Alegre. Ele disse "certo, vou te levar para conhecer uns assentamentos". Visitamos dois, um onde o pessoal realmente trabalhava, mas não tinham lucro suficiente, a produtividade era baixa e não dispunham de transporte para descartar os atravessadores; no outro, se esconderam quando nos viram chegando. Só vi porcos deitados na lama, nada mais.

- Como eles vivem aqui. Perguntei.
- Só esperam a grana do governo, me disse.
- Ué? Mas, já não ganharam terra?
- Ah ah ah, foi o que ouvi como resposta.

Meia década depois, lá estava o sujeito arrendando uma megapropriedade para plantar arroz.

- Êi! Por que tu não compra alguma propriedade em vez de gastar com aluguel?
- Anselmo... Se eu comprar, pago mais todos os anos que se só alugar.

Enquanto conversávamos, ele arrumava uma bomba d'água com uma tira de borracha improvisada... Isto se deu em uma época que eu ainda "ensinava" para vários alunos (seguindo meu livro didático) que arrendatários não têm terra e são "explorados" pelos proprietários. Voltei para São Paulo naquele verão e minhas aulas mudaram de tom, substancialmente: já não dizia mais que arrendatários eram todos pobres.

- Cara, por que tem tanta pobreza entre os agricultores, então? Tu é uma exceção, comentei.
- Não, Anselmo. A dificuldade deles é porque pensam como agricultores.

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Ele estava comprando dívidas de seus antigos clientes e cobrando-lhes com juros menores que qualquer banco. Eu poderia parar aqui, mas a saga deste "miserável" ainda vai muito mais longe... Quando a ecologia começou a entrar na moda, ele se interessou em saber como aplica-la. Técnicas como "plantio direto" dispensavam alguns produtos reduzindo custos. O que, normalmente, alguém faria, seria desdenhar disso, simplesmente porque é inovação e qualquer coisa que vá contra a tradição exige dedicação. E o resultado disso não poderia ser outro, os custos continuaram altos, assim como os preços finais. Ao longo de dez anos, como um pastor materialista, ensinava agricultores como economizar.

Quando falávamos de qualquer outra futilidade, como "que carro tu prefere?", ele contemporizava com o ano do veículo, cuja relação custo-benefício seria melhor... "Zero quilômetro desvaloriza 20% ao sair da loja". E não pagava por um, mas trocava por "sacas de arroz". Meia década depois, ele tinha duas grandes lojas de produtos agropecuários.

Ao fim do segundo mandato do FHC, ele estava bastante descontente com a política econômica e, com a alta do Real, o crédito sumiu e ele quebrou. Uma grande empresa paulista estava prestes a decretar sua falência por falta de pagamento. Ele pagava se os clientes lhe pagavam, pois aí estava seu capital de giro. Mas, como estavam quase todos quebrados, vocês podem deduzir qual foi o desfecho disso tudo... Do outro lado, seus vários fornecedores entendiam perfeitamente, mas esta empresa de grande porte não poderia abrir exceções. Talvez ele tivesse alcançado sua magnitude justamente por proceder assim, não sei.

Como o telefone não ajudava, pegou sua pick up com um advogado, um monte de papéis e veio para São Paulo. Chegou para pousar na minha casa de madrugada, pois se perdeu na Marginal e teve que pedir informações para algumas "mulheres estranhas" na Waldemar Ferreira ao lado da USP, o famoso "Putusp". Eram travestis. Demorou também porque ficou batendo papo por lá...

Conseguiu estender o prazo de pagamento e a dívida saltou de uns 300 mil para mais de um milhão, isso lá por 2004-2005, não lembro ao certo. Aceitar a situação e permanecer na informalidade seria muito mais fácil, mas isto implicava em chutar os empregados de suas duas empresas. Fazendo a limpa e cortando tudo que podia descobriu que seu cunhado o lesara em alguns milhares de reais. Como era religioso, espírita, maçom, o diabo não quis matar o cara. Coisa que se fosse comigo, “eu teria feito depois de torturar o infame” (tive que colocar entre aspas porque muitos idiotas não entendem licença poética).

Ele perdeu aquela batalha, teve ataque de pânico na rua desceu do carro pra brigar com não sei quem que estava buzinando, mas a guerra continuou. Hoje, ele arrenda outra área em Guaíba, outra cidade da metrópole porto-alegrense. O que ele faz lá? Arroz, mas contrata agricultor de Santa Catarina e garante o lucro do proprietário. Duas décadas atrás, ele movimentava 300 mil reais por mês ficando com 10%. Sua garantia: se quebrar, paga quantia fixa ao dono da terra sem ônus para o mesmo. Seu contrato? Seu nome.

A desigualdade nunca o tornou marxista. A desigualdade o desafiou. Eu perdi a conta dos rounds em que ele foi à lona durante sua vida, mas posso dizer que nunca foi nocauteado. Às vezes, não nos rendemos, simplesmente porque não temos outra opção além de continuar, mas já me disseram que sempre há outra opção e, nesse caso, com mulher e filhos seria o suicídio.

Outro dia li uma bobagem de um babaca que se intitulava “psiquiatra” traçando um perfil do esquerdopata, como Reynaldo Azevedo popularizou chamar o militante de esquerda fanático e burro. Dizia o farsante, que todo esquerdopata é um “filhinho-de-papai” que opta por um curso fácil para ficar fumando maconha no centro acadêmico e só fazer política estudantil (baderna). Antes fosse assim... Mas esse jeito de pensar em cima de estereótipos é como o marxista que acha que quem pertence a uma classe _deve_ ter um tipo de pensamento (a “consciência de classe”), mas na verdade as pessoas se distinguem em todos os grupos, inclusive dentro das classes sociais. Isso vai depender, entre outras coisas, do ambiente e opções de leitura que envolve o indivíduo, sobretudo jovem.

Eu poderia estar lá, como mais um... Esquerdopata. Esse sujeito que descrevi poderia estar lá, se ao invés de se debruçar sobre o Manual Técnico do Consultor Agroquímico tivesse lido Os Grandes Escritos Anarquistas, como eu. Mas qual foi a diferença? Ele se deparou com a realidade e não podia perder tempo, já eu tive sorte de ter uma família em melhor condição financeira e mais sorte ainda por ter gente próxima a mim dando exemplos. Diferente de colegas que tive na faculdade e na vida, eu soube ler, mesmo aquilo do qual discordo hoje em dia. Também “li” a história de vida de pessoas como fosse um livro, cujo epílogo incompleto tivesse um título E Você? Também vai sentar, chorar e culpar a desigualdade ou se levantar e lutar? Sem errar, você nunca saberá se acertou.

 


 

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Alguma sugestão? LIBERDADE.

Existem muitos Estados Unidos

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Neste 4 de Julho é bom relembrar o significado dos Estados Unidos da América, muito mais complexo do que a maioria das análises pretende fazer, o que é fruto da liberdade que os formaram.

Por Anselmo Heidrich

Em uma antiga matéria da National Geographic, um fotógrafo americano fora indagado sobre sua origem pelo taxista moçambicano que asseverou como admirava seu país. Ao lhe perguntar se gostaria de se mudar para lá, o motorista respondeu que sim, mas que morava com seus pais e estes não suportariam viver daquele jeito, pois “eram muito cristãos”. O narrador levou um choque, pois se apercebera do abismo existente entre o que achamos que somos e como os outros nos veem.

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Eu em minhas viagens sempre tive que me explicar muito sobre como é o Brasil para quem tinha uma vaga ideia, na melhor das hipóteses e estereótipos, na pior. Assim me pergunto, se o que vemos dos EUA quando os julgamos não corresponde mais a algo que supomos existir do que o que realmente são. Sim, os EUA são diferentes porque são o país do excesso. Tudo lá é “mais”, o que é reflexo de sua economia. Ou sua economia é que é reflexo de seu ethos? Não sei… Veja, quando se fala em liberdade, muitos utilizam esta palavra em termos muito abstratos para o meu gosto. Há, na verdade, “liberdades”. Da mesma forma como é muito comum vermos nos EUA, um pastor empunhar sua Bíblia justificando a Pena Capital, o que é fruto de sua liberdade de expressão, temos o jogo e a prostituição. Mas, também, de forma aparentemente paradoxal, temos a liberdade de legislar contra o que pode se entender como perversão. Aí entram as aparentes contradições que, com rapidez no julgamento, chamamos de “hipocrisia”.

