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Como a Nova Zelândia reduziu o estado, enriqueceu e virou a terceira economia mais livre do mundo

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Se olharmos para a história, notaremos que o crescimento do governo é um fenômeno recente.

Desde a década de 1850 até as décadas de 1920 ou 1930, a fatia que o governo ocupava no PIB da maioria das economias industrializadas do mundo raramente ultrapassava os 6%.  Porém, desse período em diante — e em particular desde os anos 1950 —, vivenciamos uma explosão maciça na fatia que o governo ocupa no PIB.  Em alguns países, o valor varia de 35 a 45%. (No caso da Suécia, houve um ponto que chegou a 65%, e o país quase que se autodestruiu como resultado. O país agora está desmantelando alguns de seus programas sociais para se manter economicamente viável).

Pode esta situação de agigantamento do estado ser interrompida ou mesmo revertida? Com base em minha experiência pessoal, a resposta é "sim". No entanto, isso não apenas requer altos níveis de transparência, como ainda é necessário saber lidar com as consequências severas de eventuais decisões erradas — e essas não são coisas fáceis.

A primeira mudança necessária está na mentalidade da população.  Tem de haver uma mudança na forma como as pessoas vêem as atribuições do governo e suas responsabilidades, principalmente a fiscal.  A antiga ideia de responsabilidade fiscal simplesmente dizia que o governo não deveria gastar mais dinheiro do que arrecadou. A nova ideia de responsabilidade fiscal tem de se basear na seguinte pergunta: "O que é que obtivemos em termos de benefícios públicos como resultado do gasto deste dinheiro?".

Esta é uma pergunta que sempre foi feita no setor privado, mas que raramente foi a norma para o setor público.  E os governos que resolveram lidar com essa questão apresentaram resultados extraordinários. Esta foi certamente a base das reformas bem-sucedidas no meu próprio país, a Nova Zelândia.

A renda per capita da Nova Zelândia no período anterior ao final da década de 1950 era a terceira maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá. Porém, já em 1984, a renda per capita havia caído para 27º posição, ao lado de Portugal e Turquia. Não apenas isso, a nossa taxa de desemprego era de 11,6%, tínhamos tido 23 anos sucessivos de déficits (os quais, em algumas ocasiões, chegavam a 40% do PIB), a nossa dívida pública havia alcançado para 65% do PIB, e as nossas classificações de risco — concedida pelas agências Standard & Poor's, Moody's e Fitch — eram continuamente rebaixadas.

Os gastos do governo chegavam a 44% do PIB, os investimentos estavam em queda, os investidores estrangeiros estavam abandonando o país, e o governo queria gerenciar praticamente todas as atividades da economia, desde as grandes empresas até as mercearias.  Havia controle de capitais e controle de câmbio, o que significava que eu não podia comprar uma assinatura da revista The Economist sem a autorização do Ministério das Finanças. Eu não podia comprar ações de uma empresa estrangeira sem abrir mão da minha cidadania.

Havia controle de preços em todos os bens e serviços, em todas as lojas e em todo o setor de serviços. Havia controle de salários e até mesmo congelamento de salários.  Patrões que eventualmente quisessem conceder aumentos salariais aos seus funcionários — ou mesmo pagar-lhes um bônus — estavam legalmente proibidos.

Havia controle de importação, com o governo determinando quais bens eu podia trazer para o meu país.

Havia maciços subsídios às indústrias, a fim de mantê-las viáveis.

Os jovens neozelandeses estavam deixando o país em massa.

Gastos do governo e impostos

Quando um governo reformador foi eleito, em 1984, ele imediatamente identificou três problemas: gastos excessivos, impostos excessivos, e excesso de governo. A questão era como cortar gastos e impostos e como diminuir o papel do governo na economia.

Bem, a primeira coisa a se fazer nesta situação é descobrir o que se está recebendo em troca de cada unidade de dinheiro gasto.  Pare este fim, implantamos uma nova política, segundo a qual o dinheiro não seria simplesmente distribuído aos ministérios, agências e repartições governamentais; em vez disso, haveria um contrato com os altos funcionários de cada órgão do governo, claramente delineando o que era esperado em troca do dinheiro alocado.

Os líderes de cada órgão do governo passaram a ser escolhidos com base em critérios rigorosos.  Foi feita uma seleção em nível mundial e os escolhidos receberam contratos a termo: cinco anos com uma possível extensão de mais três anos. O único fundamento para a sua demissão era a não-execução do que fora acordado, de modo que um governo recém-eleito não pudesse simplesmente mandá-los embora como havia acontecido com os funcionários públicos no sistema antigo.

Obviamente, com esse tipo de incentivo, os novos líderes dos órgãos do governo — tais como os CEOs do setor privado — se certificaram de que seu grupo de subordinados também tivesse objetivos muito claros, os quais se esperava que também fossem cumpridos.

A primeira medida que tomamos em relação a cada órgão tinha como base as políticas a serem adotadas. Isso tinha o objetivo de gerar um vigoroso debate entre o governo e os líderes de cada órgão sobre como alcançar metas do tipo "reduzir a fome" e o "número de sem-tetos". Isto não significava, vale enfatizar, que o governo deveria fornecer casa e comida para as pessoas. O que realmente era debatido era o grau em que a fome e o número de sem-tetos seria realmente reduzido.

Em outras palavras, deixamos claro que o que era importante não era quantas pessoas estavam recebendo políticas assistencialistas, mas sim quantas pessoas estavam saindo do assistencialismo, deixando de depender do estado e passando a viver com independência.

Tão logo começamos a trabalhar por meio deste processo, fizemos algumas perguntas fundamentais aos ministérios e agências. A primeira pergunta foi: "O que vocês estão fazendo?". A segunda pergunta foi: "O que vocês deveriam estar fazendo?".

Com base nas respostas, dissemos: "Eliminem o que não deveriam estar fazendo" — isto é, se estão fazendo algo que claramente não é responsabilidade do governo, parem de fazer isso.

E então fizemos a pergunta final: "Quem deveria estar pagando por isso — os pagadores de impostos, o usuário, o consumidor ou a indústria?". Perguntamos isto porque, em muitos casos, os pagadores de impostos estavam subsidiando coisas que não os beneficiavam.  Quando você afasta o custo dos serviços dos seus reais usuários e consumidores, você inevitavelmente acaba promovendo o uso excessivo destes serviços e, com isso, desvaloriza o que quer que esteja sendo feito.

Quando começamos este processo com o Ministério dos Transportes, o mesmo tinha 5.600 funcionários. Quando terminamos, tinha apenas 53. Quando começamos com o Ministério do Meio Ambiente, o mesmo tinha 17.000 funcionários. Quando terminamos, tinha 17. Quando aplicamos isso ao Ministério das Obras Públicas, o mesmo tinha 28.000 funcionários. Quando terminamos, tinha apenas um: eu mesmo.  Eu fui Ministro das Obras Públicas e acabei sendo o único funcionário deste órgão. Neste último caso, quase tudo que o ministério fazia era construção e engenharia; mas havia muitas pessoas que poderiam fazer tudo isso sem o envolvimento do governo.

"Ah, mas você destruiu todos os postos de trabalho!", você pode me dizer.  Só que isso simplesmente não é verdade. O governo deixou de empregar pessoas naqueles postos de trabalho, mas a necessidade daquele trabalho não desapareceu. Eu mesmo visitei alguns dos trabalhadores florestais alguns meses depois de terem perdido seus empregos no Ministério do Meio Ambiente, e eles estavam bastante felizes. Eles me disseram que estavam ganhando cerca de três vezes o que costumavam ganhar — além disso, eles ficaram surpresos ao saber que conseguiam fazer cerca de 60% mais do que aquilo a que estavam habituados. A mesma lição se aplica aos outros trabalhos que mencionei.

Algumas das coisas que o governo estava fazendo simplesmente não eram função do governo. Por isso vendemos telecomunicações, companhias aéreas, sistemas de irrigação, serviços de informática, gráficas governamentais, empresas de seguro, bancos, ações, hipotecas, ferrovias, serviços de ônibus, hotéis, empresas de navegação, serviços de assessoramento agrícola etc. 

Resultado principal: quando vendemos estas coisas, sua produtividade subiu e o custo dos seus serviços caiu, traduzindo-se em ganhos importantes para a economia.

Além disso, decidimos que outros órgãos deveriam ser geridas como empresas com fins lucrativos e que pagam impostos. Por exemplo, o sistema de controle de tráfego aéreo foi transformado em uma empresa autônoma, cujo objetivo era obter uma taxa de retorno aceitável e pagar impostos, tendo sido alertada de que não receberia qualquer aporte, investimento ou capital de seu proprietário (o governo).

Fizemos o mesmo com aproximadamente 35 órgãos. Juntos, eles nos custavam cerca de um bilhão de dólares por ano; depois, passaram produziram cerca de um bilhão de dólares por ano em receitas e impostos.

Conseguimos uma redução global de 66% no tamanho do governo, mensurado pelo número de funcionários. A fatia que o governo ocupava no PIB caiu de 44 para 27%. Estávamos agora com superávit e estabelecemos uma política de nunca deixar dólares à disposição: sabíamos que se não nos livrássemos desse dinheiro, algum engraçadinho o gastaria em proveito próprio. Consequentemente, utilizamos a maior parte do superávit para pagar a dívida, de modo que a dívida baixou de 63 para 17% do PIB.

O que restava do superávit de cada ano foi utilizado para reduzir a carga de impostos. Reduzimos as alíquotas do imposto pela metade e eliminamos outros impostos. Como resultado destas políticas, a receita aumentou 20%. Sim, Ronald Reagan estava certo: alíquotas de imposto menores produzem mais receitas.

Subsídios, educação e competitividade

O que dizer sobre a invasão governamental que ocorre sob a forma de subsídios?

Em primeiro lugar, temos de reconhecer que o principal problema dos subsídios é que eles tornam as pessoas dependentes; e quando você torna as dependentes, elas perdem a sua criatividade e toda a sua capacidade de inovação, tornando-se ainda mais dependentes.

Deixem-me dar um exemplo: em 1984, 44% da renda da criação de ovelhas na Nova Zelândia era oriunda de subsídios do governo. O produto principal era o cordeiro e, no mercado internacional, o cordeiro era vendido a 12,50 dólares americanos (com o governo neozelandês fornecendo mais 12,50 dólares americanos) por unidade. Nós então abolimos, em apenas um ano, todos os subsídios. Obviamente, os criadores de ovelhas não ficaram nada satisfeitos.

Porém, tão logo eles perceberam que a decisão era permanente, que os subsídios não iram voltar, eles montaram uma equipe de pessoas encarregadas de descobrir como poderiam obter 30 dólares por unidade.  A equipe concluiu que isso seria difícil, mas não impossível. Era necessário produzir um produto inteiramente diferente, processá-lo de uma maneira diferente e vendê-lo em diferentes mercados.

Dois anos se passaram e, em 1989, haviam conseguido converter o seu produto de 12,50 dólares em algo cujo novo valor era de 30 dólares. Por volta de 1991, valia 42 dólares; em 1994, valia 74 dólares; e em 1999, valia 115 dólares.

Em outras palavras, a indústria de ovelhas da Nova Zelândia "saiu para o mercado" e descobriu pessoas que estavam dispostas a pagar preços mais elevados pelo seu produto.

Hoje, vocês podem ir aos melhores restaurantes dos EUA e comprar cordeiro da Nova Zelândia e pagar algo entre os 35 e os 60 dólares por libra (cerca de 450g).

Desnecessário dizer que, quando abolimos todos os subsídios do governo à indústria, foi amplamente previsto que haveria um enorme êxodo de pessoas fugindo desses setores. Mas isso não aconteceu. Para dar um exemplo, apenas 0,75% dos empreendimentos agropecuários apresentaram prejuízos e quebraram – e essas eram pessoas que nem sequer deveriam estar no ramo.  Adicionalmente, alguns previram um grande movimento em direção à organização corporativa em oposição à agropecuária familiar.  Mas ocorreu exatamente o oposto. Em vez de uma expansão na agropecuária corporativa, foi a agropecuária familiar que se expandiu.  Todos viraram empreendedores, provavelmente porque as famílias estão dispostos a trabalhar por menos do que as empresas. 

No final, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. E demonstrou que se as pessoas tiverem como única opção serem criativas e inovadoras, elas irão encontrar soluções.

A Nova Zelândia tinha um sistema educacional que também estava se comprovando um fracasso.  A taxa de repetência chegava a 30% das crianças — especialmente aquelas em áreas socioeconômicas mais baixas.  Ao longo dos 20 anos anteriores, o governo despejava cada vez mais dinheiro na educação, e os resultados eram cada vez piores. Custava-nos duas vezes mais para obter um resultado pior do que o que tinha sido obtido 20 anos antes com muito menos dinheiro.

E então decidimos repensar o que estávamos fazendo nesta área também. A primeira coisa que fizemos foi identificar para onde estavam indo os dólares despejados na educação. Contratamos consultores internacionais (porque não confiávamos nos nossos próprios órgãos para executar esta tarefa) e eles relataram que, para cada dólar que gastávamos com educação, 70 centavos eram consumidos pela administração.

Assim que ouvimos isto, eliminamos imediatamente todo o Ministério da Educação. Cada escola passou a ser administrada por um conselho de gestores eleito pelos pais das crianças que frequentavam aquela escola, e por mais ninguém.  Demos às escolas uma quantia de dinheiro com base no número de alunos que matriculados nas mesmas, sem impor condições especiais. Ao mesmo tempo, dissemos aos pais que eles tinham o direito absoluto de escolher onde os seus filhos seriam educados. É absolutamente detestável que seja um burocrata qualquer diga aos pais que eles têm de mandar os seus filhos para uma escola ruim. Convertemos 4.500 escolas a este novo sistema em um único dia.

Mas nós fomos ainda mais longe: tornamos possível às escolas privadas serem financiadas exatamente da mesma forma que as escolas públicas, dando aos pais a capacidade de gastar seu dinheiro onde quer que eles escolhessem. Mais uma vez, várias pessoas previram que haveria um grande êxodo de estudantes do ensino público para as escolas privadas, pois as escolas privadas demonstravam uma superioridade acadêmica de 14 a 15%. Isso não aconteceu, pois a diferença de desempenho entre as escolas desapareceu em cerca de 18-24 meses. Por quê? Porque repentinamente os professores das escolas públicas perceberam que, se eles perdessem alunos, perdiam o financiamento; e se eles perdessem o financiamento, perderiam seus empregos.

Oitenta e cinco por cento dos nossos alunos iam para escolas públicas no início deste processo. Este número caiu para apenas 84% depois do primeiro ano das reformas. No entanto, três anos depois, 87 por cento dos estudantes estavam em escolas públicas. Mais importante, o nível educacional da Nova Zelândia, que até então era 15% inferior ao de seus pares internacionais, tornou-se 15% superior

Agora, falemos sobre tributação e competitividade.  O que muitos no setor público hoje não conseguem reconhecer é que o desafio da competitividade é mundial. Capital e mão-de-obra conseguem se mover tão rapidamente de um lugar para outro, que a única maneira de impedir que as empresas saiam de um país é dando a certeza de que o clima de negócios no seu país é melhor que o de qualquer outro.

Sob este aspecto, houve uma circunstância muito interessante na Irlanda. A União Europeia, liderada pela França, foi muito crítica em relação à política tributária irlandesa — particularmente na que diz respeito às empresas —, pois os irlandeses haviam reduzido alíquota do imposto de renda de pessoa jurídica de 48 para 12%, e, como consequência, várias empresas se mudaram para a Irlanda. A União Europeia queria impor uma penalização à Irlanda, na forma de um imposto de renda de pessoa jurídica de 17%, de modo a que o país ficasse alinhado com outros países europeus.

Desnecessário dizer que os irlandeses não aceitaram nessa ideia. A Comunidade Europeia respondeu dizendo que o que os irlandeses estavam a fazer era injusto e contrário à ideia de competitividade. O ministro das finanças da Irlanda concordou: ele destacou que o governo da Irlanda estava cobrando 12% das empresas ao passo que cobrava dos seus cidadãos apenas 10%.  Ato contínuo, a Irlanda reduziu a alíquota de impostos para as empresas para 10% também.  Mais uma batalha que os franceses perderam!

Quando nós, na Nova Zelândia, analisamos o nosso esquema tributário, encontramos um sistema extremamente complicado, o qual distorcia tanto os empreendimentos quanto as decisões privadas. Consequentemente, fizemos as seguintes perguntas para nós mesmos: o nosso sistema tributário estava preocupado em coletar receitas? Estava preocupado em coletar receitas e também em prestar de serviços sociais? Ou estava preocupado em coletar receita, em prestar serviços sociais e em alterar comportamentos?  Decidimos então que serviços sociais e questões comportamentais não tinham lugar em um sistema racional de tributação.

Ato contínuo, decidimos que só teríamos dois mecanismos para obter receitas — um imposto sobre a renda e um imposto sobre o consumo — e que iríamos simplificar estes mecanismos e reduzir as alíquotas ao máximo possível.

Reduzimos a alíquota máxima do imposto de renda de 66 para 33% e fixamos essa taxa para todos os que tinham rendimentos mais elevados. Além disso, reduzimos a alíquota mínima de 38 para 19%, a qual se tornou a taxa fixa para a população de menor renda. Em seguida, definimos uma alíquota de imposto sobre o consumo de 10% e eliminamos todos os outros impostos — impostos sobre ganhos de capital, impostos sobre a propriedade etc.

O que realmente aconteceu foi que acabamos coletando 20% mais receitas do que antes. Por quê?  Porque se as alíquotas são baixas, os pagadores de impostos mais ricos não irão contratar advogados e contadores caros para encontrar brechas na legislação.  Simplesmente não compensa.  Com efeito, todos os países do mundo que pesquisei que simplificaram e reduziram dramaticamente as suas alíquotas de imposto terminaram com mais receita, e não menos.

E quanto às regulamentações? O poder regulador é normalmente delegado a funcionários que não foram eleitos, os quais então restringem as liberdades das pessoas sem serem cobrados e punidos por isso. Essas regulações são extremamente difíceis de serem abolidas uma vez implantadas. Mas nós encontramos uma maneira: simplesmente reescrevemos os estatutos em que as regulações estavam baseadas.

Por exemplo, reescrevemos as leis ambientais, transformando as mesmas na Lei de Gestão de Recursos — reduzindo uma lei que tinha 25 polegadas de espessura (63,5 cm) para 348 páginas. Reescrevemos o código tributário, todo o código florestal e de exploração agropecuária, e as leis sobre segurança e saúde no trabalho. Para fazer isso, juntamos os nossos cérebros mais brilhantes e dissemos a eles para partirem do princípio de que não havia nenhuma lei pré-existente e que deveriam criar o melhor ambiente possível para a indústria prosperar.  

Estas novas leis, com efeito, revogaram as antigas, o que significa que todas as regulações vigentes — todas, uma por uma.

Pensar de forma diferente sobre o governo

Deixem-me compartilhar uma última história: o Ministério dos Transportes veio até nós um dia para nos dizer que tinham de aumentar as taxas para as carteiras de habilitação. Quando perguntamos o porquê, eles disseram que os custos para renovar uma carteira não estavam sendo totalmente cobertos pelas taxas vigentes.  Então perguntamos por que o governo deveria estar envolvido nesse tipo de atividade.  Os funcionários do Ministério dos Transportes claramente pensaram que essa era uma pergunta muito idiota. "Todos precisam de uma carteira de habilitação", disseram eles.

E então respondi que recebi a minha quando tinha 15 anos, e ainda perguntei: "Como é que emitir uma nova carteira testa a competência do condutor?".  Demos a eles dez dias para pensar sobre isso.

Em um determinado dia, eles disseram que a polícia precisa das carteiras de habilitação para fins de identificação. Respondemos que este era o propósito de uma carteira de identidade, não de uma carteira de habilitação.

Finalmente, eles admitiram que não conseguiram encontrar uma boa razão para o que estavam fazendo — por isso, extinguimos todo o processo.

Agora, uma carteira de habilitação é válida até a pessoa fazer 74 anos, data após a qual deve fazer um teste médico anual para garantir que ainda é competente para dirigir. Assim, não apenas não precisávamos de novas taxas, como ainda eliminamos todo um órgão estatal.

Isto é o que eu quero dizer quando exorto a "pensar de forma diferente sobre o governo". É nesta direção que um governo tem de se mover.

Texto original: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2260

 

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As mulheres podem ser o que quiserem ser?

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Por Fernando Fernandes, publicado pelo Instituto Liberal

Vi essas manifestações do Facebook relacionadas com a reportagem da Revista Veja sobre Marcela Temer com o título provocativo de ” Bela, Recatada e do Lar”. Me pergunto: quando que bela, recatada e do lar se tornou xingamento? Qual foi o momento em que ser bela, recatada e do lar se tornou uma oposição às mulheres que são belas e trabalham fora? Ou de que maneira dizer que alguém é recatada tornou-se uma ofensa às que, de modo diverso, são extrovertidas? Será que louvar alguém por ter prazer em suas escolhas diminui alguém que fez escolhas diferentes? Cada um não pode ser o que quiser ser?

Entendo que uma minoria, de modo difuso e particular, fez uma leitura ultra complexa, indo muito além das letras no papel, especulando sobre a “real intenção da matéria”. Dando um sentido oculto, quase em tom conspirativo, aludiram uma suposta tentativa de melhorar a imagem de Michel. Todavia, não foi esta a leitura da maioria. Ficaria mais feliz se os manifestações tivessem este teor de profundidade. Ao menos, seriam especulações sobre o uso instrumental da imagem de Marcela ou de como a reportagem serviu politicamente.

Ao contrário, as manifestações e mensagens exprimiam as críticas de um tipo específico de mulher, notadamente jovem, residente das grandes metrópoles e altamente influenciada por um estilo de vida moderno e urbano, seguindo o padrão da cultura pop internacional que se viram estranhamente ameaçadas ontologicamente. Era como se a existência de Marcela Temer, ou o tipo de mulher que Marcela supostamente representa, significasse uma ameaça simplesmente por ser diferente.

 

Nos anos 1990, nos EUA, muitas mulheres deixaram as grandes empresas, abandonaram suas carreiras e escolheram para suas vidas ser donas de casa e cuidar dos filhos, se dedicando integralmente às suas famílias e à vida doméstica. Kaley Cuoco já foi amplamente criticada por dizer querer deixar sua carreira para dedicar-se a família, assim como Ana Paula Arósio que ao abandonar a carreira foi mal-vista. Quantas mais?

“Entendo” as feministas histriônicas porque são radicais e percebem Marcela Temer como um obstáculo ao seu mundinho de sovacos peludos, de semanas sem banho e das “artes” feitas de sangue de menstruação. Contudo, alguém ser bela, recatada e do lar não diminui quem é diferente.

Marcela Temer, se quiser, pode representar um Brasil que muitos preferem sufocar ou tornar invisível. Um Brasil que não se curvou ao padrão já mencionado. Estes ataques desmesurados  refletem uma visão autoritária e intolerante sobre o modo de vida de uma parcela significativa da população.

Busque excelência enquanto ser humano e deixem que os outros sejam aquilo que quiserem ser. Ser diferente não é feio! Feio é ser autoritário e pensar que Marcela Temer, ou qualquer outra, é obrigada a ser exatamente como você acha – registre-se: ACHA – que deve ser.

Existem comportamentos mais saudáveis e existem comportamentos mais nocivos. Contudo, seguir esse ou aquele comportamento é liberdade do indivíduo. Essa tirania da opinião massacra milhares de “manas” que se compreendem ou querem ser “belas, recatadas e de seus lares”.

Quem saiu ganhando mesmo foi a Revista Veja. Escreveu uma “isca” com três coisas que iriam provocar a fúria das feministas. Conseguiu cliques, referências e movimentaram a internet. Deve, inclusive, ter virado até “trending topics”. Deu certo!

Ser o que quiser ser é a regra e “bela, recatada e do lar” é uma opção e precisa ser respeitada.

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DILMA VAI CAIR E AGORA O INIMIGO É OUTRO

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Por Jefferson Viana, publicado pelo Instituto Liberal

No domingo, após a votação na Câmara de Deputados que resultou em 367 votos a favor e 146 contra, foi dado prosseguimento do processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tudo indica que a saída de Dilma está próxima de ser consolidada. Vencemos a batalha econômica, pois se demonstrou que Dilma e seus ministros da área econômica não são bons gestores, já que levaram o país à bancarrota, com altos índices de inflação e desemprego. Caminhamos, então, para vencer a segunda batalha, a batalha política, porque se prova a cada dia que o ideário defendido pelo Partido dos Trabalhadores e por suas linhas auxiliares (REDE, PSOL, PCdoB e PDT) não combina em nada com o respeito à democracia.

Agora se deve iniciar a batalha mais árdua para podemos ter o nosso país livre do ideário de esquerda: a batalha cultural. Desde a década de 1950, com ênfase na década de 1970, os socialistas tomaram de assalto o jornalismo, o movimento sindical, as artes, a educação e a música. E vêm causando estragos até hoje. Vivemos cercados de figuras como Xico Sá, Chico Buarque, Tico Santa Cruz, Cristiana Lôbo, Letícia Sabatella, Wagner Moura, Gilberto Gil, Marilena Chauí, Emir Sader, Camila Pitanga, Beth Carvalho e Mônica Iozzi. Só falando em alguns nomes ligados às atividades culturais que são defensoras do socialismo.

Vemos sindicatos como a CUT, o MST, a CONTAG, o MTST e a UNE defendendo o indefensável, tomando espaços e propagando a sua ideologia sanguinária e nefasta. O espectro político localizado à direita deve, sim, se preocupar com estas questões, uma vez que não adianta cassar a presidente Dilma se não realizarmos uma faxina nessas áreas. Afinal, mantendo-se o espaço desses grupos e as suas ações de desinformação e em defesa do socialismo, injetar-se-ão mais e mais intelectuais de esquerda na mídia, simplesmente sustentando o estrago atual.

Para começarmos a reverter o jogo, a primeira ação é realizar uma tomada do ambiente educacional através de reformas curriculares nas escolas e universidades, aliadas à formação de uma militância para a defesa das ideias à direita, sejam elas tanto do conservadorismo quanto do anarco-capitalismo. Assim, depois de algum tempo, será possível iniciar o debate de ideias no meio universitário, uma vez que a academia brasileira carece de debates, até hoje monopolizados pelas ideologias à esquerda.

O segundo passo é a formação de lideranças que defendam com todo vigor as ideias da liberdade. Este já é um trabalho que tem sido realizado por alguns think tanks brasileiros como o Instituto Ludwig von Mises Brasil, o Instituto de Formação de Líderes, o Instituto Millenium e o próprio Instituto Liberal. Isto é fundamental para que possamos ter munição intelectual para um bom debate de ideias e para que nunca mais tenhamos que sofrer na mão de governos socialistas e estatistas.

 

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Se Cunha fosse do PT...

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Não vai ter golpe! Não vai ter golpe!

Essas seriam as palavras de ordem nos brados retumbantes dos guerreiros do povo brasileiro, os mesmos que defenderam o santo José Dirceu e o abnegado Lula com unhas e dentes.

Afinal, vejam só:

  • Cunha foi eleito democraticamente. Querem derrubar um presidente (da Câmara) eleito pelo povo;
  • Cunha não é o único corrupto, tampouco inventou a corrupção;
  • Retirar Cunha da presidência não vai acabar com a roubalheira;
  • Quem quer tirar Cunha também é alvo de investigações;
  • Quem assume no lugar de Cunha é réu em processos, ou seja, bandido;

Esses seriam os “argumentos” dos petistas na defesa desse soldado da causa. Mas como Cunha cometeu um único crime, pela ótica petista, o de não ser do PT e estar contra Dilma, então ele não merece nenhuma defesa desse tipo. Ao contrário: merece todo o ódio, toda a fúria, desses seres éticos que estão no PT para combater a corrupção. Oi?

Pois é. O abismo moral entre um brasileiro decente e um petista é simplesmente intransponível. Ser petista é ser cínico, adotar um duplo padrão de moralidade, viver da mentira. Petismo é sinônimo de cumplicidade ao crime.

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Carta aberta a Michel Temer

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Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Sejamos francos: Você não terá o apoio do meio cultural. Não terá o apoio dos professores universitários. Não terá o apoio dos funcionários públicos. Não terá o apoio dos sindicatos, nem dos movimentos sociais e estudantis. As viúvas do PT irão te caçar, irão te caluniar, irão tentar te sabotar de todas as maneiras até o último dos seus dias no governo. Diante disso, você pode sair do jeito que entrou ou plantar a semente de um futuro que o distinguirá dos demais presidentes. Para isso, contará com apenas alguns meses de apoio da imprensa e do congresso.