Um antigo aluno me falava, indignado, que fora barrado na porta de um cassino em Las Vegas… “Como aqui pode ser chamado de ‘país da liberdade’ se não me deixam andar na rua?” Detalhe: ele estava parado quando foi abordado. Menores de idade não podem ficar no cassino, apenas passar por eles. Contradição? Penso que não. Trata-se, sim, de algo diferente. Ruim, bom, errado, certo? Isto é relativo. Quando dei aula num curso em Santos fiquei impressionado como as meninas se vestiam, extremamente à vontade. No entanto, a cidade tinha uma igreja em cada esquina. Já, subindo a serra cerca de 100 km, em São Paulo, elas usavam calças, mas eram muito mais liberais. Em Os Confins da Terra, o excelente Robert Kaplan fala do Irã que, em sua visita ao país era comum os convidados serem agraciados por uma dança do ventre executada pela esposa do anfitrião. Observou também o contraste entre as cidades mais religiosas e aquelas, como Teerã, onde as mulheres namoravam em parques públicos com suas unhas delicadamente pintadas. Exceto pelo uso do véu (não tão ostensivo quanto na Arábia Saudita), é muito parecido com nosso país. Afinal não temos “cidades carolas” como São João del Rey, MG e outras mais libertinas. Em que pese toda a repressão sexual no mundo islâmico, sírios e sauditas são conhecidos por seus excessos em casas de prostituição, especialmente quando saem do país. É como se fora daquele ambiente cultural, deus fizesse vistas grossas.

Outro amigo que esteve em Miami falava-me da venda livre de cachimbinhos metálicos para crack nas lojas. Ao que protestei: “Como? A droga não é proibida?” Sim, mas não a venda de cachimbos, me replicou. Custei para aceitar e custei mais ainda para entender: uma lei não pode contradizer outra. Não me perguntem quais leis, estou “inferindo”, chutando em bom português, mas acho que é isso mesmo. Da mesma forma que o policiamento ostensivo não pode ir contra a 2ª Emenda, a garantia constitucional de portar armas. E há quem defenda que a 1ª Emenda só existe devido à existência da 2ª…

Por outro lado, o que importa são os atos. Isto é interessante e muito diferente do que temos aqui. Um nazista pode divulgar suas ideias, pode fazer seu proselitismo de ódio tranquilamente. Só que se pisar fora da linha é preso. Pensemos… Nazistas existem, o ódio sempre existirá. O que é melhor, então? Proibir o uso da suástica ou permiti-la, vigiando quem faz apologia nazista? No Canadá e na Alemanha, a saudação nazista é proibida, mas isto garante que suas hostes não se formem ou estão certos os americanos que os permitem, mas os prendem tal como já desbarataram a KKK no passado?

A Ku Klux Klan continua ativa, embora bem mais fraca e desacreditada. No entanto, ela se forma novamente… De um ponto de vista sociológico a la Durkheim, os americanos e seu sistema jurídico estão certos, pois certa dose de crime aprimora os mecanismos de repressão. E me perdoem pelo “raciocínio organicista” que lançarei mão, mas sem pegar nenhuma gripe, o dia que nos depararmos com um viruzinho qualquer padeceremos tal qual um ianomâmi.

Para aqueles que não gostam de drogas, sexo, prostituição há o dry county onde é proibida a venda de bebidas alcoólicas. Ou seja, há a “liberdade de proibir”, o que parece um brutal contrassenso. Não é, se levarmos em conta que os EUA não são apenas um país liberal, conservador, mas também democrático. País no qual vigora esta “ditadura da maioria”, como os liberais (no sentido europeu do termo) gostam de se referir à democracia, tratando-a como engodo.

Isto é de suma importância, pois a democracia, em meu conceito, não serve apenas para estabelecer consensos, mas também (o que é o outro lado da moeda) para regular o dissenso ou conflitos vários que sejam. Eu endosso isto, desde que, é claro, haja lugares onde eu possa migrar e me ver livre daqueles com quem não partilho princípios comuns.

Do outro lado do Atlântico, no país mais conhecido (e incompreendido) do mundo, os Estados Unidos, o movimento sindical teve a chance de escapar, afortunadamente, do controle de socialistas e anarquistas dogmáticos.

Mobilidade me parece um conceito chave para entendermos aquele país, tanto no sentido literal, físico – Ride to live, live to ride diz o lema da Harley Davidson -, como no sentido de ascensão social (ou sua queda…). Assim, tenho facilidade para migrar ao procurar emprego (o que a UE também almeja, mas muito mais “burocratizadamente” porque, afinal, são vários países) ou para me encontrar em um estado, condado, cidade, bairro que tenha mais a ver com meu estilo pessoal de vida.

O entendimento deste conceito, a democracia tem como pré-condição o afastamento dos dogmatismos socialista e liberal. Trata-se de procurar entender uma espécie de “engenharia social” típica daquele país que aceitou o federalismo, ou seja, a União sacrificando a total autonomia que outras colônias poderiam ter e substituindo-a por outra que portasse a liberdade dentro de um imenso território sem fronteiras. Caso não existisse este princípio de agrupamento com manutenção de certas peculiaridades, talvez tivéssemos mais países comuns aos modelos já conhecidos e experimentados.

Em suma (baita pretensão…), os EUA são isto, um mix de equilíbrio entre tradições religiosas, seculares, liberais, conservadoras, democráticas e realistas. Esta última característica, se levarmos em conta seu intervencionismo externo.

Para entendermos aquela particular formação social cabe admitirmos que não é um “equilíbrio perfeito”, harmônico, no qual não existem tensões. Mas, no final das contas, “o troço” acaba funcionando. Mal ou bem está aí, em forma.

Vivemos tempos confusos, neste “Bravo Novo Mundo” onde a cultura ocidental é posta em cheque, de dentro de sua própria sociedade, como se o germe da desconstrução partisse de sua própria sanha civilizatória.

Para onde vão os refugiados?[*]

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EM NOTA DIVULGADA em março de 2014, a Agência para Refugiados da ONU (ACNUR) informou que os conflitos armados, notadamente na Síria e no Iraque, bem como outras violações de Direitos Humanos elevaram o número de pedidos de asilo para seu maior número em 22 anos.

O número de pedidos de asilos aumentou 45% de 2013 para 2014 (866.000) não superando (ainda) a marca de 1992, por conta da Guerra da Bósnia. Os primeiros colocados em números de pedidos foram os sírios seguidos pelos iraquianos e, em terceiro, os afegãos seguidos por sérvios, kosovares e eritreus. São dezenas de milhares de pedidos.

O aumento do número de pedidos de asilo não se distribui uniformemente entre os países com políticas favoráveis ao acolhimento, a maioria dos refugiados, 60% escolhe cinco países: Alemanha, EUA, Turquia, Suécia e Itália.

Se fizermos uma avaliação proporcional, alguns países recebem muito mais do que os outros. Por exemplo, entre 2010 e 2014, a Suécia recebeu quase 25 pedidos de asilo por 1.000 habitantes, seguida por Malta, Luxemburgo, Suíça e Montenegro. Com exceção do primeiro, os outros são pequenos e microestados.

Entre os países desenvolvidos, a Austrália, país que não sabe o que é uma recessão há mais de 25 anos teve uma queda de 24% no número de requerentes de asilo de 2013 para 2014.

Há mais de dezenas de milhões de pessoas que por violência de estado ou grupos civis é obrigada a se deslocar. Enquanto que falamos de pedidos de asilo a um seleto grupo de países, não estamos comentando aqueles que se deslocam internamente nos próprios territórios nacionais, mais de 33 milhões neste grupo contra cerca de 16 milhões do primeiro, segundo números de 2013.