Meu consciente libertário fica tentado a sugerir a completa dissolução do estado para se conceder a justa alforria aos municípios, no entanto, rebaixo-me ao espírito democrático federativo para sugerir medidas politicamente viáveis.

A primeira coisa que deve ser feita é se cobrir com certo populismo para ganhar a confiança do povão. Anuncie que doará metade de seu salário a instituições privadas de caridade. Vá todos os meses a um orfanato, asilo ou ONG de ação social diferente, em cada canto do Brasil, e faça sua doação. Ao final, chame os jornalistas e diga:Pessoas é que devem ajudar pessoas. A sociedade precisa parar de acreditar que o estado resolverá todos os problemas. O estado não é a solução. O estado é o problema.  Repita isso mil vezes.

No mesmo dia em que anunciar seu programa pessoal de caridade, risque um enorme X num mapa do Brasil representando as duas linhas ferroviárias que construirá ligando os extremos do país. O povo adora essas coisas. Tenha isso como sua obsessão. Dê um jeito de começar a obra no mês seguinte. Vá aos canteiros de obras toda semana. Almoce com os trabalhadores. Ande de bicicleta com as crianças. Isso lhe dará lastro popular para adotar as medidas que listo abaixo.

1 – Ciente de que o congresso não permitiria que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica fossem vendidos, acredito que você poderia pelo menos propor a extinção do BNDES e a venda da Petrobrás, da Eletrobrás, dos Correios e de todas as mais de 140 empresas que estão sob o comando do governo; e também todas as participações minoritárias noutras empresas. Justificativa: Isso será a maior ação anti-corrupção da história do Brasil, além de uma boa fonte de dinheiro para tapar o rombo deixado pelo PT.

Fazendo isso ou não, a extrema-esquerda vai te chamar “entreguista”. Então, faça!

2 – Cortar completamente a destinação de verbas para movimentos sociais e ONGs. Justificativa: Se movimentos sociais e ONGs não conseguem captar recursos na sociedade, é porque a sociedade não os reconhece, portanto, não há razão de existirem.

Fazendo isso ou não, a extrema-esquerda vai te chamar de “fascista”. Então, faça!

Aproveite o embalo e acabe com o imposto sindical sob a mesma justificativa.

3 – O congresso também não aprovaria privatizar todo o ensino que hoje se encontra sob o controle do estado, mas você poderia pelo menos propor a privatização da administração das escolas técnicas e das universidades. Justificativa: Porque a gestão das universidades precisa se desligar da política para se dedicar a formação profissional e a produção científica. Permita que sejam cobradas mensalidades dos alunos e ofereça vouchersaos mais pobres.

4 – No ensino fundamental e médio, elimine todo e qualquer viés comunista do currículo, substituindo Paulo Freire por métodos que priorizem o cálculo e a língua portuguesa. Justificativa: A ideia de mesclar “consciência política” com o ensino tradicional é um eufemismo para doutrinação ideológica, método que já foi utilizado tanto nas ditaduras comunistas quanto no fascismo italiano e no nazismo alemão.

5 – Acabar com o patrocínio a todo tipo de projeto cultural fora do âmbito educacional. Justificativa: Todos os artistas que hoje têm projetos viabilizados com dinheiro público poderiam viabilizá-los captando recursos diretamente na sociedade através de campanhas de crowd funding. Leis como a Rouanetbeneficiam apenas um pequeno grupo de artistas que tem o suporte de produtoras que, juntos, compõem uma verdadeira classe de privilegiados a custa do dinheiro público.

Lembre-se: Fazendo isso ou não, os artistas irão te odiar, afinal, você não é comunista. Então, faça!

 

6 – Não vou te pedir para reduzir o número de ministérios para três ou quatro, afinal, você precisará subornar os partidos de alguma forma. Porém, você pode acabar com 2/3 do funcionalismo público lançando um programa de demissão voluntária. Pague para as pessoas largarem a teta do governo. Justificativa: Além de redução de gastos, minimiza-se o ambiente de criação de dificuldades para se vender facilidades. Seus netos serão gratos.

7 – Lançar um programa radical de redução da burocracia, começando pela extinção dos cartórios. Justificativa: Tornar a vida do cidadão e do pequeno empresário mais fácil e barata, acabando com a necessidade de se contratar despachantes.

8 – Lançar um programa de reforma tributária gradual, triplicando o teto de renda para isentos do imposto de renda, zerando os impostos sobre produtos e serviços básicos, cortando pela metade e unificando os impostos sobre produção. Justificativa: Fazer com que a maior parte da renda circule no mercado em vez de se perder nos labirintos do governo.

9 – Lançar um programa de abertura da economia, acabando com todas as regulações e barreiras, incluindo o setor de telecomunicações. Justificativa: A economia brasileira só se fortalecerá quando aprender a conviver com a concorrência internacional.

10 – Acabar com todo tipo de empréstimos e subsídios às grandes empresas. Justificativa: Elas precisam aprender a viver sozinhas, se tornar eficientes para lucrar e se autofinanciarem. Deixe quebrar quem tiver que quebrar.

11 – Substituição de todos os programas sociais que destinam dinheiro aos beneficiários por um sistema devouchers para alimentação e moradia. Justificativa: Se o objetivo dos programas sociais é acabar com a pobreza, então, dê comida e moradia aos necessitados, não renda a quem não produz.

12 – Lançar um programa de privatização gradual do sistema de saúde mesclando a venda de hospitais com a concessão de vouchers aos mais pobres. Justificativa: Já que toda pessoa, assim que se vê em condição, contrata um plano de saúde particular por enxergar sua qualidade, então, que o governo torne isso mais acessível a um maior número de pessoas.

13 – Transferir a toda a previdência social para o setor privado. Justificativa: Para que as pessoas mais pobres também tenham a liberdade de escolher qual programa de aposentadoria lhes convém.

14 – A saída do PT do governo e sua consequente desmoralização já é uma grande reforma política, mas precisa-se fazer mais: Acabar com o fundo partidário, permitir que apenas pessoas físicas doem dinheiro para campanhas eleitorais, implantar o voto distrital misto, acabar com as coligações regionais e proporcionais, acabar com a reeleição no poder executivo. Justificativas: Assim como deve ocorrer com sindicatos e movimentos sociais, os partidos têm que aprender a captar recursos diretamente de seus eleitores, o que certamente criaria um compromisso entre as partes que hoje praticamente não existe. Quanto ao voto e as coligações, serviria para tornar o pleito mais claro e objetivo. Por fim, numa cultura patrimonialista como a brasileira, não se pode criar a oportunidade de uma pessoa utilizar da máquina estatal para se manter no poder. Faça-se o exemplo, retirando de si mesmo o direito de tentar se reeleger.

Aproveite o embalo e acabe com a ridícula formalidade do “vossa excelência” no tratamento entre parlamentares e com foro privilegiado para políticos. Não custa nada tentar.

15 – Criação de mecanismos constitucionais que impeçam que o estado ou qualquer pessoa do governo identifique cidadãos ou grupos deles a partir da religião, da raça, do gênero ou da inclinação sexual. Justificativa: Não cabe ao estado fazer essas avaliações porque, uma vez com esse poder, o próprio estado pode se tornar um agente segregador em função do perfil cultural e religioso de seus governantes.

16 – Liberação do porte de armas: Justificativa: A liberação do porte de armas não é uma ação de combate à violência, mas apenas a concessão do direito das pessoas defenderem a si mesmas, suas famílias e suas propriedades.

17 – Acabar com todo tipo de publicidade estatal, permitindo apenas uma placa nas obras e a promoção de campanhas de utilidade pública, como as de vacinação. Justificativa: A sociedade precisa julgar as ações do governo pelo que vê em seu dia a dia, não pelo que é transmitido na televisão em campanhas de marketing; e também porque, sem os anúncios do governo, os grandes jornais seriam obrigados a cativar o público pelo quanto infernizam a vida dos políticos, não pelo tanto que os protege.

18 – Proibição do uso de rojões. Pena de 30 anos de cadeia aos infratores. Justificativa: Porque o autor desse texto odeia rojões. Esse é o preço cobrado pelas sugestões acima.

Faça isso, Temer. Faça! Lance tudo isso de uma só vez, num único pacotão. Faça isso no primeiro dia de governo. Mesmo que algumas coisas sejam cortadas, se conseguir aprovar pelo menos a metade dessas medidas, com toda certeza você será lembrado como o presidente que fez as loucuras que o Brasil precisava e sua esposa bela, recatada e do lar terá muito orgulho de você.

IMPEACHMENT: UM GOLPE CONTRA O CRIME

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Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Al Capone ainda é considerado o maior criminoso da história americana. Atribuem a ele o mando de dezenas de assassinatos e a prática sistemática de suborno e chantagem para manter seus esquemas de contrabando e de venda ilegal de bebidas. Enquanto a polícia tentava prendê-lo, o gangster cultivava grandes amizades no meio artístico, de cantores a personalidades do cinema como Charles Chaplin. Al Capone era um bandido amado por grande parte da cultura, da imprensa, da política, da igreja e da justiça. Em 1929, foi eleito uma das personalidades mais importantes do mundo, junto com Einstein e Gandhi.

Al Capone manteve-se livre da polícia por mais de uma década porque não sujava as mãos, mandava seus capangas resolverem ascoisas da melhor forma que encontrassem. Assim, corpos apareciam boiando no rio, ou cravejados de balas ou simplesmente desapareciam. Também não era ele que coagia os comerciantes e subornava as autoridades. Eram seus capangas. Diante da justiça, Al Capone dizia que não sabia de nada.

Temos nosso Al Capone. Dois, na verdade.

Lula também conseguiu corromper grande parte da imprensa, da política, da igreja, da justiça e da cultura. Foi eleito uma das pessoas mais importantes do mundo. Chico Buarque o ama.

Sem sujar as mãos, Lula criou e expandiu a maior rede de corrupção da história do Brasil. Assim como Al Capone, apenas mandava seus capangas fazerem o que fosse preciso para manter sua quadrilha funcionando. Primeiro, canalizaram todos os focos isolados de corrupção, fazendo-os pagar ao Partido dos Trabalhadores um tipo de alvará, uma licença para roubar. Mas era pouco. Havia muitos militantes, muitos companheiros, muitos artistas, muitos grupos terroristas travestidos de movimentos sociais para sustentar. Então, foram criados novos esquemas de corrupção, maiores e mais complexos, sempre sob orientação de Lula, que não tocava no dinheiro, apenas dizia de onde deveriam tirar e para onde deveriam levar.

Por força da ordem democrática, o Al Capone tupiniquim foi obrigado a colocar em seu lugar uma testa de ferro. Dilma. Os crimes continuaram. Lula e Dilma continuaram a mandar seus capangas realizarem o serviço sujo de corromper uns e difamar outros. Dilma foi eleita uma das mulheres mais importantes do mundo. Chico Buarque beijou sua mão.

A justiça conseguiu prender alguns membros da quadrilha e até fazê-los delatar seus chefes, mas faltava um vídeo em alta definição de som e imagem mostrando Lula negociando as propinas e Dilma apertando o botão da implosão da Petrobrás.

Nada parecia ameaçar Al Capone até a justiça se dar conta de que poderia desmantelar sua rede criminosa enquadrando-o por um crime menor: Sonegação de impostos.

 

Nada parecia ameaçar Lula e Dilma até seus opositores se darem conta de que poderiam desmantelar a rede criminosa petista enquadrando a presidente por um crime menor: Fraude fiscal. Al Capone foi preso. Dilma foi afastada. Lula e muitos outros serão presos. Talvez até a própria Dilma.

A prisão de Al Capone não acabou com o crime organizado nos Estados Unidos. Outras quadrilhas surgiram, mas nenhuma com seu tamanho e poder.

O impeachment de Dilma não acabará com a corrupção, mas certamente inibirá o surgimento de outras quadrilhas com o mesmo nível de poder que o PT chegou a ter.

O impeachment foi um golpe contra o crime organizado, contra a corrupção institucional, contra o aparelhamento do estado. Sem a proteção do governo, os bons companheiros poderão ser enquadrados pela justiça com muito mais facilidade.

Apenas no primeiro escalão, quatro ministros petistas devem ser enquadrados pela Polícia Federal. Os dois principais defensores de Dilma no senado, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, já investigados por corrupção, ainda devem se manter em liberdade por um tempo, protegidos pelo foro privilegiado, mas logo se verão órfãos. Sem a coordenação de Lula e sem o dinheiro e a estrutura do governo, a guerrilha petista perderá força. O PT vai morrer. Deve morrer. Sobrarão apenas as viúvas, parte da burguesia que não sente um mínimo de constrangimento pelos absurdos cometidos pelo partido. A elas restará o refúgio noutros partidos comunistas, a retórica vitimista e o desejo por vingança. A partir de hoje, cobrarão dos próximos governos toda a competência e toda a honestidade que nunca cobraram de Lula e de Dilma.

Al Capone foi um gangster terrível. Foi o responsável por centenas de assassinatos, corrompeu centenas de pessoas e coagiu centenas de comerciantes, mas todos esses crimes são insignificantes comparados aos cometidos por Lula e Dilma.

Quantas pessoas entraram em depressão, tiveram AVC, enfartaram e até morreram por terem perdido seus empregos ou por verem seus negócios destruídos pelas irresponsabilidades do governo? Milhares.

Quantas pessoas foram assassinadas por delinquentes protegidos pelo PT? Milhares.

Quantas pessoas morreram por causa do péssimo atendimento nos hospitais públicos enquanto os petistas ostentavam privilégios e desviavam dinheiro? Milhares.

Lula e Dilma causaram mal a todo um país. A economia destruída, a União endividada, a sociedade envenenada, a cultura corrompida, os pobres desiludidos e o futuro comprometido.

Al Capone foi condenado a 11 anos de prisão.

Qual a punição que Lula e Dilma merecem?

PMDB APRESENTA A “PROPOSTA TEMER” COM VIÉS MAIS LIBERAL, MAS PAÍS PRECISA DE ALGO NOVO MESMO!

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Com raras exceções, políticos são como “caixas de ressonância”, que sentem mais o clima intelectual do que mudam tal ambiente de ideias. Os estadistas que lideram são poucos, e quando se trata de PMDB, então, são quase nulos. Logo, quando avaliamos as coisas que os caciques do PMDB dizem, isso deve servir mais como um termômetro, um indicador de para onde os ventos sopram, do que qualquer outra coisa.