Consideremos os seguintes pontos:

  • A maioria desses refugiados não vai em busca de melhores oportunidades de trabalho em um primeiro momento, mas foge de guerras;
  • Com exceção dos próprios países e governos de origem, os maiores fomentadores desses conflitos em escala global são países do Oriente Médio, Estados Unidos da América e Federação Russa;
  • EUA e Rússia estão entre os destinos dos requerentes a asilo político. Mas, eles não recebem a maioria dos envolvidos nas guerras do Oriente Médio ou África e sim, mexicanos e centro-americanos para os EUA e ucranianos para a Rússia.

Agora preste atenção: se houvesse algum critério de justiça nesta história toda, os principais destinos de asilados, refugiados, imigrantes tinham que estar relacionados a quem fomenta os conflitos que deslocam estas pessoas, independentemente de quem quer que tenha razão, sejam eles americanos, russos ou outros.

Portanto, se outros países que não se incluem neste rol de relações, como a Suécia, p.ex., participa disto só pode ser por uma das três alternativas abaixo:

(a)           Tem uma enorme sensibilidade com o sofrimento alheio e espírito de solidariedade para com o próximo;

(b)          Precisa urgentemente de mão de obra barata sem grandes requisitos de qualificação;

(c)           Alguém dentro daquele país está ganhando muito dinheiro com o repasse de recursos aos refugiados, pois atividades desta espécie apresentam muitos intermediários.

Se for a ‘A’, sinto muito, caro sueco, não dá para ajudar o mundo sem forçar quem também deve fazê-lo.

No caso de ‘B’, isto é a receita certa para se criar uma sociedade pautada na desigualdade e presença de “oligarquias”, como temos no Brasil;

Se for ‘C’, vocês estão fazendo o papel de perfeitos... Bem, vocês sabem o que quero dizer e isto não é tão improvável quanto se pensa.

***

Uma pequena nota... Querer ajudar o próximo é uma atitude correta, mas ela tem, necessariamente, de vir acompanhada de algumas condições: ajude o próximo a trabalhar e não conceda ajuda de custo por tempo indeterminado (assim você estará estragando o próximo); qualquer mistura cultural é como genética, bem vinda, desde que uma cultura estranha não tenha as características de uma célula cancerígena colocando todo o sistema em risco; mesmo quando uma mudança de rumos ocorre, seja no nosso cotidiano ou em grandes processos políticos, ele tem que ser gradual e adotado em doses homeopáticas, para que o organismo não sofra com a mudança e os novos elementos possam se adaptar ao padrão cultural da maioria, não pondo em risco a sociedade que lhes acolheu. É impossível amar alguém de modo eficaz sem ter amor próprio. Pense... Como vai se ajudar quem desmaiou no caso de despressurização em um voo se você não colocar a máscara de ar primeiro? Quer desmaiar junto e morrer “igualitariamente”?

O contrário disto não é amor e sim estupidez.

Anselmo Heidrich

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[i] Texto adaptado de Asylum applications in industrialized world soar to almost 900,000 in 2014. http://www.unhcr.org/5512c51e9.html, em 05 julho de 17. E aqui anexos do relatório: Report e Annexes [Excel tables -zip file].

Fim da Lava-Jato? Acho que não...

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camisetas de direita liberal conservadoraPor José Roberto Bonifácio

"Nota oficial da PF sobre mudanças de cronograma que afeta o grupo de trabalho da Operação Lava Jato, divulgada pelo Antagonista.

Leiam direito, amigos para não ir logo interpretando, como alguns querem, que é uma ação para acabar com a Lava Jato.

  1. Os grupos de trabalho dedicados às operações Lava Jato e Carne Fraca passam a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);

  2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;

  3. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo dois ex-integrantes da Operação Lava Jato;

  4. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;

  5. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;

  6. A Polícia Federal reafirma o compromisso público de combate à corrupção, disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados."

  7. Tendo em vista que cada delegado do Grupo de Trabalho da Lava Jato possuía cerca de vinte inquéritos cada um, essa equipe, juntamente com o Grupo de Trabalho da Operação Carne Fraca, passou a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);

  8. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;

  9. Com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida em função da incorporação de novas autoridades policiais;

  10. O número de policiais dedicados a essas investigações chega a 70;

  11. A iniciativa da integração coube ao Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado do Paraná, delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Operação Lava Jato no estado, e foi corroborada pelo Superintendente Regional, delegado Rosalvo Franco;

  12. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;

  13. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo os delegados Márcio Anselmo e Luciano Flores, ex-integrantes da Operação Lava Jato;

  14. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;

  15. Conforme nota divulgada no dia 21/05/2017, deve-se ressaltar que as investigações decorrentes da Operação Lava Jato não se concentram somente em Curitiba, mas compreendem o Distrito Federal e outros dezesseis estados;

  16. Desde o início, a Polícia Federal, de forma republicana e sem partidarismos, trabalha arduamente para o êxito das investigações, garantindo toda a estrutura e logística necessária para o esclarecimento dos crimes investigados.

Nossos comentários:

No desenho institucional prévio havia sobreposições de função e compartimentalização de incumbências. Quando se bota todos trabalhando juntos vc poupa recursos, agiliza processos e solidifica os achados, tornando os mais objetivos, ate porque todo mundo vai estar olhando pro mesmo local. Uniram se aqui a eficiência, a eficácia e a efetividade.

A institucionalização da lava jato fora antes anunciada na mídia, previamente à troca do ministro da justiça, inclusive com anuência do histórico delegado que a desencadeou. Não sei por que tal histeria.

Pior que o risco da asfixia organizacional era o das múltiplas versões competitivas e mutuamente "desconstrutivas" das equipes de investigadores, vazando informações a bel prazer.

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As várias faces da esquerda

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Por Luiz Felipe Pondé

A esquerda é uma praga da qual não nos livramos. Egressa da tradição judaico-cristã messiânica, traz consigo a tara do fanatismo daquela. Mas ela tem várias faces.

No Brasil, após a ditadura, a esquerda tinha o absoluto controle da universidade e, por tabela, de muitas das instâncias de razão pública, como escolas de nível médio, mídia, tribunais e escolas de magistratura. Coitadinha dela.

Neste caso, do aparelho jurídico, sente-se o impacto quando vemos a bem-sucedida manobra da esquerda em fazer do Código Penal uma província ridícula do politicamente correto, para quem, como diz a piada, entre matar um fiscal do Ibama e um jacaré, é menos crime matar o fiscal.

Com a crise da Europa e a Primavera Árabe, a esquerda se sente renovada. Interessante como, no caso árabe, ela flerta com os movimentos islamitas. A razão é, antes de tudo, sua ignorância completa com relação ao Oriente Médio. A esquerda sempre foi provinciana. Ela confunde o fanatismo islamita com o fanatismo revolucionário. Lá, não existe “povo em busca de igualdade democrática”, mas sim fiéis em busca de tutela absoluta.

Antes de tudo, devo dizer que há uma forma de esquerda que respeito: os melancólicos de Frankfurt. Para estes, como Adorno e Horkheimer, vivemos o “échec” (impasse, fracasso) da modernidade, devido à mercantilização das relações. Para mim, isso é um fato. E, enfim, a melancolia sempre me encanta. Os melancólicos têm razão.

Desde Deleuze, Derrida e Foucault (três chifres da mesma cabra), a esquerda assumiu ares de revolução de campus universitário, que encampa desde movimentos como o engodo do Maio de 68, passando pela crítica da gramática como forma de opressão (risadas…), até a ideia boba de que orientação sexual seja atitude revolucionária. Que tal sexo com pandas? Por falar em pandas…

Outra forma é a esquerda-melancia. Verde por fora, vermelha por dentro. Essa se traveste de preocupação com os pandas para querer roubar o dinheiro e o esforço alheios, além de refundar a união das Repúblicas Socialistas Soviéticas, mas com obrigação de comida orgânica no cardápio.

Existe também a esquerda “de classe executiva” que vai a jantares inteligentes. O mais perto que ela chega de qualquer coisa vermelha é do vinho que gosta de discutir, marca de sua falsa “finesse”. Nada mais “fake” do que falar de vinhos como modo de elegância afetada.

Há também a religiosa, que se divide em duas. A budista “light”, aquela que acha que o budismo é uma espiritualidade “progressista”. A outra, a católica, pensou que Marx precisava de um Che Jesus e se deu mal. Nem a esquerda a leva a sério, nem a igreja a considera mais.

Claro, não podemos esquecer do feminismo, aquele que acha que o patriarcalismo é responsável por todos os males e afirma que Shakespeare era uma menina vestida de menino. Outra forma é a esquerda multicultural. Essa confunde o mundo com uma praça de alimentação étnica de um shopping center de classe média, achando que “culturas” (esse conceito “pseudo”) se misturam como molhos.

Outra forma é a esquerda “aborígene”, aquela que entende que a vida pré-descoberta da roda é a forma plena de habitar o cosmo.

Há também a esquerda da psicologia social, composta basicamente de psicólogas, pedagogas e assistentes sociais a favor da educação democrática e da ideia de que tudo é construído no diálogo. Essas creem que se pode dialogar com serial killers, culpando a escola, o capital e a igreja pelas mulheres que eles cortam em pedaços nas redondezas.

Todos esses tipos têm um traço em comum: são todos frouxos, como diria Paulo Francis.

Mas existe uma outra esquerda, a bolchevique “traveco”. Os bolcheviques eram cabras que gostavam de violência e a praticaram em larga escala. Hoje, para a esquerda, pega mal pregar violência. Ela sofre com um problema que é a imagem de si mesma como um conjunto de seres puros, dóceis e pacíficos.

Então, para os simpatizantes da violência revolucionária bolchevique, a saída é se travestir de gente dócil e falar em “violência criadora”. O amor e a violência são os mesmos, mas a saia confunde.

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Há várias maneiras de se dominar e nem todas elas se configuram como opressão explícita. Há, além disso, o que foi formado ao longo da história e se constitui em lei e é aí que nossa disfunção institucional acaba por estagnar o desenvolvimento do país. O exemplo do monopólio da Petrobras é um que, mesmo não sendo mais garantido por lei como já foi ainda o é por vias indiretas, tamanha a burocracia e regras de favorecimento que afastam outras empresas de atuar no setor. Talvez um dia nos livremos dessa praga e seus efeitos deletérios, como o poder dos sindicatos.


Doutrinação ideológica nas escolas e universidades

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Por Nelson Lehmann da Silva

Doutrinação ideológica

A Constituição Cidadã de 1988 dá direito de voto ao jovem de 16 anos. O que sabe ele de política?

Como “Cara Pintada” sai ele pelas ruas em demonstrações típicas de oposição. Repete slogans colhidos na mídia, insultando alguma autoridade, quase sempre manipulado por militantes partidários profissionais. A escola e seus professores “fizeram sua cabeça”, incutindo-lhes certas doutrinas carregadas de imprecisas emoções. A escola pública brasileira, mas também as caras escolas particulares da elite, são usinas onde se formam mentes simplórias e confusas, mas agudamente hostis ao Capitalismo e aos Estados Unidos da América.

Sabidamente, todos os sistemas totalitários dedicam especial atenção à formação da juventude. E doutrinam, sob pretexto de ensinar. Impõem uma “verdade” coerente com o poder vigente ou a ser implantado.

No Brasil, hoje, as noções transmitidas de política e cidadania estão flagrantemente contaminadas de conceitos marxistas, particularmente no ensino de nível médio. O que se ensina nas aulas de História, Sociologia, Geografia, e mesmo em Literatura ou Filosofia, não passa de doutrinação.

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Na maioria dos Estados, a rede pública de ensino está sob controle de docentes sindicalistas, militantes partidários. Os textos escolares, quase sem exceção, empregam o vocabulário marxista, mesmo o mais ortodoxo, como “consciência de classe”, “luta de classes”, “modos de produção”, “exploração internacional”, “imperialismo americano” e a rotineira demonização do Capitalismo.

O aluno que chega à Universidade vem viciado nos esquemas mentais apreendidos de seus mal-formados mestres de Ciências Humanas.

No nível superior vão deparar-se igualmente com professores assumida ou sutilmente tendenciosos à esquerda. Ali já teriam critérios próprios que os poderiam imunizar, na melhor das hipóteses. O mal, porém já está feito, desde a adolescência, desde a formação de suas opiniões.

Hoje, o “politicamente correto” proíbe a menor menção vexatória a religiões, culturas, raças, opções sexuais. Mas não se observa o menor escrúpulo em ridicularizar lideranças políticas e autores que não rezem segundo a cartilha esquerdizante. Os métodos de constrangimento vão do sorriso condescendente à perda de pontos por resposta ideologicamente discordante da do respectivo professor. No discurso se propaga a intenção de “formar o cidadão crítico”; na verdade a crítica já é dada pronta, pré-fabricada.

politicamente correto

Concursos e admissão de professores dependem de critérios inquestionavelmente políticos. Exemplos mais flagrantes disso foram observados no Estado do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde a máquina burocrática tem sido dominada há décadas por partidos de esquerda. Os textos escolares comprovam o implícito ou explícito marxismo. Diferentes dos tradicionais manuais de História, de autores conhecidamente eruditos, os atuais textos didáticos são produzidos em autoria coletiva, portando mínima ou nenhuma titulação. A indústria do livro escolar seja dito de passagem, de consumo obrigatório e em grande escala, será um dos melhores negócios nas atuais circunstâncias.

Parcialidades e Distorções

A ideologia marxista é hoje tão difusa, tão generalizada e consensual em nosso meio educacional, que passa despercebida como sendo apenas uma determinada interpretação da realidade. Tornou-se “A” ciência. Os próprios vocábulos empregados já vêm impregnados de sentido ideológico, começando com a palavra CAPITALISMO, com sua conotação imediatamente negativa. Algumas das teses mais correntes e tidas como inquestionáveis poderão ser assim exemplificadas:

- IGREJA: a imagem projetada da Igreja é predominantemente a de uma instituição implicada com o poder, retrógrada e manipuladora de consciências.

- COLONIZAÇÃO: a colonização europeia da América, África e Ásia é retratada exclusivamente em termos negativos, como imposição cultural e exploração econômica.

- ESTADOS UNIDOS: o extraordinário fenômeno do surgimento desta potência hegemônica fica sem maiores explicações, a não ser em termos predominantemente condenatórios.

- CUBA: uma revolução enfocada com simpatia e louvor sem qualquer ressalva.

- COMUNISMO: o fracasso da experiência comunista e o desmoronamento do Império Soviético vêm obrigatoriamente descritos, mas sem uma análise crítica de suas causas.

- CAPITALISMO: sinônimo de perversão e obstáculo a uma civilização harmônica e pacífica.

As teses acima podem ser facilmente encontradas na grande maioria dos textos escolares hoje adotados, tanto na rede pública quanto na rede privada. Assim também nos Vestibulares – provas de admissão ao nível universitário – que apresentam questões em que tais ensinamentos são pressupostos.

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Não se trata, de nossa parte, de negar aspectos negativos daquelas instituições e episódios. Mas sim apontar a parcialidade e tendenciosidade dos enfoques. Não se levantam os prós e contras de situações históricas, praticando-se meramente denúncias a bodes expiatórios já de antemão escolhidos. Não se apresentam problemas como problemas, o que seria a finalidade da verdadeira educação.

A coloração marxista de nosso ensino hoje está infiltrada em todas as disciplinas. Em recente prova de matemática, de escola religiosa particular em Brasília, a tarefa envolvia o cálculo de crianças mortas de inanição, por hora, no mundo. Nas entrelinhas uma condenação ao sistema capitalista. Mas as matérias diretamente propícias à doutrinação têm sido tradicionalmente as chamadas Humanas: História e eventualmente Sociologia. Mas a chamada Nova Geografia e a recentemente introduzida Filosofia, revelam-se surpreendentemente apropriadas aos propagadores do socialismo.

 

Sob influencia do professor Milton Santos, o papa da nova geografia, esta ciência extravasou para o terreno de uma pretensa economia, onde se discute ainda em termos de “economias periféricas dependentes” e os lucros do capital às custas da destruição do meio ambiente . O fenômeno da Globalização será tratado como óbvio ardil do capital multinacional.