E nesse contexto, o plano de ação imediata apresentado pelo partido para a área econômica nesta quinta indica bons ventos de mudança. A “Proposta Temer” tem um viés mais liberal e rejeita o excesso de intervencionismo estatal da era lulopetista. Fala até em mexer na CLT, nossas leis trabalhistas anacrônicas, acaba com a indexação do salário mínimo, inclusive em relação aos benefícios previdenciários. Na área externa, quer a inserção do país no comércio global, mesmo sem a parceria do Mercosul.

Prevê ainda a reforma do orçamento, com o fim de todas as  vinculações institucionais, o orçamento impositivo e o chamado “orçamento com base zero”. Até o regime de partilha na exploração de petróleo foi questionado pelo projeto, que conta com a colaboração de Delfim Netto, que deveria estar num dia de médico, e não de monstro. Temer estaria se preparando para assumir o comando do país, e mostrando com isso que sabe para onde devemos apontar?

 

Não dá para ver esse passo com maus olhos. Menos pela genuína convicção do PMDB em seguir numa rota mais liberal, e mais porque atesta a mudança gradual de mentalidade no país. O PMDB de bobo não tem nada. Percebeu que o barco intervencionista afunda, com o PT no leme, e não quer afundar junto. Notou também o crescimento do liberalismo no país, o surgimento do Partido Novo, que tem mais seguidores nas redes sociais que os demais.

Se o PMDB fala abertamente nessas reformas, é porque seu tempo chegou. O PMDB não lidera, ele reage. É uma medida de sobrevivência, para se distanciar do PT e capturar a insatisfação dos que cansaram de um modelo esgotado, que só gerou inflação e desemprego. O Brasil está preparado para, finalmente, viver uma experiência mais liberal. O PMDB sente isso, e quer ser protagonista.

Mas, no fundo, precisamos é de algo NOVO mesmo. O PMDB pode até ser auxiliar, até porque dificilmente as reformas serão aprovadas sem seu apoio. Mas não dá para esperar convicção ideológica do partido. Ele é uma alternativa imediata, uma ponte necessária para a travessia, até porque o Brasil não aguenta até 2018 com o PT e Dilma no comando. Essa agenda é bem-vinda, portanto, e o país estará melhor com Temer na presidência no curto prazo.

Só que não será o PMDB que guiará a nação rumo à liberdade, e esperar isso é ingenuidade. Teremos, sim, uma agenda liberal de verdade, o que nunca tivemos antes. Mas ela será liderada pelo NOVO, não pelo velho PMDB.

Rodrigo Constantino

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UM COMEÇO “PORRETA”: TEMER FAZ MAIS E MELHOR EM MEIO DIA DO QUE O PT EM 13 ANOS!

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Michel Temer teve apenas a metade de um dia no comando do governo até agora. Ainda assim, já fez mais e melhor do que o PT em 13 anos! Duvida? Acha que exagero? Então vejamos.

Para começo de conversa, restabeleceu o português como língua oficial nos pronunciamentos da  presidência. Sim, aquilo que Lula e principalmente Dilma falavam era outra língua, algum dialeto qualquer. Dilma, então, não era capaz de dizer uma frase com começo, meio e fim que tivesse lógica, coerência. Temer fala bem. Faz bom uso de nossa língua. Utiliza até mesóclise. Dar-lhe-ei crédito por isso. Já é um salto e tanto de qualidade.

Mas não é apenas a forma; o conteúdo também teve enorme upgrade. Temer fez um discurso com cores republicanas e até liberais, destacando as funções básicas do estado e pregando mais espaço para a iniciativa privada. Fez distinção entre governo e estado, algo que se perdera completamente na era lulopetista. Tem sido assessorado por gente de respeito, como o professor de filosofia Denis Rosenfield.

Outra mudança sutil, mas profunda, pode ser encontrada na nova logomarca do governo. As cores vermelhas desapareceram. Agora temos o azul em destaque, com a mensagem “ordem e progresso”, justamente o que está em falta no Brasil. O diabo está nos detalhes, e esse detalhe é relevante sim. Fora slogans populistas, megalomaníacos e socialistas do PT; agora é hora de pensar na união do país, de forma serena e séria.

Em seguida, apresentou Henrique Meirelles como ministro da Fazenda. Meirelles foi presidente do Bank Boston, candidato pelo PSDB, depois presidente do Banco Central no primeiro mandato de Lula, o único em que a responsabilidade fiscal foi minimamente respeitada. É um bom nome para a economia, e deve levar consigo uma equipe técnica boa, com nomes como Mansueto Almeida na Secretaria do Tesouro, no lugar de Arno Augustin, e Ilan Goldfajn no Banco Central, no lugar de Alexandre Tombini. Mudanças da água (suja) para o vinho.

 

O discurso fala em privatizar a infraestrutura do país, o que é altamente desejável, e em corte de milhares de cargos não-concursados no governo, novamente algo muito importante. Ou seja, ao que tudo indica, Temer vai mesmo na necessária linha de menos estado, mais mercado. E Meirelles disse que a reforma da Previdência é uma prioridade, o que está totalmente correto.

Seu ministério está longe de ser sensacional, não por não ter mulher, uma denúncia que só feministas bobocas fazem (preferiam quando tínhamos uma “presidenta” incompetente e ligada a uma quadrilha?), e sim porque nomes estranhos fazem parte da lista. Ainda assim, a quantidade de ministério foi significativamente reduzida, um avanço, e o Ministério da Cultura (MinC) incorporado no da Educação, entregue para o DEM. A elite artística chiou, mas o choro é livre. O que preocupa essa turma é a perda de boquinhas, pois a cultura verdadeira é viva na sociedade, não precisa de mecenas estatal. Um golaço de Temer.

Na mesma linha, o novo presidente (interino) decidiu cortar as verbas para a imprensa chapa-branca, para os blogs sujos que faziam propaganda escancarada para o PT. A esgotosfera está com seus dias contados. Temer vai asfixiar as prostitutas do jornalismo financeiramente, para desespero dos vagabundos. Não é à toa que a esquerda radical está em polvorosa. Diz que não reconhece Temer, “esse canalha”, como presidente. Gostam é dos canalhas do PT, que liberam verbas públicas para suas mamatas.

Ou seja, Temer, em meio dia de governo, deu duros golpes na esquerda radical incrustada no estado, gerou a revolta dos “movimentos sociais”, dos “intelectuais” e artistas engajados, e das feministas recalcadas de esquerda. Tudo isso enquanto valorizava a língua portuguesa, com uma mensagem clara e positiva, com postura discreta e institucional. E ainda por cima colocando a educação (e cultura) nas mãos do DEM e a economia nas mãos de gente capaz.

Não dá para negar: os petistas fizeram ao menos uma coisa razoável na vida, ainda que de forma inconsciente. Votaram em Michel Temer para vice-presidente. Trata-se de alguém muito acima dos padrões petistas. Seu começo de gestão foi alvissareiro. Claro que não podemos relaxar. Mas, se continuar assim, Temer vai contar com o apoio do Brasil trabalhador, independente de verbas públicas, aquele que produz riquezas. Em frente.


Estímulos governamentais empobrecem a economia

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Um dos principais debates econômicos atuais entre a esquerda e a direita é sobre se um aumento dos gastos do governo — principalmente na forma de estímulos — funcionam para aditivar a economia.

A esquerda diz "sim, sempre".  A direita diz "somente sob as circunstâncias corretas". 

Não é nada surpreendente constatar que tanto a esquerda quanto a direita estão completamente por fora — um aumento dos gastos governamentais é a maneira mais rápida de empobrecer uma economia.

O pecado original dos keynesianos é que eles acreditam que o gasto do governo possui um milagroso "efeito multiplicador" que enriquece a todos.  Todas as outras falácias do keynesianismo decorrem deste erro central. 

Essa doutrina do "enriquecendo pela gastança" obviamente não funciona na vida real: se você é pobre, a solução para a sua pobreza não é tomar dinheiro emprestado e sair fazendo farra em cima dessa dívida; a solução, infelizmente, passa por sacrifícios como trabalhar duro e poupar.  Não é nenhuma ciência astronáutica.

Mas, então, por que tal teoria tem tanto apelo?  Por que praticamente todos os economistas, de esquerda e de direita, são na prática keynesianos? 

A ideia de que a gastança nos enriquece é bem antiga.  Ela não foi criada por Keynes, que aliás nunca foi um pensador original.  Keynes simplesmente remodelou e regurgitou aquela antiga falácia conhecida como "consumo insuficiente".

O "consumo insuficiente"

A teoria do "consumo insuficiente" afirma que as economias funcionam muito bem enquanto o dinheiro estiver "circulando".  A princípio, parece algo bem intuitivo quando se analisa de cima para baixo: se as pessoas estão gastando dinheiro, então a situação está boa; se elas não estão gastando dinheiro, então deve haver algum problema.

Não surpreendentemente, esse raciocínio está exatamente invertido.  O gasto é algo que acontece quando você enriquece.  O gasto não enriquece você; você tem de enriquecer para gastar.  Logo, se uma economia está indo bem, então as pessoas realmente irão comprar mais piscinas para suas casas.  Mas, obviamente, não é a compra de piscinas o que as enriqueceu.

E o que as enriqueceu?  Poupança e investimento.  Mais especificamente, investimentos orientados por uma genuína demanda de mercado.  Por que tem de ser "orientado por uma genuína demanda de mercado"?  Porque, ao contrário do que afirmam os burlescos burocratas do governo, os gastos do governo para construir pontes que ligam o nada a lugar nenhum e para financiar pesquisas sobre a menstruação dos esquilos não são "investimentos".

Isso não significa que absolutamente todos os gastos do governo são inúteis — eles podem construir sarjetas e estações de tratamento de esgoto.  Mas o fato é que realmente não há como saber se um "investimento" conduzido por um burocrata está fazendo a economia crescer.  Sendo assim, seria tentador dizer que apenas "investimentos privados" importam, mas serei cabeça aberta e direi que apenas "investimentos conduzidos por uma genuína demanda de mercado" interessam. 

Isso significa que se o governo realmente descobrisse uma genuína demanda de mercado (como uma estrada ligando duas cidades até então incomunicáveis) isso poderia ser classificado como "investimento conduzido por uma genuína demanda de mercado", e as consequências poderiam ser positivas.

É possível entender o papel do investimento privado na clássica história de Robinson Crusoé.  O pobre Robinson acorda com fome, todo molhado e com frio.  Choveu a noite toda, e ele amanheceu com uma gripe forte.  Robinson olha para o céu e ergue seu punho contra os Deuses da Pobreza.

Como Robinson pode melhorar sua situação?  Investindo, é claro.  Para se alimentar, ele tem de construir anzóis de pesca, redes de pesca, e gravetos para colher frutas.  Para se abrigar, ele tem de coletar madeira, primeiro para construir uma cabana, e depois para fazer uma fogueira para se aquecer.  Tudo isso é investimento.

E aí entra o keynesiano e diz em tom de deboche: "Por que tanto trabalho duro, Robinson?  Para quê todo esse investimento, se você pode simplesmente aumentar seus gastos?"  Lembre-se de que são economistas prestigiosos que seguem esse ideia.

Como é que esse raciocínio fatal se traduz nas políticas governamentais atuais?  O ponto-chave é se lembrar de que, quando o governo aumenta seus "gastos", ele está na prática criando dinheiro e aumentando a quantidade de dinheiro na economia.

(O raciocínio é simples: para aumentar seus gastos, o governo incorre em déficits.  E os déficits são financiados pela emissão de títulos do Tesouro, os quais são majoritariamente comprados pelos bancos por meio da criação de dinheiro.  E tudo isso é acomodado pelo Banco Central.)

Ou seja, não está havendo fabricação de anzóis.  Não está havendo coleta de madeira.  Não está havendo construção de abrigo.  Não está havendo criação de fogueira.  Está havendo apenas criação de dinheiro.

E por que o governo faz isso?  Em parte, para conseguir apoio e votos: se eu pudesse criar dinheiro do nada, garanto a você que teria vários amigos no Facebook.  Em parte, para "estimular" a economia com mais gastos.

Criar dinheiro não significa criar riqueza

O problema é que dinheiro criado do nada (tanto na forma de pedaços de papel quanto na de dígitos eletrônicos) não representa recursos reais.  Você não come papel ou dígitos eletrônicos.  A criação de dinheiro simplesmente faz com que alguns recursos sejam retirados de um setor e desviados para outras áreas.

Suponha que eu possua alta influência perante o governo e o Banco Central cometa um "erro" e deposite trilhões de reais na minha conta.  O que eu faria?  Obviamente, compraria ou construiria várias mansões e, todas as noites, daria as maiores e mais estrondosas festas de arromba para meus amigos.

A questão, no entanto, é que o Banco Central apenas me deu dígitos eletrônicos.  Ele não me deu bebidas, não me deu DJs, e não me deu nem madeira, nem concreto, nem tijolos, nem vergalhões e nem latas de tinta para construir (ou redecorar) as casas.

Sendo assim, como é que eu consegui construir as mansões e fazer as festas de arromba?  Ora, utilizei o dinheiro que o BC criou para mim e, antes de você, me apropriei de todos os recursos disponíveis na economia.  Sim, cheguei antes de você.

Você é um empreendedor e queria construir uma fábrica?  Lamento, já utilizei o dinheiro que o BC me deu para comprar todo o concreto antes de você.  Você queria construir um prédio?  Desculpe-me, os vergalhões e os tijolos já estão comigo.  Queria construir estradas?  De novo, o concreto já é meu.  Queria simplesmente reformar sua casa?  Desculpe-me, mas já me apropriei de toda a madeira e de todas as latas de tinta. 

Você pode até encontrar estes recursos, mas a preços muito maiores.  E por causa dos meus gastos. 

Estou dando uma festa, não sabia?  É uma festa keynesiana.

E aí eu pergunto: toda essa minha gastança, que está consumido vários recursos escassos, está fazendo a economia crescer?  Está enriquecendo todas as pessoas?  Quando tudo acabar, tudo o que terei feito é exaurir recursos escassos.  As pessoas que me forneceram serviços e materiais terão mais dígitos eletrônicos em suas contas bancárias, isso é fato.  Mas como isso se traduz em benefício para todos?  Não haverá fábricas construídas.  Não haverá prédios.  Não haverá estradas.  Não haverá reformas de casas.  E tudo está mais caro. Todos estamos mais pobres.  