Já uma iniciação à Filosofia poderia ser saudada como valiosa para a formação do jovem estudante. A questão é definir qual Filosofia? Ou o que entendem por filosofia? E a ser monitorada por quem? Trata-se de uma poderosa arma, para o bem ou para o mal, da mais alta responsabilidade. E assim sendo, melhor nenhuma do que uma tendenciosa ideologia travestida de Filosofia.

Que a visão marxista seja ensinada, sim, mas como visão marxista, e não como “A” Filosofia. Os manuais disponíveis nesta área são nitidamente calcados no vocabulário e no método marxista, destacando-se os da conhecida militante marxista Marilena Chauí.

Uma leitura direta de Aristóteles, acessível mesmo a não iniciados, poderia ser a melhor solução, enquanto não se encontre um texto isento.

Diretrizes Governamentais

O Ministério da Educação – órgão federal que centraliza o sistema educacional brasileiro – tem voltado sua atenção para o problema do livro didático nestes últimos anos.

Diante da profusão de manuais escolares que a cada ano é lançada no mercado, denotando uma indústria que não conhece crise, o MEC arrogou a si a tarefa de avaliar seus métodos e conteúdos. Nomeou para isso comissões de professores, sem que se saiba sob quais critérios. Tais comissões produzem – já em segunda edição – GUIAS DE LIVROS DIDÁTICOS, com o fim de orientar mestres e escolas nas diferentes disciplinas. Classificam assim os textos como recomendáveis, recomendáveis com ressalvas e não recomendáveis.

Critérios foram previamente estabelecidos para guiar tais avaliações. Além dos critérios gerais, cada comissão define os específicos para sua área. Todos enfatizam o objetivo de “formar cidadãos críticos e responsáveis”, e expressam condenação a preconceitos ou juízos de valor quanto a culturas, religiões, raças, costumes, etc.

Curiosamente, entre tais preconceitos, não se menciona o político-ideológico. É vedada toda discriminação cultural, racial e de gênero, mas nunca se explicita a discriminação partidária. No GUIA DO LIVRO DIDÁTICO para a 6a. 7a. e 8a. séries de 2000-2001, à página 460, encontramos a absurdidade que abaixo reproduzimos:

 Nenhum livro poderá ser considerado bom ou ruim por sua declarada ou implícita opção, por exemplo, pelo idealismo, pelo marxismo, pelo tradicionalismo socialou por qualquer outra perspectiva ou forma de encarar a vida ou a sociedade. O que caracteriza, de fato, um bom livro de História é sua coerência e adequação metodológica.”

Teríamos assim aprovados bons livros nazistas, maoístas, anarquistas, etc., desde que coerentes consigo mesmos. Critério talvez aceitável para um nível superior, nunca para adolescentes de nível médio. Na verdade, o que aqui se insinua, não passa de total permissão à ideologia marxista.

A publicação do MEC elogia, por exemplo, o manual “Brasil, uma História em Construção”, de José R. Macedo e Mariley Oliveira, com a seguinte observação:

É excelente, p. ex., o texto que se encontra à página 9, onde se afirma que ‘não existe apenas uma verdade única na História... toda verdade no fundo é relativa,... Nem sempre o que é verdade para nós será o mesmo para pessoa diferente de nós.’”

Temos aqui exemplificado um explicito relativismo, ou negação da ciência e da ética, num manual de história para adolescentes 1.

Educar para a Cidadania

Educar para a cidadania é também função da escola. Todas as nações de alguma maneira o fazem. Nos Estados Unidos esta instrução se dá em nível predominantemente técnico; o funcionamento da máquina burocrática, governo, partidos, eleições, constituição, administrações regionais, etc. A disciplina da História transmitirá sentimentos patrióticos, sem etnocentrismos ou xenofobias.

Na atual Alemanha estruturou-se um sistema digno de estudo, para eventual aproveitamento nosso. O Poder Legislativo, coordenando todos os Partidos, mantém e financia escritórios em todas as principais cidades, para informação e formação política de todos os cidadãos, particularmente dos estudantes. É a Central para Formação Política, (Bundeszentrale fuer Politischen Bildung). Esta instituição pluripartidária publica livros, filmes e CDs, mapas e estatísticas, e mais um boletim mensal. Além disso, oferece cursos e palestras a classes de alunos ou outra categoria, sempre gratuitamente. Questões de fundo são discutidas por diferentes autores. Uma admirável instituição democrática. No Brasil estamos longe disso.

A tônica do que se ensina hoje em nossas escolas consiste em explícitas ou veladas críticas e denúncias. É o fácil maniqueísmo, em que se procura um culpado para nossas deficiências. Quando se repete exaustivamente a fórmula vencedores/vencidos, exploradores/explorados, dominadores/dominados, se está reproduzindo o difuso mito do conflito entre os bons e os maus. Fórmula fácil e confortável, pois nos exime de responsabilidades. Acoplado a isso temos a implícita superstição de que uma instância superior, chamada Estado, ou Governo, suprirá nossas necessidades, nos protegerá e fará justiça. E será o culpado por tudo que não for conforme nossas ilusões. Cacoetes culturais.

O que uma honesta formação para a cidadania deveria propor, deveria ser muito mais positivo. Valorizar a responsabilidade individual, estimular o espírito empreendedor, a inventividade, a inovação, o assumir riscos, ter objetivos autônomos, providenciar o próprio futuro. Saber confiar em si mesmo para assim construir uma sociedade de confiança.

O jovem brasileiro recebe uma carga cultural que menospreza a livre iniciativa. Persiste o ideal de ser um funcionário do grande pai Estado, providencial e magnânimo. Aqui reside o obstáculo que nos impede de finalmente decolar e nos tornarmos uma nação digna de suas potencialidades.

Ao atacar a problemática pontual do ensino de nível médio sei que a dificuldade é mais abrangente, implicada em todo um ambiente cultural. Há uma histórica influência da Igreja Católica, hostil ao individualismo empreendedor. Já os professores são formados em Universidades onde a opinião reinante sempre privilegiou o socialismo. Em grande parte desconhecem teorias alternativas, que de antemão são descartadas. Mas tal ignorância não justifica a intencional militância partidário-política, que faz da escola um favorito campo de doutrinação, aproveitando-se do status de autoridade do mestre diante do jovem sem opinião formada.

O que deveria ser feito

Ao apontar os vícios de nossa educação para a política, nós, democratas liberais deveríamos também reconhecer nossa omissão. Até o momento não temos algo alternativo a oferecer, pelo menos no que concerne a textos escolares. Valeria a pena constituir uma comissão de expertos para elaborar um manual básico que esclarecesse conceitos e valores universais de política, de uma maneira pluralista, sem incorrer também em dogmas doutrinários.

Nesse sentido, utilizando abordagens e conceitos chaves elaborados pela moderna Teoria Política, e sempre partindo de situações experimentais concretas, teríamos tentativamente o seguinte modelo:

  • Conceitos chaves: Grupos, Organizações, Jogos e Ideais.
  • Conceitos destes derivados: Interesses, Lideranças e Normas, Cooperação e Conflito, Mercado e Democracia.
  • Exemplos ilustrativos seriam tirados da família, do futebol, da banda, do clube, da paróquia, até chegar à ONU, passando pela comunidade local e nacional. Estaria assim superado o sistemático enfoque maniqueísta e puramente denunciatório ora vigente.

Uma síntese das noções a serem propostas seria assim formulável: “Para melhor satisfação de suas necessidades e obtenção de uma existência melhor, os homens se reúnem em grupos com comuns interesses, estruturando-se em maior ou menor grau de organização. Tais grupos se relacionam de maneira cooperativa, ou conflitiva, objetivando atingir seus fins e modo mais ou menos racional. Objetivos ou ideais constantes na história humana têm sido alcançar maior bem-estar, em condições de maior liberdade para todos, estabelecendo-se assim uma ordem harmônica, que permita a prosperidade, ou felicidade coletiva. A essa atividade humana da se o nome de Política.” 2

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Notas

[1] A maneira mais objetiva de se avaliar o conteúdo do ensino é analisar os textos escolares em seus manuais mais frequentemente adotados. Entre as centenas disponíveis, comentaremos brevemente alguns dos mais representativos. Os pressupostos mais encontradiços são sempre a “Luta de Classes”, a “Exploração Internacional”, a condenação do “Neoliberalismo” e da “Globalização”.

HISTÓRIA (3 vols.), Editora Lê. Dos bacharéis Ricardo / Ademar e Flavio (sic.) O vocabulário trai o típico pensamento marxista. “Burguesia” e “Proletariado” encarnam o Bem e o Mal. A ruína do sistema soviético é atribuída a falhas administrativas. Brasil como eterna vítima da ganância financeira internacional.

NOVA HISTÓRIA CRÍTICA, Ed. Nova Geração. Autor : Mario Schmidt. Adotado em inúmeras escolas públicas. Marxismo ortodoxo e militante de ponta a ponta. Na capa vem representada uma ampulheta, onde do dinheiro escorre sangue.

O TESOURO NA RUA, Ed. Rosa dos Ventos. Cristóvão Buarque. Leitura complementar adotada em escolas de Brasília. Um protesto maniqueísta em forma de conto juvenil. Somos vítimas dos capitalistas Yankees. Reclama por “mudanças” sem concretizar quais sejam.

CAPITALISMO PARA PRINCIPIANTES. Editora Ática. Carlos Eduardo Novaes, Leitura complementar adotada em curso de História de escolas particulares. Truculenta caricatura do Mercado Livre. Empresário como sinônimo de bandido.

O QUE É FOLCLORE. Coleção Primeiros Passos, Ed.Brasiliense. Carlos Rodrigues Brandão. Adotado pela Escola de Música de Brasília. Explícitas referências ao autor marxista Antonio Gramsci, do qual segue o pensamento.

INICIAÇÃO À SOCIOLOGIA, Editora Atual Nelson Dacio Tomazi (org.) Catecismo marxista ortodoxo.

FILOSOFANDO, Editora Moderna. Ma. Lucia de Arruda e Ma. Helena Pires Martins. Pela bibliografia recomendada já se percebe a tônica marxista. As teses gramscianas são explícitas.

Acrescente-se aqui a recente série SOCIEDADE E HISTÓRIA DO BRASIL, em 12 volumes, publicada pelo Instituto Teotônio Vilela do Partido Social Democrático – do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –, interpretando a história nacional em termos claramente socialistas.

[2] Encontra-se disponível uma publicação de minha autoria, “Iniciação à Política”, a ser melhor elaborada, onde tais conceitos são esquematizados.

⁠⁠⁠DEMOCRACIA: O QUE É E PRA QUE SERVE

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Por Fernando Raphael Ferro de Lima

Outra dia, numa comunidade do Facebook, um dos membros postou uma pergunta capciosa. Qual o antônimo de Democracia? Apesar da comunidade ter como título “Escola Austríaca de Economia”, muitos dos membros mostram uma orientação para o anarcocapitalismo. Eu, na minha ainda não perdida mania didática, procurei na classificação aristotélica a resposta, e indiquei que o mais correto seria dizer que as monocracias seriam o antônimo mais correto de democracia.

Obviamente o conceito é antigo e o uso grego do termo democracia era até mesmo diferente do atual. A questão toda é que o membro da comunidade que postou o tópico, disse que a resposta que ele julgava correta era “liberdade”. Ou seja, a democracia seria o antônimo de liberdade. Evito discussões virtuais porque sei que normalmente elas não levam a nada, mas imaginei que seria útil aos leitores trazer para um texto minhas considerações relativas a esta opinião.

DEMOCRACIA X LIBERDADE

Primeiramente, a questão da liberdade, que é tema deste blog. Afinal, o que é ser livre? Entendemos que a liberdade é sempre algo condicionada às circunstâncias e nosso entorno. Sendo o homem um ser social, ele nunca é completamente livre, dependendo em maior ou menor grau dos outros membros da comunidade. A liberdade perfeita significaria a independência máxima, que não é possível e nem mesmo desejável. Assim a liberdade sempre assume uma característica relacional: sou livre até o ponto em que minha liberdade não impede a dos demais. Exemplo clássico: não posso ter a liberdade de fazer escravos numa sociedade livre, porque estaria ferindo o direito a ser livre de outros membros.

Da mesma forma discutem-se limites para a liberdade: a partir de quando somos livres: desde que nascemos ou a partir de certa idade? E por aí vai. Então a liberdade é sempre condicional, limitada pelo próprio jogo social e suas regras. Cada sociedade decide o grau de liberdade que concede a cada indivíduo, que é variável segundo as variações no tempo, clima e geografia. No Brasil mesmo observamos que há certas “liberalidades” toleradas em alguns locais (andar sem camisa, por exemplo), mas não em outros.

Agora a questão da democracia. Democracia, atualmente entendida, é um sistema de troca de governos por meio de eleições livres. Dada um determinado período, os governantes são submetidos ao sufrágio universal (que também não é tão universal assim, visto que só os cidadãos maiores de 16 anos podem votar, com restrições ainda maiores aos que podem ser votados) para permanecer ou renovar os mandatos no poder. Os órgãos máximos do país são assim renovados total ou parcialmente periodicamente.

A democracia, portanto, não é nem mesmo uma forma de governar. É apenas uma forma de troca de governos. Um método, por assim dizer, para renovar os representantes do povo. Isso porque a vontade popular muda ela mesma periodicamente. Há, obviamente, várias maneiras de fazer isso. Sistemas parlamentares, republicanos, e mesmo a forma de indicação de deputados, como a disputa distrital pura, mista ou o sistema proporcional, conforme adotado aqui nos tristes trópicos.

A liberdade, portanto, é possível sob um regime democrático, assim como sob uma teocracia. A questão que se coloca é o grau de liberdade possível e as formas de mudança de regime. Num regime absolutista, por exemplo, sua troca exige uma revolução. Ao povo cabe esperar a morte do monarca, na esperança de outro mais sábio, ou então a sua retirada violenta por meio do derramamento de sangue. Na Coréia do Norte, por exemplo, já é a terceira geração de tiranos insanos que se perpetua no poder. Na Coreia do Sul, muitos governos ruins já foram defenestrados, e outros bons permaneceram no poder, por causa da sucessão. Isso que a Coreia do Sul é uma democracia plena há pouco mais de 30 anos.

Um mundo sem governo, na visão utópica de Rousseau, seria um mundo melhor. Alguns anarquistas partilham desta visão também. Que o homem poderia viver de forma comunitária, com as pessoas se autorregulando de forma independente e feliz. Os anarcocapitalistas acreditam que o mercado seria capaz de conferir a estabilidade dinâmica necessária ao bem estar social.

Particularmente falando, minha visão do ser humano é mais hobbesiana. Homo homini lupus. Cabe ao Estado vigiar o lobo e garantir a paz armada. E aos homens cabe o papel de vigiar o Estado. Um mundo sem Estado voltaria ao estado de natureza, a guerra de todos contra todos. Fatalmente novas formas de organização estatal surgiriam. A autorregulação seria substituída por regulações universais. Isso é fruto da crença de que o Estado é o resultado empírico da experimentação humana ao longo dos últimos 30 ou 40 séculos de construção da civilização. Não chegamos até aqui ao acaso.

CONCLUSÃO

Assim, democracia não é o antônimo de liberdade. É apenas um meio pelo qual o custo de substituir um governo que tenta suprimir nossa liberdade relativa fica menor em termos de vidas humanas. Liberdade também não é um direito. É um conquista, árdua, pela qual lutamos dia a dia. E as instituições democráticas são meios pelos quais garantimos a liberdade que nos resta, e tentamos ampliar outras que ainda não foram conquistadas.

 

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As 11 armas de fogo mais importantes da história

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As armas de fogo evoluíram constantemente desde a sua invenção, há cerca de 800 anos. De canhões de mão primitivos a armas automáticas, aqui estão os avanços das armas que mudaram o campo de batalha e além.

 

01 | CANHÃO DE MÃO, SÉCULO 13

canhao de mao chines

A China desenvolveu uma grande variedade de armas de pólvora conhecidas como "Lanças de Fogo" e "Dragões de Fogo", bem como lança-chamas e fogos de artifício, já no século X. As primeiras armas de fogo verdadeiras que usavam pólvora para lançar um projétil podem ser datadas da Dinastia Yuan no século 13. Estes incluíam canhões de mão de bronze, que poderiam ser segurados por um homem e disparados por outro. O alcance era curto e a precisão era fraca, mas a fumaça, o fogo e o rugido devem ter intimidado oponentes daquele tempo.