E aqueles que não participaram da minha festa estão ainda mais pobres do que antes da minha festa.  Para eles, sobrou apenas aumento generalizado de preços.

Mas os políticos foram reeleitos, pois as pessoas que estavam recebendo meu dinheiro gostaram desse "estímulo".

Isso, resumidamente, é um "estímulo" keynesiano.  Recursos escassos foram retirados da população, desviados para alguns privilegiados, e foram exauridos nesse processo.

Conclusão

"Aumento de gastos governamentais" e "estímulos" não funcionam como se gnomos mágicos surgissem e distribuíssem sorvetes igualmente para todos; "aumento de gastos" e "estímulos" são simplesmente uma política de redistribuição de recursos.  No final, tudo se resume a tirar de todos e redistribuir para alguns poucos privilegiados. 

Portanto, perguntar se um "aumento dos gastos governamentais" funciona é uma mera distração.  Deixando de lado a injustiça do roubo redistributivo — em que recursos escassos são retirados do acesso dos menos privilegiados —, a questão passa a ser se os privilegiados que receberam o dinheiro recém-criado fizeram mais "investimentos orientados por uma genuína demanda de mercado" do que as pessoas que ficaram apenas com a carestia.

Não há nenhuma razão econômica para crer que esquemas de redistribuição tornem todos mais ricos.  Com efeito, há excelentes razões para crer que redistribuição afeta negativamente a economia.  Um aumento de gastos governamentais, por si só, nada mais é do que um esquema de empobrecimento maciço que permite a vários políticos comprar amigos durante esse processo.

[Nota do IMB: nós brasileiros já temos experiência prática nisso.  O governo Dilma elevou os gastos em 59% em termos nominais e gerou apenas carestia, aumento da desigualdade e estagnação econômica.  Sendo assim, temos uma experiência empírica com essa teoria.]

Link: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2027

 

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CUT NÃO QUER CONVERSA? MELHOR ASSIM!

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Deu no GLOBO:

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) não irão ao Palácio do Planalto se reunir com o presidente interino Michel Temer e outras centrais sindicais. Para negociar a reforma da Previdência, Temer também convidou centrais que já haviam se reunido com ele há três semanas, quando ele ainda não havia assumido a Presidência. A reunião está marcada para hoje às 15h.

“A CUT não reconhece golpistas como governantes. Por isso, não irá à reunião”, diz nota da Central Única dos Trabalhadores, que exige a volta de Dilma ao Planalto.

 

A CTB justifica a recusa falando em “traição à classe trabalhadora”, e chamando o governo interino de “golpista”. “Diante de evidências, a proposta de reforma da Previdência de Temer prevê aposentadoria no caixão. A CTB tem muita clareza dos riscos e, diferente de alguns setores do movimento sindical, não se dispõe a segurar na alça da traição”, disse Adilson Araújo, presidente da central. Tanto a CTB quanto a CUT são ligadas ao PT e ao PCdoB.

Então a CUT não reconhece um governo legítimo e não aceita conversar sobre reformas necessárias? Melhor assim! Sei que Temer tem o desejo de unir o país, mas é preciso ficar claro que só é possível unir uma boa parte, sendo que uma minoria organizada sempre ficará contra, pois é contra… o Brasil.

Dessa patota faz parte justamente a CUT, assim como o MST e a UNE. Com essa turma, os braços milicianos do PT, não há conversa mesmo. Que tipo de acordo pode haver com gente que acha que qualquer flexibilização da CLT é retrocesso neoliberal? Que tipo de conversa pode se ter com quem pensa que são os sindicatos poderosos que lutam mesmo pelos direitos dos trabalhadores?

A CUT é o atraso. O Brasil precisa do futuro. E ele não passa pela CLT, muito menos por esse modelo insustentável de Previdência. Se Temer quer mesmo fazer as reformas necessárias, terá de ir contra o pessoal da CUT. De preferência acabando com o nefasto imposto sindical de uma vez. Só assim o Brasil tem chance…

Rodrigo Constantino

BASTA UMA MULHER…

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O presidente da República interino, Michel Temer (PMDB), ouviu mais críticas nesta quinta-feira de parte da bancada feminina na Câmara pela ausência de mulheres no primeiro escalão ministerial. Em uma tentativa de aplacar o descontentamento, Temer convocou as deputadas para uma reunião e prometeu nomear uma mulher assim que tiver de fazer uma reforma ministerial. As deputadas pediram que Temer apoie uma candidata para presidir a Câmara a partir do ano que vem.

“Tive muito pouco tempo para formar esse governo”, justificou Temer, segundo a deputada Josi Nunes (PMDB-TO). Ela afirmou que a bancada “se sentiu valorizada” por ter sido convocada para uma audiência que durou mais de duas horas logo na primeira semana do governo interino. Josi disse que o governo foi formado com base em uma composição dos partidos e que as cúpulas das siglas “indicaram homens e não mulheres” – mais uma tese em defesa de Temer.

“Eu particularmente coloquei para ele: ‘É preciso ter uma mulher’. Ele foi muito sensível, disse que, em princípio, vai ficar esse ministério. Mas deixou claro que na formação de um novo, um pouco mais a frente, vai nomear uma representante mulher. Ele nos pediu um tempo”, disse Josi.

Ao todo, 21 deputadas participaram do encontro, todas da base governista.

As parlamentares disseram que toda a bancada feminina foi convidada (inclusive de partidos de oposição), mas havia cadeiras vazias na sala de reuniões. A deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ) afirmou que a bancada indicou o nome da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para ocupar a Secretaria da Mulher no Ministério da Justiça. Ela também afirmou que, com a presidente Dilma Rousseff no poder, não havia contato direto com as parlamentares. “Antes tínhamos um ministério das Mulheres, depois transformado em secretaria, mas nunca tivemos um momento como hoje de sentarmos com a presidente da República e apresentarmos as nossas demandas. A presidente teria essa função e não o fez. Hoje tivemos pela primeira vez um diálogo direto e franco com o presidente.”

 

Esse assunto já cansou, e foi tema do meu podcast do dia hoje; mas como a patrulha feminista não cansa, nós também não podemos relaxar, ainda que cansados de debater isso, como se o sexo fosse a coisa mais relevante para um governante. Coletivistas só enxergam aquele atributo que consideram o mais relevante de todos, disparado. Racialistas só veem cor da pele, feministas só olham para o sexo, o movimento gay só tem olhos para a inclinação sexual do sujeito.

Nenhum deles foca no que realmente interessa: o indivíduo, com todas as suas qualidades e defeitos, méritos e deméritos. Essas características que são o foco da obsessão dos coletivistas são apenas mais uma de tantas que compõem a pessoa, e nem de perto as mais relevantes. Mas como sabemos essa gente tem uma pauta política, e isso rende bons frutos.

Já que querem tanto mais mulheres no governo, eu adoraria recomendar uma só, no lugar de todos os homens. Infelizmente, está morta. Mas a ideia é essa: bastaria uma única mulher para fazer a diferença. O problema é que, nesse caso, as feministas continuariam em polvorosa, pois não querem apenas mulheres, querem mulheres de esquerda, como sabemos bem.

Falo, claro, de Margaret Thatcher, a mulher mais poderosa que o Reino Unido já teve e uma das maiores estadistas do mundo. Mas vejam só como ela era “machista”:

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Mulheres de verdade não precisam se esconder atrás do gênero para subir na vida. Mulheres de verdade, como Thatcher sem dúvida foi, galgam espaço por seu mérito, por sua vontade, por suas conquistas, por suas qualidades. E fazem tudo isso rejeitando o próprio feminismo, como foi o caso dessa grande mulher. Para desespero do movimento feminista. Para desespero de todas que querem cargos, poder e verbas só porque não têm pênis. Não bastou o que Dilma fez com o Brasil em nome das mulheres?

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GOVERNO TEMER E A POSIÇÃO LIBERAL

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Por Jefferson Viana, publicado pelo Instituto Liberal

Nota do Instituto Liberal: O conteúdo do artigo reflete a opinião do nosso colaborador, mas não necessariamente é o posicionamento do IL. Reiteramos que nosso compromisso é com a defesa do liberalismo e por este motivo apoiamos ideias e as reformas que renovarão o Brasil.

Enfim, o governo Dilma Rousseff caiu. Não teremos mais os desprazeres de ouvir os seus discursos que ignoram a norma culta da língua portuguesa e, além disso, seremos privados, felizmente, dos desprazeres da política do populismo político e fiscal, por fim,  não precisaremos conviver com alinhamentos ideológicos com países como Venezuela e Bolívia.

Mas a posse do presidente Michel Temer traz um grande dilema para os liberais: como se comportar diante do governo Temer? Digo isto, pois Michel vem propondo pautas liberais, como privatizações, aumento das concessões, parcerias público-privadas, redução da máquina pública e combate a inflação. Porém, Temer não é aquele liberal idealizado pela maioria, tampouco alguns dos ministros por ele escolhidos, como Leonardo Picciani (Esportes), José Serra (Relações Exteriores), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações) e Helder Barbalho (Integração Nacional). Não são nomes que animam muita gente.

 

A vida era bem mais fácil quando nós, do chamado espectro político da direita (liberais, conservadores, libertários e anarcocapitalistas) tínhamos como objetivo principal realizar oposição ao governo Dilma Rousseff e ao seu projeto de poder. Com os constantes erros de Dilma e de sua equipe de governo a crítica era bem mais fácil de realizar. Temer, mal ou bem, é uma mudança ideológica na vida política do país, que deixa de ser governado pela esquerda, em tese, após quase 14 anos. E coloca alguns de nós em dúvida: apoiar o governo Temer ou realizar oposição?

A situação política, econômica e moral do Brasil nos coloca na situação de ter que dar um voto de confiança a Temer, pois o atual presidente em seu discurso de posse provisória vem propondo o diálogo e acenando com reformas (mesmo que feitas por mera necessidade). Como liberais, devemos observar todas as ações feitas nessa nova gestão, elogiando e dando apoio a medidas que venham ser tomadas e que possam fazer com o que o nosso Brasil saia do ostracismo mundial e se torne um país competitivo tanto no âmbito interno, tanto no âmbito externo. Mas, se vierem aparecer casos de erros constantes da atual gestão tão como casos de corrupção envolvendo membros do governo, a mobilização das ruas deve voltar com toda força, fazendo valer a frase do artigo primeiro da constituição brasileira: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

É o momento de se unir forças em prol do país. Como Itamar Franco fez entre 1992 e 1994, Temer tem a missão dura de realizar um governo de salvação nacional, enfrentando toda uma máquina sindical mantida pelo Partido dos Trabalhadores e pelo Partido Comunista do Brasil, e ainda enfrentando velhos urubus da política nacional, como Marina Silva e sua REDE e Ciro Gomes com os brizolistas do PDT. Por mais que se tenha desavenças políticas e até ideológicas com o atual presidente da república, não é o momento de se brigar. E, sim, de propor soluções para que o nosso amado país recupere o tempo perdido após esses anos de governo PT.

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Escola sem partido!? Aluna defende capitalismo em prova e leva zero.

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Segue a questão da prova:

questão da prova

 

Segue a resposta:

resposta

"Não concordo que o capitalismo fundamenta a lógica imoral da exclusão. Muito pelo contrário. O capitalismo amplia empresas, gerando assim, empregos. O capitalismo dá oportunidades a todos, diferente do comunismo e socialismo que não deu certo em nenhum país. A exclusão não está relacionada ao capitalismo, porque ele não gera pobreza. Fica pobre quem quer, pois ele gera oportunidades. E também tem a meritocracia, que deve ser vista como um plus na sociedade, pois quando se recebe uma oportunidade é possível alcançá-la com mérito e dedicação".

Amigos, essa é mais uma prova que a grande batalha da direita, dos liberais, dos conservadores é cultural!

Fonte: Extra

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OS 33. OU: NÃO É POSSÍVEL COMBATER BÁRBAROS COM POMBOS DA PAZ

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Por Mariano Andrade, publicado em Contraponto

“Os 33” é um filme que mostra a história dos 33 mineiros que ficaram soterrados depois do desabamento de uma mina de cobre no Chile. O acidente ocorreu em 2010 e, graças a um trabalho coordenado e eficiente de autoridades e técnicos, todos os 33 trabalhadores foram resgatados com vida após incríveis 69 dias aprisionados a 700 metros de profundidade. Esta operação de salvamento, merecidamente, é motivo de orgulho nacional no país.

No Brasil, também temos nossos “33” – os trinta e três bárbaros que recentemente promoveram e filmaram oestupro coletivo de uma jovem de 16 anos. Não há palavras para descrever esta monstruosidade. Ela é a antítese do resgate chileno, pois soterra a sociedade ordeira sob o medo e a desesperança.

Estupro é crime hediondo. Filmá-lo é resquício de crueldade.  Estupro coletivo com 33 homens, no entanto, ganha status de tortura.

Os parlamentares e artistas de esquerda que – com razão – se enojam quando Bolsonaro enaltece um ex-torturador, têm suas mãos manchadas de sangue. São os mesmos defensores dos direitos humanos que esperneiam contra a redução da maioridade penal, criando espaço para que a barbárie-mirim tenha salvo-conduto. Ou seja, de uma maneira tortuosa defendem bandidos e torturadores.

 

Segurança é uma aspiração humana básica, como já postulou Maslow. Violar o estado de segurança significa afrontar um direito elementar da população e um dever primo do estado. Molon, Jean Wyllys, Chico e outros pseudo-intelectuais são lenientes com os marginais que estupram o direito humano e desafiam a sociedade de bem. E ainda se proclamam defensores dos direitos humanos. É lamentável.

(Parêntesis: Resta absolutamente inaceitável que Marcelo Freixo integre a comissão de direitos humanos da Alerj, pois ele faz parte da trupe que defende as “vítimas da sociedade”).

Décadas de legislação frouxa e penas brandas, principalmente para “menores”, aliadas ao desastre econômico do país, nos levam a uma situação de segurança urbana caótica. Força militar em São Luís, estupro coletivo no Rio… Onde vamos chegar?