Posteriormente os europeus começaram a desenvolver um artifício bélico muito semelhante aos canhões de canhao-de-mao-europamão chineses. O modelo europeu precedeu os mosquetes de pederneira, com a tecnologia aparentemente simples que contabiliza um tubo oco fixo (ou montado) em uma vara de madeira. Este engenho pesado era mantido contra o ombro ou acima do ombro para proporcionar estabilidade ao apontar. Quanto à parte de disparo, o usuário acendia o pó com uma corda embebida em nitrato de potássio que queima lentamente.

 

02 | GATLING GUN. 1862

gutlin gun

A invenção do Dr. Richard Gatling foi uma das primeiras metralhadoras reais, com uma taxa de fogo de mais de 1300 balas calibre 50 por minuto. A Gatling é uma arma rotativa conduzida por uma manivela que pode ter três, quatro, seis ou até oito canos. Ao contrário de "metralhadoras" anteriores, com capacidades limitadas e longos tempos de remuniciamento, as Gatling eram mais confiáveis, fáceis de carregar e dispunham de uma cadência de tiro mais elevada. A arma fez uma breve aparição na Guerra Civil Americana, mas se mostrou mais efetiva na Guerra Hispano Americana. Os britânicos usaram armas de Gatling nas guerras coloniais contras zulus causando mortes em massa na África do Sul, Sudão Mahdista e muitas outras guerras deste período.

 

03 | Colt peacemaker, 1873

colt 45 peacemaker

Samuel Colt não inventou o revólver, mas ele foi o primeiro a apresentar um sistema de linha de montagem para fabricá-los em vez de confiar nas habilidades de um armeiro para manualmente fazer cada arma. A empresa Colt produziu armas em massa como a "Single Action Army", mais conhecida como Peacemaker ou Colt 45. Originalmente projetado para a cavalaria dos EUA, tornou-se a arma de mão mais utilizada durante os anos do Wild West. Uma versão, o Colt Frontier seis tiros usou o calibre .44-40 Winchester para que os cowboys pudessem usar a mesma munição em suas armas de mão e rifles.

 

04 | Maxim Gun. 1883

maxim-gun metralhadora

Sir Hiram Maxim era um inventor americano que emigrou para a Europa. Suas criações incluíam sprinklers de fogo e aeronaves a vapor, mas sua invenção mais bem sucedida foi a metralhadora totalmente automática Maxim. O mecanismo da Maxim usava a energia do recuo (ou coice) da arma para ejetar cada invólucro gasto e inserir na câmara a próxima munição. Este sistema tornava-a muito mais eficiente que as metralhadoras anteriores, como as Gatling que utilizavam o princípio dos canos múltiplos e da operação manual por uma manivela. O poder de fogo da Maxim equivalia a 30 espingardas de repetição.  A Maxim provou ser muito mais eficaz que as armas concorrentes. Ambos os lados dos combatentes na Primeira Guerra Mundial usaram.

 

05 | Colt M1911, 1911

colt-1911

Criada pelo gênio projetista das armas de fogo, John Browning, a Colt M1911 é uma pistola semiautomática que funciona em Ação Simples. Esta pistola participou da I e II Guerras Mundiais, além de vários outros conflitos bélicos de importância pelo mundo, se destacando pela sua robustez, rusticidade e segurança, dentre outros atributos. Conhecida também como “The Old War Horse”, (O Velho Cavalo de Guerra), essa arma foi produzida por outras fábricas mundo à fora, seja em seu projeto original ou com várias outras mudanças.

 

06 | M2 Browning, 1933

m2-browning

Outra contribuição de Browning para o armamento foi uma das metralhadoras mais formidáveis já feitas. Projetada no final da Primeira Guerra Mundial, o M2 começou como um projeto refrigerado a água, mas mudou para refrigerar a ar, exigindo um barril pesado. Seu calibre .50 com cerca de quatro vezes a energia de uma típica bala de rifle  é capaz de atravessar uma placa de 1 polegada de aço é letal mesmo a um disparo de dois mil metros de distância. O M2 ainda está em serviço com um design é fundamentalmente inalterado.

 

07 | M1 Garand, 1936

rifle garand

O canadense John Garand, do arsenal de Springfield, desenvolveu o primeiro rifle semiautomático a ser adotado por uma grande nação. Tecnicamente conhecido como Rifle, calibre .30, M1, a arma sempre foi chamada de Garand. A arma usa parte da energia do gás de alta pressão gerado durante a queima para expulsar o cartucho gasto e recarregar um noco cartucho. Isso dá uma maior taxa de fogo do que as armas mais antigas com o sistema bolt-action, embora o pente de apenas 8 rodadas reduza o uso de munição.

Cerca de 4 milhões foram produzidas na Segunda Guerra Mundial; o General Patton declarou que a Garand "era o maior instrumento de batalha já concebido"

 

08| UZI, 1948

uzi

O Major Uziel Gal desenvolveu sua nova metralhadora de 9mm para o exército israelense. Com poucos recursos, as Forças Armadas de Israel precisavam de uma arma leve, fácil de fabricar e eficiente. Uziel usou como inspiração algumas armas antigas, feitas na década de 30 por judeus rebeldes que viviam na palestina antes da criação do estado. Por não terem recursos, eles costumavam conseguir uma pistola e adaptá-la, fazendo com que ele pudesse disparar mais tiros de cada vez. Gal usou esse princípio e criou a Uzi (seu apelido), uma submetralhadora pequena, capaz de soltar 10 tiros por segundo. Outros dois aspectos fizeram da Uzi uma lenda: a facilidade de recarregar, mesmo no escuro, e a alta resistência a areia, qualidade essencial no Oriente Médio. A capacidade da Uzi deu a Israel a chance de se manter firme como estado, mesmo rodeado de inimigos.incorporando um parafuso telescópico que envolve a extremidade do barril

 

09| AK 47, 1949

ak-47 rifle

Quando Mikhail Kalashnikov se propôs a projetar um rifle de assalto para o exército vermelho soviético na década de 1940, ele sabia que deveria ser simples, barato e confiável. A AK-47 7,62mm  é sem dúvida a arma mais eficaz e popular da história com mais de 75 milhões de unidades fabricadas. As grandes distâncias entre as peças móveis tornam a AK-47 fácil de fabricar e a torna resistente a incrustações de lama, areia ou sujeira. Essa robustez e facilidade de manutenção e treinamento a torna a arma favorita de guerrilheiros e terroristas em todo mundo.

Sua maior contribuição foi melhorar o sistema de recarga automática usando o gás desprendido dos projéteis durante o disparo. Esse sistema já existia, mas costumava travar caso o fuzil realizasse muitos tiros consecutivos. Foi Kalashnikov que conseguiu torná-lo mais eficiente, impedindo os travamentos e permitindo ao AK-47 realizar até 600 tiros por minutos. Essa velocidade associado ao alcance do fuzil (cerca de 300 metros) fizeram do Avtomat Kalashnikov 1947 o rifle de assalto mais bem sucedido da história.

10| Glock 17, 1982

glock 17

O austríaco Gaston Glock veio do mundo da engenharia de polímeros, diferente da maioria dos projetistas que já possuíam alguma relação com o universo das armas. A sua revolucionária Glock 17 de 9mm é uma pistola simplificada feita principalmente a partir de plástico. com exceção do barril. O corpo é mais leve e mais durável do que o aço e absorve mais o recuo (coice). A Glock foi projetada com aprimoramentos ergonômicos e três mecanismos de segurança independentes.Ela não irá disparar a menos que o gatilho seja puxado e todas as travas de segurança desligadas. Rapidamente a Glock passou a ser adotada por dois terços da força policial americana.

11| XM-25, 2010

xm-25

Talvez a mais inovadora arma de pequeno porte dos últimos anos seja o lançador de granadas XM-25 "Punisher" de 25mm. Um lazer mede o alcance para o alvo, de modo que a granada pode ser configurada para explodir no ar no ponto exato em que passa sobre uma trincheira ou uma parede para atingir inimigos atrás de suas proteções. Cinco armas foram enviadas ao Afeganistão em 2010 para teste de campo e tiveram bons resultados. No entanto, o custo estimado da XM-25 de mais de U$ 30.000 pode ser um fator limitante nomomento.

 

armas penduradas revolveres

 

Pedofilia: qual é a estratégia daqueles que a defendem

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Artigo de Alexandre Borges

 

Lavrentiy Beria (1899-1953) era o braço direito de Stálin e um dos poucos que contaram com sua inteira confiança. Na foto, está com a filha de Stálin no colo enquanto o chefe trabalhava ao fundo.

Lavrentiy Beria

Além de ser um assassino brutal e sádico, mentor e comandante de incontáveis massacres, Beria foi responsável pela polícia política de Stálin, pela KGB (na época, NKVD) e um dos comandantes dos grandes expurgos dos anos 30.

Beria foi também um bajulador incansável de Stálin e um dos responsáveis por tornar seu regime a mais poderosa máquina de propaganda política da história. Ele chegou a estruturar para a polícia política soviética o que chamou de "psicopolítica", ou "a arte e a ciência de estabelecer e manter o domínio sobre os pensamentos e as lealdades dos indivíduos, funcionários, departamentos, das massas, e a efetivação da conquista das nações inimigas através de "cura mental"." O manual soviético de Psicopolítica idealizado e coordenado por Beria pode ser lido em inglês aqui: http://members.iimetro.com.au/~hubbca/psychopolitics.htm

Como se não faltassem credenciais para Beria ser recebido com festa no inferno, ele também era pedófilo, assim como Mao Tsé-Tung. Lembrei dele quando vi muita gente compartilhando hoje uma matéria do WorldNet Daily sobre um assunto que o Olavo de Carvalho já alerta há anos: a pedofilia é a próxima 'revolução sexual' que alguns intelectuais "progressistas" estão tramando.

O assunto é tão repugnante que é realmente difícil abordar o tema sem que se tenha náuseas. A própria hipótese de que um dia uma das mais abjetas formas de perversão humana seja socialmente aceita como apenas uma 'preferência sexual' é tão absurda que o debate não se coloca e a agenda dos defensores da pedofilia vai, aos poucos e sem alarde, avançando, tanto na academia quanto até no judiciário, como em sucessivas decisões de perdão ou penas quase simbólicas para pedófilos.

A estratégia dos defensores da pedofilia pode ser resumida assim:

 

1. Criar um eufemismo ou um novo nome para a pedofilia, abandonando o termo desgastado. Estão tentando emplacar algo como "amor intergeracional".
2. Tirar toda a responsabilidade individual do pedófilo: "ah, ele não tem culpa de se sentir atraído por crianças."
3. Fabricar estudos embusteiros e falsos para convencer a comunidade acadêmica e os formadores de opinião que é algo relativamente comum, que há farto material comprovando que a pedofilia é uma característica humana e que só é condenada pelo moralismo irracional burguês e cristão.
4. A imprensa começa a abordar o assunto "sem preconceitos", entrevistando os defensores do assunto na academia apenas para "abrir a discussão".
5. Filmes e novelas começam também a abordar o assunto "sem moralismos" e "humanizando" os pedófilos.
6. O movimento ganha as ruas e é considerado uma forma de resistência contra a discriminação.
7. Políticos passam a ver ganhos na defesa do grupo e propõem legislações que aprovem a pedofilia como forma de "incluir socialmente" os pedófilos.
8. Livros didáticos produzidos por governos, segundo orientação da ONU, tratam a pedofilia positivamente e em histórias em quadrinhos simpáticas para as crianças.
9. Uma lei criminalizará os "pedofóbicos" como os que têm preconceitos contra os pedófilos e suas "formas de amar".

 

Esse é um processo que pode e tem que ser parado nos estágios iniciais, antes que seja tarde.

 

Referências:

Link: "PEDOPHILIA THE NEXT 'SEXUAL-RIGHTS' REVOLUTION?" http://www.wnd.com/…/pedophilia-the-next-sexual-rights-rev…/

"Cem anos de pedofilia" (Olavo de Carvalho) http://www.olavodecarvalho.org/semana/04272002globo.htm

"Dawkins não vê problema na “leve pedofilia”. Eu vejo sérios problemas em Dawkins!" (Rodrigo Constantino) http://veja.abril.com.br/…/dawkins-nao-ve-problema-na-leve…/

"A matemática da suruba" (Felipe Moura Brasil) http://veja.abril.com.br/…/20…/12/10/a-matematica-da-suruba/

"Acusado de estuprar três meninas de 12 anos é absolvido pelo STJ" http://g1.globo.com/…/acusado-de-estuprar-tres-meninas-de-1…

Se tiver estômago, leia:

"Amor e sexo entre pequenos e grandes" (Paulo Ghiraldelli) http://ghiraldelli.blogspot.com.br/…/amor-e-sexo-entre-pequ…

 

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10 frases que mostram como Friedrich Hayek era realmente brilhante

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Friedrich August Von Hayek (1899-1992), foi um brilhante economista da Escola Austríaca de Economia. Ganhador do prêmio Nobel de Economia de 1974, Hayek foi uma importante influência no pensamento liberal do século XX. Em seu best-seller, O caminho da servidão, publicado em 1944, ele demonstrou como a substituição da economia de mercado por um sistema de planejamento central fatalmente acabariam em pobreza e servidão. Exatamente o que ocorreu, por exemplo, na União Soviética, no Leste Europeu e em Cuba. A história se encarregou de comprovar as previsões de Hayek.

 

Friedrich Hayek

 

"Se lutamos pelo dinheiro, é porque ele nos permite escolher da forma mais ampla como melhor desfrutar os resultados de nossos esforços."

 


 

"Com o sucesso nasceu a ambição - e o homem tem todo o direito de ser ambicioso."

 


 

"Quase que por uma lei da natureza humana, parece ser mais fácil aos homens concordarem sobre um programa negativo - o ódio a um inimigo ou a inveja aos que estão em melhor situação - do que sobre qualquer plano positivo."

 


 

"É significativo que uma das objeções mais frequentes à concorrência é que ela é 'cega'. Convém lembrar, entretanto, que, para os antigos, a cegueira era atributo da deusa da justiça."

 


 

"A luta pela segurança tende a ser mais forte do que o amor à liberdade."

 


 

"Há muita confusão nas discussões atuais, em função do uso freqüentemente inadequado da palavra "inflação". Seu significado original e adequado é este: um aumento excessivo da quantidade de dinheiro que, por sua vez, determina um aumento de preços. Um aumento geral de preços, porém, causado, por exemplo, por uma escassez de alimentos decorrente de más colheitas não é inflação."

 


 

"Entre o idealista dedicado e o fanático, muitas vezes há apenas um passo."

 


 

"A geração de hoje cresceu num mundo em que, na escola e na imprensa, o espírito da livre iniciativa é apresentado como indigno e o lucro como imoral, onde se considera uma exploração dar emprego a cem pessoas, ao passo que chefiar o mesmo número de funcionários públicos é uma ocupação honrosa."

 


 

"Não foram os fascistas, mas os socialistas, que começaram a arregimentar as crianças desde a mais tenra idade em organizações políticas para garantir que elas se tornassem bons proletários."

 


 

"O 'objetivo social' ou o 'propósito comum' para o qual se pretende organizar a sociedade costuma ser vagamente definido como o 'bem comum', o 'bem-estar geral' ou o 'interesse comum'. Não é necessário muito esforço para se perceber que esses termos não estão suficientemente definidos para determinar uma linha específica de ação. O bem-estar e a felicidade de milhões não podem ser aferidos numa escala única de valores."

 


 

"O coletivismo em proporções mundias parece inconcebível, a não ser para atender aos interesses de uma pequena elite dirigente."

 


 

"Fracionar ou descentralizar o poder corresponde, forçosamente, a reduzir a soma absoluta de poder, e o sistema de concorrência é o único capaz de reduzir ao mínimo, pela descentralização, o poder exercido pelo homem sobre o homem."

 

 

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