Não é possível combater bárbaros com pombos da paz. É imperativo que a sociedade se aglutine para reclamar o dever básico do Estado de prover segurança e ordem. Para isso é necessário um arcabouço legal poderoso, com redução da maioridade penal, tolerância zero a pequenos delitos e uma discussão sobre pena de morte para crimes hediondos – sem ideologias partidárias e sem tabus. Não há espaço para discurso “paz e amor” enquanto vidas e famílias são destruídas. Se a CPMF é necessária transitoriamente para atravessarmos o vale, talvez a pena de morte para certos crimes também seja?

Esses estupradores são piores do que os torturadores militares. Não cumpriam ordens, agiam por total livre arbítrio. Sabiam exatamente o que faziam e se gabaram disso nas redes sociais. Se a sociedade sacrifica animais domésticos com distúrbios mentais – sabendo que os coitados não têm consciência do perigo que representam – por que preservar torturadores selvagens que mutilam vidas enquanto gozam de suas faculdades mentais? Bárbaros desta estirpe têm que ser eliminados do convívio social logo na primeira demonstração do que são capazes – não importa a idade. Cabe ao Legislativo, em conjunto com a sociedade, discutir a melhor maneira de fazê-lo. Mas temos que fazê-lo o quanto antes, ou então todos teremos as mãos manchadas de sangue inocente.

Tomara que a jovem e sua família encontrem abrigo no Chile ou em algum outro país sério, onde poderão viver uma vida digna e segura, e onde a sensação de civilidade lhes permita enterrar o passado a 700 metros de profundidade.

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Invasão de escolas: o mínimo que você precisa saber

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ESCRITO POR MATEUS COLOMBO MENDES | 29 MAIO 2016
ARTIGOS - MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO

Em que medida invadir escolas pode melhorar o ensino? De que modo a interrupção das aulas, do processo de ensino, pode resultar em um ensino de qualidade? De que modo a pichação, a destruição do patrimônio e a depredação das escolas invadidas podem colaborar para com melhores estruturas escolares? De que forma oficinas de masturbação, miçangas, capoeira, feminismo, pichação, malabares e hip hop podem contribuir em um universo de analfabetismo funcional endêmico (incluindo professores)?
Estive em uma escola invadida e encontrei as respostas.Nem precisava (ter visitado uma escola invadida para entender o que está acontecendo). Como todo jovem sem base intelectual, com interesse pela política e submetido ao professor médio brasileiro, fui devidamente doutrinado e, entre os 14 e os 19 anos, fiz parte de grupos como a UJS (União da Juventude Socialista, braço infanto-juvenil do PCdoB e um dos organizadores das invasões); de modo que sei exatamente como funciona a mentalidade do jovem revolucionário, tanto por haver sido eu mesmo um "idiota útil" como por haver convivido com um exército (ou rebanho) de jovens usados pela esquerda. Todavia, é sempre recomendável olhar o problema o mais perto possível. Por isso, estive em uma escola “ocupada” – invadida, tomada de forma criminosa por professores irresponsáveis e alunos estupidificados, todos sob a batuta de partidos de esquerda, sindicatos e organizações criminosas. Um amigo me acompanhava. Não entramos, é claro – estávamos de banho tomado, não vestíamos camisa vermelha e não fazemos parte da juventude engajada e do bem que quebra tudo por um mundo melhor. Não nos deixaram entrar, portanto. Mas disseram que se nos identificássemos e marcássemos uma hora poderíamos conhecer a “ocupação”. Isso foi na sexta-feira, 20 de maio de 2016, em frente ao portão principal da Escola Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.

– Opa. O que tá acontecendo aí? – perguntamos a um jovem mancebo, que decerto quebrava paradigmas e problematizava o cosmos enquanto pinoteava sobre um skate.

– Como assim? A escola tá ocupada!

– Por quê? – ousamos questionar, enquanto contemplávamos o monte de cadeiras quebradas prepostas ao portão principal (quem já estudou em escola pública sabe que até se acumulam cadeiras quebradas, mas quem já participou de movimento estudantil de esquerda, como eu, sabe que destruir é a especialidade).

– Ué, pelo mesmo motivo que tem várias escolas ocupadas.

O rapaz estava fora do rebanho, isolado; teria de recorrer somente a sua consciência para nos responder. Em tom de ignorância amistosa, instamos o rapaz a dar suas explicações:

– Não, não, isso nós sabemos. Mas por que precisamente vocês estão ocupando a escola? O que vocês querem?

Com mais reticências, hesitações e “ãããããs” do que palavras, o jovem começou a responder:

– Hm, tem um monte de coisa. A gente tá apoiando os professores que querem aumento de salário. A gente também quer melhores condições de aula, equipamentos, instalação...

Imediatamente, olhamos para a enorme pilha de cadeiras quebradas e para as paredes pichadas. Enquanto o “estudante” se esforçava para lembrar-se dos motivos de estar ali andando de skate em horário de aula, aproximou-se outro invasor, praticamente um modelo de catálogo de skate wear, com trajes da moda cujos valores somados hão de ultrapassar o salário de um professor. Analisou-nos, viu que estávamos de boa e se afastou. O skatista continuou sua explicação, agora com o entusiasmo de quem acabara de lembrar-se da verdade do Universo:

– AH!!! Também tem o negócio das privatizações e da lei da mordaça.

– Privatizações? – questionamos assustados – Isso tá acontecendo?

– Sim, eles têm um projeto e já tão começando...

– “Eles” quem?

– Ah, o governo. Eles querem entregar as escolas.

– Terrível! E essa lei da mordaça, como é?

– Ah, é um projeto pros professores não poderem ensinar um monte de coisa... Escola Sem Partido é o nome.

– Poxa! E também é do governo?

– Sim, do governo!

– Terrível.

Realmente, é terrível. Não sei se por desejo de voltar a radicalizar no skate ou se por constrangimento de não haver recebido treinamento suficiente para radicalizar nas palavras, o rapaz encaminhou o fim da conversa através das grades da escola “ocupada” alertando que se quiséssemos entrar as lideranças da ocupação teriam de avaliar nosso pedido. Mas já nos era o suficiente. Fomos embora após ouvir as quatro motivações alegadas por quem está ocupando as escolas. São duas grandes mentiras e duas verdades que viram meias-verdades.

As mentiras:

O Escola Sem Partido não é do governo e não pretende impedir que os professores ensinem “um monte de coisas”. Trata-se de um projeto de lei do deputado estadual Marcel van Hattem, que pretende impedir que professores doutrinem ideologicamente seus alunos, garantindo-lhes o direito e o dever de ensinar sobre tudo que diz respeito à sua matéria, mas sem emissão de julgamentos enviesados – ou seja, que o professor seja “informador”, não “opinador”. O que boa parte dos professores faz há pelo menos três décadas é enviesar suas abordagens, recortando os fatos, ocultando boa parte do conteúdo e direcionando os alunos para o brete ideológico. O PL 190/2015 de van Hattem e projetos semelhantes em outros estados foram estimulados pelo trabalho da ONG Escola Sem Partido, criada por Miguel Nagib.
Infelizmente, o Governo do Estado não planeja privatizar o ensino. Sindicalistas e “professores” espalham o boato com base no PL 44, do Executivo, que, basicamente, estabelece parcerias entre o governo e entidades privadas “sem fins lucrativos” que conduzam “atividades dirigidas ao ensino”. Ou seja, é uma tentativa – ainda insuficiente, mas salutar – de oferecer opções de atividades e qualificação para quem depende do capengo poder público. Aliás, a única privatização vista é a procedida pelos invasores, que tomaram espaços públicos para si e se arrogam o direito de escolher quem pode entrar nas escolas.
As verdades: professores recebem salários baixos e as escolas públicas estão sucateadas, caindo aos pedaços. Por que viram meias-verdades?São meias-verdades no contexto das invasões das escolas, pois são tomadas como desculpas para essas movimentações, cuja justificativa principal, à qual todas as outras estão subordinadas, é a melhora nas condições de ensino. Ora, em que medida invadir escolas pode melhorar o ensino? De que modo a interrupção das aulas, do processo de ensino, pode resultar em um ensino de qualidade? De que modo a pichação, a destruição do patrimônio e a depredação das escolas invadidas podem colaborar para com melhores estruturas escolares?De que forma oficinas de masturbação, miçangas, capoeira, feminismo, pichação, malabares e hip hop podem contribuir em um universo de analfabetismo funcional endêmico (incluindo professores)? É evidente que não há relação entre as reivindicações dos invasores e o resultado das invasões. Não é preciso pensar muito para concluir que é possível sustentar tais queixas sem interromper as aulas e sem depredar patrimônio público; aliás, não é somente possível – respeitar o estudo e seu ambiente é a única forma de se proceder com as referidas reivindicações. Todos sabem disso, ainda que alguns prefiram ignorar.

É assim a dinâmica dos movimentos revolucionários: as causas, as bandeiras, são sempre aparentes; a causa real final é sempre a revolução, e as causas intermediárias são a acumulação de poder político e econômico. A causa aparente, aliás, jamais deve ser alcançada; a obtenção dos objetivos alegados acabaria com a justificativa das ações radicais. Eis a resposta para quem se pergunta por que o PT não resolveu o problema de seus companheiros do MST.

É exatamente esse o caso das escolas invadidas. A verdade inteira é que as “ocupações” são manobras políticas, inseridas num contexto de luta pelo poder, que é precisamente tudo que interessa às lideranças dessas movimentações – partidos de esquerda (PT e suas linhas auxiliares, PCdoB e PSOL), sindicatos de trabalhadores que não trabalham (CUT, CPERS e outros) e organizações criminosas (MST, MTST, Levante Popular etc.).

Com o afastamento de Dilma Rousseff, sem acesso aos cofres públicos, esses grupos perderam o principal meio de financiamento de sua atuação. Em poucas palavras: a fonte da mortadela secou. Que fazer? Nada mais fácil que recorrer ao exército formado em três décadas de hegemonia esquerdista no ensino, com base em um currículo de fundo marxista em seu todo e com o construtivismo destruidor como guia. De uma hora para outra, como que por mágica, escolas de todo o Brasil começaram a ser “ocupadas”, num processo de desestabilização de curto prazo e formação de uma militância que será muito útil no longo prazo.

Contudo, sabemos que, mesmo que o ambiente escolar seja intelectualmente insalubre como um todo, ainda não se consegue a adesão dessa comunidade com um discurso radical. E é aqui que entram as meias-verdades de que falei anteriormente, as legítimas reivindicações por melhores salários para os professores e por espaços escolares mais decentes. Com bandeiras aparentemente justas, os militantes profissionais arregimentam militantes neófitos, ingênuos e absolutamente suscetíveis ao arrebatamento de fazer parte de um grupo “justo” e rebelde. São estes novos radicais os idiotas úteis do momento.

Supõe-se que é do terrorista e ditador russo Lenin a expressão “idiotas úteis”, com a qual manifestava seu desprezo para com os militantes da causa comunista no Ocidente. Líderes esquerdistas de todo o mundo, de ontem e de hoje, sempre fizeram uso de uma militância engajada e abnegada. Essa linha de frente faz o serviço sujo (divulgar e propagar a ideologia, sem ou com violência), enquanto os líderes ficam à espreita, imaculados, esperando o momento certo para avolumar-se ante seus militantes. Estes, tão logo a causa triunfa, são descartados por motivos vários (discordar da violência excessiva, manifestar decepção com a falta de senso democrático dos líderes etc.).

Na Iugoslávia, na Romênia, na China, em Cuba, nas Repúblicas Soviéticas e onde quer que a esquerda socialista tenha tomado ou conquistado o poder, os líderes fizeram largo uso dos dedicados e ingênuos idiotas úteis que logo seriam descartados. Mutatis mutandis, é esse o processo que se verifica hoje nas escolas invadidas.

Nosso amigo skatista do início desta história é um belo exemplo de idiota útil, como, repito, eu mesmo já fui. Por isso, com meu testemunho do tempo em que estive do lado de lá, as compreensões obtidas posteriormente e a contemplação dos casos atuais, posso afirmar que, como o rapaz com quem conversamos na Escola Ernesto Dornelles, a imensa maioria dos alunos e dos professores que participa desses crimes de invasão não sabe por que está ali. Esse suscetível rebanho se acostumou a exigir, a reivindicar. Os professores, mesmo os ingênuos idiotas úteis, em sua maioria querem melhores salários, o que é justo, mas exigem também todas os direitos que viram regalias típicas no contexto do funcionalismo público brasileiro; não querem resolver o problema, querem fazer parte do problema. Duvida? Ouse falar-lhes em “meritocracia”. Já os estudantes, mesmo os não-esquerdizados, também estão mal-acostumados a exigir direitos e fugir de deveres. E a todos – alunos e professores – agrada a idéia de fazer parte de algo grandioso, contestador, capaz de modificar a sociedade; e, se não tiverem de pensar muito, somente tendo de cerrar o punho e gritar alto, então, é o melhor dos mundos. E isto é tudo. Caminham docilmente no brete ideológico construído em anos de dominação, conduzidos por uma elite política, sindical e terrorista que sabe muito bem o que faz e que está interessada em muitas coisas – todas muito, muito distantes de remunerações justas e meritórias para professores e de melhores condições materiais de ensino e aprendizagem.

Não é por acaso que as lideranças falam sempre as mesmas coisas, de forma frenética e incontinente; também, não é por acaso que o rebanho titubeia, gagueja, solta as palavras-chave ao ar de forma imprecisa e desconectada – a diferença que há entre estes e aqueles é o nível de domínio da mentira, é a capacidade e a disposição para decorar os argumentos das causas aparentes. Em resumo: como tudo na esquerda, é tudo mentira, afetação, falsidade, mendacidade.

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Do marxismo ao livre mercado

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A tentativa de reduzir a desigualdade econômica com o aumento da desigualdade política, que é a essência do marxismo, custou a vida de milhões de pessoas sob o poder de Stalin, Mao, Pol Pot, e muitos outros.

Como e por que eu larguei o esquerdismo de minha juventude para adotar as opiniões que tenho hoje, as quais são a favor do livre mercado e valores tradicionais? De certa forma, minha visão de como os seres humanos agem mudou mais do que a filosofia subjacente.

Quando eu era marxista, minha preocupação principal era em relação às pessoas comuns, pois achava que mereciam melhores condições de vida, mas a elite se aproveitava delas. Essa continua sendo minha maior preocupação, mas conforme os anos se passaram, aprendi que a elite cultural e a elite política fazem muito mais danos do que a elite econômica poderia um dia pensar em fazer.

Há uma explicação: as elites econômicas competem entre si. Se a General Motors não produz um tipo de carro que te agrade, você pode procurar na Ford, Chrysler, Honda, Toyota, etc. Mas se a Agência de Proteção Ambiental (EPA) chega no fundo do poço em relação ao serviço que presta, não há agência alternativa prestando o mesmo serviço ao qual se possa recorrer.

Mesmo quando uma empresa privada parece deter o monopólio da produção de um bem de consumo, como aconteceu com a Alcoa (Companhia de Alumínio da América), ela competirá com produtos alternativos. Se a Alcoa tivesse aumentado o preço do alumínio para aproveitar seu monopólio, muitas coisas fabricadas com alumínio passariam a ser produzidas com ferro, plástico, e outros tipos de materiais. O resultado final das forças do mercado foi, meio século depois do monopólio da Alcoa, o mercado passar a cobrar mais barato pelo alumínio do que cobrava inicialmente. Isso não se deu por altruísmo dos diretores da empresa, mas porque os competidores não lhes deixaram outra escolha.

A forma que você olha para o livre-mercado depende de como você enxerga o ser humano. Se todos fossem amáveis e gentis, o socialismo seria o melhor caminho. Em uma família tradicional, por exemplo, os recursos são gastos com as crianças, pois não ganham nenhum centavo sozinhas. Isso é socialismo doméstico, e até os capitalistas mais mesquinhos o praticam. Talvez um dia descobriremos criaturas em uma galáxia distante que conseguem conduzir uma sociedade inteira dessa forma. Mas a história dos seres humanos mostra que é inviável uma nação com milhões de pessoas funcionar dessa maneira.

O discurso do socialismo é inspirador, mas seus rastros na realidade são sombrios. Países que exportaram comida durante séculos, de repente se viram forçados a importar comida para evitar a fome, depois que a agricultura foi socializada. Isso aconteceu por todo o mundo, com pessoas de todas as raças. Qualquer um que tenha visto o contraste entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental, nos tempos em que metade da cidade era controlada por comunistas, não possui dúvidas em relação a qual sistema produz mais benefícios para o povo. As duas partes da cidade eram habitadas por pessoas de mesma raça, cultura e história, mas os que viviam na parte comunista eram muito mais pobres, além de terem menos liberdade.

Uma história parecida aconteceu na África, quando a Gana dependia de programas socialistas e a Costa do Marfim se baseava no livre-mercado, depois que ambos os países se tornaram independentes, na década de 1960. Gana começou com todas as vantagens. Sua renda per capita era o dobro da Costa do Marfim. Mas após duas décadas, com cada país sob influência de um sistema econômico diferente, 20% dos habitantes mais pobres da Costa do Marfim possuíam renda mais alta do que 60% da população de Gana.

Ineficiência econômica não é o pior aspecto de um governo socialista. A tentativa de reduzir a desigualdade econômica com o aumento da desigualdade política, que é a essência do marxismo, custou a vida de milhões de pessoas sob o poder de Stalin, Mao, Pol Pot, e muitos outros. Não se deve confiar o monopólio do poder sobre a vida das pessoas à políticos. Temos milhares de exemplos na história.

A minha vontade de que o povo tenha melhores condições de vida permanece, mas a experiência me mostrou, amargamente, que a maneira de alcançar este objetivo é o oposto do que eu imaginava.


Thomas Sowell,
From Marxism to the Market”. Capitalism Magazine, 2 de Janeiro de 2002.

Tradução: Laan Carvalho
Revisão: Rodrigo Carmo

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MEMORIAL DAY: A JUSTA LEMBRANÇA DAQUELES QUE MORRERAM PELA LIBERDADE

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Os americanos celebram hoje o “Memorial Day”, um dos feriados mais importantes do ano, em que os militares mortos em combate são homenageados, assim como os veteranos de guerra. Menos de 1% da população americana de 300 milhões usa farda, e isso faz com que pouca gente conheça pessoalmente militares em serviço, lutando para a defesa do que a América representa: a liberdade individual. Mas enquanto o respeito a esses bravos heróis for grande, haverá esperança.

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E o respeito continua grande. Mesmo Barack Obama, o presidente mais esquerdista dos últimos tempos que foi eleito com um discurso “progressista” um tanto “pacifista”, e chegou a ganhar um Prêmio Nobel da Paz antes mesmo de começar a governar (e, portanto, autorizar ataques militares), fez um belo discurso no Cemitério Nacional de Arlington hoje. O homem possui o poder da retórica, precisamos admitir. E sabe, como poucos, falar às emoções.

Conta histórias pessoais de jovens fuzileiros mortos para salvar civis, cita o nome de seus familiares, que são os grandes homenageados do dia, as “gold star families”. Faz isso com naturalidade, como se de improviso, sem ler nada. E mesmo tendo um “passado” socialista e discurso pacifista, a América é tão maior que mesmo Obama teve de enaltecer todo o heroísmo desses homens e mulheres de uniforme que se sacrificam pela pátria e pela liberdade. Vale a pena ver seu discurso na íntegra:

A esquerda adota uma campanha contra os militares há décadas, e basta ver Hollywood para verificar como saímos dos filmes que enalteciam esses heróis para os que detratam sua imagem. Mas são esses guerreiros que colocam suas vidas em risco para preservar nossa segurança e nossa liberdade. Policiais do lado doméstico e as Forças Armadas do lado internacional entram na linha de tiro dos inimigos para garantir o nosso estilo de vida, que muitas vezes tomamos como um dado, não como um resultado de muito esforço e sacrifício.

Estou terminando um pequeno livro sobre as Cruzadas nos séculos XI e XII, e chama a atenção como os homens tiveram de dedicar boa parte do tempo ao preparo militar e ao combate efetivo. As guerras acompanharam a humanidade desde que o homem é homem. As tribos vizinhas atacavam umas às outras em busca de seus recursos, suas propriedades, e matavam ou escravizavam os homens, enquanto estupravam mulheres com frequência. Essa era a verdadeira “cultura do estupro”, ao contrário do que as feministas falam hoje.

 

Com o passar do tempo, a institucionalização da defesa nacional liberou a imensa maioria desse fardo, para que todos nós pudéssemos nos dedicar a outras tarefas, seguir nossos sonhos. A produtividade deu um salto com o aumento das trocas comerciais e com a alocação de tempo e energia para essas funções. Tudo isso, é sempre importante lembrar, graças àqueles que continuaram se dedicando à fundamental missão de nos proteger, de forma profissional. Os conservadores costumam valorizar bastante esses soldados. Os “progressistas” adoram crucificá-los.

Mas, como vimos, mesmo um ícone da esquerda caviar como Obama precisa se curvar diante dos fatos, e prestar homenagem aos militares que lutaram e morreram pela América. É porque, apesar da campanha da esquerda, esses heróis ainda são muito estimados por aqui. Ai daquele político que virar efetivamente suas costas para eles, desprezar sua coragem, seu senso de patriotismo e dever cívico. Será suicídio político, sem dúvida.

E é bom que seja assim. Uma nação que não valoriza aqueles dispostos a morrer em batalha por ela não é digna da liberdade. Claro, para isso ser verdade, é preciso ser uma nação livre para começo de conversa. Os militares da Coreia do Norte – quase toda a população – são apenas escravos a serviço de um tirano maluco. Já os militares americanos não precisam pedir desculpas ao mundo, como gostaria o próprio Obama. Estiveram do lado certo quase sempre, lutando contra inimigos da liberdade, da democracia, do indivíduo.

Combateram comunistas, nazistas, fascistas, imperialistas, terroristas. São heróis, e merecem todo tributo e reconhecimento que for possível. Hoje é o dia escolhido para isso, e é emocionante ver como a América ainda estima seus guerreiros da liberdade.

PS: Vejam ao ritmo de rock uma pequena amostra de como a bandeira americana, que significa liberdade, é defendida pelos patriotas por aqui, e se emocionem:

 

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PARABÉNS! HOJE VOCÊ COMEÇA A TRABALHAR… PARA VOCÊ MESMO.

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O leitor é dos felizardos que ainda possuem um emprego, depois de Dilma e o PT destruíram 11 milhões de postos de trabalho? Fique feliz. E o leitor labutou pesado até agora esse ano? Acordou cedo, enfrentou o transporte caótico, engoliu sapos no serviço daquele chefe arrogante? Fique contente. A alternativa é pior. E agora você tem um motivo para celebrar mesmo. Hoje, e apenas hoje, você começa a trabalhar para você. Até ontem foi tudo para sustentar o governo e sua máquina burocrática. Isso mesmo. Veja a notícia:

Um posto de gasolina em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, participou de uma ação para vender combustível, nesta quarta-feira (1°), sem cobrar impostos em forma de protesto contra os altos tributos. Os 100 primeiros clientes que chegarem ao local poderão comprar 20 litros de gasolina, com o litro custando R$ 1,69.

Para economizar, muita gente acordou cedo. “Cheguei 6h30 da manhã, mas só consegui pegar a senha às 10h. Fiquei [esperando] porque moro aqui do lado”, disse Carlos Renato de Souza Aquino por volta das 11h. Depois de quase 5h de espera, ele, enfim, abastecia. O reflexo do trânsito neste horário chegava a Rua 28 de Setembro.

A ação, que ocorre uma vez ao ano, é realizada pelo Instituto Millenium. “Sabemos que 56% [do preço da gasolina] é apenas de imposto. Nós distribuímos senhas a partir das 10h30 para os primeiros 100 carros que chegarem aqui no posto em Vila Isabel”, explica a diretora do instituto, Priscila Pinto.

 

“Essas pessoas vão chegar na bomba e poder abastecer o carro com 20 litros, com o litro custando R$ 1,69. Porque o Instituto Millenium, para conscientizar a população, está pagando os impostos devidos ao estado em nome do posto”, conclui.

A cerca de 1 hora na fila, André Luiz Alves Ahmed comemorou a oportunidade de economizar e de conscientizar a população sobre os custos elevados dos impostos.

“Dei sorte porque a Guarda Municipal só deixou fazer a fila depois das 10h. Cheguei na hora certa. Todo mundo aproveitando o preço baixo, vale a pena. Costumo pagar R$ 3, R$ 3,10. Acho que deveria ter mais [esta ação] para alertar as pessoas de quanto elas pagam de imposto, que é absurdo”, diz ele.

É espantoso mostrar o preço dos produtos sem a pesada carga tributária. Muitos sequer têm consciência, até porque, no Brasil, os impostos vêm ocultos, disfarçados, escondidos. Nossos vários institutos liberais organizam todo ano esse evento, que ficou conhecido como o Dia da Liberdade de Impostos.

Ou seja, o dia em que cada um de nós passa a pegar no batente para si próprio, podendo escolher o destino dos frutos do suor do trabalho. Até então, era para bancar os políticos, os invasores do MST, as ONGs engajadas, os artistas da esquerda caviar, os dependentes de esmolas, a bolsa-empresário do BNDES, as regalias de muitos servidores públicos etc.

Parabéns! Hoje você é uma pessoa livre. Até ontem você foi um escravo de Brasília. E pensar que Tiradentes e os insurgentes mineiros se rebelaram contra o quinto, enquanto já estamos nos dois quintos e rindo, pedindo mais governo ainda…

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Rodrigo Constantino

Por que o Brasileiro tem tanto medo da palavra privatização?

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Por Victor Cardoso, publicado peloInstituto Liberal

Por que o brasileiro sente uma reviravolta toda vez que ouve a palavra privatização? Isso não é normal! Você divulga que alguém pretende privatizar algo e parece que o mundo para e a pessoa só ouve aquilo: privatização, privatização, privatização, como um eco. Por que essa ojeriza tão grande em deixar o Estado focar no que ele tem que fazer e deixar que os outros entes da sociedade prestem os demais serviços? Que empresa no mundo conseguiria operar em ramos tão distintos como saúde, educação, segurança, petróleo, mercado de capitais, bens, serviços e bancários, infraestrutura, transporte terrestre, aeroviário, metroviário, pluvial, e tantos outros? Será que alguém pensa que poderia construir uma empresa que fizesse tudo isso por um bom preço, com qualidade e eficiência? Por que, então, achar que um Governo pode?

Não se engane quem pensa que, posteriormente a toda a campanha da esquerda durante os anos 90 contra a privatização e contra o “neoliberalismo”, a esquerda se proporia a manter a mesma posição e pensamento ao longo dos 14 anos que esteve no Governo. Não o fez! E, não o fez por um motivo simples: privatizar é muito melhor, e até a esquerda sabe disso!

Se há quem pensa que privatizar é ruim, pior ainda é não privatizar. Como citado, não há empresa ou governo que consiga administrar e focar ao mesmo tempo em tantas frentes de atuação, tão díspares. Não há dinheiro suficiente que consiga administrar tudo isso. Além de toda a ineficiência, burocratização e todos os outros diversos outros motivos que todos os brasileiros estão cansados de saber.

Se formos analisar os dados anteriores e posteriores à privatização de apenas algumas estatais, tomaremos um susto. A nova geração sequer sabe que antes da privatização das telefonias necessitavam de 4 anos e um bom dinheiro para se instalar uma linha telefônica. Antes, empregava-se por volta de 20 mil trabalhadores e hoje a geração de empregos na área de telecomunicações chega a quase 400 mil trabalhadores diretos.

A Embraer, que tinha sucessivos prejuízos, na casa dos R$ 300 milhões por ano, passou a ter condição financeira eminente em 2010, ao ponto devolver à sociedade, na forma de impostos, mais de R$ 500 milhões, gerando emprego para mais de 17 mil trabalhadores.

A Vale, tão criticada quando privatizada, empregava 11 mil pessoas, hoje, contudo, possui mais de 170 mil trabalhadores diretos. Se antes de privatizar valia U$$ 8 bilhões, hoje já supera os U$$ 190 bilhões. Só de investimentos em áreas e projetos sociais entre 2007 e 2010 foram mais de U$ 700 milhões.

 

Será que isso é ruim? Se ruim, para quem? Talvez seja ruim para alguns partidos que chegando ao poder não podem colocar seus afiliados políticos para desviarem “um pouquinho” para suas campanhas. Talvez seja ruim para o político que não consiga fazer com que as empresas invistam e gastem tanto dinheiro apenas em seus projetos políticos – até pessoais. Talvez seja ruim para o político que não consegue determinar que suas campanhas sejam feitas através dos investimentos “redirecionados” da estatal para o seu bolso ou campanha. Talvez isso seja realmente ruim, mas ruim para ele, não para o povo!

A educação – e digo não somente aquela construída pela escola, mas também a proporcionada pelas mídias, escritores e até partidos políticos – falhou e continua a falhar, sem explicar para a grande população o benefício de se ter uma empresa especializada e focada em desenvolver cada vez mais um setor, gastando cada vez menos, contratando mais trabalhadores para sua equipe, gerando mais impostos a serem devolvidos à toda sociedade. Isto é bom para todo o país. É bom para todos que recebem um serviço por um preço menor e de maior qualidade – do que o oferecido anteriormente prestado pelo Estado; seja na telefonia, na luz, bancos e tantos outros ramos e serviços.

O governo precisa focar e investir nas necessidades básicas do povo e naquilo que a Constituição lhe determina como obrigatórios e únicos a prestarem. Enquanto o Governo perde tempo pensando em quem colocar na presidência da Caixa Econômica Federal, a educação fica em segundo plano. Enquanto se gasta tempo e gente pensando em como recuperar a Petrobrás, a população morre de descaso nas filas dos hospitais. Enquanto se pensa em como fazer os Correios terem lucro e prestarem um serviço minimamente adequado, obras de infraestrutura deixam de ser realizadas. Enquanto se pensa em como gerir uma empresa pública, milhões de empregos são perdidos porque o (des)governo não conseguiu executar um plano econômico eficiente.

Precisamos, sim, perder o medo de falar em privatizar. Não é um palavrão. Não é vender o país, tampouco se curvar a interesses privados. O interesse é de toda a população que ganha com serviços melhores, mais trabalho, menos corrupção, menos aparelhamento político, menos boquinhas aos amigos dos governantes.

Precisamos que os governantes implementem as reais prioridades que a população tanto necessita a e clama. Eles precisam voltar a olhar para próprio povo. Precisam entender que o povo é a prioridade, todo o restante pode e deve ser delegado àqueles que possuem maior expertise que políticos em administrar empresas, políticos esses que, por vezes, sequer educação básica têm. Já passou da hora de o Brasil ser o país do futuro, precisa começar a ser o país do presente!

* Victor Cardoso é formando em Direito pela Mackenzie-RJ, experiencia nos campos de direito tributário, licitatório e civil. Graduando em Ciências Econômicas pela PUC-Rio e membro do Núcleo Acadêmico de Estudos e Integração da Câmara de Comércio e Turismo Brasil-Chile. Membro do Diretório Central de Estudantes da PUC-Rio.

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Invasão de escolas: o mínimo que você precisa saber

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Em que medida invadir escolas pode melhorar o ensino? De que modo a interrupção das aulas, do processo de ensino, pode resultar em um ensino de qualidade? De que modo a pichação, a destruição do patrimônio e a depredação das escolas invadidas podem colaborar para com melhores estruturas escolares? De que forma oficinas de masturbação, miçangas, capoeira, feminismo, pichação, malabares e hip hop podem contribuir em um universo de analfabetismo funcional endêmico (incluindo professores)?
Estive em uma escola invadida e encontrei as respostas.Nem precisava (ter visitado uma escola invadida para entender o que está acontecendo). Como todo jovem sem base intelectual, com interesse pela política e submetido ao professor médio brasileiro, fui devidamente doutrinado e, entre os 14 e os 19 anos, fiz parte de grupos como a UJS (União da Juventude Socialista, braço infanto-juvenil do PCdoB e um dos organizadores das invasões); de modo que sei exatamente como funciona a mentalidade do jovem revolucionário, tanto por haver sido eu mesmo um "idiota útil" como por haver convivido com um exército (ou rebanho) de jovens usados pela esquerda. Todavia, é sempre recomendável olhar o problema o mais perto possível. Por isso, estive em uma escola “ocupada” – invadida, tomada de forma criminosa por professores irresponsáveis e alunos estupidificados, todos sob a batuta de partidos de esquerda, sindicatos e organizações criminosas. Um amigo me acompanhava. Não entramos, é claro – estávamos de banho tomado, não vestíamos camisa vermelha e não fazemos parte da juventude engajada e do bem que quebra tudo por um mundo melhor. Não nos deixaram entrar, portanto. Mas disseram que se nos identificássemos e marcássemos uma hora poderíamos conhecer a “ocupação”. Isso foi na sexta-feira, 20 de maio de 2016, em frente ao portão principal da Escola Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.– Opa. O que tá acontecendo aí? – perguntamos a um jovem mancebo, que decerto quebrava paradigmas e problematizava o cosmos enquanto pinoteava sobre um skate.

– Como assim? A escola tá ocupada!

– Por quê? – ousamos questionar, enquanto contemplávamos o monte de cadeiras quebradas prepostas ao portão principal (quem já estudou em escola pública sabe que até se acumulam cadeiras quebradas, mas quem já participou de movimento estudantil de esquerda, como eu, sabe que destruir é a especialidade).

– Ué, pelo mesmo motivo que tem várias escolas ocupadas.

O rapaz estava fora do rebanho, isolado; teria de recorrer somente a sua consciência para nos responder. Em tom de ignorância amistosa, instamos o rapaz a dar suas explicações:

– Não, não, isso nós sabemos. Mas por que precisamente vocês estão ocupando a escola? O que vocês querem?

Com mais reticências, hesitações e “ãããããs” do que palavras, o jovem começou a responder:

– Hm, tem um monte de coisa. A gente tá apoiando os professores que querem aumento de salário. A gente também quer melhores condições de aula, equipamentos, instalação...

Imediatamente, olhamos para a enorme pilha de cadeiras quebradas e para as paredes pichadas. Enquanto o “estudante” se esforçava para lembrar-se dos motivos de estar ali andando de skate em horário de aula, aproximou-se outro invasor, praticamente um modelo de catálogo de skate wear, com trajes da moda cujos valores somados hão de ultrapassar o salário de um professor. Analisou-nos, viu que estávamos de boa e se afastou. O skatista continuou sua explicação, agora com o entusiasmo de quem acabara de lembrar-se da verdade do Universo:

– AH!!! Também tem o negócio das privatizações e da lei da mordaça.

– Privatizações? – questionamos assustados – Isso tá acontecendo?

– Sim, eles têm um projeto e já tão começando...

– “Eles” quem?

– Ah, o governo. Eles querem entregar as escolas.

– Terrível! E essa lei da mordaça, como é?

– Ah, é um projeto pros professores não poderem ensinar um monte de coisa... Escola Sem Partido é o nome.

– Poxa! E também é do governo?

– Sim, do governo!

– Terrível.

bh-vista-02Realmente, é terrível. Não sei se por desejo de voltar a radicalizar no skate ou se por constrangimento de não haver recebido treinamento suficiente para radicalizar nas palavras, o rapaz encaminhou o fim da conversa através das grades da escola “ocupada” alertando que se quiséssemos entrar as lideranças da ocupação teriam de avaliar nosso pedido. Mas já nos era o suficiente. Fomos embora após ouvir as quatro motivações alegadas por quem está ocupando as escolas. São duas grandes mentiras e duas verdades que viram meias-verdades.As mentiras:
O Escola Sem Partido não é do governo e não pretende impedir que os professores ensinem “um monte de coisas”. Trata-se de um projeto de lei do deputado estadual Marcel van Hattem, que pretende impedir que professores doutrinem ideologicamente seus alunos, garantindo-lhes o direito e o dever de ensinar sobre tudo que diz respeito à sua matéria, mas sem emissão de julgamentos enviesados – ou seja, que o professor seja “informador”, não “opinador”. O que boa parte dos professores faz há pelo menos três décadas é enviesar suas abordagens, recortando os fatos, ocultando boa parte do conteúdo e direcionando os alunos para o brete ideológico. O PL 190/2015 de van Hattem e projetos semelhantes em outros estados foram estimulados pelo trabalho da ONG Escola Sem Partido, criada por Miguel Nagib.
Infelizmente, o Governo do Estado não planeja privatizar o ensino. Sindicalistas e “professores” espalham o boato com base no PL 44, do Executivo, que, basicamente, estabelece parcerias entre o governo e entidades privadas “sem fins lucrativos” que conduzam “atividades dirigidas ao ensino”. Ou seja, é uma tentativa – ainda insuficiente, mas salutar – de oferecer opções de atividades e qualificação para quem depende do capengo poder público. Aliás, a única privatização vista é a procedida pelos invasores, que tomaram espaços públicos para si e se arrogam o direito de escolher quem pode entrar nas escolas.
As verdades: professores recebem salários baixos e as escolas públicas estão sucateadas, caindo aos pedaços. Por que viram meias-verdades?São meias-verdades no contexto das invasões das escolas, pois são tomadas como desculpas para essas movimentações, cuja justificativa principal, à qual todas as outras estão subordinadas, é a melhora nas condições de ensino. Ora, em que medida invadir escolas pode melhorar o ensino? De que modo a interrupção das aulas, do processo de ensino, pode resultar em um ensino de qualidade? De que modo a pichação, a destruição do patrimônio e a depredação das escolas invadidas podem colaborar para com melhores estruturas escolares?De que forma oficinas de masturbação, miçangas, capoeira, feminismo, pichação, malabares e hip hop podem contribuir em um universo de analfabetismo funcional endêmico (incluindo professores)? É evidente que não há relação entre as reivindicações dos invasores e o resultado das invasões. Não é preciso pensar muito para concluir que é possível sustentar tais queixas sem interromper as aulas e sem depredar patrimônio público; aliás, não é somente possível – respeitar o estudo e seu ambiente é a única forma de se proceder com as referidas reivindicações. Todos sabem disso, ainda que alguns prefiram ignorar.É assim a dinâmica dos movimentos revolucionários: as causas, as bandeiras, são sempre aparentes; a causa real final é sempre a revolução, e as causas intermediárias são a acumulação de poder político e econômico. A causa aparente, aliás, jamais deve ser alcançada; a obtenção dos objetivos alegados acabaria com a justificativa das ações radicais. Eis a resposta para quem se pergunta por que o PT não resolveu o problema de seus companheiros do MST.

É exatamente esse o caso das escolas invadidas. A verdade inteira é que as “ocupações” são manobras políticas, inseridas num contexto de luta pelo poder, que é precisamente tudo que interessa às lideranças dessas movimentações – partidos de esquerda (PT e suas linhas auxiliares, PCdoB e PSOL), sindicatos de trabalhadores que não trabalham (CUT, CPERS e outros) e organizações criminosas (MST, MTST, Levante Popular etc.).

Com o afastamento de Dilma Rousseff, sem acesso aos cofres públicos, esses grupos perderam o principal meio de financiamento de sua atuação. Em poucas palavras: a fonte da mortadela secou. Que fazer? Nada mais fácil que recorrer ao exército formado em três décadas de hegemonia esquerdista no ensino, com base em um currículo de fundo marxista em seu todo e com o construtivismo destruidor como guia. De uma hora para outra, como que por mágica, escolas de todo o Brasil começaram a ser “ocupadas”, num processo de desestabilização de curto prazo e formação de uma militância que será muito útil no longo prazo.

Contudo, sabemos que, mesmo que o ambiente escolar seja intelectualmente insalubre como um todo, ainda não se consegue a adesão dessa comunidade com um discurso radical. E é aqui que entram as meias-verdades de que falei anteriormente, as legítimas reivindicações por melhores salários para os professores e por espaços escolares mais decentes. Com bandeiras aparentemente justas, os militantes profissionais arregimentam militantes neófitos, ingênuos e absolutamente suscetíveis ao arrebatamento de fazer parte de um grupo “justo” e rebelde. São estes novos radicais os idiotas úteis do momento.

Supõe-se que é do terrorista e ditador russo Lenin a expressão “idiotas úteis”, com a qual manifestava seu desprezo para com os militantes da causa comunista no Ocidente. Líderes esquerdistas de todo o mundo, de ontem e de hoje, sempre fizeram uso de uma militância engajada e abnegada. Essa linha de frente faz o serviço sujo (divulgar e propagar a ideologia, sem ou com violência), enquanto os líderes ficam à espreita, imaculados, esperando o momento certo para avolumar-se ante seus militantes. Estes, tão logo a causa triunfa, são descartados por motivos vários (discordar da violência excessiva, manifestar decepção com a falta de senso democrático dos líderes etc.).

Na Iugoslávia, na Romênia, na China, em Cuba, nas Repúblicas Soviéticas e onde quer que a esquerda socialista tenha tomado ou conquistado o poder, os líderes fizeram largo uso dos dedicados e ingênuos idiotas úteis que logo seriam descartados. Mutatis mutandis, é esse o processo que se verifica hoje nas escolas invadidas.

Nosso amigo skatista do início desta história é um belo exemplo de idiota útil, como, repito, eu mesmo já fui. Por isso, com meu testemunho do tempo em que estive do lado de lá, as compreensões obtidas posteriormente e a contemplação dos casos atuais, posso afirmar que, como o rapaz com quem conversamos na Escola Ernesto Dornelles, a imensa maioria dos alunos e dos professores que participa desses crimes de invasão não sabe por que está ali. Esse suscetível rebanho se acostumou a exigir, a reivindicar. Os professores, mesmo os ingênuos idiotas úteis, em sua maioria querem melhores salários, o que é justo, mas exigem também todas os direitos que viram regalias típicas no contexto do funcionalismo público brasileiro; não querem resolver o problema, querem fazer parte do problema. Duvida? Ouse falar-lhes em “meritocracia”. Já os estudantes, mesmo os não-esquerdizados, também estão mal-acostumados a exigir direitos e fugir de deveres. E a todos – alunos e professores – agrada a idéia de fazer parte de algo grandioso, contestador, capaz de modificar a sociedade; e, se não tiverem de pensar muito, somente tendo de cerrar o punho e gritar alto, então, é o melhor dos mundos. E isto é tudo. Caminham docilmente no brete ideológico construído em anos de dominação, conduzidos por uma elite política, sindical e terrorista que sabe muito bem o que faz e que está interessada em muitas coisas – todas muito, muito distantes de remunerações justas e meritórias para professores e de melhores condições materiais de ensino e aprendizagem.

Não é por acaso que as lideranças falam sempre as mesmas coisas, de forma frenética e incontinente; também, não é por acaso que o rebanho titubeia, gagueja, solta as palavras-chave ao ar de forma imprecisa e desconectada – a diferença que há entre estes e aqueles é o nível de domínio da mentira, é a capacidade e a disposição para decorar os argumentos das causas aparentes. Em resumo: como tudo na esquerda, é tudo mentira, afetação, falsidade, mendacidade.

 

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